12. Queratites Infecciosas Bacterianas, Fúngicas e por Acanthamoeba Flashcards

1
Q

Córnea - Que % das queratites são causadas por bactérias nos países desenvolvidos?

A

Em 70-90%

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Q

Córnea - Quais são os factores de risco para Queratite Bacteriana? (6)

A
  • Doença da Superficie Ocular 47,3%
  • Lentes de Contacto 35,3%
  • Imunossupressão 18,4%
  • Cirurgia de córnea prévia 13,8%
  • Corticoides tópicos
  • Trauma
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3
Q

Córnea - Que tipos de doença da superfície ocular são factores de risco para Queratite Bacteriana?

A
  • Olho seco
  • DGM
  • Queratite Neurotrofica
  • Queratite de exposição
  • Erosão recorrente da Córnea
  • Infeção de córnea prévia
  • Conjuntivite cicatricial
  • Queratopatia em banda
  • Queratopatia Bolhosa
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4
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Qual é o agente mais associado a Queratite por uso de LC? e o 2º?

A
  • Pseudomonas é o patogénico mais comum
  • 2º mais frequente é o Staph Aureus
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Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Que % ocorre sem a identificação de qualquer factor de risco?

A

3,5%

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6
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Quais são os principais agentes Gram +?

A
  • Staphiloccocus
  • Pneumococcus
  • Streptotoccos viridians (α-hemolitico)
  • Bacillus Cereus - trauma
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7
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Qual é o principal agente Gram -?

A
  • Pseudomonas
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8
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Que microorganismos incomuns podem estar envolvidos?

A
  • Corynebacterium
  • Moraxella
  • Mycobacterium
  • Neisseria
  • Nocardia
    # iNCoMuns e a maioria começam todos por C, M e N :O
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9
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Quais são as características particulares de Queratite Bacteriana por Pneumococcus?

A
  • Mais virulento
  • Inflamação EXUBERANTE
  • Bordos serpiginosos
  • Estroma PROFUNDO
  • Deposição de FIBRINA retrocorneana
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10
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Quais são as características particulares de Queratite Bacteriana por Strep Viridians? Em que circunstancias ocorre?

A
  • Queratopatia CRISTALINA
  • Organismo tem BAIXA virulência
  • Ocorre tipicamente após Queratoplastia
  • SEM defeito epitelial subjacente :O
  • SEM inflamação significativa
  • Ramificações esbranquiçadas estromais
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11
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Quais são as características particulares de Queratite Bacteriana por Bacillus Cereus? Está muito associado a que situação?

A
  • Muitas vezes associado a antecedentes de TRAUMA
  • Infiltrado em forma de Anel
  • Progressão RAPIDA para abcesso e perfuração
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12
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Pseudomonas - porque é que a queratite é tão grave?

A
  • Geralmente têm Enzimas LITICAS
  • Levam a queratite RAPIDAMENTE PROGRESSIVAS
    (aplica-se o mesmo às outras Gram -)
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13
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Pseudomonas - Qual é o aspecto da lesão? Como é a progressão?

A
  • Infiltrado acinzentado epitelial superficial e estromal
  • Edema perilesional
  • Pode haver hipópion
  • Se não tratada rapidamente, Melting corneano e perfuração
  • Perfuração pode ocorrer em apenas 2-3 dias na ausencia de tratamento
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14
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Quais são os critérios para Úlcera Grave?

A
  • Infiltrado > 6 mm
  • > 1/3 da espessura da córnea
  • Risco de perfuração eminente
  • Envolvimento da esclera
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15
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - A que microorganismos estão geralmente associadas as Úlceras Graves?

A
  • Staph Aureus
  • Pneumococcus
  • Pseudomona
  • Streptoocccus B-Hemolitico
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16
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - A que microorganismos estão geralmente associadas as Úlceras lentamente progressivas?

A
  • S. Viridians
  • Actinomyces
  • Nocardia
  • Moraxella
  • Serratia
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17
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Como se caracteriza a ulcera de acordo com o tamanho e com a localização?

A

Tamanho
- Pequeno ≤ 3 mm
- Moderado 3-6 mm
- Grande ≥ 6 mm
Localização
- Central - a interceptar eixo visual
- Paracentral
- Periférico - quando a 3 mm do limbo

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18
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - O que representa o ponto mais denso ao OCT-SA?

A
  • O ponto de DENSITOMETRIA MAXIMA ocorre no foco de infeção activa
  • Esse ponto não volta ao normal mesmo após resolução
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19
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - O que é a regra 1, 2, 3? Que interesse tem?

A
  • Reação CA ≥ 1 +
  • Infiltrado ≥ 2 mm ou ≥ 2 lesões satélite
  • Infiltrado ≤ 3 mm do centro da córnea

Indicam de ALGUM do anteriores deve motivar investigação microbiológica
Presença isolada de cada 1 delas aumenta risco de complicações que ameacem a visão
Presença dos 3 juntos, risco de complicação com ameaça da visão é de 37%

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20
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Quando é que se deve fazer investigação microbiológica?

A
  • Sempre que apresentem 1 dos pontos da regra 1, 2, 3
  • Apresentações ATIPICAS
  • Cirurgia de córnea prévia
  • Uso de Corticoides
  • Outros factores de risco
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21
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Como é que se faz a investigação microbiológica? Qual é a alternativa?

A

Corneal Scraping
- Da BASE e do FUNDO
Biópsia de córnea
- Em casos REFRACTARIOS

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22
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Como é a sensibilidade do exame cultural?

A

A sensibilidade do exame cultural é frequentemente BAIXA (23-77%)

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23
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Quais são os principais meios de cultura?

A

Meios de cultura
- Blood Agar – AEROBIOS
- Chocolate Agar – Neisseria e Haemophilus
- Robertson – ANAEROBIOS
- Lowenstein-Jensen – MICOBACTERIAS e Nocardia
- Middlebrook – Micobacterias ATIPICAS
# O Roberto faz apneia e quando ve sangue atira-se pelo ar
# O luis tem micose e a Neisseria gosta de chocolate

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24
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Que agentes se usam para tratamento empírico antes de haver culturas?

A

Casos MENOS GRAVES
- Fluoroquinolona
Casos MAIS GRAVES
- Aminoglicosídeo + Cefalosporina/Vancomicina
(Ponderar fortificados)
Cefalosporina geralmente usada é a Ceftazidima

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25
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Cefalosporinas têm acção contra que bactérias?

A
  • Tem excelente actividade anti-pseudomonas (Gram -) - usada nas queratites por pseudomonas com resistência a aminoglicosídeos/fluoroquinolonas
  • Tem ALGUMA actividade contra gram +
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26
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Aminoglicosídeos - Quais são? Têm acção contra que bactérias?

A

Gentamicina e Tobramicina
- Efeito bactericida contra Bacilos Gram -
(tem surgido alguma resistência contra a Pseudomonas)

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27
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Macrólidos - Quais são? Qual é o mecanismo de acção? Têm acção contra que bactérias?

A

Azitromicina, Eritromicina e Claritromicina

Inibem a subinidade 50s dos ribossomas bacterianos

  • Espectro de actividade AMPLO
  • Bacterias gram +
  • ALGUMAS Bacterias gram -
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28
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Vancomicina - Qual é a importância?

A
  • Antibiótico glicopeptídeo
  • Actividade contra Staph resistentes à penicilina
  • ATB de escolha contra MRSA
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29
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Fluoroquinolonas - Como Actuam? Quais são as diferentes gerações? Espectro?

A
  • Acção bactericina por inibição de DNA gyrase bacteriano e de enzimas essenciais para síntese de DNA Bacteriano
    Ciprofloxacina - 2ª Geração
    Ofloxacina - 3ª Geração
    Levofloxacina - 3ª Geração
    Moxifloxacina - 4ª Geração
  • Actividade contra a MAIORIA dos Gram -
  • Actividade contra algumas Gram +
  • Ciprofloxacina e Ofloxacina podem precipitar e desenvolver depósitos CRISTALINOS na córnea
  • Moxifloxacina também tem BOA cobertura para Gram +
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30
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Tetraciclinas - mecanismo de acção? Qual é a importância?

A

Oxitetraciclina
Doxiciclina
- BacterioSTATICOS
- Actuam por inibição de proteínas bacterianas
- Tratamento ADJUVANTE
- É um agente anti-colageNASE Reduz progressão de Melting e Progressão da córnea

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31
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Qual é o papel dos Corticoides?

A

REDUZEM
- Inflamação
- Neovascularização
- Melting da córnea
- Formação de cicatriz
POR OUTRO LADO
- Atrasam encerramento epitelial
- Induzem imunossupressão
- Recrudescimento da infeção

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32
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Conclusões do Steroids for Cornea Ulcer Trial - SCUT

A

CCE introduzidos após 2 dias apenas com Moxifloxacina
Resultados a 3 meses
Houve beneficio de usar CORTICOIDE em ulceras MAIS GRAVES:
- AV inicial ≤ cd
- Ulcerais centrais > 4 mm
- Ulceras secundárias a estirpes graves como Pseudomonas
Resultados a 12 meses
- Melhora da AV na MAIORA das úlceras (no grupo dos CCE)

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33
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Quando se pondera tratamento com QP tectónica?

A
  • Quanto Tratamento Médico NÃO suficiente
  • Risco de perfuração/Descematocelo
34
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Complicações a longo prazo?
Visões Finais?

A
  • Perda moderada-severa da AV (≤ 3/10) em 30%
  • Perda grave da AV (< 1/10) em 25%
    Complicações sight-threatening em 12%
  • Descematocelo
  • Perfuração
  • Endoftalmite
35
Q

Córnea - Queratite Bacteriana - Quais são os factores de mau prognóstico?

A
  • Idade > 50 anos
  • Cirurgia corneana prévia
  • Uso de corticoides tópicos
  • Baixa BCVA à apresentação
  • Ulcera grandes dimensões
  • HIPOPION
  • Perfuração
36
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Quais são os 2 grupos principais de fungos? Quais são os principais fungos de cada grupo?

A

Classificados em 2 grupos
Leveduras
- Unicelulares Ovoides
Por exemplo
- Candida

Filamentosos
- Multicelulares compostos por hifas tubulares septadas / não septadas
- Septados podem ser pigmentados ou não pigmentados
Por exemplo
- Fusarium
- Aspergilus

37
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Epidemiologia? % das infeções de córnea?

A
  • Queratite Fúngica é MENOS COMUM
  • 5-10% das infeções da córnea
38
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Como varia a distribuição geográfica?

A
  • Em climas temperados, fungo mais comum é Candida, seguida do Aspergilus
  • Em climas tropicais, fungo mais comum é o Fusarium, seguido do Aspergilus
39
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Quais são os Factores de Risco?

A
  • Traumatismo da córnea com MATERIAL VEGETAL
  • Uso de LC :O
  • Uso de CCE Topicos / Sistémica
  • Queratites herpéticas prévias recorrentes :O
  • Cirurgia de córnea (= bacteriana)
  • DM ou Imunossupressão sistémica
40
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Através de que mecanismos é que os fungos ganham acesso ao estroma?

A
  • Traumatismo
  • Superfície ocular comprometida
  • LC
  • Cirurgia prévia
41
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Diferenças gerais no quadro para bactérias?

A
  • Inicio mais INSIDIOSO
  • Sensação de corpo estranho
  • POUCA ou NENHUMA hiperémia conjuntival
  • Dor pode ser desproporcional aos sinais
42
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Qual é o aspecto da lesão em Infeções por Fungos filamentosos? Quais são os 2 mais comuns? O que pode ocorrer em casos graves?

A
  • Infiltrado estromal Branco/acinzentado de limites MAL definidos e irregulares
  • Margens irregulares ou de aspecto filamentoso
  • Pode haver lesões SATELITE
  • Infiltrado pode ter forma de anel
    Em casos graves
  • Placa endotelial
  • Hipopion
  • Resposta inflamatória EXUBERANTE
  • Formação de Membrana de Fibrina
  • Ao atingir íris, ângulo e camara posterior progride para endoftalmite
43
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Qual é o fungo frequentemente ligado a pior prognóstico?

A

Aspergillus

44
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Diferenças do aspecto de Infeções por Leveduras?

A

Inicialmente são mais superficiais
Se progredirem tornam-se semelhantes à dos filamentosos
- Infiltrado estromal branco/AMARELADO denso e supurativo
- Bordos MAIS BEM definidos - em pluma
- Conformação em botão de colar
- Epitélio pode estar intacto :O

*Levedura é do pao, e o pao é amarelo

45
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Qual é a diferença nos bordos entre fungos filamentosos e leveduras? E na cor da úlcera?

A

Fungos filamentosos tem bordos mais mal definidos - branco acinzentado
Leveduras tem bordos mais bem definidos - branco amarelado

46
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Como se faz o diagnóstico? Quanto tempo demora?

A
  • EXIGE confirmação microlaboratorial
    Microbiologia só se torna positiva
  • 24-48 horas nas leveduras
  • 2-4 dias num filamentoso (1-3 semanas em alguns)
47
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Qual é o papel da Microscopia Confocal?

A
  • Util para detectar FILAMENTOSOS
48
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Tratamento - Quais são as classes de Antifúngicos?

A

Polienos
- Anfotericina B
- Natamicina

Azóis
Imidazóis
- Miconazol
- Econazol
Triazóis
- Cetoconazol
- Voriconazol

Pirimidinas
- 5-Flurocitosina

Equinocandinas
- Casfofungina
- Micagungina

49
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Tratamento - Quais são os 2 fármacos anti-fúngicos mais usados?

A

Anfotericina B
- Contra Aspergilus e Candida

Voriconazol
- Contra Candida, Aspergilus, Fusarium, Scedosporium e Paecilomyces
THE BEST !!

50
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Qual é o papel dos antibióticos nas queratites fúngicas?

A
  • Provado in-vitro que alguns tem alguma actividade fungicida
    Clorafenicol
  • Fusarium
  • Aspergillus
    Moxifloxacina e Tobramicina
  • Fusarium
51
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Qual deve ser o esquema numa infeção por Leveduras (Candida)?

A
  • Anfotericina B 0,25 %
    +
  • Voriconazol 1%
52
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Qual deve ser o esquema numa infeção por Fungos Filamentosos (Fusarium e Aspergillus)?

A
  • Natamicina 5%
    +
  • Voriconazol 1%
53
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Qual é o papel de antifúngicos orais?

A

Em casos graves de infeção por fungo Filamentoso
- Ulcera > 5 mm
- > 50% espessura corneana
- Peforação eminente
- Voriconazol ORAL 200mg / dia
+/-
- Voriconazol INTRAESTROMAL 50 µL em 0,1 mL

54
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Qual é o papel dos CCE?

A

Nunca usar nas primeiras 2 semanas

55
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Em que % dos casos é necessária uma queratoplastia penetrante?

A
  • Necessária em 30-50% dos casos :O
56
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Em que % dos casos ocorre a perda do globo ocular?

A
  • Em 10-25% dos casos :O
57
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Que alternativas de tratamento existem?

A

Lavagem CA com antifúngico (Vorizonazol)
PACK-CXL - Cross-linking terapêutico
- Resultados ainda são contraditório
- NÃO aprovado
RB-PDAT
- Terapia fotodinamica com rosa bengala 0,1% para tratamento microbiano
- Recente. Evidencia?

58
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Como é o prognóstico em comparação com a Queratite Bacteriana?

A
  • É PIOR do que a Queratite Bacteriana
59
Q

Córnea - Queratite Fúngica - Factores de prognóstico?

A
  • Profundidade e tamanho da lesão
  • Organismo
  • Início do tratamento

Geralmente
- Pequenas infeções SUPERFICIAIS respondem bem à terapia tópica
- Infeções ESTROMAIS PROFUNDAS ou com envolvimento escleral ou intraocular comitentente são MUITO MAIS DIFICEIS de erradicar

60
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - O que é a Acanthamoeba? Que formas tem? Onde existe?

A
  • Acanthamoeba é um Protozoário Ubiquitário (presente em “todo o lado”)
  • Presente sobretudo na água doce e no solo (mas ubiquitário)

Existe sob 2 formas
Trofozoito
(em resposta a condições favoráveis)
- A mais vulnerável
- Forma que cresce e se reproduz
Quisto
(em resposta a condições adversas)
- Extremamente resistente (radiação, temperatura, pH)
- Forma quiescente

61
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Quantos genótipos existem? Quais são os mais graves?

A

Existem 25 espécies e 23 genótipos

  • Genótipos estão relacionados com patogenicidade
  • Genótipos mais graves são T3 e T4
  • Tipo 4 é o que adere mais fortemente à cornea
62
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Qual é a incidência em Portugal? O que tem variado? Lateralidade?

A
  • Portugal - 4,3 casos por 100.000 habitante / ano
  • Incidencia tem AUMENTADO nos últimos anos devido a aumento do uso LC
  • Apresentação BILATERAL em 7-11% dos doentes :O
63
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Qual é a incidência em Portugal? Factores de Risco? (3)

A

LC
- 90% dos casos associados :O
- Mais frequentes em lentes Silicone-Hidrogel
- Por uso EXCESSIVO ou MA higiene
Trauma agrícula
Exposição a agua contaminada

64
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Quais são os problemas com o diagnóstico?

A
  • Geralmente associada a ATRASO SIGNIFICATIVO
  • É necessário ALTO INDICE de suspeição
    75-90% dos doentes são MAL diagnosticados
  • Tempo MEDIO de diagnóstico é de 2,8 meses :O
65
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Porque é tão frequentemente diagnosticada erradamente como queratite herpética?

A

Porque dá pseudodendrites

66
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Inicialmente costuma ser diagnosticada como quê?

A

DDx com Queratite Herpética
- 48% dos casos são diagnosticados como Queratite Herpética :O
- Acanthamoeba pode dar PSEUDO-DENDRITES mas são MAIS DISCRETAS
DDx com Queratite Fúngica
- 25% dos casos são diagnosticados como Queratite Fúngica
- Acanthamoeba tem infiltrados estromais MAIS MULTIFOCAIS e MAIS TRANSPARENTES
DDx com Queratite Bacteriana
- 4% dos casos são diagnosticados como Queratite Bacteriana

67
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Porque é que numa fase inicial pode haver melhoria com o tratamento errado?

A
  • Antibioticos destroem comida da Ameba (que come bactérias), restringindo crescimento
  • BAK dos antibióticos tem alguma actividade anti Ameba
68
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Quais são os sintomas iniciais característicos?

A

INICIALMENTE
- Sensação corpo estranho
- Fotofobia
SINTOMA HALLMARK
- Dor ocular GRAVE que é DESPROPORCIONAL aos sinais clínicos

Ausencia de resposta a tratamentos prévios é típica
Sinais
- Opacidade epitelial ACINZENTADA
- Lesões PSEUDODENDRITIFORMES :O
- Microerosão epitelial
- Pode ter microquistos

69
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Que sinais é que são característicos com a progressão do quadro?

A
  • Inicialmente podemos ter apenas alterações EPITELIAIS (chameleon-like)
    2 semanas
  • Depois aparecem inmfiltrados estromais mulfocais
    1 mes
  • Depois aparece o anel típico (por reação imune)
    Depois
  • Perineurite Radial
  • Por ultimo, sintomas tardios com ulceração grave e perfuração
70
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Que complicações extracorneanas dá em casos graves?

A

Inflamação anterior
- sinequias anteriores e glaucoma secundário
- Atrofia da íris
- Catarata
Inflamação posterior
- Coriorretinite
- Vasculite retiniana
Dacrioadenite :O

71
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Como se faz o diagnóstico? Qual é a alternativa?

A

PCR
Sensibilidade 84%
(cultura só tem sensibilidade de 50-75%)
Especificidade 100%

Microscopia Confocal
Sensibilidade e especificidade > 90%
Cistos
- ALTA reflectividade
- Redondos
- 10-15 µm
- Podem exibir parede dupla com sinal de Alvo
Trofozoitos
- Mais difíceis de ver
- Mais irregulares e mais parecidos com queratócitos
- Reflectividade média

72
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Porque é que não vale a pena fazer a cultura das LC?

A

LC estão muitas vezes colonizadas em circunstancias normais :O

73
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Qual é o principal factor de prognóstico relacionado com o tratamento?

A
  • Reconhecimento PRECOCE é o PRINCIPAL preditor de RESULTADO
74
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Qual é a diferença de susceptibilidade do trofozóito e do cisto ao tratamento?

A

Trofozóitos
- São SUSCEPTIVEIS a múltiplas terapias
Cistos
- São ALTAMENTE RESISTENTES
- Podem persistir durante vários meses

75
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Que classes de fármacos são os tratamentos de primeira linha? Com que frequência se fazem?

A

Biguanidas
PHMB e Clorexidina
- Aumentam a permeabilidade da membrana celular
- Eficazes contra TROFOZOITOS e CISTOS
+
Diamidinas
Propamidina e Hexamidina
- Eficazes APENAS contra TROFOZOITO

Inicialmente faz-se tratamento 1/1 hora
- Titulação de acordo com resposta

*BD - Banda Desenhada

76
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Tratamento - para além do tratamento dirigido, o que é necessário fazer?

A

Deve ser feito o desbridamento do epitélio
- Permite remover parte dos microorganismos mecanicamente
- Permite melhorar a penetração do fármaco

77
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Que outros agentes que não as Biguanidas e Diamidinas têm papel contra a Acanthamoeba?

A

BAK - Cloreto de Benzalcónio
Não é tratamento por si só, mas percebeu-se que
- Permite separação das paredes externas e internas do cisto
- Leva a perda das estruturas citoplasmáticas

Antibióticos
- Reduzem load de bactérias
- A acanthamoeba COME bactérias :O

Voriconazol
- Podem ter eficácia no estado de Trofozóito
- Inibe síntese de Ergosterol (componente da membrana do Trofozóito)
- Pode ser usado como tratamento tópico na doença superficial
- Pode ser usado como tratamento SISTEMICO quando há envolvimento profundo da córnea (200 mg 2x/dia) (não esquecer toxicidade HEPATICA)

Miltefosina
- É o fármaco usado na Leishmaniose sistémica
- Pode ser usada de forma SISTEMICA como ADJUVANTE nos casos REFRACTÁRIOS
- É eficaz nos estadios de Trofozoito e Cisto
- Dose 50 mg 2x/dia
- Associada a resposta INFLAMATORIA no INICIO da utilização

78
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Qual é o papel dos Corticoides?

A
  • NÃO é consensual
  • Devem ser usados APENAS em conjunto com terapia microbiana adequada
    Principios positivos e negativos são os mesmos que na Queratite bacteriana …
  • O uso ANTES de iniciar terapêutica ESPECIFICA piora o outcome visual final
79
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Qual é o papel do PACK-CXL?

A
  • Parece promissor?
  • Algumas series descrevem 75-100% de eficácia? :O
80
Q

Córnea - Queratite por Acanthamoeba - Quando se deve ponderar tratamento cirúrgico? Quais são alternativas?

A
  • Transplante quando terapêutica médica NÃO é suficiente
  • Fases INICIAIS pode ser feito DALK
  • Fases TARDIAS tem de ser QP