16. Degenerescências da Córnea Flashcards

1
Q

Córnea - Como se Distingue uma Degenerescência da Córnea de uma Distrofia? (6)

A
  • Geralmente UNILATERAL
  • Apresentação mais TARDIA
  • Geralmente envolve PERIFERIA
  • NÃO hereditária
  • Frequente associação a D. Sistémicas / Factores ambientais
  • Progressão pode ser MAIS rápida
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2
Q

Córnea - Quais são as alterações fisiológicas da córnea associadas à idade? (6)

A
  • Aplanamento no meridiano VERTICAL que leva a aparecimento de astigmatismo CONTRA a regra
  • Diminuição da paquimetria
  • Diminuição da transparência
  • Aumento (ligeiro) do índice refractivo
  • Espessamento da Descemet (de 3 µm ao nascimento para 10 µm no adulto)
  • Diminuição da contagem de células endoteliais
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3
Q

Córnea - Quais são as principais degenerescências do Epitélio e Estroma Superficial? (6)

A
  • Queratopatia em Banda
  • Degenerescência Esferoidal
  • Degenerescência Nodular de Salzzman
  • Córnea Verticilatta
  • Anel de Coats
  • Depositos de Ferro
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4
Q

Córnea - Quais são as principais degenerescências do Estroma? (7)

A
  • Arco Senil
  • Degeneração Marginal de Terrien
  • Queratopatia Lipídica
  • Crocodile Shagreen
  • Arco Límbico de Vogt
  • Córnea Farinatta
  • Senile Furrow Degeneration
  • Degenerescência Amiloide Polimórfica
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5
Q

Córnea - Quais são as principais degenerescências do Endotélio? (3)

A
  • Anel de Keyser-Fleischer
  • S. Ice
  • Guttatas Periféricas
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6
Q

Córnea - Anel de Coats - o que é? Aparece associado a que?

A
  • Reação a corpo estranho metálico
  • Fibrose do estroma superficial
    Tratamento
  • NÃO recomendado
  • Há estabilização após resolução do episodio agudo
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7
Q

Córnea - Queratopatia em Banda - Fisiopatologia?

A
  • Deposição de CALCIO na Membrana de Bowman
  • Pode envolver deposição de Uratos (é mais castanha)
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8
Q

Córnea - Queratopatia em Banda - Causas?

A

IDIOPÁTICA
Relacionada com Doença ocular
- Edema de córnea crónico
- Queratite epitelial ou intersticial grave
- Conservantes
- Uveite anterior crónica / recorrente
- Óleo de silicone na CA (ocorre ++ em doentes AFAQUICOS)
- Glaucoma
- Ptisis
Relacionada com Doença Sistémica
- Hipercalcémia por Hiperparatiroidismo Primário
- Toxicidade por Vitamina C :O
- Sarcoidose
- Insuficiencia Renal Terminal (dá hipercalcémia !!)
- Hiperfosfatémia (associada a hipercalcémia)
- Hiperuricémia (se deposição for de uratos e não de cálcio)
- Exposição crónica a mercurio

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9
Q

Córnea - Queratopatia em Banda - Onde começam geralmente os depósitos? Como progridem?

A
  • Depositos de cálcio na periferia (geralmente 3 e 9h)
  • Depositos coalescem e formam faixa branco-acinzentada na região da fenda palpebral
  • Pode haver pequenos orifícios ou traços transparentes na região afectada
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10
Q

Córnea - Queratopatia em Banda - Tratamento?

A
  • Desbridamento mecânico + quelagem química com EDTA
  • Fazer só se sintomático
    Tratar patologia de base
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11
Q

Córnea - Degenerescencia Esferóide - Fisiopatologia? Onde é o deposito?

A
  • Deposito de material PROTEICO na MEMBRANA DE BOWMAN ou Estroma anterior
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12
Q

Córnea - Degenerescencia Esferóide - Causas?

A

PRIMARIA
- Exposição a radiação UV prolongada
- BILATERAL
Secundária
- Inflamação crónica
- Lesão ocular

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13
Q

Córnea - Degenerescencia Esferóide - Como podem variar os sintomas? Qual é o aspecto do deposito? Onde surge e como progride na forma primária e secundária??

A
  • Desde assintomático a dim AV
  • Sensação corpo estranho

Sinais
- Depositos ESFERICOS DOURADOS
- Numa faze tardia podem adquirir relevo
Forma primária
- Surgem na periferia da fenda palpebral
- Progridem para o centro
Forma secundária
- Surgem na área de cicatrização ou neovascularização corneana

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14
Q

Córnea - Degenerescencia Esferóide - Tratamento?

A
  • LA
  • Proteção de radiação UV
  • PTK / Queratectomia superficial / DALK (se sintomas)
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15
Q

Córnea - Degenerescencia Nodular de Salzmann - Epidemiologia? Sexo? Idade?

A
  • Mais frequente em MULHERES :O
  • Aumenta com idade
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16
Q

Córnea - Degenerescencia Nodular de Salzmann - Causas?

A

IDIOPATICA
SECUNDARIA a agressão crónica da superfície ocular
- Olho seco grave
- Blefarite crónica
- Queratite intersticial
- Flictenulose

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17
Q

Córnea - Degenerescencia Nodular de Salzmann - Fisiopatologia? Qual é a camada afectada?

A

Substituição da M. Bowman por material fibrilhar e hialino
(D. Esferoide também é na M Bowman)

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18
Q

Córnea - Degenerescencia Nodular de Salzmann - Quadro Clínico?

A
  • Geralmente assintomática (porque frequentemente não afecta eixo visual)
  • Se afectar eixo visual - hipovisão
  • Astigmatismo
  • Sensação de corpo estranho
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19
Q

Córnea - Degenerescencia Nodular de Salzmann - Aspecto da opacidade?

A
  • Opacidades esbranquiçadas/acinzentadas acima da Membrana de Bowman em conformação circular
  • Progridem para NODULOS ELEVADOS arredondados ou alongados
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20
Q

Córnea - Degenerescencia Nodular de Salzmann - Tratamento?

A
  • LA
  • Tratamento da condição de base
  • Remoção manual / Queratectomia superficial / PTK
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21
Q

Córnea - Depositos de Ferro na Córnea? Quais são? Devido a que? (7)

A

Anel de Fleischer
- Queratocone
Linha de Stocker
- Pterígio
Linha de Hudson-Stahli
- Fisiológica com idade
- Devido à posição da pálpebra inferior
Linha de Ferry
- Associado à bolha de filtração
Anel de Pseudo-Fleischer
- Ablação hipermetropica :O
Linha de LASIK
- À volta da zona de ablação
Tear star
- Após Queratectomias Radiárias
- Ocorrem em 80% dos casos

  • Todos eles indicam pooling/estase do filme lacrimal, com CRONICIDADE das respectivas patologias
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22
Q

Córnea - Depositos de Ferro na Córnea? Qual é a melhor forma de os ver na lâmpada de fenda?

A
  • Linha acastanhada é mais bem visualizada com Azul de Cobalto SEM fluoresceína :O ou com red-free
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23
Q

Córnea - Depositos na córnea sem ser de ferro? Quais podem ocorrer? Como se chamam?

A

Cobre
- Anel de Kayser Fleischer (deposito é na DESCEMET)
- Chalcose (no contexto de corpo estranho)

Melanina
- Fuso de Krukenberg - S. Pigmentar ou PEX
- Ocronose - Alcaptonuria
- Adenocromo - Epinefrina tópica / tetraciclina / minociclina oral
Prata - Argíase
Ouro - Crisíase

24
Q

Córnea - Anel Límbico de Vogt - Qual é a causa?

A
  • IDIOPATICA
25
Q

Córnea - Anel Límbico de Vogt - Fisiopatologia?

A
  • Alteração degenerativa da Membrana de Bowman
26
Q

Córnea - Anel Límbico de Vogt - Como é a aparência? Que sintomas dá?

A

Tipo 1
- Justa-límbica na zona da fenda palpebral
- Banda concêntrica
- Superficie esbranquiçada
Tipo 2
- Justa-límbica na zona da fenda palpebral
- Pequenas opacificações em forma de agulha
* Ou seja, ambos justa-limbicos na zona da fenda palpebral

Sintomas
- Assintomática

27
Q

Córnea - Cornea Verticillata - Causas?

A

Etiologia
FARMACOS
- Amiodarona
- Hidroxicloroquina e cloroquina
- Tamoxifeno
- Isotretinopina
- Fenotiazidas
- Prata e ouro
- Inibidores Rho-quinase
- Dadores de Óxido Nítrico tópicos
DOENÇAS SISTEMICAS
- Doença de Fabry

28
Q

Córnea - Cornea Verticillata - Fisiopatologia?

A
  • Deposição de conteúdos de fármacos / metabolitos no EPITELIO
29
Q

Córnea - Cornea Verticillata - Sinais e sintomas? Abordagem? O que acontece com a descontinuação do fármaco?

A
  • Assintomática
    Sinais
  • Depositos DOURADOS em forma de REMOINHO
  • Geralmente mais na córnea INFERIOR

Tratamento
- NÃO é necessário
Prognóstico
- RESOLVE após descontinuação

30
Q

Córnea - Arco Senil - Frequencia?

A
  • É a degenerescência MAIS COMMUM
  • Presente em 60% das pessoas aos 60 anos
  • Presente em praticamente TODAS as pessoas com > 80 anos
31
Q

Córnea - Arco Senil - Qual é a causa? Em que situações pode ocorrer sem ser relacionado com a idade?

A

IDIOPATICA (++)
Pode ocorrer CONGENITAMENTE - chama-se Arco Juvenil
Se UNILATERAL - pode ser devido a doença carotídea CONTRALATERAL :OO
Se < 40 anos - pode ser devido a dislipidemia familiar

32
Q

Córnea - Arco Senil - Fisiopatologia? Camada envolvida?

A
  • Deposição de LIPIDOS no Estroma periférico
33
Q

Córnea - Arco Senil - Sintomas? Sinais? Como progride a opacidade?

A

Sintomas
- Asssintomático
Sinais
- Opacificação periférica esbranquiçada
- Inicialmente é mais SUPERIOR e INFERIOR
- Progride para 360º, mas mantem se mais espesso superior e inferiormente
- Limite periférico é BEM definido e há espaço livre com cornea saudável antes do limbo

34
Q

Córnea - Crocodile Shagreen - Causa? Aparencia? Abordagem?

A

Etiologia
- Idiopática
Sintomas
- Assintomática
Sinais
- Opacidades esbranquiçadas/acinzentadas
- Forma poligonal, CENTRAIS e separadas por zonas transparentes
Tratamento
NÃO é necessário

35
Q

Córnea - Cornea Farinatta - Causa? Fisiopatologia? Qual é a camada afectada? Que material se acumula?

A

Etiologia
IDIOPATICA
Pode ser herdada de forma AD

Fisiopatologia
- Acumulação de LIPOFUSCINA nos QUERATOCITOS do Estroma PROFUNDO

36
Q

Córnea - Cornea Farinatta - Sintomas? Sinais? Com que é que é frequentemente confundida?

A

Sintomas
- Assintomática
Sinais
- Opacidades FINAS e PONTADAS no estroma PROFUNDO
- ++ No centro
- Geralmente bilateral
!! Facilmente confundida com Distrofia !!
Tratamento
Não é necessário

37
Q

Córnea - Degeneração marginal de Terrien - Epidemiologia? Idade / Sexo / Lateralidade

A
  • Geralmente a partir dos 40 anos, mas pode ocorrer em TODAS as idades :O (= Ulcera de Mooren)
  • Mais frequente em HOMENS
  • Frequentemente BILATERAL e SIMETRICA (mas pode ser assíncrona)
38
Q

Córnea - Degeneração marginal de Terrien - Qual é a Causa? Associação a patologia sistémica?

A
  • Desconhecida
  • NÃO associada a patologia sistémica
39
Q

Córnea - Degeneração marginal de Terrien - Quais são os sintomas? Que tipo de astigmatismo dá em casos avançados??

A
  • Geralmente ASSINTOMATICA
  • Desconforto ligeiro
  • Astigmatismo CONTRA a REGRA ou Obliquo (em casos muito avançados)
40
Q

Córnea - Degeneração marginal de Terrien - Em que quadrante se inicia? Como progride? Como está e epitélio?

A
  • Opacidade estromal que inicia SUPERIORMENTE com área POUPADA até ao limbo
  • Geralmente progride CIRCUNFERENCIALMENTE, mas não centripetamente
  • Epitélio INTACTO apesar da diminuição de espessura
41
Q

Córnea - Degeneração marginal de Terrien - Com o tempo, o que é que vai acontecer na região de degeneração?

A
  • Pannus vascular SUPERFICIAL que passa a zona de afinamento
  • Deposição de LIPIDOS na margem central do pannus
42
Q

Córnea - Degeneração marginal de Terrien - Como se aborda?

A
  • Correção de astigmatismo (raramente necessário?)
  • Proteção ocular em casos graves (cornea mais frágil)
  • Em casos muito raros com risco de perfuração, ponderar transplante
43
Q

Córnea - Degeneração marginal de Terrien - Qual é o Prognóstico? Qual é a probabilidade de perfurar?

A
  • Progressão LENTA
  • Perfuração espontanea é MUITO RARA
  • Perfuração pode ocorrer perante traumatismo minor
44
Q

Córnea - Queratopatia Lipídica - Causa

A
  • Secundária a inflamação corneana com NEOVASCULARIZAÇÃO
45
Q

Córnea - Queratopatia Lipídica - Causa

A
  • Secundária a inflamação corneana com NEOVASCULARIZAÇÃO
46
Q

Córnea - Queratopatia Lipídica - Causa? Qual é a camada afectada?

A

Fisiopatologia
- Deposição de lipidos no ESTROMA

47
Q

Córnea - Queratopatia Lipídica - Sintomas? Sinais?

A

Sintomas
- Assintomática (se não central)
Sinais
- Opacidade Esbranquiçada/amarelada
- Junto a neovaso

48
Q

Córnea - Queratopatia Lipídica - Tratamento?

A
  • Tratar patologia de base
  • Controlo da Neovascularização - CCE / LASER / Cauterização / Anti-VEGF subconjuntival
49
Q

Córnea - S. ICE - Epidemiologia? Sexo? Idade?

A
  • Mais frequente em MULHERES JOVENS
  • Mais UNILATERAL
50
Q

Córnea - S. ICE - Causa? Fisiopatologia?

A

Etiologia
- Desconhecida
- Teoria refere possivel infeção por HSV prévia

Fisiopatologia
- Células endoteliais passam a comportar-se como células EPIteliais
- Células proliferam e migram para o ângulo ou íris

51
Q

Córnea - S. ICE - 3 formas principais? Diferenças?

A

S. Chandler
- Alterações confinam-se a ENDOTELIO e levam a alterações da bomba endotelial
- Edema de córnea predomina

Atrofia Essencial Progressiva da Íris
- Membrana de Endotélio ANORMAL propaga-se para a íris
- Contração da membrana leva a zonas de Atrofia, Corectopia, Discoria e Pseudopolicoria

S. Cogan Reese
- A contração da membrana leva à acumulação de múltiplos nódulos pigmentados da íris ou lesões pigmentadas difusas
Outros sinais

52
Q

Córnea - S. ICE - Alterações na microscopia especular?

A
  • Diminuição da contagem endotelial
  • Polimegatismo e polimorfismo
    Reversão do padrão do escuro-luz nas células
  • Geralmente células são CLARAS e contorno é ESCURO
  • Nos S. ICE células passam a ser ESCURAS e o contorno CLARO
53
Q

Córnea - S. ICE - Particularidades à gonioscopia?

A
  • Sinequias anteriores periféricas LARGAS e ALTAS
  • Sinequias ULTRAPASSAM LINHA DE SHWALBE
  • Correspondem à proliferação e migração do endotélio anormal para o ângulo iridocorneano
54
Q

Córnea - S. ICE - Em que % levam a Glaucoma? Qual é o mecanismo de glaucoma?

A

Glaucoma de Ângulo Fechado em 50%
- Mecanismo do glaucoma é Anterior pulling

55
Q

Córnea - S. ICE - Tratamento?

A
  • Hipotensores tópicos (pouco eficazes pelas Sinequias)
  • Queratoplastia Endotelial :O
  • QP se houver muita cicatrização
  • Cirurgia filtrante - VALVULA tem melhores resultados (se não as células em proliferação ENTOPEM a fístula da cirurgia)
56
Q

Córnea - S. ICE - Qual é o factor mais importante para sobrevivência do transplante?

A

PIO no pós cirurgia