TUT 11 - Hepatite - Resumo - Objetivas Flashcards
Questão 1
Em relação ao quadro clínico clássico das hepatites virais agudas, é correto afirmar que:
A) O período ictérico é marcado pelo aparecimento de sintomas sistêmicos intensos, como febre elevada, vômitos persistentes e urticária generalizada.
B) A fase de recuperação é caracterizada pela normalização das enzimas hepáticas após 7 a 10 dias do início dos sintomas.
C) A fase prodrômica frequentemente apresenta anorexia intensa, aversão ao cigarro, febre leve e discreto aumento das transaminases hepáticas.
D) No período de incubação já é possível detectar aumento significativo dos níveis séricos de bilirrubina e presença de icterícia leve.
E) A hepatomegalia é mais evidente na fase prodrômica, regredindo completamente na fase ictérica.
Gabarito: C
Justificativas:
A) Incorreta. Na fase ictérica, os sintomas sistêmicos (febre, vômitos e urticária) geralmente regridem, e o paciente sente-se melhor, apesar da intensificação da icterícia.
B) Incorreta. A fase de recuperação pode levar de 2 a 4 semanas, e a normalização completa das enzimas hepáticas pode demorar além desse período.
C) Correta. A fase prodrômica (pré-ictérica) caracteriza-se por sintomas inespecíficos como anorexia intensa, aversão recente ao cigarro, febre leve e discreto aumento das transaminases hepáticas (TGO e TGP).
D) Incorreta. No período de incubação, não há manifestações clínicas evidentes ou laboratoriais significativas. O vírus se multiplica sem causar sintomas ou alterações laboratoriais evidentes.
E) Incorreta. A hepatomegalia ocorre especialmente durante a fase ictérica e não na fase prodrômica, com o fígado aumentando de tamanho e ficando sensível.
Questão 3
Sobre a hepatite B (VHB), escolha a alternativa correta:
A) A transmissão vertical do VHB é rara, ocorrendo predominantemente em populações imunossuprimidas.
B) A resposta imune mediada por linfócitos T é o principal mecanismo de lesão hepática, e não o efeito citopático direto do vírus.
C) O anti-HBs é o primeiro marcador a surgir, sendo indicativo da fase aguda inicial da infecção.
D) Após o desaparecimento do HBsAg, o paciente imediatamente se torna imune ao vírus sem risco de progressão para forma crônica.
E) A hepatite B crônica ocorre exclusivamente em indivíduos com níveis elevados de anti-HBc IgM.
Gabarito: B
Justificativas:
A) Incorreta. A transmissão vertical (perinatal) é frequente, especialmente em áreas de alta prevalência, como na África e Ásia.
B) Correta. O dano hepático na hepatite B é mediado principalmente pela resposta imune celular (linfócitos T citolíticos), e não pelo vírus diretamente.
C) Incorreta. O primeiro marcador a surgir é o HBsAg, que antecede a elevação das transaminases hepáticas e dos sintomas clínicos.
D) Incorreta. A presença do HBsAg pode desaparecer sem que o paciente adquira imediatamente proteção definitiva. A progressão crônica é possível dependendo da resposta imunológica individual.
E) Incorreta. Anti-HBc IgM indica fase aguda recente, não sendo marcador exclusivo ou determinante para hepatite B crônica.
Questão 4
Sobre o vírus da hepatite C (VHC), é correto afirmar que:
A) A maioria dos pacientes apresenta hepatite aguda sintomática com icterícia evidente.
B) A transmissão do VHC ocorre predominantemente pela via sexual, assim como o VHB.
C) O diagnóstico definitivo de hepatite C ativa exige a detecção do HCV-RNA no sangue por PCR.
D) A hepatite C é autolimitada na maioria dos casos, evoluindo para cura espontânea em cerca de 80%.
E) A principal complicação da hepatite C crônica é a hepatite fulminante, mais frequente que a cirrose hepática.
Gabarito: C
Justificativas:
A) Incorreta. A hepatite C aguda frequentemente é assintomática ou apresenta sintomas leves, e não icterícia evidente.
B) Incorreta. A transmissão predominante do VHC é parenteral (principalmente por sangue e derivados), sendo menos frequente por via sexual.
C) Correta. A detecção do HCV-RNA por PCR confirma atividade viral ativa e infecção crônica em indivíduos com anti-HCV positivo.
D) Incorreta. Cerca de 80% dos casos evoluem para a forma crônica, ao contrário do afirmado na alternativa.
E) Incorreta. A principal complicação da hepatite C crônica é a evolução lenta para cirrose hepática e carcinoma hepatocelular, e não hepatite fulminante.
Questão 2
A respeito da hepatite viral causada pelo vírus da hepatite E (VHE), marque a alternativa correta:
A) A hepatite E raramente evolui de forma grave em gestantes, sendo mais preocupante a infecção em crianças menores de 5 anos.
B) A transmissão sexual é a principal via de infecção pelo vírus da hepatite E.
C) Diferentemente da hepatite A, a hepatite E pode evoluir para a forma crônica em pacientes imunocomprometidos, especialmente transplantados.
D) Não é necessário solicitar exames laboratoriais específicos para hepatite E, bastando exames comuns de função hepática.
E) A vacina contra hepatite E é eficaz e amplamente utilizada na prevenção desta infecção em áreas endêmicas.
Gabarito: C
Justificativas:
A) Incorreta. A hepatite E é especialmente preocupante em gestantes, podendo evoluir com gravidade no terceiro trimestre da gravidez.
B) Incorreta. A transmissão ocorre principalmente pela via fecal-oral, especialmente pelo consumo de água e alimentos contaminados, com destaque para o consumo de carne suína.
C) Correta. Diferentemente do VHA, o VHE pode evoluir para uma forma crônica em pacientes imunocomprometidos, especialmente em transplantados de órgãos sólidos.
D) Incorreta. O diagnóstico da hepatite E requer exames específicos como sorologia Anti-HEV e PCR, além dos exames habituais de função hepática.
E) Incorreta. Atualmente não há vacinas disponíveis para a prevenção da hepatite E.
Questão 6
Sobre os exames laboratoriais solicitados habitualmente no diagnóstico das hepatites virais, assinale a alternativa correta:
A) A elevação isolada da fosfatase alcalina é indicativa de necrose hepatocelular maciça típica das hepatites virais.
B) Valores elevados das aminotransferases ALT e AST são específicos para hepatite viral crônica, não estando elevados na fase aguda.
C) A hipoalbuminemia é mais frequentemente encontrada nas hepatites virais agudas, indicando a gravidade imediata da lesão hepática.
D) O tempo de protrombina (TP) e INR são considerados os melhores exames isolados para avaliar a função hepática aguda do parênquima nas hepatites.
E) A bilirrubina total tem valor prognóstico limitado na avaliação das hepatites virais, não apresentando correlação direta com o grau de lesão hepatocelular.
Gabarito: D
Justificativas:
A) Incorreta. A elevação da fosfatase alcalina está associada principalmente à colestase, e não à necrose hepatocelular típica das hepatites virais.
B) Incorreta. ALT e AST são indicadores sensíveis e precoces da lesão hepática, elevando-se significativamente nas fases agudas das hepatites virais.
C) Incorreta. A hipoalbuminemia é mais frequente e relevante na doença hepática crônica avançada, como na cirrose hepática, refletindo um dano prolongado e não a gravidade imediata das hepatites agudas.
D) Correta. O TP/INR mede a capacidade hepática de síntese de fatores da coagulação, sendo a melhor medida aguda isolada para avaliar função hepática nas hepatites virais agudas.
E) Incorreta. A bilirrubina total, quando elevada, indica gravidade da lesão hepatocelular, tendo importante valor prognóstico.
Questão 5
Sobre a hepatite D (delta), assinale a alternativa correta:
A) A infecção pelo vírus delta pode ocorrer de forma independente, mesmo em indivíduos não infectados pelo vírus B.
B) A coinfecção VHB/VHD apresenta risco elevado de evolução para a forma crônica em mais de 80% dos casos.
C) A superinfecção pelo vírus delta em indivíduos previamente portadores do VHB é mais grave e possui maior risco de cronificação do que a coinfecção simultânea.
D) O tratamento eficaz atual contra o vírus delta inclui a administração exclusiva de antivirais de ação direta (DAAs).
E) A transmissão intradomiciliar horizontal do VHD é extremamente rara, ocorrendo apenas por contato sanguíneo direto.
Gabarito: C
Justificativas:
A) Incorreta. O vírus delta é dependente do vírus B para infectar células hepáticas, não ocorrendo infecção isoladamente.
B) Incorreta. Na coinfecção simultânea com VHB/VHD, a evolução crônica é baixa (aproximadamente 5%).
C) Correta. A superinfecção (infecção pelo delta em paciente com hepatite B prévia) é mais grave, apresentando maior risco de cronificação e complicações hepáticas severas.
D) Incorreta. O tratamento atual mais eficaz disponível é com interferon, não antivirais de ação direta.
E) Incorreta. A transmissão horizontal intradomiciliar não sexual do VHD é frequente em áreas hiperendêmicas, não necessariamente restrita a contato sanguíneo direto.
Questão 7
Sobre a hepatite viral por vírus da hepatite A (VHA), é correto afirmar que:
A) O VHA é transmitido exclusivamente por contato sanguíneo direto.
B) Não existe vacina disponível para prevenção da hepatite A, sendo as medidas sanitárias a única forma de proteção.
C) Na maioria das crianças infectadas pelo VHA, o quadro clínico costuma ser oligo ou assintomático.
D) A hepatite A tende a cronificar em aproximadamente 50% dos casos diagnosticados.
E) Em pacientes coinfectados com hepatite B ou C, a infecção pelo VHA apresenta evolução mais benigna e menor gravidade clínica.
Gabarito: C
Justificativas:
A) Incorreta. O vírus da hepatite A é transmitido pela via fecal-oral, principalmente por alimentos e água contaminados.
B) Incorreta. Existe vacina eficaz contra hepatite A, recomendada especialmente em crianças e populações de risco.
C) Correta. A infecção por VHA nas crianças frequentemente apresenta-se com poucos sintomas ou é completamente assintomática (cerca de 70% dos casos).
D) Incorreta. A hepatite A é tipicamente aguda e não evolui para cronicidade.
E) Incorreta. A coinfecção com hepatites B ou C geralmente torna o quadro clínico do VHA mais grave e causa desequilíbrio hepático importante.
Questão 8
Em relação à hepatite viral causada pelo vírus da hepatite C (VHC), assinale a alternativa correta:
A) O principal fator responsável pela alta taxa de cronificação do VHC é sua baixa capacidade de mutação genética.
B) O consumo de álcool não influencia na progressão da hepatite crônica C.
C) Indivíduos com hepatite crônica C frequentemente apresentam flutuação leve a moderada das aminotransferases (ALT/TGP), raramente ultrapassando cinco vezes o limite superior da normalidade.
D) A hepatite C crônica tipicamente evolui rapidamente para cirrose hepática, em média após 5 anos da infecção inicial.
E) A transmissão vertical do VHC é tão frequente quanto na hepatite B.
Gabarito: C
Justificativas:
A) Incorreta. O VHC possui alta taxa de mutação genética, o que contribui justamente para sua alta taxa de cronificação e dificuldade em desenvolver uma vacina eficaz.
B) Incorreta. O consumo de álcool acelera significativamente a progressão da fibrose hepática nos pacientes com hepatite crônica C.
C) Correta. Pacientes com hepatite crônica C frequentemente apresentam alterações leves a moderadas das aminotransferases, raramente ultrapassando cinco vezes o limite superior da normalidade.
D) Incorreta. A evolução para cirrose geralmente é lenta, levando décadas (em média 20-40 anos).
E) Incorreta. A transmissão vertical do VHC ocorre, mas é menos frequente do que na hepatite B.
Questão 10
Em relação à hepatite D (delta), assinale a alternativa correta:
A) A vacinação contra hepatite B previne eficazmente apenas a superinfecção pelo VHD, não tendo eficácia contra coinfecção.
B) A infecção crônica pelo vírus delta evolui lentamente para cirrose, com menor gravidade que a hepatite C.
C) A infecção pelo vírus delta ocorre exclusivamente em regiões urbanas com alta densidade populacional.
D) A transmissão do vírus delta ocorre principalmente pela via percutânea, especialmente entre usuários de drogas injetáveis.
E) Não há risco de transmissão intradomiciliar horizontal não sexual do vírus delta.
Gabarito: D
Justificativas:
A) Incorreta. A vacinação contra hepatite B previne eficazmente a coinfecção com o VHD.
B) Incorreta. A hepatite delta é a mais agressiva, evoluindo rapidamente para cirrose.
C) Incorreta. O vírus delta ocorre principalmente em áreas hiperendêmicas rurais, como na Amazônia.
D) Correta. A via percutânea é a mais comum para transmissão do VHD, especialmente em usuários de drogas injetáveis.
E) Incorreta. A transmissão intradomiciliar horizontal é significativa em áreas endêmicas.
Questão 9
Sobre a transmissão do vírus da hepatite B (VHB), é correto afirmar:
A) A transmissão horizontal durante a infância não ocorre em áreas de prevalência intermediária, sendo exclusiva em populações adultas.
B) O VHB sobrevive pouco tempo fora do corpo humano, inviabilizando a transmissão indireta por superfícies contaminadas.
C) A transmissão sexual é predominante em regiões com baixa prevalência, como no Brasil.
D) A vacina contra hepatite B é indicada apenas para grupos de alto risco e não faz parte da imunização infantil obrigatória. E) Transmissão perinatal é muito rara em áreas da África Subsaariana e Ásia.
Gabarito: C
Justificativas:
A) Incorreta. A transmissão horizontal na infância é comum em áreas com prevalência intermediária de hepatite B.
B) Incorreta. O VHB pode sobreviver até 7 dias fora do corpo humano, permitindo transmissão indireta através de superfícies contaminadas.
C) Correta. Em regiões de baixa prevalência, como no Brasil, predominam vias de transmissão sexual e uso de drogas injetáveis.
D) Incorreta. A vacina contra hepatite B é parte obrigatória do calendário infantil e também recomendada para adultos em geral.
E) Incorreta. A transmissão perinatal é frequente e importante em áreas de alta prevalência como África Subsaariana e Ásia.
Questão 13
Sobre a vacinação contra o vírus da hepatite A (VHA), é correto afirmar:
A) Não é recomendada para adultos que pretendem viajar para regiões de alta incidência do vírus.
B) O esquema vacinal ideal contra VHA prevê duas doses, sendo a primeira aplicada ao completar 1 ano de idade e a segunda após 6 meses.
C) A vacina contra hepatite A é composta por vírus vivo atenuado, não recomendada para imunodeprimidos.
D) A vacina contra hepatite A está indicada exclusivamente para crianças, não havendo benefício para adultos.
E) Indivíduos com hepatopatia crônica não apresentam indicação para vacinação contra VHA, pois o risco é baixo nesse grupo.
Gabarito: B
Justificativas:
A) Incorreta. Adultos viajantes para regiões endêmicas são um dos grupos prioritários para vacinação contra hepatite A.
B) Correta. O esquema vacinal recomendado é de duas doses, a primeira aos 12 meses de idade e a segunda após 6 meses, garantindo proteção duradoura.
C) Incorreta. A vacina contra hepatite A é de vírus inativado, não havendo risco significativo para imunodeprimidos.
D) Incorreta. A vacinação também beneficia adultos, especialmente aqueles em áreas de risco ou grupos específicos.
E) Incorreta. Pacientes com hepatopatia crônica têm recomendação específica de vacinação devido ao risco aumentado em caso de infecção.
Questão 14
Em relação ao diagnóstico sorológico da hepatite B, marque a alternativa correta:
A) A presença isolada de anti-HBc total é indicativa de imunidade pós-vacinal eficaz contra o VHB.
B) A presença de anti-HBs indica infecção ativa recente, com alta replicação viral.
C) O marcador HBeAg é indicativo de alta replicação viral e elevada infectividade.
D) Anti-HBc IgM é marcador específico de hepatite B crônica ativa.
E) HBsAg aparece somente após 4 semanas do início dos sintomas clínicos evidentes.
Gabarito: C
Justificativas:
A) Incorreta. Anti-HBc total indica contato prévio com o vírus (infecção resolvida ou crônica), não estando presente em imunidade vacinal.
B) Incorreta. Anti-HBs indica imunidade adquirida por vacinação ou infecção passada resolvida, não infecção ativa.
C) Correta. HBeAg indica alta replicação viral e elevada capacidade de transmissão do vírus B.
D) Incorreta. Anti-HBc IgM indica infecção recente (aguda), não sendo marcador específico para hepatite B crônica.
E) Incorreta. HBsAg surge precocemente (antes dos sintomas), geralmente de 1 a 12 semanas após a infecção.
Questão 16
Em relação à hepatite D, é correto afirmar:
A) O vírus da hepatite D pode infectar indivíduos que não tiveram contato prévio com o vírus B, por mecanismos imunológicos alternativos.
B) A vacina contra hepatite B não oferece proteção eficaz contra infecções simultâneas (coinfecção) com o vírus delta.
C) O tratamento da hepatite D envolve exclusivamente antivirais de ação direta (DAAs), assim como na hepatite C.
D) A superinfecção pelo vírus delta em indivíduos previamente infectados pelo VHB geralmente resulta em formas clínicas mais graves, com alta taxa de cronificação.
E) A transmissão intradomiciliar não sexual do vírus delta é incomum mesmo em regiões altamente endêmicas, ocorrendo exclusivamente por contato sanguíneo.
Gabarito: D
Justificativas:
A) Incorreta. O vírus delta depende exclusivamente da presença do vírus da hepatite B para infectar indivíduos.
B) Incorreta. A vacina contra hepatite B oferece proteção eficaz contra coinfecção pelo vírus delta.
C) Incorreta. O tratamento aprovado e eficaz contra hepatite delta atualmente envolve principalmente interferon peguilado.
D) Correta. A superinfecção com VHD em portadores crônicos de VHB resulta em quadros mais graves, com alta taxa de cronificação e evolução acelerada para cirrose.
E) Incorreta. A transmissão intradomiciliar não sexual é comum em áreas hiperendêmicas, e ocorre por contato prolongado com fluidos corporais (não exclusivamente sangue).
Questão 15
Sobre o tratamento farmacológico da hepatite B, assinale a alternativa correta:
A) Os análogos nucleosídicos como o tenofovir conseguem erradicar o vírus completamente após 6 meses de terapia.
B) A interferona peguilada (PegIFNα) é considerada tratamento curativo para hepatite B crônica na maioria dos casos.
C) Tenofovir e entecavir são exemplos de medicamentos que controlam efetivamente a replicação viral, podendo ser usados por períodos prolongados.
D) O tratamento da hepatite B é exclusivamente sintomático, não havendo medicamentos específicos aprovados no Brasil.
E) A terapia antiviral reduz a replicação viral, mas não tem impacto na reversão da fibrose hepática instalada.
Gabarito: C
Justificativas:
A) Incorreta. O tratamento atual não erradica completamente o vírus, sendo geralmente necessário de forma prolongada.
B) Incorreta. A interferona peguilada controla a infecção, mas não cura definitivamente a hepatite B na maioria dos casos.
C) Correta. Análogos nucleosídicos, como tenofovir e entecavir, suprimem eficazmente a replicação viral, podendo ser usados por tempo prolongado.
D) Incorreta. Existem medicamentos específicos aprovados e amplamente utilizados no tratamento antiviral específico.
E) Incorreta. O tratamento antiviral pode promover melhora significativa e reversão parcial da fibrose hepática.
Questão 17
Sobre a infecção aguda pelo vírus da hepatite C (VHC), é correto afirmar:
A) É geralmente sintomática, manifestando-se por icterícia e sintomas sistêmicos intensos na maioria dos casos.
B) Evolui para cura espontânea em aproximadamente 80% dos indivíduos infectados.
C) O diagnóstico definitivo exige apenas a positividade do anticorpo anti-HCV.
D) Na maioria dos casos, a infecção aguda pelo VHC é assintomática e evolui frequentemente para a forma crônica.
E) O tratamento específico não é recomendado na fase aguda devido à alta taxa de cura espontânea.
Gabarito: D
Justificativas:
A) Incorreta. Geralmente, a infecção aguda por VHC é assintomática ou apresenta sintomas leves e inespecíficos.
B) Incorreta. Cerca de 80% evoluem para cronicidade, não para cura espontânea.
C) Incorreta. A presença isolada do anti-HCV indica contato prévio com o vírus, mas não confirma infecção ativa, necessitando PCR-HCV positivo.
D) Correta. A maioria dos casos agudos é assintomática, com alta taxa de progressão para hepatite C crônica.
E) Incorreta. O tratamento na fase aguda é recomendado justamente para reduzir o risco de cronificação.
Questão 18
Em relação ao quadro clínico típico da hepatite viral aguda, assinale a alternativa correta:
A) Na fase ictérica, a piora dos sintomas sistêmicos, como febre alta e prostração intensa, coincide diretamente com o pico da icterícia.
B) Durante a fase prodrômica, é comum o paciente referir aversão recente ao cigarro, associada a náuseas e mal-estar inespecífico.
C) A fase de recuperação é caracterizada pela normalização imediata das transaminases, independentemente da melhora clínica do paciente.
D) O período de incubação caracteriza-se pela presença discreta de icterícia, sendo esta fase já diagnosticável clinicamente.
E) O fígado geralmente não se altera no tamanho e nem apresenta dor à palpação em nenhuma fase da hepatite viral aguda.
Gabarito: B
Justificativas:
A) Incorreta. Na fase ictérica há geralmente melhora dos sintomas sistêmicos, apesar da intensificação da icterícia.
B) Correta. É comum a aversão recente ao cigarro, náuseas e sintomas inespecíficos durante a fase prodrômica.
C) Incorreta. A normalização das transaminases é gradual e ocorre mais tardiamente, ao longo da fase de recuperação.
D) Incorreta. Durante a incubação não há sintomas nem sinais clínicos evidentes.
E) Incorreta. Hepatomegalia e dor à palpação são comuns, especialmente durante a fase ictérica
Questão 19
A hepatite causada pelo vírus da hepatite E (VHE) é corretamente descrita na alternativa:
A) É endêmica principalmente em países desenvolvidos, com poucos casos registrados em regiões em desenvolvimento.
B) Sua transmissão está relacionada principalmente ao consumo de carne bovina mal passada, com menor risco relacionado à água contaminada.
C) A infecção crônica pelo VHE ocorre principalmente em indivíduos imunocompetentes, com alta frequência de complicações graves.
D) É especialmente preocupante em gestantes, nas quais a infecção no terceiro trimestre pode evoluir com maior gravidade.
E) A vacina contra hepatite E está amplamente disponível e é utilizada rotineiramente no Brasil.
Gabarito: D
Justificativas:
A) Incorreta. O VHE predomina em países em desenvolvimento, sendo raro nos desenvolvidos.
B) Incorreta. A transmissão está ligada principalmente à água contaminada e ao consumo de carne suína contaminada.
C) Incorreta. A infecção crônica ocorre principalmente em pacientes imunocomprometidos, não em imunocompetentes.
D) Correta. A hepatite E é especialmente grave no terceiro trimestre da gestação.
E) Incorreta. Não existe vacina contra o vírus da hepatite E disponível no Brasil.
Questão 20
Em relação aos mecanismos patogênicos do vírus da hepatite B (VHB), está correta a alternativa:
A) O vírus da hepatite B provoca dano hepático primariamente pelo efeito citopático direto sobre os hepatócitos.
B) A lesão hepática na hepatite B decorre principalmente da resposta imunológica, mediada por linfócitos T citotóxicos contra os hepatócitos infectados.
C) O vírus replica-se exclusivamente em células imunológicas, levando secundariamente ao dano hepático por reação inflamatória cruzada.
D) Na fase crônica, predomina uma resposta imunológica do tipo Th1 eficaz, que elimina rapidamente os hepatócitos infectados pelo vírus.
E) A infecção crônica por VHB ocorre pela completa ausência de resposta imunológica celular contra o vírus.
Gabarito: B
Justificativas:
A) Incorreta. O dano hepático é imunomediado, não causado diretamente pelo vírus.
B) Correta. A resposta imunológica, especialmente mediada por linfócitos T citotóxicos, é responsável pela lesão hepática.
C) Incorreta. O vírus replica-se primariamente em hepatócitos.
D) Incorreta. Na fase crônica, predomina resposta imunológica Th2, menos eficaz e causadora de dano persistente.
E) Incorreta. Há resposta imunológica, porém insuficiente para eliminar o vírus.
Questão 21
Sobre a hepatite viral C crônica, marque a alternativa correta:
A) A hepatite crônica por VHC geralmente progride rapidamente para cirrose hepática em menos de 10 anos.
B) O diagnóstico definitivo de infecção ativa pelo vírus da hepatite C depende exclusivamente da positividade do anticorpo anti-HCV no soro.
C) A transmissão sexual do vírus C é frequente, sendo a principal via de transmissão no Brasil.
D) Os pacientes frequentemente evoluem de forma assintomática ou com sintomas leves e inespecíficos, mesmo com níveis discretamente elevados das aminotransferases.
E) A coinfecção com HIV não influencia significativamente a progressão da hepatite crônica C.
Gabarito: D
Justificativas:
A) Incorreta. A evolução geralmente é lenta, podendo levar várias décadas para ocorrer cirrose.
B) Incorreta. É necessária a confirmação por PCR do RNA viral para diagnóstico de infecção ativa.
C) Incorreta. A transmissão sexual é pouco frequente para o VHC, ao contrário da hepatite B.
D) Correta. Pacientes com hepatite C crônica frequentemente apresentam poucos sintomas e alterações discretas das enzimas hepáticas.
E) Incorreta. A coinfecção com HIV acelera significativamente a progressão para cirrose.
Questão 22
Sobre a hepatite D, assinale a alternativa correta:
A) A vacina contra hepatite B não protege contra o vírus delta devido à diversidade antigênica entre os vírus.
B) A coinfecção aguda com vírus B e delta evolui frequentemente para forma crônica grave, com alta mortalidade.
C) O tratamento antiviral específico recomendado para hepatite D envolve exclusivamente antivirais diretos (DAA) orais.
D) O vírus delta não ocorre no Brasil, sendo uma infecção restrita ao continente africano e asiático.
E) O vírus delta é altamente dependente do vírus B, e sua transmissão ocorre predominantemente pela via parenteral, especialmente entre usuários de drogas injetáveis.
Gabarito: E
Justificativas:
A) Incorreta. A vacina contra hepatite B protege contra hepatite delta.
B) Incorreta. A coinfecção aguda geralmente tem evolução autolimitada com baixo risco de cronificação.
C) Incorreta. O tratamento eficaz para hepatite delta envolve interferon peguilado, não DAAs.
D) Incorreta. O vírus delta é encontrado no Brasil, especialmente na região Amazônica.
E) Correta. O VHD é dependente do VHB e tem transmissão predominantemente parenteral, especialmente em usuários de drogas intravenosas.
Questão 23
Sobre a progressão da fibrose hepática em pacientes com hepatite C crônica, qual alternativa descreve corretamente seu comportamento clínico ao longo do tempo?
A) A fibrose hepática progride de maneira linear desde o início da infecção, com rápido desenvolvimento de complicações em até 5 anos na maioria dos pacientes.
B) A progressão da fibrose é acelerada significativamente por fatores como idade avançada, coinfecção pelo HIV e consumo regular de álcool.
C) A presença de diabetes não influencia a evolução da fibrose hepática na hepatite C crônica, sendo um fator prognóstico irrelevante.
D) Nos primeiros anos após a infecção, há uma progressão intensa da fibrose, seguida de uma fase estacionária após aproximadamente uma década.
E) A infecção adquirida após os 50 anos tem uma evolução mais lenta, com menor risco de desenvolvimento de cirrose hepática.
Gabarito: B
Justificativas:
A) Incorreta. A progressão não é linear; é lenta inicialmente e tende a acelerar após vários anos da infecção.
B) Correta. Idade avançada, coinfecção por HIV e consumo frequente de álcool aceleram significativamente a progressão da fibrose.
C) Incorreta. Diabetes mellitus é fator comprovado que acelera a progressão da fibrose hepática.
D) Incorreta. A progressão é inicialmente lenta, com aceleração mais tardia, especialmente após cerca de 20 anos.
E) Incorreta. Infecção após 50 anos apresenta evolução mais rápida, não mais lenta.
uestão 24
Ao realizar o diagnóstico sorológico de hepatite B, o achado isolado do marcador Anti-HBc total indica corretamente qual situação clínica?
A) Imunidade adquirida exclusivamente por vacinação prévia.
B) Infecção ativa recente pelo vírus B, com intensa replicação viral.
C) Falso positivo, pois Anti-HBc total nunca ocorre isoladamente sem associação a outros marcadores.
D) Infecção passada resolvida, com desaparecimento dos outros marcadores sorológicos ao longo do tempo.
E) Indivíduo altamente infectante, especialmente em situações perinatais ou transmissão sanguínea.
Gabarito: D
Justificativas:
A) Incorreta. A imunidade vacinal caracteriza-se por Anti-HBs positivo isoladamente, sem Anti-HBc.
B) Incorreta. Infecção recente ativa apresentaria Anti-HBc IgM positivo, além do HBsAg.
C) Incorreta. Anti-HBc total isolado ocorre sim, especialmente após longo período da infecção resolvida.
D) Correta. Anti-HBc total isolado pode indicar infecção antiga resolvida, quando outros marcadores já desapareceram do soro.
E) Incorreta. Infectividade elevada exige presença do HBsAg ou HBeAg positivo.
Questão 25
No contexto clínico da hepatite A, qual dos seguintes grupos apresenta indicação prioritária e clara para vacinação preventiva?
A) Crianças menores de um ano de idade residentes em áreas urbanas com saneamento adequado.
B) Pacientes idosos com histórico de hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2 bem controlados.
C) Adultos jovens saudáveis sem planos de viagens internacionais ou fatores específicos de risco.
D) Pacientes adultos com hepatopatia crônica, devido ao maior risco de descompensação hepática em caso de infecção aguda.
E) Indivíduos com histórico familiar positivo para doenças hepáticas não infecciosas, como esteatose hepática leve.
Gabarito: D
Justificativas:
A) Incorreta. Crianças abaixo de 1 ano geralmente não recebem a vacina; a primeira dose é recomendada após 1 ano.
B) Incorreta. Idosos sem risco específico de exposição não são prioridade, salvo viagens ou hepatopatias crônicas.
C) Incorreta. Adultos jovens saudáveis sem risco específico têm menor prioridade.
D) Correta. Pacientes com doença hepática crônica têm indicação prioritária, devido ao risco aumentado de descompensação hepática caso contraiam VHA.
E) Incorreta. Histórico familiar de doenças hepáticas não infecciosas isoladamente não indica vacinação prioritária.
Questão 26
Sobre o tratamento antiviral disponível para a hepatite C crônica, é correto afirmar:
A) Os antivirais de ação direta (DAAs) atuais exigem obrigatoriamente associação com interferon peguilado e ribavirina para garantir eficácia terapêutica adequada.
B) Os DAAs promovem a cura viral sustentada (cura virológica) em mais de 95% dos casos, com esquemas terapêuticos predominantemente curtos (aproximadamente 12 semanas).
C) A eficácia dos DAAs é limitada principalmente pelos efeitos adversos graves, sendo preferível adiar o tratamento sempre que possível.
D) DAAs não apresentam ação efetiva sobre genótipos específicos do VHC, exigindo combinação rotineira com ribavirina nesses casos.
E) O tratamento antiviral com DAAs não interrompe a progressão da fibrose hepática, sendo indicada biópsia hepática de controle anual após término da terapia.
Gabarito: B
Justificativas:
A) Incorreta. Os DAAs atuais dispensam o uso rotineiro de interferon e ribavirina na maioria dos esquemas atuais.
B) Correta. Os DAAs atingem altas taxas de cura virológica sustentada (>95%), geralmente com terapias curtas (12 semanas).
C) Incorreta. DAAs atuais são bem tolerados e raramente apresentam efeitos adversos graves que limitem o tratamento.
D) Incorreta. DAAs atuais possuem espectro amplo, atuando sobre múltiplos genótipos do VHC.
E) Incorreta. DAAs geralmente interrompem ou revertem a progressão da fibrose hepática quando administrados adequadamente.
Questão 27
Sobre a hepatite D crônica, é correto afirmar que:
A) Sua evolução clínica é semelhante às demais hepatites virais crônicas, com progressão lenta e baixo risco de complicações graves.
B) O tratamento efetivo atual inclui combinação de DAAs com interferon peguilado por 24 semanas, alcançando erradicação completa do vírus delta.
C) A hepatite D apresenta baixa patogenicidade, sendo frequentemente negligenciada por não causar impacto clínico relevante.
D) Pacientes com infecção crônica por vírus delta frequentemente evoluem rapidamente para cirrose hepática, mesmo em indivíduos jovens.
E) Superinfecção pelo vírus delta em portadores crônicos do VHB costuma ser mais benigna do que a coinfecção simultânea.
Gabarito: D
Justificativas:
A) Incorreta. Hepatite D tem evolução mais grave, mais rápida e maior risco de complicações.
B) Incorreta. DAAs não são eficazes contra vírus delta; atualmente, interferon peguilado é o único aprovado.
C) Incorreta. Hepatite D é altamente patogênica, frequentemente negligenciada devido à falta de opções terapêuticas eficazes.
D) Correta. Hepatite delta evolui rapidamente para cirrose hepática, podendo acometer pacientes jovens de forma precoce.
E) Incorreta. Superinfecção é mais grave que coinfecção simultânea, com risco maior de complicações graves e cronificação.
Questão 28
Um paciente imunossuprimido, transplantado renal há 2 anos, procura atendimento com elevação moderada das aminotransferases hepáticas. Não apresenta sintomas específicos ou icterícia evidente. Considerando a hipótese diagnóstica de hepatite viral, qual alternativa descreve corretamente uma situação clínica coerente?
A) Devido à imunossupressão, o paciente apresenta risco aumentado de cronificação do vírus da hepatite E, que pode evoluir silenciosamente para complicações hepáticas graves, como fibrose hepática avançada.
B) Pacientes transplantados não são suscetíveis à infecção crônica por hepatite E, pois esta evolui exclusivamente em indivíduos imunocompetentes com hábitos alimentares inadequados.
C) A infecção crônica pelo vírus da hepatite E é uma complicação incomum, ocorrendo principalmente em pacientes com coinfecção pelo HIV, sendo rara em transplantados de órgãos sólidos.
D) A hepatite E sempre se manifesta clinicamente com icterícia marcante e febre elevada, independentemente do estado imunológico do paciente, tornando improvável o diagnóstico neste caso.
E) A vacinação prévia contra hepatite E poderia ter prevenido a infecção crônica neste paciente, recomendação obrigatória antes do transplante de órgãos sólidos.
Gabarito: A
Justificativas:
A) Correta: A infecção crônica pelo vírus da hepatite E ocorre especialmente em pacientes imunossuprimidos, como transplantados de órgãos sólidos, e frequentemente evolui de maneira assintomática até complicações graves, como fibrose avançada.
B) Incorreta. Pacientes transplantados têm risco elevado de infecção crônica por hepatite E devido ao estado de imunossupressão.
C) Incorreta. A hepatite E crônica é frequente em pacientes transplantados, não apenas em coinfectados pelo HIV.
D) Incorreta. Hepatite E em pacientes imunossuprimidos frequentemente evolui sem sintomas evidentes ou icterícia marcante.
E) Incorreta. Não existe vacina disponível contra hepatite E no Brasil; logo, não há recomendação obrigatória de vacinação pré-transplante.
Questão 29
Paciente jovem, usuário crônico de esteroides anabolizantes, apresenta quadro de astenia progressiva, dor abdominal leve em hipocôndrio direito e icterícia leve nas últimas semanas. Exames laboratoriais demonstram elevação significativa das aminotransferases hepáticas e bilirrubina conjugada aumentada. Qual alternativa descreve corretamente o provável mecanismo fisiopatológico envolvido nessa hepatite medicamentosa?
A) A lesão hepática ocorre predominantemente por reação alérgica imunomediada tipo I, associada à produção de IgE específica contra metabólitos hepáticos dos anabolizantes.
B) A hepatotoxicidade causada por esteroides anabolizantes resulta predominantemente de lesão hepática direta induzida por espécies reativas derivadas do metabolismo hepático do medicamento.
C) O uso crônico de anabolizantes está mais relacionado à colestase intra-hepática do que à necrose hepatocelular direta, explicando a predominância de bilirrubina conjugada elevada.
D) O quadro descrito sugere fortemente hepatite viral concomitante, visto que esteroides anabolizantes isoladamente não causam hepatotoxicidade significativa em jovens saudáveis.
E) A hepatite associada aos anabolizantes é tipicamente autolimitada, não havendo risco de progressão para insuficiências hepáticas mais graves, independentemente da continuidade do uso.
Gabarito: C
Justificativas:
A) Incorreta. A lesão hepática por anabolizantes não é classicamente alérgica mediada por IgE, mas sim direta ou colestática.
B) Incorreta. Embora lesões diretas possam ocorrer, o mecanismo predominante dos anabolizantes é a colestase intra-hepática.
C) Correta: Esteroides anabolizantes têm forte associação com colestase intra-hepática, caracterizada por aumento da bilirrubina conjugada e discreta necrose hepatocelular, causando icterícia e elevação das transaminases.
D) Incorreta. Esteroides anabolizantes frequentemente causam hepatotoxicidade significativa independentemente de hepatites virais concomitantes.
E) Incorreta. A hepatotoxicidade por anabolizantes pode evoluir para formas graves e insuficiência hepática se houver continuidade do uso.
Questão 31
Mulher, 26 anos, é diagnosticada durante rastreio pré-natal com hepatite B crônica (HBsAg positivo há mais de 6 meses). Ela está atualmente assintomática, com ALT persistentemente normal, anti-HBe reagente, HBeAg negativo, e carga viral baixa (DNA do VHB baixo). Considerando essa descrição, qual é a fase clínica atual mais provável da infecção por VHB nessa paciente?
A) Hepatite crônica ativa (HBeAg não reagente), com progressão acelerada para cirrose.
B) Infecção crônica por mutantes core-precore (HBeAg não reagente), com alto risco de exacerbações.
C) Infecção crônica ativa com HBeAg reagente, altamente infectante e com risco elevado de transmissão vertical.
D) Infecção crônica inativa (portadora crônica inativa), com baixa replicação viral e mínima atividade necroinflamatória.
E) Reativação recente da hepatite crônica B, requerendo intervenção terapêutica antiviral imediata.
Gabarito: D
Justificativas:
A) Incorreta. A hepatite crônica ativa (HBeAg negativo) apresenta níveis elevados ou flutuantes de ALT e DNA viral, com risco elevado de progressão rápida para cirrose.
B) Incorreta. Infecção por mutantes core-precore frequentemente causa flutuações das enzimas hepáticas e cargas virais mais elevadas.
C) Incorreta. Infecção crônica ativa com HBeAg positivo é altamente replicativa, o que não corresponde ao perfil laboratorial da paciente (HBeAg negativo e DNA baixo).
D) Correta: A paciente apresenta perfil típico de infecção crônica inativa (HBeAg negativo, anti-HBe positivo, carga viral baixa e ALT normal), caracterizada por baixa replicação e mínima atividade inflamatória.
E) Incorreta. A reativação recente envolve aumento significativo da carga viral e das aminotransferases hepáticas, o que não é visto na paciente.
Questão 30
Paciente do sexo masculino, 52 anos, diagnosticado com hepatite crônica C há aproximadamente 25 anos, apresenta-se em consulta com quadro clínico sugestivo de descompensação hepática. Qual das seguintes alternativas representa um achado clínico ou laboratorial que sugere maior gravidade ou progressão avançada da hepatite C crônica nesse paciente?
A) Elevação discreta das aminotransferases (AST e ALT) entre duas a três vezes o limite superior da normalidade.
B) Presença isolada de anticorpos anti-HCV com HCV-RNA indetectável há mais de 6 meses.
C) Diminuição significativa da albumina sérica associada a prolongamento do tempo de protrombina (INR elevado).
D) Ausência de sintomas constitucionais como astenia e anorexia, com manutenção do peso corporal adequado.
E) Hepatomegalia leve sem sinais clínicos adicionais como icterícia ou edema periférico.
Gabarito: C
Justificativas:
A) Incorreta. Elevações discretas das aminotransferases são comuns na hepatite crônica C e não são marcadores específicos de gravidade avançada.
B) Incorreta. Anti-HCV positivo com HCV-RNA indetectável sugere infecção resolvida ou controle eficaz, não doença avançada ativa.
C) Correta: Diminuição importante da albumina sérica e INR prolongado indicam insuficiência hepática grave e progressão avançada da fibrose hepática, sugerindo cirrose e comprometimento significativo da função hepática.
D) Incorreta. Ausência de sintomas constitucionais não é indicativa de gravidade; ao contrário, sintomas constitucionais frequentemente estão presentes na doença avançada.
E) Incorreta. Hepatomegalia isolada leve, sem outras alterações clínicas, não é sinal claro de doença hepática avançada.
uestão 33
Paciente feminina, 32 anos, realiza exame pré-operatório de rotina e é identificada com sorologia Anti-HCV reagente. Ela encontra-se totalmente assintomática, sem histórico prévio conhecido de doença hepática. Considerando o resultado apresentado, qual das condutas a seguir é a mais adequada clinicamente para confirmar ou afastar a infecção ativa pelo vírus C?
A) Repetir o teste sorológico Anti-HCV após 12 meses para confirmar a persistência do anticorpo.
B) Solicitar imediatamente a dosagem do HCV-RNA no sangue por PCR para confirmar a presença ou ausência de infecção ativa.
C) Solicitar biópsia hepática imediata para avaliar diretamente a presença de vírus nos hepatócitos.
D) Encaminhar para ultrassonografia hepática abdominal, considerando que a presença de alterações estruturais hepáticas confirma infecção ativa pelo vírus C.
E) Realizar dosagem isolada das aminotransferases hepáticas, considerando que valores normais descartam infecção ativa.
Gabarito: B
Justificativas:
A) Incorreta. A repetição isolada do Anti-HCV não confirma nem exclui a infecção ativa; é preciso verificar o RNA viral.
B) Correta: A dosagem do HCV-RNA por PCR confirma se há infecção ativa pelo vírus da hepatite C.
C) Incorreta. A biópsia hepática não é necessária para o diagnóstico inicial de infecção ativa; além disso, é invasiva e não seria a primeira opção.
D) Incorreta. A ultrassonografia pode revelar complicações hepáticas avançadas, mas não confirma a presença ativa do vírus.
E) Incorreta. Valores normais das aminotransferases hepáticas não excluem a presença ativa do vírus C.
Questão 32
Um paciente masculino de 45 anos apresenta quadro clínico sugestivo de hepatite aguda viral, incluindo icterícia evidente, urina escura e acolia fecal. Em relação ao diagnóstico laboratorial específico desta fase aguda da hepatite B, qual dos seguintes resultados laboratoriais é mais provável e clinicamente coerente?
A) Anti-HBc total isolado positivo, com ausência de HBsAg e anti-HBs negativo.
B) Anti-HBs reagente com HBsAg negativo e anti-HBc total negativo.
C) Anti-HBc IgM positivo associado à presença de HBsAg e elevação significativa das aminotransferases hepáticas.
D) Anti-HBc total positivo, anti-HBs reagente e HBsAg negativo.
E) HBsAg reagente isolado com anti-HBc total negativo e níveis normais das aminotransferases hepáticas.
Gabarito: C
Justificativas:
A) Incorreta. Anti-HBc total isolado indica infecção antiga resolvida ou latente, não fase aguda recente.
B) Incorreta. Anti-HBs isolado indica imunidade por vacinação, não infecção aguda.
C) Correta: Na hepatite B aguda típica, ocorre presença simultânea de anti-HBc IgM positivo, HBsAg reagente e elevação intensa das aminotransferases hepáticas.
D) Incorreta. Esta combinação de marcadores indica imunidade adquirida após resolução da infecção.
E) Incorreta. HBsAg isolado com aminotransferases normais e ausência de anti-HBc total não é coerente com hepatite aguda.
Questão 34
Um homem de 37 anos procura atendimento com quadro clínico de mal-estar, náuseas, febre leve e anorexia há cerca de 10 dias. Relata que, há 3 dias, apresentou escurecimento da urina e icterícia progressiva, sendo observada elevação significativa das aminotransferases hepáticas. Considerando a evolução natural das hepatites virais e suas classificações temporais (aguda, crônica e fulminante), qual das seguintes alternativas representa corretamente uma evolução clínica ou prognóstica coerente?
A) Caso o paciente apresente encefalopatia hepática e prolongamento significativo do INR nas próximas semanas, será classificado como hepatite fulminante, implicando necessidade de manejo emergencial e possível avaliação para transplante hepático.
B) A persistência discreta da icterícia por mais de 4 semanas após o início dos sintomas caracteriza automaticamente hepatite crônica, com necessidade de tratamento antiviral específico imediato.
C) Se os sintomas desaparecerem completamente após 2 semanas, com normalização das aminotransferases hepáticas, o paciente estará em hepatite crônica latente, com risco elevado de complicações tardias, como cirrose hepática.
D) Independentemente da duração da icterícia, se após 8 semanas persistir leve elevação das aminotransferases, deve-se considerar imediatamente a hepatite como fulminante, com indicação absoluta de internação hospitalar.
E) A classificação como hepatite aguda depende exclusivamente da gravidade dos sintomas iniciais, não considerando a duração ou evolução laboratorial das alterações hepáticas.
Gabarito: A
Justificativas detalhadas:
A) Correta: A definição temporal de hepatite fulminante considera a presença de encefalopatia hepática grave e alteração significativa da coagulação (INR prolongado) que ocorre rapidamente em até 8 semanas após o início dos sintomas. Nessa situação, o manejo é emergencial, podendo evoluir para insuficência hepática aguda com necessidade potencial de transplante hepático.
B) Incorreta: A hepatite crônica é definida por persistência do quadro clínico e/ou alterações laboratoriais por mais de 6 meses, não 4 semanas. Persistência breve da icterícia pode ocorrer em hepatite aguda sem indicar cronicidade.
C) Incorreta: A completa resolução clínica e laboratorial após poucas semanas caracteriza hepatite aguda resolvida, não crônica latente. Não há persistência viral ou risco significativo de complicações tardias nesse cenário.
D) Incorreta: Elevações leves de aminotransferases após 8 semanas, sem sinais de insuficiência hepática grave ou encefalopatia hepática, sugerem resolução prolongada da fase aguda, não hepatite fulminante.
E) Incorreta: A classificação da hepatite como aguda, crônica ou fulminante não depende exclusivamente da gravidade inicial, mas principalmente da duração (menor ou maior que 6 meses para aguda vs. crônica) e da presença ou ausência rápida de sinais graves de insuficiência hepática para fulminante.
Questão 35
Um adolescente de 16 anos, previamente hígido, apresenta-se ao serviço de emergência com febre alta, icterícia importante e dor abdominal difusa. A mãe relata que há cerca de 4 semanas o paciente teve quadro de dor de garganta, linfadenopatia cervical e astenia acentuada, recebendo tratamento sintomático com melhora parcial. Atualmente apresenta aminotransferases hepáticas marcadamente elevadas. Considerando as possibilidades diagnósticas, qual alternativa é clinicamente mais coerente com o caso descrito?
A) Hepatite medicamentosa associada ao uso prévio de anti-inflamatórios não esteroides, com quadro reativo tardio e auto-limitado.
B) Hepatite viral fulminante causada exclusivamente por vírus da hepatite A, devido ao quadro ictérico e febre alta persistente.
C) Hepatite secundária a infecção aguda pelo vírus Epstein-Barr, cursando inicialmente com síndrome mononucleósica e, posteriormente, evoluindo com hepatite aguda importante.
D) Hepatite crônica exacerbada pelo vírus da hepatite B, adquirida na infância e agora manifestando quadro ictérico tardio.
E) Hepatite E adquirida por consumo recente de carne suína, com quadro inicial semelhante à mononucleose infecciosa e evolução aguda subsequente.
Gabarito: C
Justificativas detalhadas:
A) Incorreta. Embora possível, a hepatite medicamentosa por AINEs não cursa tipicamente com linfadenopatia cervical e síndrome mononucleósica prévia, sendo pouco provável nesse contexto clínico.
B) Incorreta. Hepatite A geralmente não evolui para forma fulminante em indivíduos previamente saudáveis, além de não cursar tipicamente com quadro inicial de faringite e linfadenopatia prolongadas.
C) Correta. A infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV) pode manifestar-se inicialmente como mononucleose infecciosa com dor de garganta, febre e linfadenopatia cervical, evoluindo em alguns casos para hepatite aguda importante, com elevação significativa das transaminases hepáticas e icterícia marcante.
D) Incorreta. A exacerbação da hepatite B crônica em adolescentes é improvável sem história prévia documentada de exposição ao vírus ou fatores de risco claros. Além disso, a história clínica é sugestiva de uma infecção viral recente (mononucleose).
E) Incorreta. Hepatite E não apresenta habitualmente um quadro inicial semelhante à mononucleose infecciosa (linfadenopatia, faringite), embora cause icterícia e hepatite aguda.
Questão 36
Mulher de 58 anos, portadora de diabetes mellitus tipo 2 descompensado, obesa, em uso crônico de diversos medicamentos, evolui com quadro de icterícia, prurido intenso e aumento significativo da fosfatase alcalina e gama-GT, com elevação discreta de aminotransferases. Não há relato de febre ou dor abdominal importante. Diante deste quadro clínico-laboratorial, qual diagnóstico deve ser considerado como principal hipótese?
A) Hepatite viral aguda pelo vírus da hepatite A, considerando o prurido intenso como sintoma predominante nessa infecção.
B) Hepatite viral crônica reativada pelo vírus da hepatite C, considerando a elevação marcada da fosfatase alcalina e gama-GT.
C) Hepatite medicamentosa predominantemente colestática, provavelmente induzida por algum dos medicamentos de uso crônico da paciente.
D) Hepatite fulminante associada a hepatotoxicidade direta por uso prolongado de antidiabéticos orais.
E) Hepatite secundária ao vírus da dengue, manifestando-se clinicamente com icterícia e aumento predominante das enzimas canaliculares.
Gabarito: C
Justificativas detalhadas:
A) Incorreta. Hepatite A geralmente cursa com sintomas mais sistêmicos, febre, anorexia e elevações importantes de aminotransferases, e não com predomínio absoluto de fosfatase alcalina e gama-GT.
B) Incorreta. A hepatite crônica por VHC habitualmente causa elevação das aminotransferases com predominância sobre a fosfatase alcalina e gama-GT, sem prurido intenso como manifestação principal.
C) Correta. Hepatite medicamentosa colestática é fortemente sugerida neste contexto pela presença de prurido intenso, elevação significativa das enzimas de colestase (fosfatase alcalina e gama-GT) e discreta elevação das aminotransferases, especialmente em paciente com múltiplas medicações em uso crônico.
D) Incorreta. Hepatite fulminante geralmente cursa com sintomas graves como encefalopatia hepática e elevação intensa das aminotransferases, não compatível com quadro predominantemente colestático.
E) Incorreta. Hepatite por dengue pode cursar com elevação das transaminases e icterícia, mas não tipicamente com prurido e predomínio marcante de colestase (fosfatase alcalina e gama-GT elevadas).
Questão 37 (refeita corretamente)
Um paciente masculino, 55 anos, cirrótico por hepatite C crônica, chega ao pronto-socorro apresentando hematêmese significativa e sinais sugestivos de encefalopatia hepática. Com base no conhecimento das complicações relacionadas à hepatite C avançada, qual das alternativas abaixo descreve adequadamente o quadro clínico atual?
A) Hepatite fulminante secundária diretamente à infecção viral ativa pelo VHC, exigindo tratamento antiviral urgente com antivirais diretos (DAAs).
B) Hemorragia digestiva alta induzida diretamente pelo uso prolongado de antivirais de ação direta, causando encefalopatia hepática secundária à toxicidade medicamentosa.
C) Infecção viral aguda sobreposta (VHA ou VHE), cursando com hemorragia digestiva alta e encefalopatia, indicando investigação imediata de coinfecção.
D) Hepatotoxicidade aguda causada por medicações analgésicas comuns, complicando a hepatite crônica C pré-existente.
E) Complicação esperada da hepatite C crônica em fase cirrótica avançada, caracterizada por hemorragia digestiva alta (varizes esofágicas) e encefalopatia hepática, necessitando manejo emergencial específico e abordagem hospitalar imediata.
Gabarito: E
Justificativas detalhadas (refeitas corretamente):
A) Incorreta. Hepatite fulminante é caracterizada por insuficiência hepática aguda grave com rápida evolução (menos de 8 semanas), não compatível com quadro de sangramento varicoso e encefalopatia em paciente com doença hepática crônica conhecida há anos.
B) Incorreta. Antivirais diretos geralmente são seguros e não costumam causar hemorragia digestiva alta nem encefalopatia hepática por toxicidade direta.
C) Incorreta. Coinfecção viral aguda (A ou E) não costuma causar diretamente hemorragia digestiva alta varicosa, nem encefalopatia aguda imediata, sendo improvável nesse cenário clínico de complicação crônica.
D) Incorreta. Hepatotoxicidade medicamentosa aguda causaria, predominantemente, hepatite aguda com grande aumento de aminotransferases e não é o mecanismo principal das complicações cirróticas observadas (varizes e encefalopatia).
E) Correta. Pacientes com hepatite C crônica em fase cirrótica avançada frequentemente evoluem com complicações típicas da hipertensão portal (como sangramento varicoso) e insuficiência hepática (encefalopatia hepática). Este quadro exige manejo emergencial especializado e internação hospitalar imediata.
Questão 38
Homem de 28 anos, usuário crônico de drogas intravenosas, apresenta-se com quadro clínico de febre, dor abdominal no hipocôndrio direito, náuseas, vômitos e icterícia evidente. Considerando o perfil epidemiológico e as possibilidades diagnósticas, qual das hipóteses abaixo é a mais coerente com esse quadro clínico específico?
A) Hepatite viral aguda pelo vírus da hepatite B ou C, adquirida por transmissão parenteral, devendo-se investigar sorologias específicas com urgência.
B) Hepatite crônica autoimune agudizada pelo uso recente de drogas intravenosas, exigindo tratamento imediato com corticoides intravenosos.
C) Hepatite medicamentosa tardia por adulterantes utilizados nas drogas intravenosas, não havendo necessidade de investigação sorológica viral específica.
D) Hepatite viral aguda exclusivamente pelo vírus da hepatite A, relacionada diretamente ao uso de drogas intravenosas contaminadas por fezes humanas.
E) Hepatite viral crônica previamente assintomática, com manifestação abrupta causada exclusivamente pela superinfecção com vírus da hepatite E.
Gabarito: A
Justificativas detalhadas:
A) Correta: Pacientes usuários de drogas intravenosas têm altíssimo risco de adquirir hepatites virais B ou C por via parenteral, devendo-se iniciar imediatamente investigação sorológica viral específica e manejo clínico adequado.
B) Incorreta. A hepatite autoimune não possui associação epidemiológica relevante com o uso de drogas intravenosas; seria necessário um contexto autoimune prévio conhecido.
C) Incorreta. Embora possível, a hepatotoxicidade por adulterantes é menos provável que infecção viral aguda por hepatites B ou C, que são altamente prevalentes nessa população.
D) Incorreta. Hepatite A é transmitida via fecal-oral, não habitualmente associada ao uso intravenoso de drogas.
E) Incorreta. Superinfecção pelo vírus E sobre hepatite crônica prévia é incomum e clinicamente improvável, especialmente na forma descrita.
Questão 40
Paciente masculino de 19 anos chega ao pronto-socorro com quadro súbito e rapidamente progressivo de icterícia intensa, letargia, confusão mental e asterixis. A mãe relata que, cerca de duas semanas atrás, o paciente teve febre baixa, náuseas, anorexia e mal-estar geral. Exames laboratoriais revelam ALT e AST muito elevadas, INR significativamente prolongado e bilirrubina marcadamente elevada. Qual das alternativas abaixo descreve melhor a condição clínica do paciente?
A) Hepatite crônica exacerbada por vírus da hepatite C, apresentando encefalopatia hepática aguda em função de complicação da cirrose já estabelecida.
B) Hepatite viral fulminante (hepatite aguda grave), provavelmente causada por vírus da hepatite A ou B, exigindo manejo emergencial intensivo e eventual indicação de transplante hepático.
C) Hepatotoxicidade medicamentosa secundária ao uso recente de paracetamol em doses terapêuticas, sendo improvável que evolua para insuficiência hepática grave.
D) Coinfecção viral aguda dos vírus Epstein-Barr e citomegalovírus, cursando tipicamente com insuficiência hepática fulminante e necessidade imediata de antiviral específico.
E) Hepatite delta crônica reativada agudamente, cursando com insuficiência hepática grave e indicação imediata de interferona peguilada.
Gabarito: B
Justificativas detalhadas:
A) Incorreta. O paciente é muito jovem para ter cirrose estabelecida por hepatite C e o quadro clínico não sugere uma cronicidade prévia.
B) Correta. O quadro clínico de rápida evolução com encefalopatia hepática, INR prolongado e grande elevação das aminotransferases sugere hepatite fulminante (aguda grave), provavelmente causada por vírus hepatotrópicos agudos (hepatite A ou B), necessitando manejo emergencial e potencial indicação de transplante hepático.
C) Incorreta. Hepatotoxicidade por paracetamol em doses terapêuticas é muito improvável; doses excessivas seriam necessárias para evolução grave como descrita.
D) Incorreta. Epstein-Barr e citomegalovírus raramente causam insuficiência hepática fulminante com evolução neurológica tão rápida e dramática quanto descrita.
E) Incorreta. Hepatite delta crônica requer coinfecção prévia com vírus B; a idade e o quadro clínico súbito são mais compatíveis com infecção viral aguda clássica.
Questão 39
Paciente do sexo feminino, 23 anos, grávida no terceiro trimestre, procedente de região rural com saneamento precário, apresenta-se com icterícia progressiva, dor abdominal leve, urina escurecida e anorexia. Os exames mostram aumento significativo das aminotransferases hepáticas e bilirrubina conjugada aumentada. Considerando as particularidades epidemiológicas e clínicas do caso, qual a hipótese diagnóstica mais provável e sua implicação clínica?
A) Hepatite autoimune tipo 1, que frequentemente se exacerba no terceiro trimestre da gestação, exigindo tratamento imediato com corticoides em altas doses.
B) Hepatite viral crônica reativada pelo vírus B, cursando com quadro ictérico súbito e necessitando tratamento imediato com interferona peguilada.
C) Hepatite E aguda, adquirida pela via fecal-oral, frequentemente associada a complicações obstétricas graves no terceiro trimestre da gravidez.
D) Hepatite medicamentosa causada por suplementos vitamínicos utilizados durante a gravidez, com lesão hepática direta e colestática grave no terceiro trimestre.
E) Infecção aguda por vírus Epstein-Barr, tipicamente associada a complicações graves durante a gestação, especialmente no terceiro trimestre.
Gabarito: C
Justificativas detalhadas:
A) Incorreta. Hepatite autoimune não tem relação direta ou epidemiológica forte com condições de saneamento precário nem exacerbação específica durante a gravidez.
B) Incorreta. Reativação súbita de hepatite B crônica em gestante previamente saudável é menos provável que hepatite aguda pelo vírus E, especialmente com a epidemiologia descrita (área rural, saneamento precário).
C) Correta. Hepatite E é frequente em regiões rurais com saneamento inadequado e especialmente grave em gestantes no terceiro trimestre, podendo causar complicações obstétricas sérias e risco aumentado de insuficiência hepática fulminante.
D) Incorreta. Suplementos vitamínicos pré-natais não são tipicamente hepatotóxicos a ponto de causar hepatite colestática grave.
E) Incorreta. Vírus Epstein-Barr não é especialmente grave durante o terceiro trimestre da gravidez, nem epidemiologicamente ligado a saneamento precário.
Questão 43
Paciente masculino, 32 anos, é diagnosticado com hepatite B crônica (HBeAg negativo, DNA-VHB elevado, ALT persistentemente aumentada). Após discussão da equipe médica, decidiu-se iniciar tratamento antiviral oral. Considerando as diretrizes atuais do SUS para tratamento farmacológico da hepatite B crônica, qual das alternativas descreve corretamente a terapia de primeira linha recomendada, incluindo a posologia e conduta clínica esperada?
A) Lamivudina 100 mg/dia via oral, por 24 semanas, com alta probabilidade de resistência viral, exigindo troca frequente de medicação após esse período.
B) Entecavir 0,5 mg/dia via oral por tempo prolongado ou indefinido, com monitoramento periódico de carga viral e função hepática, apresentando baixa resistência viral.
C) Tenofovir alafenamida 25 mg uma vez por semana via oral, por 12 semanas, com monitoramento mensal da função renal devido ao risco elevado de nefrotoxicidade aguda.
D) Interferona alfa convencional 5 milhões UI por via subcutânea, diariamente por 48 semanas, com avaliação mensal de carga viral e hemograma completo.
E) Sofosbuvir 400 mg via oral diariamente por 24 semanas, seguido de ribavirina por mais 24 semanas adicionais.
Gabarito: B
Justificativas detalhadas:
A) Incorreta. Lamivudina não é mais primeira linha devido ao alto risco de resistência viral e baixa eficácia sustentada.
B) Correta. Entecavir (0,5 mg/dia) é uma terapia antiviral oral atual, recomendada pelo SUS como tratamento de primeira linha na hepatite B crônica, especialmente por sua eficácia elevada, segurança e baixa resistência viral ao longo do tempo.
C) Incorreta. Tenofovir alafenamida não está disponível no SUS, além de sua posologia correta ser diária, não semanal, sendo também considerada primeira linha internacionalmente.
D) Incorreta. Interferona convencional tem indicação limitada atualmente devido a menor tolerabilidade, baixa aderência e eficácia inferior à interferona peguilada.
E) Incorreta. Sofosbuvir e ribavirina são específicos para hepatite C, não tendo atividade contra hepatite B.
Questão 41
Paciente masculino, 46 anos, diagnosticado recentemente com hepatite C crônica (genótipo 1). Após avaliação clínica completa, opta-se pelo tratamento antiviral com antivirais de ação direta (DAAs). Considerando as atuais diretrizes brasileiras do SUS, qual das alternativas representa corretamente o tratamento padrão mais frequentemente indicado, com posologia e duração adequadas?
A) Interferon peguilado 180 mcg por via subcutânea semanalmente associado à ribavirina 500 mg duas vezes ao dia, por 24 semanas, seguido de avaliação com carga viral.
B) Tenofovir 300 mg via oral uma vez ao dia, associado a entecavir 0,5 mg via oral uma vez ao dia por pelo menos 12 meses, com monitoramento trimestral de carga viral.
C) Sofosbuvir 400 mg/dia associado a daclatasvir 60 mg/dia, ambos por via oral, durante 12 semanas, sem necessidade habitual de associação com interferon ou ribavirina.
D) Ribavirina em monoterapia, 500 mg três vezes ao dia por 48 semanas, monitorando mensalmente níveis de hemoglobina.
E) Boceprevir 800 mg três vezes ao dia associado a interferon convencional 3 milhões UI via subcutânea três vezes por semana por 48 semanas, com avaliações quinzenais da carga viral.
Gabarito: C
Justificativas detalhadas:
A) Incorreta. Esquemas com interferon peguilado são antigos e não constituem mais a primeira linha atual contra VHC devido a efeitos adversos e menor eficácia quando comparados aos DAAs.
B) Incorreta. Tenofovir e entecavir são medicamentos para tratamento da hepatite B, não sendo indicados na hepatite C.
C) Correta. Sofosbuvir (400 mg/dia) combinado a daclatasvir (60 mg/dia) durante 12 semanas constitui atualmente esquema terapêutico padrão no SUS para hepatite C crônica genótipo 1, com altas taxas de cura virológica sustentada (acima de 95%).
D) Incorreta. Ribavirina isoladamente não é eficaz e não é mais recomendada em monoterapia para hepatite C.
E) Incorreta. Boceprevir e interferon convencional representam terapias antigas e ultrapassadas, atualmente substituídas pelos DAAs devido à maior eficácia, segurança e menor duração.
Questão 42
Uma mulher, 34 anos, diagnosticada há 9 meses com hepatite B crônica, apresenta replicação viral ativa (DNA-VHB elevado) e aminotransferases persistentemente elevadas. Após avaliação clínica, indica-se tratamento antiviral específico. De acordo com os medicamentos aprovados e recomendados pelo Ministério da Saúde para hepatite B, qual das alternativas descreve corretamente uma opção terapêutica válida, com posologia e características clínicas adequadas?
A) Ribavirina 600 mg via oral duas vezes ao dia, por tempo indefinido, monitorando níveis de creatinina e eletrólitos mensalmente.
B) Interferona peguilada alfa-2a (PegIFNα-2a), 180 mcg via subcutânea, uma vez por semana, durante 48 semanas, com monitoramento clínico-laboratorial periódico.
C) Sofosbuvir 400 mg/dia via oral por 12 semanas, monitorando hemograma semanalmente devido ao risco frequente de anemia grave.
D) Tenofovir 150 mg por via oral a cada 48 horas por 6 meses, suspendendo imediatamente após a negativação inicial da carga viral.
E) Entecavir 0,5 mg via oral uma vez por semana por 12 semanas, realizando avaliação sorológica mensalmente.
Gabarito: B
Justificativas detalhadas:
A) Incorreta. Ribavirina não é indicada no tratamento da hepatite B crônica. Sua indicação ocorre apenas em combinação no tratamento da hepatite C (especialmente em esquemas antigos ou casos específicos).
B) Correta. Interferona peguilada alfa-2a na dose de 180 mcg via subcutânea semanal por 48 semanas é uma opção válida, especialmente em pacientes jovens sem contraindicações à interferona, tendo como vantagem possível soroconversão duradoura.
C) Incorreta. Sofosbuvir é um antiviral específico para hepatite C, não possuindo eficácia terapêutica contra hepatite B.
D) Incorreta. Tenofovir, medicamento eficaz contra hepatite B, é utilizado habitualmente em dose de 300 mg ao dia, em terapia prolongada (muitas vezes por tempo indefinido), e não deve ser suspenso logo após negativação inicial da carga viral devido ao risco elevado de reativação.
E) Incorreta. Entecavir tem posologia diária de 0,5 mg e frequentemente é administrado por tempo prolongado ou indefinido, e não semanalmente por apenas 12 semanas.
Questão 44
Homem de 39 anos, recém diagnosticado com hepatite C crônica (genótipo 3). Está clinicamente estável e sem sinais avançados de fibrose hepática. A equipe médica opta por iniciar tratamento antiviral segundo as diretrizes atuais do SUS. Qual alternativa representa o esquema terapêutico de primeira linha, incluindo posologia correta, duração e taxa esperada de cura virológica sustentada?
A) Interferona peguilada alfa-2a 180 mcg subcutânea semanal e ribavirina 500 mg oral duas vezes ao dia, por 48 semanas, alcançando cura virológica sustentada de aproximadamente 50%.
B) Sofosbuvir 400 mg/dia via oral, associado ao daclatasvir 60 mg/dia via oral, por 12 semanas, com taxa de cura virológica sustentada superior a 95%.
C) Boceprevir 800 mg três vezes ao dia oral e interferona convencional 3 milhões UI três vezes por semana subcutânea, por 24 semanas, com taxa esperada de cura de aproximadamente 70%.
D) Telaprevir 750 mg três vezes ao dia via oral e ribavirina 600 mg duas vezes ao dia, durante 48 semanas, com cura virológica sustentada em torno de 80%.
E) Tenofovir 300 mg via oral diariamente por tempo indefinido, com monitoramento trimestral da carga viral, com taxa esperada de cura acima de 90%.
Gabarito: B
Justificativas detalhadas:
A) Incorreta. Esquemas baseados em interferona peguilada são antigos e possuem taxas mais baixas de cura virológica, além de efeitos adversos significativos.
B) Correta. Sofosbuvir 400 mg/dia associado a daclatasvir 60 mg/dia por 12 semanas é o tratamento padrão atual do SUS para hepatite C genótipo 3, com altíssimas taxas de cura virológica sustentada (>95%).
C) Incorreta. Boceprevir com interferona convencional é terapia ultrapassada devido à menor eficácia e toxicidade elevada.
D) Incorreta. Telaprevir também não é mais utilizado devido a reações adversas importantes e menor eficácia comparada aos DAAs modernos.
E) Incorreta. Tenofovir não é ativo contra o vírus da hepatite C, sendo específico para hepatite B.