25. Sofrimento Fetal Flashcards
Defina sofrimento fetal e em quais 2 circunstâncias isso poderá ocorrer.
- Falta de oxigenação ao feto.
- Agudo: Intraparto, normalmente visto no cardiotoco.
- Crônico: Ao longo da gestação, normalmente visto no doppler.
Cite 2 causas de sofrimento fetal.
- Materno: Hiperatividade uterina, hipotensão materna e hipoxemia materna.
- Fetal: Acometimento de cordão umbilical, compressão fetal, aumento da demanda fetal (infecção e doença) ou dificuldade de troca.
Quais são as repercussões orgânicas do quadro de hipóxia no feto?
- Sobrecarga de VE e acidose irreversível.
Hipóxia para preservação de órgão nobres via vasoconstrição periférica que a longo prazo promove sobrecarga de VE por aumento da pós carga. A longo prazo a hipóxia começa a gerar metabolismo anaeróbico culminando em acidose irreversível.
Em qual circunstância o mecônio será indicativo de sofrimento fetal?
Mecônio anteparto (intraparto é fisiológico por maturidade do esfíncter com estimulação do trabalho de parto).
Quais são os parâmetros avaliados no CTB e seus valores de normalidade?
“VLAD”
* Variabilidade: Entre 6-25, sendo o melhor parâmetro de bem-estar fetal no intraparto.
* Linha de base: BCF devendo estar entre 110-160bpm.
* Aceleração transitória: Aumento de 15bpm por 15s, sendo o melhor parâmetro de bem-estar fetal no anteparto.
* Desaceleração: Queda de 15bpm por 15s (DIP 1 - fisiológica).
Explique os 3 tipos possíveis de desaceleração (etiologia e análise gráfica) do CTB.
o DIP I (fisiológica): Queda de 15bpm por 15s, por compressão do polo cefálico -> reflexo vagal -> desaceleração -> nadir da desaceleração coincide com platô da contração.
o DIP II (patológica): Vasoconstrição periférica (↑PA -> reflexo vagal -> ↓BCF) promovida pelo quadro de hipóxia. Nadir da desaceleração ocorre depois do platô da contração.
o DIP III (patológica complicada): Compressão do cordão umbilical levando a uma desaceleração em “V” (abrupta com retorno rápido visto movimentação do feto para retomar a circulação umbilical). Não tem relação com a contração.
Sinais de gravidade: Formato em “W”, com desaceleração <70bpm e retorno lento à linha de base.
Padrão sinusoidal: Por anemia fetal, geralmente advindo de incompatibilidade do fator Rh.
Qual o sinal de gravidade (formato da onda no gráfico) possivelmente encontrado em um CTB DIP 3? Qual a etiologia do padrão sinusoida?
Sinais de gravidade: Formato em “W”, com desaceleração <70bpm e retorno lento à linha de base.
Padrão sinusoidal: Por anemia fetal, geralmente advindo de incompatibilidade do fator Rh.
Cite 2 dçs maternas que podem levar a um sofrimento fetal.
- DMG e eclâmpsia.
Como classificar nas 3 categorias as alterações dos parâmetros encontrados no CTB?
I. Normalidade: BCF normal, variabilidade presente, DIP I.
II. Tudo aquilo que não se encaixa na normalidade (categoria I) e na anormalidade sugestiva de hipóxia (categoria III). Mudar decúbito, suspender ocitocina, introduzir cateter nasal (mesmo que saturação normal da mãe, pois o foco é fornecer O2 para o feto) e continuar CTB observando evolução para DIP III ou regressão para DIP I.
III. Variabilidade ausente + DIP II/III ou bradicardia. Mudar decúbito, suspender ocitocina, cateter nasal e resolução da gestação pela via mais rápida.
o Padrão sinusoidal isoladamente já configura categoria III.
o Preditores de mortalidade fetal: Bradicardia, ausência de variabilidade, DIP II/III e padrão sinusoidal.
Quando avaliar o PBF, qual a ordem de desenvolvimento fetal dos parâmetros avaliados, qual a ordem de suas respectivas alterações e qual a pontuação indica resolução da gestação?
Perfil biofísico fetal: Em quadros que a CTB já apresenta alterações.
* Evolução de acordo com maturidade fetal: Tonus fetal -> MF -> movimento respiratório -> Cardiotocografia -> volume do LA.
* Alterações: Vão surgindo inversamente às aquisições evolutivas.
* 6: possível hipóxia, interrompendo a gestação de alteração de LA ou reavaliar.
* 4, 2, 0: Resolução.
Cada parâmetro pontua 2 se normal e 0 se anormal.
Como é calculado o ILA e quais os valores definem oligoâmnio e polidrâmnio?
- Divisão em 4 quadrantes, através de linha nigra e cicatriz umbilical, e somar os cm de LA presente em cada quadrante.
o Oligoâmnio: < 5.
Único parâmetro de LA que reduz pontuação no PBF.
Etiologia: Anomalia renal, RPMO, drogas (cocaína e iECA/BRA), infecção.
o Polidrâmnio: > 25.
Etiologia: DMG, macrossomia e estenose de esôfago (não degluti e só urina -> produção sem absorção).
o Normal: 8-18. - Maior bolsão: Precoces (<28s) e gemelares, quando dificuldade de localizar a bolsa e calcular o ILA.
o Normalidade quando > 2cm.
O que avalia um doppler fetal? Qual parâmetro indica um quadro de resistência aumentada (fisiologia e índice)? O que ocorre quando a resistência é muito alta?
Quantifica a velocidade de fluxo de um vaso. Diferenças entre sístoles e diástoles representam uma resistência aumentada. Quanto maior for essa diferença, maior será o IP (índice de pulsatilidade), índice que representa a resistência. Quando essa resistência é grande demais há uma diástole reversa em que o sangue reflui, retornando ao invés de prosseguir.
O que avalia o doppler fetal da a. umbilical?
Avalia circulação feto-placentária, devendo chegar muito fluxo à placenta para uma maior capacidade de oxigenação.
O que avalia o doppler fetal da a. uterina?
Avalia circulação materna, devendo ter alto fluxo (representa baixa resistência – invasão trofoblástica adequada).
O que avalia o doppler fetal da a cerebral média?
Avaliada quando há a insuficiência placentária, avaliando uma priorização de órgão alvo, logo em um estado de hipóxia há maior fluxo para essa artéria (centralização fetal). Nesse caso uma diferença menor entre sístole e diástole no gráfico representa sinal ruim ao invés de algo bom como nas outras artérias avaliadas.
O que avalia o doppler fetal do ducto venoso? Quais os vasos o ducto venoso é responsável por ligar?
- Avaliada quando há centralização fetal e/ou diástole zero/reversa. Representa um quadro de risco para acidose visto a baixa oxigenação presente. Vasoconstrição periférica, por centralização fetal, sobrecarrega câmaras cardíacas. Logo é o marcador de descompensação e exaustão do mecanismo de compensação, sendo o parâmetro de interrompimento da gestação.
- Liga a veia hepática comum com a cava inferior trazendo sangue oxigenado ao AD.
Quais são os vasos avaliados no doppler fetal?
A. umbilical, uterina e cerebral média, e ducto venoso.
Qual o tipo de sangue a veia e a artéria umbilical carregam?
o Veia umbilical: Traz sangue oxigenado pela placenta. Forma a hepática comum.
o Artéria umbilical: Leva sangue não oxigenado à placenta, saindo do coração, para ser novamente oxigenado.
Qual a CD quando IP (índice de pulsatilidade) ao doppler fetal >1?
Parto imediato e via cesárea, visto o parto normal poder causar sofrimento ao feto.
Gráficos de normalidade do doppler e de alteração.
Normalidade: https://educa.cetrus.com.br/wp-content/webp-express/webp-images/uploads/2023/08/doppler-arteria-umbilical.png.webp
Alteração: https://educa.cetrus.com.br/wp-content/webp-express/webp-images/uploads/2023/08/doppler-arteria-umbilical-alterado.jpg.png.webp
Ondas baixas (A), ausentes (B) ou reversas (C). Esse é a evolução natural da restrição de crescimento, seguindo um padrão de diminuição da onda “a”, sua ausência culminando com a sua inversão.