TUT 3 - IC - Resumo - Discursivas Flashcards
O que é insuficiência cardíaca?
Síndrome clínica resultante de alterações no enchimento e/ou na ejeção ventricular.
Que tipos de alterações podem causar insuficiência cardíaca?
Alterações estruturais e alterações funcionais.
Quais são os principais sintomas da insuficiência cardíaca?
Congestão pulmonar, congestão sistêmica e sinais e sintomas de baixo débito cardíaco.
Quais são as três categorias de fração de ejeção na insuficiência cardíaca, segundo diretrizes atuais?
ICFEP: fração de ejeção preservada, ICFER: fração de ejeção reduzida, ICFEI: fração de ejeção intermediária.
Como é a classificação da insuficiência cardíaca por estágios clínicos?
Estágio A: fatores de risco para IC
Estágio B: doença estrutural sem sintomas
Estágio C: sinais ou sintomas de IC
Estágio D: sintomas refratários, requerendo suporte avançado.
Quais opções terapêuticas podem ser necessárias no estágio D da insuficiência cardíaca?
Transplante cardíaco, dispositivos de assistência ventricular e cuidados paliativos.
Qual a importância das terapias modernas nos estágios B e C da IC?
Permitem permanência prolongada nos estágios B e C e podem promover recuperação da fração de ejeção.
Como é feita a classificação funcional da IC pela NYHA?
De acordo com os sintomas e o impacto nas atividades diárias.
Quais são as classes funcionais da NYHA?
NYHA I: ausência de sintomas
NYHA II: sintomas com atividades habituais (limitação leve)
NYHA III: sintomas com atividades menos intensas (limitação importante)
NYHA IV: sintomas em repouso ou em qualquer atividade.
O que avalia a classificação de Stevenson na insuficiência cardíaca?
O perfil hemodinâmico dos pacientes.
Quais são os perfis hemodinâmicos segundo Stevenson?
Úmido: com sinais de congestão
Seco: sem sinais de congestão
Frio: com perfusão periférica inadequada
Quente: com perfusão periférica preservada.
Qual o objetivo da classificação proposta por Gheorghiade na ICA?
Classificar os pacientes com insuficiência cardíaca aguda (ICA) com base na pressão arterial (PA) e resposta clínica.
Quais são os três tipos de ICA segundo Gheorghiade?
ICA com PA elevada: início abrupto, volemia normal ou pouco elevada, resposta rápida
ICA com PA normal: início gradual, com queda da fração de ejeção
ICA com PA baixa: início gradual, com sinais de baixa perfusão e difícil resposta terapêutica.
O que avalia a Classificação de Stevenson na insuficiência cardíaca?
Avalia o perfil hemodinâmico dos pacientes com base na presença de congestão e na adequação da perfusão periférica.
Quais são os quatro perfis hemodinâmicos da Classificação de Stevenson?
Perfil A: quente e seco
Perfil B: quente e úmido
Perfil C: frio e úmido
Perfil L: frio e seco
O que caracteriza o Perfil A (quente e seco) na Classificação de Stevenson?
Boa perfusão periférica (‘quente’) e ausência de sinais de congestão (‘seco’).
Quais são as características clínicas do Perfil A (quente e seco)?
Extremidades quentes
Ausência de estertores pulmonares
Pressão venosa jugular normal
Ausência de edema periférico
Qual é o prognóstico associado ao Perfil A (quente e seco)?
Geralmente, é o perfil com melhor prognóstico entre os quatro.
O que caracteriza o Perfil B (quente e úmido) na Classificação de Stevenson?
Boa perfusão periférica (‘quente’) e presença de sinais de congestão (‘úmido’).
Quais são as características clínicas do Perfil B (quente e úmido)?
Extremidades quentes
Estertores pulmonares
Pressão venosa jugular elevada
Edema periférico
Qual é o prognóstico associado ao Perfil B (quente e úmido)?
Prognóstico intermediário; a congestão requer tratamento, mas a perfusão adequada é um fator positivo.
O que caracteriza o Perfil C (frio e úmido) na Classificação de Stevenson?
Perfusão periférica inadequada (‘frio’) e presença de sinais de congestão (‘úmido’).
Quais são as características clínicas do Perfil C (frio e úmido)?
Extremidades frias
Estertores pulmonares
Pressão venosa jugular elevada
Edema periférico
Hipotensão
Alteração do estado mental
Qual é o prognóstico associado ao Perfil C (frio e úmido)?
Prognóstico mais grave devido à combinação de má perfusão e congestão; requer intervenção imediata.
O que caracteriza o Perfil L (frio e seco) na Classificação de Stevenson?
Perfusão periférica inadequada (‘frio’) e ausência de sinais de congestão (‘seco’).
Quais são as características clínicas do Perfil L (frio e seco)?
Extremidades frias
Pressão venosa jugular normal
Ausência de estertores pulmonares
Ausência de edema periférico
Hipotensão
Fadiga
Qual é o prognóstico associado ao Perfil L (frio e seco)?
Prognóstico reservado; a má perfusão sem congestão é menos comum e pode indicar disfunção ventricular significativa.
Como a Classificação de Stevenson auxilia no manejo da insuficiência cardíaca?
Permite direcionar o tratamento conforme o perfil hemodinâmico, melhorando a abordagem terapêutica e o prognóstico do paciente.
Para que serve a Classificação INTERMACS na insuficiência cardíaca?
Para avaliar a necessidade de suporte circulatório em pacientes com insuficiência cardíaca avançada e orientar o manejo terapêutico.
O que representa o INTERMACS 1?
Choque cardiogênico crítico (‘crash and burn’).
O que representa o INTERMACS 2?
Declínio progressivo mesmo com suporte inotrópico.
O que representa o INTERMACS 3?
Paciente estável, mas dependente de suporte inotrópico.
O que representa o INTERMACS 4?
Sintomas em repouso, com terapia oral realizada em casa.
O que representa o INTERMACS 5?
Intolerância ao exercício.
O que representa o INTERMACS 6?
Exercício limitado.
O que representa o INTERMACS 7?
Classe III da NYHA avançada.
Quantas pessoas no mundo são estimadas como portadoras de insuficiência cardíaca?
Aproximadamente 37,7 milhões de pessoas.
O que o status socioeconômico comprometido representa em relação à IC?
Fator de risco independente para o desenvolvimento de insuficiência cardíaca.
Por que a população idosa apresenta alta prevalência de insuficiência cardíaca?
Devido à aceleração do envelhecimento cardiovascular causada por fatores como:
- Hipertensão arterial
- Diabete
- Doença arterial coronariana
Quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento de insuficiência cardíaca?
Doença coronariana, Hipertensão, Diabete, Obesidade, Tabagismo, Etiologia valvar reumática (no Brasil)
Quais etiologias de IC estão associadas a pior prognóstico no Brasil?
Cardiomiopatia isquêmica, Cardiomiopatia chagásica
Como é denominada a IC sem etiologia identificável?
Cardiomiopatia idiopática
Quais são possíveis causas da cardiomiopatia idiopática?
Infecções virais não identificadas, Defeitos genéticos não determinados
O que é a cardiomiopatia periparto?
Forma de cardiomiopatia dilatada associada à gestação
Quais são os principais fatores de risco para a CMP periparto?
Idade materna avançada, Múltiplas gestações
Qual é o prognóstico da CMP periparto?
Cerca de 50% apresentam recuperação da função ventricular com tratamento clínico
Raros casos requerem transplante cardíaco
Alto risco de recorrência em nova gestação
Quais medicamentos são contraindicados durante a gestação na CMP periparto?
Inibidores da ECA, Bloqueadores dos receptores de angiotensina, Sacubitril-valsartana
Quais medicamentos podem ser usados com cautela na CMP periparto durante a gestação?
Diuréticos (com cautela), Betabloqueadores como metoprolol (succinato) e bisoprolol, Espironolactona (com parcimônia no fim da gestação)
Qual substância tem sido testada na CMP periparto por possível papel fisiopatológico?
Bromocriptina (devido à hipótese de excesso de prolactina)
O que é a cardiomiopatia de Takotsubo?
Disfunção transitória do ventrículo esquerdo, geralmente após estresse emocional ou físico.
Em que população é mais comum a cardiomiopatia de Takotsubo?
Mulheres após a menopausa.
Qual é a alteração anatômica típica da cardiomiopatia de Takotsubo?
Balonamento da ponta do VE, hipercinesia da base do VE, obstrução da via de saída do VE.
A cardiomiopatia de Takotsubo ocorre na presença de doença coronariana?
Não. Ocorre na ausência de doença coronariana significativa.
Quais são os sintomas mais comuns da cardiomiopatia de Takotsubo?
Dor torácica, dispneia.
Qual é o prognóstico da cardiomiopatia de Takotsubo?
Evolução geralmente favorável, com recuperação da função cardíaca em 3–6 meses.
Quais achados clínicos podem estar presentes na cardiomiopatia de Takotsubo?
Supra ou infradesnivelamento de ST reversíveis, elevação de peptídeos natriuréticos e troponina, função cardíaca normalizada em 3–6 meses.
Qual complicação grave pode ocorrer na cardiomiopatia de Takotsubo?
Choque cardiogênico com obstrução da via de saída do VE.
Que tipo de medicamento deve ser evitado na cardiomiopatia de Takotsubo com choque?
Inotrópicos estimulantes adrenérgicos.
Que tipo de suporte pode ser necessário em casos graves de Takotsubo?
Suporte circulatório mecânico.
O que pode causar taquicardiomiopatia?
Taquicardia sustentada por períodos prolongados, mesmo na ausência de doença estrutural cardíaca.
Qual é a forma mais comum de taquicardiomiopatia?
Taquicardia atrial incessante ou extremamente frequente.
Que outras arritmias podem levar à taquicardiomiopatia?
Extrassístoles ventriculares muito frequentes, taquicardia ventricular não sustentada frequente.
Qual a importância de investigar o hipertireoidismo em pacientes com insuficiência cardíaca?
Porque pode causar disfunção ventricular reversível e deve ser corrigido se presente.
O que costuma ocorrer após a correção do hipertireoidismo em pacientes com disfunção ventricular?
Reversão da disfunção cardíaca em 3–6 meses, embora alguns casos possam persistir por mais tempo.
O que é o Índice Cardiotorácico (ICT)?
É a relação entre a largura do coração e a largura interna do tórax, avaliada na radiografia de tórax em PA.
Como é calculado o Índice Cardiotorácico (ICT)?
ICT = (A + B) / C
A: distância do bordo cardíaco esquerdo até a linha média; B: distância do bordo cardíaco direito até a linha média; C: largura interna do tórax.
Qual valor de ICT é sugestivo de cardiomegalia?
ICT > 0,50 (ou 50%)
O que indica a inversão da trama vascular na radiografia de tórax?
Redistribuição do fluxo pulmonar, indicando aumento da pressão venosa pulmonar.
O que é o infiltrado em asa de borboleta na radiografia?
Padrão de opacidades alveolares centradas nos hilos pulmonares, sugerindo edema pulmonar agudo.
O que são as Linhas B de Kerley?
Linhas finas e horizontais nas bases pulmonares, indicativas de espessamento dos septos interlobulares por congestão intersticial.
Quais achados radiográficos são sugestivos de congestão pulmonar?
Inversão da trama vascular, Infiltrado em asa de borboleta, Linhas B de Kerley.
Qual é o papel do ecocardiograma na insuficiência cardíaca?
É o exame inicial para avaliação de todos os pacientes com IC.
Quais parâmetros podem ser avaliados pelo ecocardiograma na IC?
Função ventricular, diâmetros cavitários, função valvar, estado volêmico.
Quando o ecocardiograma deve ser repetido em pacientes com IC?
Quando houver mudança no quadro clínico.
O que caracteriza a insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFEr)?
Incapacidade do coração de bombear sangue adequadamente para atender às necessidades metabólicas, ou só o faz com elevadas pressões de enchimento.
Quais alterações podem causar ICFEr?
Alterações estruturais cardíacas e alterações funcionais cardíacas.
Quais são os sinais e sintomas da ICFEr?
Redução do débito cardíaco, aumento das pressões de enchimento, sintomas em repouso ou sob esforço.
Quantas pessoas no mundo são acometidas por insuficiência cardíaca (IC)?
Cerca de 23 milhões de pessoas.
Qual é a principal etiologia da ICFEr no mundo?
Cardiopatia isquêmica.
Quais fatores justificam a alta prevalência de ICFEr no Brasil?
Hipertensão arterial mal controlada, diabete, febre reumática, doença de Chagas.
Como é classificada a insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFEr)?
Fração de ejeção (FE) < 40%
BNP elevado
Alteração estrutural ao ecocardiograma com disfunção sistólica
Como é classificada a insuficiência cardíaca com fração de ejeção intermediária (ICFEi)?
Fração de ejeção (FE) entre 40% e 49%
BNP elevado
Alteração estrutural ao ecocardiograma e/ou disfunção diastólica
Como é classificada a insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp)?
Fração de ejeção (FE) > 50%
BNP elevado
Alteração estrutural ao ecocardiograma e/ou disfunção diastólica
Quais marcadores são comuns às três classificações de IC (ICFEr, ICFEi, ICFEp)?
BNP elevado
Alterações estruturais ao ecocardiograma
Presença de disfunção (sistólica ou diastólica)
O que pode desencadear a evolução para insuficiência cardíaca?
Qualquer insulto ao funcionamento das estruturas cardíacas.
Quais são os dois padrões de instalação do dano cardíaco que leva à IC?
Início brusco: como no infarto agudo do miocárdio. Início insidioso: como nas sobrecargas crônicas de volume ou pressão.
Por que pacientes com IC podem permanecer assintomáticos por um tempo?
Devido à ativação de mecanismos compensatórios que mantêm o débito cardíaco.
Qual sistema é ativado precocemente na IC para manter o débito cardíaco?
Sistema nervoso simpático (SNS).
Quais são os efeitos da ativação do sistema nervoso simpático na IC?
Aumento da frequência cardíaca. Estímulo aos receptores beta-adrenérgicos → maior força contrátil. Estímulo à vasoconstrição.
Qual sistema é ativado secundariamente pelo SNS na IC?
Sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA).
Quais são os efeitos do SRAA na insuficiência cardíaca?
Retenção de sódio e água. Aumento do volume intravascular (mecanismo de Frank-Starling). Sustentação inicial do débito cardíaco.
Quais alterações estruturais cardíacas podem ocorrer com o tempo na IC?
Hipertrofia dos miócitos. Apoptose celular. Deposição de fibrose.
O que acontece com os mecanismos compensatórios ao longo da evolução da IC?
Entram em falência, levando ao aparecimento dos sinais e sintomas da insuficiência cardíaca.
Quais são os pilares do diagnóstico inicial da insuficiência cardíaca?
História clínica detalhada e exame físico cuidadoso.
Quais exames complementares são úteis na abordagem inicial da IC?
Eletrocardiograma em repouso, radiografia de tórax, dosagem sérica de BNP ou NT-pró-BNP, ecocardiograma transtorácico.
Qual abordagem é recomendada no tratamento não farmacológico da IC?
Abordagem multidisciplinar com foco em educação, autocuidado e acompanhamento contínuo.
Quais profissionais devem compor a equipe multidisciplinar na IC?
Médico, enfermeiro, nutricionista, fisioterapeuta, farmacêutico, educador físico, psicólogo, assistente social.
Quais são as orientações de autocuidado recomendadas para pacientes com IC?
Monitorar peso diariamente, praticar atividade física, cuidar da alimentação, usar medicamentos regularmente, observar sinais de descompensação.
Qual é a recomendação da SBC sobre o consumo de sal na IC?
Ingesta de sal deve ser inferior a 7 g por dia.
Como a obesidade afeta a IC e qual medida é recomendada?
A obesidade promove remodelamento miocárdico; a perda de peso é segura e benéfica.
O que se recomenda em relação ao tabagismo e ao álcool na IC?
Abandono total do tabagismo e interrupção do consumo de álcool, especialmente em casos de cardiomiopatia alcoólica.
Qual é o papel da reabilitação cardíaca na ICFEr?
Melhora a capacidade funcional, reduz hospitalizações e melhora a qualidade de vida.
O que é a coenzima Q10 e qual seu papel na IC?
Suplemento alimentar com possíveis benefícios cardiovasculares.
Por que o retorno ao trabalho é incentivado em pacientes com IC?
Contribui para a autoestima, bem-estar emocional e estabilidade financeira.
Como a IC pode afetar a atividade sexual dos pacientes?
Pode haver diminuição do desejo, impotência e interrupção da vida sexual, muitas vezes associadas aos sintomas e aos medicamentos.
Como deve ser feito o planejamento familiar em pacientes com IC?
Deve ser individualizado, considerando gravidade clínica, classe funcional, etiologia, riscos da gestação e efeitos dos medicamentos no feto.
Quais pacientes com IC devem ser desencorajadas a engravidar?
Pacientes com fração de ejeção gravemente reduzida e em classe funcional III ou IV da NYHA.
Qual é a relação entre vitamina D e IC?
A deficiência de vitamina D é comum na IC e está associada a pior prognóstico.
Qual é a recomendação vacinal para pacientes com IC?
Vacina contra influenza anualmente e vacina antipneumocócica a cada 5 anos.
Quais são os sintomas específicos da insuficiência cardíaca?
Dispneia, Ortopneia, Dispneia paroxística noturna, Cansaço, Intolerância ao exercício
Quais são os sinais típicos da insuficiência cardíaca?
Elevação da pressão venosa jugular, Refluxo hepatojugular, Terceira bulha cardíaca (B3), Desvio do ictus cordis para a esquerda
O que é a dispneia paroxística noturna?
Despertar súbito à noite com falta de ar intensa, geralmente após algumas horas de sono.
Quais são os três objetivos principais do tratamento farmacológico da ICFEr?
Reduzir a mortalidade, reduzir a morbidade, melhorar a qualidade de vida
Quais classes de medicamentos cumprem os três objetivos principais no tratamento da ICFEr?
IECA, BRA, INRA, Betabloqueadores, ARM, iSGLT2, Hidralazina com nitrato, Ivabradina
Quais medicamentos melhoram qualidade de vida e reduzem morbidade, mas não reduzem mortalidade na ICFEr?
Digoxina, Diuréticos de alça e tiazídicos, IECA e BRA
Quais são os efeitos dos IECA e BRA na ICFEr?
Reduzem morbidade, mortalidade e melhoram a qualidade de vida.
Quando utilizar BRA em vez de IECA na ICFEr?
Em casos de intolerância ao IECA (tosse intensa ou angioedema).
Quais são os principais efeitos adversos de IECA e BRA?
Hipotensão arterial, Hipercalemia, Insuficiência renal
Quais são os principais efeitos dos betabloqueadores na ICFEr?
Reversão do remodelamento ventricular, Aumento da fração de ejeção
Quais betabloqueadores são cardiosseletivos?
Bisoprolol, Succinato de metoprolol
Quais são as contraindicações dos betabloqueadores na IC?
Bradicardia sintomática, BAV avançado sem marca-passo, Hipotensão arterial (<90 mmHg), Doença broncoespástica grave, IC descompensada aguda com inotrópico IV
Quando devem ser usados os ARM na IC?
Etiologias diversas, Classes funcionais II-IV da NYHA
Quais os efeitos adversos dos ARM?
Hipotensão, Hipercalemia, Insuficiência renal
Quais os efeitos do sacubitril/valsartana na ICFEr?
Reduz mortalidade, morbidade e melhora qualidade de vida.
Quando usar sacubitril/valsartana na ICFEr?
Após IECA ou BRA em pacientes ainda sintomáticos ou como primeira linha
Quais são os efeitos adversos do sacubitril/valsartana?
Hipotensão, Hipercalemia, Insuficiência renal
O que deve ser monitorado ao iniciar IECA, BRA, ARM ou INRA?
Função renal, Potássio sérico, Repetir exames em 7–14 dias e a cada ajuste de dose ou piora clínica
Quais os efeitos dos iSGLT2 na IC?
Natriurese, Diurese osmótica, Perda de peso, Aumento do hematócrito, Redução da PA, Redução de hospitalizações e mortalidade cardiovascular
Quais medicamentos iSGLT2 têm evidência na ICFEr?
Dapagliflozina (DAPA-HF), Empagliflozina (EMPEROR-Reduced)
Como age a ivabradina?
Inibe seletivamente a corrente If do nó sinoatrial, reduzindo a FC.
Quais os critérios para uso da ivabradina na ICFEr?
Ritmo sinusal, FC > 70 bpm, Sintomático, Classes II-IV da NYHA
Qual é o principal efeito adverso da ivabradina?
Bradicardia sintomática
Quais os efeitos da digoxina na ICFEr?
Melhora da qualidade de vida, Redução de hospitalizações, Sem impacto na mortalidade
Quais são os níveis séricos recomendados para a digoxina?
Entre 0,5–0,9 ng/mL
Quais são os principais efeitos adversos da digoxina?
Bradicardia, BAV, Extrassístoles ventriculares, Náuseas e vômitos
Quando usar hidralazina com nitrato na IC?
Intolerância a IECA ou BRA (hipercalemia ou IR), Indivíduos negros americanos em classes III e IV da NYHA
Quais são os principais efeitos adversos da hidralazina/nitrato?
Hipotensão, Taquicardia reflexa, Cefaleia
Para que servem os diuréticos na ICFEr?
Alívio dos sintomas congestivos
Quais são os principais efeitos adversos dos diuréticos?
Hipotensão, Distúrbios hidroeletrolíticos, Arritmias, Insuficiência renal
Como deve ser feito o uso de diuréticos na IC?
Na menor dose possível, apenas para manter o estado euvolêmico
Qual é o tratamento inicial para pacientes com ICFEr sintomática?
IECA (ou BRA se intolerante), Betabloqueador, Antagonista mineralocorticoide (ARM)
Após quanto tempo deve ser feita a reavaliação clínica e funcional na ICFEr?
Entre 3 a 6 meses
Qual conduta em pacientes NYHA I assintomáticos após 3–6 meses?
Manter a terapia otimizada
Qual conduta em pacientes NYHA II sintomáticos após 3–6 meses?
Reavaliar a função do VE
Qual conduta em pacientes NYHA IV sintomáticos após 3–6 meses?
Encaminhamento para especialista em insuficiência cardíaca -> Reavaliar função VE
ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS ADICIONAIS
Quando considerar trocar IECA/BRA por sacubitril/valsartana?
Se FEVE ≤ 35% após tratamento inicial
ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS ADICIONAIS
Quando considerar uso de ivabradina na ICFEr?
FEVE ≤ 35%, Ritmo sinusal, FC ≥ 70 bpm
ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS ADICIONAIS
Quando indicar nitrato com hidralazina na ICFEr?
FEVE > 35%, Paciente autodeclarado afrodescendente, Em uso de terapia padrão otimizada
ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS ADICIONAIS
Quando considerar digoxina na ICFEr?
FEVE ≤ 45%, Ritmo sinusal ou fibrilação atrial, Persistência de sintomas
ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS ADICIONAIS
Quando indicar TRC (Terapia de Ressincronização Cardíaca) na ICFEr com BRE?
FEVE ≤ 35%, Ritmo sinusal, BRE com QRS > 150 ms → TRC classe I, QRS 120–150 ms → TRC classe IIA
ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS ADICIONAIS
Quando indicar CDI (Cardiodesfibrilador Implantável) em pacientes com ICFEr?
FEVE ≤ 35%, Etiologia isquêmica ou não isquêmica, Tratamento clínico otimizado
ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS ADICIONAIS
Quando os diuréticos devem ser utilizados na ICFEr?
Apenas na menor dose necessária para controle de sintomas congestivos
O que é insuficiência cardíaca esquerda?
Condição em que o ventrículo esquerdo não consegue bombear sangue de forma eficiente para o corpo, causando congestão pulmonar e diminuição da perfusão tecidual.
Qual é a cascata fisiopatológica da insuficiência cardíaca esquerda?
↓ Débito do VE
↑ Pressão no VE
↑ Pressão no átrio esquerdo
↑ Pressão nas veias pulmonares
Congestão capilar pulmonar
Edema pulmonar
Quais são as principais causas da insuficiência cardíaca esquerda?
Doença arterial coronariana
Hipertensão arterial
Valvulopatias (estenose aórtica, regurgitação mitral)
Cardiomiopatias
Quais são os principais sinais e sintomas da insuficiência cardíaca esquerda?
Edema pulmonar
Dispneia
Fadiga
Cianose
Tosse com expectoração rosada
Ortopneia
Dispneia paroxística noturna
Taquicardia
Crepitações pulmonares
Presença de terceira bulha (B3)
O que é ortopneia?
Dificuldade de respirar ao deitar-se, devido ao aumento do retorno venoso e da pressão pulmonar.
O que é dispneia paroxística noturna?
Episódios súbitos de falta de ar durante o sono, que despertam a pessoa, geralmente 1 a 3 horas após deitar.
O que indica a presença da terceira bulha (B3) na IC esquerda?
Baixa complacência do VE e aumento das pressões de enchimento. Ocorre pela vibração da parede ventricular distendida durante o enchimento rápido.
Onde a bulha B3 é melhor auscultada?
No foco mitral (área do ápice do coração).
O que é ICFEi?
Insuficiência cardíaca com fração de ejeção do VE entre 40% e 50%.
Qual a prevalência da ICFEi entre os pacientes com IC?
Acomete cerca de 10% a 20% dos pacientes.
Quais características clínicas são comuns em pacientes com ICFEi?
Maior idade, maior proporção de mulheres, alta prevalência de comorbidades: Diabetes (50%), Fibrilação atrial (42%), DPOC (36%), Anemia (27%), Insuficiência renal (26%).
Qual etiologia é mais comum na ICFEi em comparação com ICFEp?
Doença isquêmica do coração (até 2/3 dos casos).
Quais cenários podem levar ao fenótipo ICFEi?
Transição entre ICFEp e ICFEr, recuperação de FEVE após tratamento da ICFEr, diagnóstico precoce de miocardiopatias, miocardiopatias de depósito, hipertróficas, inflamatórias ou infecciosas.
Quais são os três subgrupos principais de ICFEi?
ICFEi com melhora da FEVE (prévia < 40%), ICFEi com piora da FEVE (prévia > 50%), ICFEi sem modificação recente (FEVE entre 40% e 50%).
Qual subgrupo de ICFEi tem melhor prognóstico?
ICFEi com melhora da FEVE.
Qual subgrupo de ICFEi se comporta de forma mais parecida com ICFEp?
ICFEi com piora da FEVE.
Como é a mortalidade e risco cardiovascular na ICFEi comparada com ICFEp?
Maior risco de morte súbita e cardiovascular do que ICFEp.
A ICFEi é uma entidade clínica fixa?
Não. Pode ser um estado de transição entre ICFEp e ICFEr, com variações especialmente no primeiro ano.
Qual a evolução da ICFEi em 3 anos?
45% evoluem para ICFEp, 21% evoluem para ICFEr.
Existe tratamento específico e bem definido para ICFEi?
Não. Faltam estudos prospectivos randomizados placebo-controlados.
Qual abordagem inicial é recomendada na ICFEi?
Tratar etiologia e comorbidades, quando possível.
Que benefício foi observado com o uso de BRA na ICFEi?
Análise post hoc do estudo CHARM-preserved mostrou benefício com candesartan na FEVE entre 40% e 49%.
Quais fármacos podem ser benéficos na ICFEi, por extrapolação da ICFEr?
IECA, BRA, Betabloqueadores, Revascularização miocárdica (se isquêmica).
Qual subgrupo de ICFEi parece se beneficiar mais de betabloqueadores?
Pacientes com etiologia isquêmica.
O que mostram as diretrizes europeias sobre o manejo da ICFEi?
Na ausência de evidência robusta, recomenda-se tratá-la como ICFEp.
O que é insuficiência cardíaca direita?
É a falha do ventrículo direito em bombear sangue eficientemente para os pulmões, levando à congestão venosa sistêmica.
Qual é a cascata fisiopatológica da insuficiência cardíaca direita?
↑ Pressão no VD
↑ Pressão no átrio direito
↑ Pressão nas veias cava superior e inferior
Congestão dos capilares dos tecidos periféricos.
Qual é a principal causa de insuficiência cardíaca direita?
IC esquerda, por aumento da pressão na circulação pulmonar.
Quais são as causas de insuficiência cardíaca direita isolada?
DPOC, Embolia pulmonar, Fibrose pulmonar, Hipertensão arterial pulmonar, Outras doenças pulmonares crônicas.
Por que doenças pulmonares podem causar IC direita?
Porque aumentam a resistência vascular pulmonar, sobrecarregando o VD.
Quais são as manifestações clínicas da insuficiência cardíaca direita?
Edema de membros inferiores, Turgência jugular, Hepatomegalia, Esplenomegalia, Derrame pleural, Ascite, Refluxo hepatojugular.
O que é cor pulmonale?
Hipertrofia do ventrículo direito secundária ao aumento da pressão nas artérias pulmonares, geralmente por disfunção pulmonar crônica.