24. Transplantes Corneanos Flashcards
Transplantes de córnea - O que é pesquisado no Screening dos Dadores?
- Infeções oculares e sistémicas
- Doenças malignas hematológicas e oculares
- D. Priões (Creautzfeldt-Jacob)
- Serologias - HBV, HCV, HIV e Sífilis
Transplantes de córnea - Que patologias foram provadas como transmissíveis do dador para o receptor?
- Raiva
- Hepatite B
- Doenças de Priões (Creautzfeldt-Jacob)
- Retinoblastoma
- Queratite bacteriana/Fungica
- Endoftalmite Bacteriana/Fungica
Transplantes de córnea - Critérios de viabilidade da córnea dadora?
- Epitélio sem interrupções
- Estroma sem opacidades
- Ausencia de pregas na Descemet
- Pelo menos 2000-2200 células (mais importante do que idade propriamente dita)
Transplantes de córnea - Qual é o tempo para a recolha após o óbito?
Tempo ideal para colheita do tecido corneano do cadáver é até 12 horas
Se for colocado gelo sob os olhos poderá ir até 24 horas
Transplantes de córnea - Quais são os 2 métodos principais de armazenamento? Qual é a viabilidade para cada um?
Hipotérmico
- 2-6 ºC
- Viabilidade até 14 dias
- Não permite teste microbiológico (geralmente não dá tempo)
Meio de Cultura
- 30-37ºC
- Permite armazenamento mais LONGO (até 35 dias)
- Preserva melhor células ENDOteliais
- Permite microbiologia
Transplantes de córnea - Quais são as características da córnea que lhe conferem um privilégio imune?
- Ausencia de vasos e linfáticos
- Tight-junctions endoteliais
- Diminuição da resposta imune - Anterior-Chamber associated imune deviation
Transplantes de córnea - Que matching de compatibilidade é feito? Que diferença fazem?
- HLA, ABO e H-Y raramente são feitos
- ABO pode fazer ligeira diferença em casos COMPLICADOS
Transplantes de córnea - Quais são as taxas de sobrevida dos enxertos (no geral, e para indicações ópticas)
1 ano - 87%
3 anos - 73%
Quando indicação é OPTICA - por exemplo queratocone, sobrevida é MUITO SUPERIOR
1 ano - 97%
5 anos - 95%
Transplantes de córnea - Quais são os factores principais que diminuem a sobrevida do enxerto?
- Neovascularização (sobretudo se ≥ 2 quadrantes)
- Inflamação no momento da cirurgia
5 anos - 50%
Transplantes de córnea - Queratoplastia Penetrante - Indicações?
- Queratocone (DALK é hoje em dia melhor opção)
- Falencia combinada estromal e endotelial
- Falencia de enxerto precoce (apesar de se poder fazer Lamelar se a falência for endotelial !)
- Patologia complexa que exija manipulação da camara anterior ou reconstrução do segmento anterior
- Outras situações em que seja impossível realizar cirurgia lamelar
Transplantes de córnea - Queratoplastia Penetrante - Complicações Intra-operatórias e Pós-operatórias?
INTRAOPERATORIAS
- Hemorragia coroideia expulsiva (devido à diferença de pressão)
- Extrusão do conteúdo por pressão posterior (sem hemorragia)
- Dano à iris ou cristalino (incluindo incerceramento na sutura)
- Trepanação inadequada
- Descentramento do enxerto
- Rasgadura ou descolamento da retina
POS-OPERATORIAS
- Seidel com/sem Atalamia
- Defeito epitelial persistente
- Neovascularização
- HTO / Glaucoma
- Rejeição
- Falencia
- Queratite Infecciosa
- Endoftalmite
- Edema macular Cistóide
- Rotura pós-traumática (globo é muito mais frágil)
Transplantes de córnea - Queratoplastia Penetrante - Quais são as vantagens em relação aos outros tipos?
- Não há interface, nem problemas relacionados com ela
- Permite tratar patologia que afecta todas as camadas
Transplantes de córnea - Queratoplastia Penetrante - Com que é que pode estar relacionado o Astigmatismo Precoce?
Relacionado com
- Posicionamento das suturas
- Homogenidade da tensão das suturas
Transplantes de córnea - Queratoplastia Penetrante - Com que é que pode estar relacionado o Astigmatismo Tardio?
- Descentramento do enxerto
- Tilt vertical
- Torsão horizontal
Transplantes de córnea - Queratoplastia Penetrante - O que deve ser feito/verificado antes da cirurgia?
- Tratar / estabilizar doenças da superfície ocular e pálpebra
- Tratar / estabilizar patologia sistémica (DM, Auto-imunes, Alcoolismo…)
- Avaliar possibilidade de realização de transplante Lamelar
- Verificar / Estabilizar PIO
Minimizar Neovascularização corneana - Anti-VEGF
- Diatermia
- MMC
Transplantes de córnea - Transplantes Lamelares Anteriores - Indicações
- Patologia do estroma com endotélio poupado
- Distrofias epiteliais / epitélio-estromais
Transplantes de córnea - Transplantes Lamelares Anteriores - Complicações Intraoperatórias e pós-operatórias
INTRAOPERATÓRIAS
- Perfuração corneana (pode ser necessária conversão em QP)
- Interface irregular entre tecidos
- Pseudo camara anterior (espaço entre interface)
- Descolamento da Descemet da córnea receptora
POS-OPERATORIAS
- Defeito epitelial persistente
- Neovascularização
- Detritos na interface
- Opacificação / Vascularização da interface
- Rejeição
- Falencia
- Queratite infecciosa
- Epithelial ingrowth
Transplantes de córnea - Transplantes Lamelares Anteriores - Vantagens face à QP
- Menor taxa de rejeição (não envolve Endotelio)
- Maior integridade estrutural do globo ocular pós-procedimento
- Menor risco de hemorragia coroideia intra-operatória (não é open-sky !!)
Transplantes de córnea - SALK - como é feita a preparação do enxerto? Em que circunstancias pode-se fazer sem sutura? Porque é que é cada vez menos feito?
- Para opacidades estromais SUPERFICIAIS
- Enxerto é geralmente preparado com microqueratótomo ou FEMTO
- Se o fit for perfeito pode ser feito SEM sutura :O
- Cada vez MENOS feito por outcome visual FRACO (comparado com DALK)
Transplantes de córnea - DALK - Qual é a % mínima do estroma que se deve tentar retirar? Qual é o efeito de deixar mais estroma residual?
- Pressupoe-se uma remoção de pelo menos 85% do estroma
- Apesar das muitas vantagens teóricas face ao QP, resultados na prática não são assim tão superiores
- De forma geral, quanto mais estroma residual se deixar, piores são os resultados visuais
dDALK
Transplantes de córnea - DALK - Em que consistem o dDALK e o pdDALK?
dDALK - descemetic DALK
- Pressupõe remoção COMPLETA do estroma
pdDALK - pre-descemetic DALK
- 20 μm de estroma residual
- Esses 20 μm não parecem ter qualquer influencia no resultado visual final
Transplantes de córnea - DALK - Quais são as técnicas para remover o estroma da córnea receptora?
- Big bubble
- Disseção manual
Transplantes de córnea - DALK - Em que consiste a técnica Big-Bubble - Que tipos de bolhas podem ocorrer? Porque?
- Injectado ar no estroma para criar uma cavidade e separar estroma da M Descemet
2 tipos de bolhas podem ser criados
- O tipo de bolha criado depende da localização da injeção de ar em relação à camada de Dua
Camada de Dua
- Camada compacta e rija de colagénio pré-descemético
- 6-15 μm de espessura
Bolha Tipo 1
- A mais frequente
- Formada pela clivagem entre o Estroma e a Camada de Dua
Bolha Tipo 2
- Menos frequentes
- Entre a Camada de Dua e a Descemet
- Risco de perfuração muito mais alto (já estamos atras da Camada de Dua)
Transplantes de córnea - DALK - Big Bubble - Como é que se distingue uma bolha Tipo 1 de uma bolha Tipo 2?
- Bolha Tipo 2 tem maior transparência
- Bolha Tipo 2 tem maior tendência para se extender PARA LA dos 8 mm centrais