TUT 2 - DRC - Resumo - Discursivas Flashcards
Por que a Doença Renal Crônica (DRC) é considerada uma epidemia do século XXI?
Porque afeta entre 8 a 10% da população adulta mundial, com crescimento estimado de 5 a 7% ao ano.
Em quais países a DRC é mais frequente e qual a principal causa?
É mais frequente em países pobres e está mais relacionada à presença de diabetes e/ou hipertensão.
Qual é o impacto econômico da DRC nos sistemas de saúde?
Os tratamentos com diálise e transplante renal consomem de 2 a 3% dos orçamentos da saúde em países desenvolvidos.
Como a DRC afeta a qualidade de vida dos pacientes?
Causa mudanças drásticas na qualidade de vida e tem repercussões em diversos órgãos e sistemas, aumentando a morbimortalidade.
A DRC pode ser prevenida?
Sim, especialmente quando diagnosticada em estágios iniciais, pois apresenta fatores de risco bem estabelecidos.
Os testes diagnósticos da DRC são acessíveis?
Sim, os testes para detectar disfunção e lesão renal são de baixo custo e amplamente disponíveis, mas são subutilizados na prática clínica.
Qual é a definição de Doença Renal Crônica (DRC)?
A DRC é definida como a presença de anormalidades na estrutura e na função dos rins, persistindo por mais de 3 meses, e com implicação na saúde do paciente.
Quais são os principais marcadores de alterações estruturais renais na definição da DRC?
Proteinúria, albuminúria (o marcador mais sensível), alterações no sedimento urinário (hematúria, leucocitúria, cilindros hemáticos e leucocitários), alterações eletrolíticas secundárias a lesões tubulares renais, alterações histológicas renais (em biópsia), anormalidades estruturais nos exames de imagem renal e história de transplante renal.
Qual o critério usado de taxa de filtração glomerular (TFG) para definir a DRC?
A DRC é diagnosticada quando a TFG é inferior a 60 mL/min/1,73m² por mais de 3 meses. Pacientes com TFG < 15 mL/min/1,73m² são considerados portadores de insuficiência renal crônica ou falência renal.
Quais são os principais sintomas da DRC nos estágios iniciais?
A DRC é geralmente assintomática nos estágios iniciais e costuma ser identificada em exames de rotina ou incidentais. Sintomas como hematúria, edema, urina espumosa, noctúria e dor lombar são pouco comuns nas fases iniciais.
Quais são os principais sintomas da DRC em fases mais avançadas?
Fadiga, astenia, anorexia, perda inexplicável de peso, edemas, anemia, náuseas, vômitos, gosto metálico na boca, neuropatia periférica, hipervolemia (podendo evoluir para edema agudo pulmonar), pericardite e alterações do sistema nervoso central (dificuldade de concentração, letargia).
Existe correlação direta entre níveis séricos de ureia e creatinina e os sintomas da DRC?
Não, não há uma correlação direta absoluta entre os níveis séricos dessas substâncias e o início dos sintomas.
Qual é o marcador mais utilizado na prática clínica para definir a função renal de um paciente?
A Taxa de Filtração Glomerular estimada (TFGe) é o melhor índice para avaliação da função renal, pois reflete a capacidade excretora dos rins e pode ser calculada por equações matemáticas.
Quais métodos podem ser usados para medir a TFG?
A TFG pode ser medida por métodos de depuração (clearance) utilizando substâncias como creatinina, iohexol ou iodotalamato, mas na prática clínica utiliza-se principalmente a estimativa da TFGe.
Qual é o indicador endógeno mais usado para estimar a função renal?
A creatinina sérica, devido à sua facilidade de dosagem, baixo custo e ampla disponibilidade nos laboratórios.
Quais são as principais limitações da creatinina sérica como marcador da função renal?
Apresenta baixa sensibilidade, pois seus níveis só aumentam em fases mais avançadas da DRC. Além disso, varia de acordo com sexo, raça e massa muscular, o que pode afetar sua precisão.
Qual a diferença entre a taxa de filtração glomerular (TFG) e a depuração (clearance) de creatinina?
A depuração de creatinina geralmente superestima a TFG, pois além de ser filtrada pelo glomérulo, a creatinina também é secretada pelos túbulos proximais.
Como a depuração de creatinina pode ser medida?
Pode ser calculada a partir da creatinina excretada na urina de 24 horas e da creatinina sérica, ou estimada usando equações matemáticas.
Quais são as vantagens do uso da depuração de creatinina para medir a função renal?
Sua ampla difusão, custo acessível e boa correlação com o padrão-ouro de estimativa da TFG.
Quais são as limitações da depuração de creatinina como método de avaliação da função renal?
Com a redução da TFG, ocorre um aumento na secreção tubular de creatinina, resultando em uma superestimação dos valores. Além disso, depende de uma coleta urinária precisa, o que pode gerar erros pré-analíticos.
O que é a cistatina C e qual seu papel na avaliação da função renal?
A cistatina C é um biomarcador produzido por todas as células nucleadas, filtrado livremente pelos glomérulos e não secretado nos túbulos renais, sendo uma alternativa para estimar a TFG.
Quais são as vantagens da cistatina C em comparação com a creatinina sérica?
Diferente da creatinina, sua produção não sofre influência da massa muscular, sexo ou dieta, tornando-a mais precisa para estimar a função renal em pacientes com variações nesses fatores.
Em quais populações a cistatina C é mais indicada para avaliar a TFG?
Pacientes cirróticos, anoréxicos, oncológicos e cardiopatas graves, nos quais a massa muscular pode interferir na estimativa da função renal.
Quais são as limitações do uso da cistatina C como marcador da função renal?
Seu custo elevado, a influência de marcadores inflamatórios em seus níveis e a interferência de disfunções tireoidianas na sua interpretação.
Qual é a fórmula mais recomendada para estimar a TFG em adultos?
A equação CKD-EPI (Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration), baseada na creatinina sérica, é a mais indicada por apresentar boa acurácia.
Quando é indicado o uso da equação que combina cistatina C e creatinina para estimar a TFG?
Quando se necessita de maior precisão na estimativa da função renal, como em pacientes com massa muscular reduzida ou estados inflamatórios.
Qual fórmula é mais recomendada para estimar a TFG em idosos?
A equação BIS1 (Berlin Initiative Study-1), por ter sido desenvolvida especificamente para essa população.
Qual equação é mais indicada para estimar a TFG em pacientes obesos?
A equação de Salazar-Corcoran, pois considera o impacto da obesidade na distribuição corporal da creatinina.
Qual fórmula é mais utilizada para estimar a TFG em crianças?
A fórmula de Schwartz, amplamente validada para essa faixa etária.
Onde as fórmulas de estimativa da TFG podem ser encontradas para uso clínico?
Em aplicativos gratuitos disponíveis para computadores pessoais e smartphones.
Como a Doença Renal Crônica (DRC) é classificada de acordo com a TFG?
A DRC é estratificada em seis estágios funcionais (G1 a G5), de acordo com a TFG. O estágio G5 é denominado insuficiência renal crônica, e se o paciente estiver em terapia de substituição renal, a classificação passa a ser G5D.
Qual a importância da classificação da DRC por estágios?
Essa classificação tem grande importância para análises clínicas, epidemiológicas, didáticas e conceituais, auxiliando no prognóstico e conduta clínica.
Como a albuminúria é utilizada para classificar a DRC?
A albuminúria pode ser classificada pela taxa de excreção de albumina (TEA) em mg/24h ou pela relação albumina/creatinina (RAC) em mg/g em uma amostra isolada de urina.
Quais são os valores considerados normais de albuminúria?
Uma TEA ≤ 30 mg/dia ou uma RAC ≤ 30 mg/g de creatinina são aceitos como normais.
Por que a albuminúria é um marcador mais confiável que a proteinúria?
Porque é um marcador mais sensível e específico de lesão glomerular renal.
Quando a presença de albuminúria deve ser considerada indicativa de lesão renal?
Quando persiste por mais de 3 meses, indicando agressão glomerular.
Qual a melhor forma de coletar a urina para avaliação da albuminúria?
Deve-se sempre utilizar a primeira urina da manhã em jejum, evitando amostras muito diluídas.
O que significa a presença de proteinúria em um paciente com DRC?
Proteinúria é a presença de quantidades anormais e aumentadas de proteína na urina, sendo um achado importante na triagem, diagnóstico e controle da DRC.
Quais são as principais causas da proteinúria?
Lesão glomerular, disfunção tubular e paraproteinemias.
A inflamação do trato urinário pode causar proteinúria?
Sim, especialmente em casos de cistites, onde a inflamação pode aumentar a presença de proteínas na urina.
Qual é a relação entre proteinúria e diagnóstico precoce da DRC?
A proteinúria tem alta especificidade, mas baixa sensibilidade no diagnóstico precoce da DRC, pois geralmente aparece em estágios mais avançados da doença.
Quais os valores de referência para proteinúria em adultos?
Valores menores que 300 mg/24 horas são considerados normais.
Qual método prático pode ser utilizado para avaliar a proteinúria sem necessidade de coleta de 24 horas?
A relação proteinúria/creatinina em amostra isolada de urina, que apresenta boa correlação com a proteinúria de 24 horas.
Quais exames devem ser considerados quando há suspeita de proteinúria tubular ou paraproteinemias?
Eletroforese de proteínas, imunofixação de proteínas séricas ou urinárias e pesquisa de proteína de Bence-Jones.
Qual é o valor de referência normal para a proteinúria de 24 horas?
Menos de 300 mg/24 horas.
Qual o limite de normalidade para a proteinúria medida por fita de imersão?
Menos de 30 mg/dL.
Qual o valor de referência normal para a relação proteinúria/creatinina em uma amostra isolada de urina?
Menos de 200 mg/g.
Qual é o critério laboratorial para definir síndrome nefrótica?
Proteinúria maior que 3,5 g/24 horas.
Qual a importância da albuminúria no paciente com DRC?
A albuminúria é o marcador mais sensível e precoce de lesão renal e está associada à progressão da DRC, ao aumento do risco de mortalidade global e à mortalidade cardiovascular.
Qual a relação entre a redução da albuminúria e a mortalidade na DRC?
A redução da albuminúria por intervenção medicamentosa está associada à redução do risco de mortalidade em pacientes com DRC.
Quais elementos no sedimento urinário ajudam no diagnóstico da DRC?
Hematúria com dismorfismo eritrocitário: indica lesão glomerular.
Cilindros hemáticos: indicam glomerulopatias.
Cilindros leucocitários: sugerem pielonefrite ou nefrite intersticial.
Corpúsculos gordurosos: indicam proteinúria associada à síndrome nefrótica.
Quais são os principais fatores clínicos que ajudam a diferenciar a DRC da Injúria Renal Aguda (IRA)?
História de doenças relacionadas com a doença renal crônica (diabetes, hipertensão, nefrites recorrentes, doença renal policística).
Sintomas crônicos como mal-estar prolongado, prurido, noctúria, anemia, hipertensão arterial e neuropatia.
Quais sinais físicos podem indicar DRC crônica?
Pigmentação da pele, onicopatia em banda, retinopatia diabética ou hipertensiva.
Quais achados ao ultrassom renal sugerem DRC?
Aumento da ecogenicidade do parênquima renal.
Redução do tamanho renal e perda da diferenciação corticomedular (exceto em diabéticos, onde os rins podem se manter normais ou aumentados em fases iniciais).
Obstrução do trato urinário em casos específicos.
Como e quando deve ser feita a triagem para detecção de DRC?
A triagem ativa é essencial, pois a DRC é assintomática nas fases iniciais. Testes recomendados: TFGe e RAC urinária (amostra isolada).
Populações de risco: Idade > 60 anos, portadores de diabetes ou hipertensão, história familiar de doença renal.
Quando um paciente com DRC deve ser encaminhado ao nefrologista?
Encaminhar quando:
- TFG < 30 mL/min/1,73m² (estágios G4 e G5)
- queda rápida e sustentada da TFG
- albuminúria > 300 mg/g ou proteinúria > 500 mg/24h
- presença de cilindros hemáticos ou hematúria glomerular
- hipertensão refratária associada à DRC
- calculose renal recorrente.
Quais são as principais causas da DRC em adultos?
Doenças sistêmicas: hipertensão, diabetes, lúpus eritematoso; Doenças renais primárias: glomerulopatias primárias, nefropatias túbulo-intersticiais, vasculites, doenças císticas e anormalidades congênitas renais; Fatores adicionais: uso de medicamentos nefrotóxicos (anti-inflamatórios, antibióticos), calculose renal, história familiar de doença renal.
Quais são as principais causas da DRC em crianças?
Alterações estruturais congênitas do trato urinário (CAKUT) – 49% dos casos; Síndrome nefrótica corticorresistente; Glomerulonefrites primárias.
Quais situações clínicas podem causar albuminúria elevada sem DRC e com TFG normal?
Infecção do trato urinário (ITU); Contaminação com sangue menstrual; Exercício físico extenuante; Proteinúria ortostática; Sepse.
Quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento da DRC?
- Risco elevado: hipertensão, diabetes, história familiar de DRC;
- Risco moderado: doenças sistêmicas (lúpus, mieloma múltiplo), infecções urinárias recorrentes, calculose urinária, uropatias, idade > 60 anos, transplante renal.
Quais são os principais fatores de risco para a progressão da DRC? (8)
- Albuminúria
- Tabagismo
- Idade avançada
- Síndrome metabólica
- Doenças cardiovasculares
- Acidose metabólica
- Exposição a nefrotoxinas
- Episódios prévios de injúria renal aguda (IRA).
Quais são os principais fatores associados à progressão acelerada da DRC?
Causa da DRC, Estágio avançado da TFG, Hipertensão descontrolada, Albuminúria maciça, Idade avançada, Obesidade, Doença cardiovascular, Exposição a agentes nefrotóxicos, Hiperglicemia sem controle, Raça.
Qual é a definição de progressão acelerada da DRC?
Redução da TFGe > 5 mL/min/1,73m²/ano.
Qual exame de imagem é mais utilizado para avaliar a DRC e por quê?
Ultrassonografia renal, pois é acessível, não invasiva e permite avaliar: Alterações na estrutura renal, Ecogenicidade do córtex renal, Presença de cálculos e massas renais, Obstrução do trato urinário.
Quando indicar exames de imagem na DRC?
Quando houver necessidade de um diagnóstico mais preciso e precoce da lesão renal e para avaliar complicações estruturais, como cálculos, massas ou obstruções.
Quais são as indicações para a realização de biópsia renal em pacientes com DRC?
DRC sem causa explicada, Rins de tamanho normal, Perda aguda ou inexplicada da função renal, Proteinúria marcada.
Por que contrastes radiográficos iodados devem ser usados com cautela em pacientes com DRC?
Podem causar injúria renal aguda (IRA) ou piorar a DRC.
Quais pacientes com DRC exigem mais cuidado ao usar contrastes iodados?
TFG < 60 mL/min/1,73m².
Quais medidas devem ser tomadas antes do uso de contraste em pacientes com DRC?
Hidratação adequada antes, durante e após o exame.
Como minimizar o risco de lesão renal ao usar contraste iodado?
Usar o menor volume possível e evitar agentes de osmolalidade elevada.
Quais medicamentos devem ser evitados antes do uso de contraste iodado?
Nefrotóxicos, diuréticos e inibidores do SRAA.
Quando a TFGe deve ser monitorada após uso de contraste iodado?
Após 48 a 96 horas do procedimento.
Quais pacientes têm maior risco de complicações com contraste iodado?
Idosos (>70 anos), diabéticos, insuficientes cardíacos, desidratados.
Por que o gadolínio é contraindicado em DRC avançada?
Pode causar fibrose sistêmica nefrogênica (FSN).
Qual é a contraindicação para uso de gadolínio na DRC?
TFG < 30 mL/min/1,73m².
Se o gadolínio for indispensável, quais formulações devem ser usadas?
Quetalos macrolídeos:
Gadobutrol (Gadovist®), Gadoterado meglumina (Dotarem®), Gadoteridol (Prohance®).
Com que frequência deve-se dosar creatinina sérica e albuminúria na DRC?
Pelo menos uma vez ao ano em pacientes com DRC ou doenças associadas (diabetes, hipertensão).
Quando exames laboratoriais devem ser feitos com maior frequência na DRC?
Pacientes com TFG reduzida ou albuminúria elevada, pois apresentam maior risco de progressão rápida da doença.
Quais fatores devem ser considerados para prever o prognóstico da DRC?
Causa da DRC, Categoria da TFG (G), Intensidade da albuminúria (A).
Como a albuminúria influencia a progressão da DRC?
Aumento da albuminúria → Redução mais rápida da TFG. TFG mais baixa → Maior risco de complicações.
Como é feita a classificação prognóstica da DRC baseada na TFG e albuminúria?
Verde: Baixo risco, Amarelo: Risco moderado, Laranja: Risco elevado, Vermelho: Risco muito elevado.
A DRC é sempre irreversível?
A doença geralmente é progressiva e irreversível, sendo o tratamento focado em retardar sua progressão e reduzir a mortalidade cardiovascular.
Em quais situações a DRC pode ser reversível?
Glomerulopatias primárias, Uso de medicamentos nefrotóxicos, Hipovolemia, Obstrução do trato urinário inferior.
Quais são os três critérios usados para classificar a DRC?
Causa da DRC (C), Taxa de Filtração Glomerular (TFG/G), Albuminúria (A)
Quais são as categorias da TFG na DRC?
G1: ≥90 mL/min/1,73m² → Normal ou alta
G2: 60-89 mL/min/1,73m² → Levemente diminuída
G3a: 45-59 mL/min/1,73m² → Levemente a moderadamente diminuída
G3b: 30-44 mL/min/1,73m² → Moderadamente a severamente diminuída
G4: 15-29 mL/min/1,73m² → Severamente diminuída
G5: <15 mL/min/1,73m² → Falência renal
Como a albuminúria é classificada na DRC?
A1: Normal ou levemente aumentada (<30 mg/g)
A2: Moderadamente aumentada (30-299 mg/g)
A3: Severamente aumentada (≥300 mg/g)
Qual a relação entre a TFG e a albuminúria na determinação do risco da DRC?
Quanto menor a TFG e maior a albuminúria, maior o risco de progressão e complicações.
O que significa um paciente estar na categoria G1A1?
TFG ≥ 90 mL/min/1,73m² e albuminúria <30 mg/g → Baixo risco (verde).
O que significa um paciente estar na categoria G3bA3?
TFG entre 30-44 mL/min/1,73m² e albuminúria ≥ 300 mg/g → Risco muito alto (vermelho).
Quando um paciente é considerado de risco muito alto para progressão da DRC?
Quando apresenta TFG < 30 mL/min/1,73m² (G4 ou G5) e/ou albuminúria severamente aumentada (A3).
Quais categorias indicam baixo risco de progressão da DRC?
G1A1 e G2A1, pois a TFG ainda está preservada e a albuminúria é normal ou levemente aumentada.
Quais pacientes devem receber tratamento intensivo (TREAT 4+)?
Todos os pacientes na categoria G5, independentemente da albuminúria.
Pacientes G4A2 e G4A3.
Quais exames são recomendados para pacientes com DRC G1A1 e G2A1?
Triagem anual para albuminúria e TFG.
Com que frequência pacientes com DRC G3a devem ser monitorados?
Monitoramento regular, dependendo da albuminúria.
Quando pacientes com DRC G3b devem ser tratados de forma mais intensiva?
Se houver albuminúria A2 ou A3, o paciente entra na categoria Treat 2 ou 3 e requer acompanhamento mais próximo.
Quais pacientes devem ser tratados de forma mais intensiva (Treat 3)?
G3aA3, G3bA2/A3, G4A1/A2/A3.
Quais pacientes exigem intervenção agressiva (Treat 4+)?
Todos os pacientes da categoria G5, independentemente do grau de albuminúria. Pacientes G4A3, devido ao risco muito alto de progressão para falência renal.
Como a frequência dos exames muda conforme a progressão da DRC?
G1A1 e G2A1: Triagem anual. G3aA1: Monitoramento regular. G3aA2 e G3bA1: Monitoramento mais frequente. G3bA2 e G4A1/A2: Monitoramento intensivo. G4A3 e G5: Tratamento intensivo e monitoramento rigoroso.
O que significa ‘Treat’ nas categorias de risco da DRC?
Indica a necessidade de tratamento e monitoramento mais frequente conforme a gravidade da DRC e da albuminúria.
Por que a albuminúria influencia a frequência de exames na DRC?
Albuminúria elevada está associada à progressão mais rápida da doença, aumentando a necessidade de acompanhamento mais próximo.
Qual é a principal causa de mortalidade em pacientes com DRC?
Doenças cardiovasculares.
Além das doenças cardiovasculares, quais são outras causas comuns de mortalidade na DRC?
Infecções e neoplasias.
Pacientes com DRC têm maior risco de mortalidade global e cardiovascular?
Sim, apresentam risco aumentado comparado à população geral.
Como a TFG e a albuminúria influenciam o risco de mortalidade na DRC?
Redução da TFG abaixo de 75 mL/min/1,73m² aumenta o risco.
Albuminúria entre 30 e 300 mg/g e > 300 mg/g eleva ainda mais o risco de mortalidade global e cardiovascular.
Pacientes com DRC têm maior risco de desenvolver IRA?
Sim, DRC é o principal fator de risco para injúria renal aguda (IRA).
Quais fatores aumentam o risco de IRA em pacientes com DRC? Cite exemplos em cada categoria.
Hipovolemia, uso de medicamentos nefrotóxicos (anti-inflamatórios, antibióticos, contraste radiográfico), baixa perfusão renal (insuficiência cardíaca, hepática, instabilidade hemodinâmica), cirurgias de grande porte.
Por que a TFG reduzida aumenta o risco de toxicidade medicamentosa na DRC?
Medicamentos com eliminação renal podem acumular, causando toxicidade sistêmica ou renal.
Quais são os riscos da toxicidade medicamentosa na DRC?
IRA ou agudização da DRC.
Por que pacientes com DRC têm maior risco de interações medicamentosas?
Farmacocinética e farmacodinâmica alteradas.
Qual a importância do ajuste de dosagem medicamentosa na DRC?
A definição precisa da TFG é essencial para ajustar a dosagem de medicamentos.
Como a DRC afeta a qualidade de vida dos pacientes?
Declínio da TFG → Limitações na dieta e ingestão de líquidos.
Progressão para diálise → Impacto físico e social.
Quais são as principais queixas dos pacientes em tratamento conservador da DRC?
Restrições alimentares e ingestão de líquidos.
Quais impactos a diálise pode trazer na qualidade de vida?
Limitações físicas
Afastamento das atividades diárias
Depressão e angústia.
A TFG reduzida e/ou albuminúria elevada em idosos sempre indicam DRC?
Não, podem refletir doenças vasculares sistêmicas ou senescência renal.
Como idosos com TFG reduzida e albuminúria devem ser acompanhados?
Como se tivessem DRC, independentemente da causa.
O que significa uma TFG reduzida sem marcadores de lesão renal em pacientes com outras doenças?
Pode refletir alterações hemodinâmicas renais, não necessariamente lesão renal.
Quais doenças podem causar redução da TFG sem lesão renal?
Insuficiência cardíaca, cirrose hepática, hipotireoidismo.
O que a presença de albuminúria sugere em um paciente com TFG reduzida?
Indica possível DRC e pode justificar investigação mais aprofundada.
Quando a biópsia renal pode ser indicada na TFG reduzida?
Se houver suspeita de lesão parenquimatosa grave e tratável.
Como interpretar uma depuração de creatinina < 60 mL/min/1,73m² em pacientes com restrição proteica intensa?
Pode ser falsamente reduzida devido à baixa produção de creatinina por perda de massa muscular.
Quais populações podem apresentar creatinina sérica reduzida sem disfunção renal?
Desnutridos severos, pacientes com anorexia nervosa, vegetarianos e veganos.
Quais exames são mais adequados para avaliar a função renal em pacientes com baixa produção de creatinina?
Cistatina C, radioisótopos.
Quais são os objetivos do tratamento conservador da DRC?
Retardar a progressão da doença, prevenir complicações, controlar comorbidades, preparar o paciente para terapia de substituição renal.
Quais são as principais recomendações nutricionais para pacientes com DRC?
Restrição proteica individualizada para evitar desnutrição, redução do consumo de sal, potássio e fósforo.
A dieta hipoproteica é indicada para todos os pacientes com DRC em fase pré-dialítica?
Não, pois pode agravar a desnutrição energético-proteica.
Quando evitar uma ingestão proteica > 1,3 g/kg/dia na DRC?
Em pacientes com risco de progressão da doença.
Qual a recomendação de ingestão proteica para pacientes com TFG < 30 mL/min/1,73m²?
Menos de 0,8 g/kg/dia, com acompanhamento nutricional.
Quais são os alvos terapêuticos para a pressão arterial na DRC com albuminúria < 30 mg/g?
PA ≤ 140/90 mmHg.
Quais são os alvos terapêuticos para a pressão arterial na DRC com albuminúria > 30 mg/g?
PA ≤ 130/80 mmHg, com inibidores do SRAA (IECA ou BRA).
Quais são os principais eventos adversos do uso de IECA/BRA na DRC?
Redução transitória da TFG (esperada, mas deve ser monitorada).
Hipercalemia (risco de hiperpotassemia devido à inibição do SRAA).
Hipotensão (especialmente em pacientes com hipovolemia).
📌 IECA/BRA são recomendados para DRC com albuminúria, mas o paciente deve ser monitorado para evitar complicações.
Como manejar a hipotensão postural na DRC?
Reduzir ou substituir drogas vasodilatadoras.
Evitar diuréticos, nitratos, alfa-bloqueadores e antidepressivos tricíclicos.
Quais medidas não farmacológicas auxiliam no controle da hipotensão postural?
Corrigir anemia
Evitar saunas e banhos quentes
Modificação dos exercícios físicos (posição deitada ou sentada)
Uso de meias elásticas e elevação da cabeceira ao dormir
Quais medicamentos podem ser usados para hipotensão postural na DRC?
Fludrocortisona
Midodrina (agonista alfa-1 seletivo)
Atomoxetina (bloqueador seletivo da recaptura de noradrenalina)
Qual é a ingestão diária máxima recomendada de sal para pacientes com DRC?
Máximo de 5 g por dia.
Como monitorar a ingestão de sal na DRC?
Pela dosagem do sódio urinário em 24 horas.
Como calcular a ingestão de sal a partir do sódio urinário?
Dividir o sódio urinário (mEq) por 17,1 para obter o valor em gramas de sal.
Existe alternativa para a coleta de urina de 24h na avaliação do consumo de sal?
Sim, utilizando fórmulas baseadas em amostras isoladas de urina.
Quando os IECA/BRA são indicados na DRC?
Desde as fases precoces, especialmente em pacientes com proteinúria.
Quais os benefícios do uso de IECA/BRA na DRC?
Reduzem a progressão da doença e diminuem a mortalidade.
Os IECA/BRA podem ser usados nas fases G4 e G5 da DRC?
Evidência limitada, mas podem retardar a progressão e reduzir mortalidade.
Qual o risco da descontinuação de IECA/BRA na DRC?
Maior risco de necessidade de terapia renal substitutiva (TRS) em pacientes diabéticos.
Quando monitorar potássio e creatinina após iniciar IECA/BRA?
Entre 5 e 7 dias do início da terapia.
Por que não se deve associar IECA e BRA na DRC?
Aumenta o risco de hipercalemia e piora aguda da função renal.
A associação de IECA e BRA traz benefícios cardiovasculares ou renais a longo prazo?
Não, estudos não demonstraram benefícios em pacientes com DRC e diabetes.
O controle glicêmico intensivo na DRC reduz quais complicações?
Redução da albuminúria e progressão mais lenta da doença renal.
Qual deve ser o valor-alvo da HbA1c na DRC?
< 7% para pacientes jovens, com baixa comorbidade e maior expectativa de vida. Próximo a 8% para idosos, com alta comorbidade e menor expectativa de vida.
Por que o monitoramento da HbA1c pode ser menos preciso na DRC avançada?
A vida média das hemácias está reduzida, alterando os resultados da HbA1c.
A metformina pode ser usada em pacientes com DRC?
Sim, mas com ajustes de dose conforme a TFG.
Qual é a recomendação para uso de metformina na DRC conforme a TFG?
TFG > 45 mL/min/1,73m²: Dose usual. TFG 30-44 mL/min/1,73m²: Reduzir dose pela metade. TFG < 30 mL/min/1,73m²: Suspender metformina.
Por que a metformina deve ser evitada na DRC avançada?
Risco de acidose láctica grave (embora seja raro).
Quando a metformina deve ser suspensa temporariamente?
Internações hospitalares e situações clínicas que reduzam a TFG.
Por que o ajuste de hipoglicemiantes orais é importante na DRC?
A maioria das drogas tem metabolismo/eliminação renal e pode causar hipoglicemia prolongada se não ajustada.
Quais hipoglicemiantes podem ser usados sem restrições na DRC?
Todos os hipoglicemiantes podem ser usados com TFG > 60 mL/min/1,73m².
O que deve ser feito para prescrição de hipoglicemiantes na DRC com TFG < 60 mL/min/1,73m²?
Ajuste de doses e maior cuidado para evitar hipoglicemia.
Os inibidores da SGLT-2 (iSGLT2) podem ser usados na DRC em não diabéticos?
Sim, estudos mostram benefícios na redução da progressão da DRC e da albuminúria.
Quais inibidores da SGLT-2 mostraram impacto positivo na DRC?
Empagliflozina, Canagliflozina, Dapagliflozina.
Os iSGLT2 são aprovados em bula para DRC em não diabéticos?
Não, embora estudos demonstrem benefícios, a indicação ainda não consta em bula.
A albuminúria na DRC pode ser revertida?
Sim, o uso de drogas antiproteinúricas pode reduzir a perda de proteínas na urina.
A reversão da albuminúria melhora o prognóstico renal e cardiovascular?
Sim, a redução da albuminúria está associada a menor risco de progressão da DRC e redução do risco cardiovascular a longo prazo.
Qual a principal estratégia para reverter parcial ou totalmente a albuminúria na DRC?
Bloqueio do SRAA com IECA ou BRA.
Como os IECA/BRA reduzem a albuminúria?
Diminuem a hipertensão intraglomerular e a proteinúria.
Qual a recomendação de dose de IECA/BRA na DRC para controle da albuminúria?
Usar a maior dose tolerada pelo paciente.
Os inibidores da SGLT-2 podem reduzir a albuminúria na DRC?
Sim, reduzem a RAC urinária, mas o uso para essa finalidade ainda é off-label.
Por que a imunização é importante para pacientes com DRC?
Eles são mais suscetíveis a infecções, incluindo infecções virais.
Mulheres com DRC podem engravidar?
Sim, mas há tendência à infertilidade e maior risco de complicações.
Quais complicações a gravidez pode causar em mulheres com DRC?
Piora da hipertensão, aumento da proteinúria, parto prematuro, baixo peso ao nascer.
Quais fatores aumentam o risco de piora da função renal na gravidez na DRC?
Creatinina > 2 mg/dL, TFG < 40 mL/min, proteinúria > 1 g/24h.
Por que a contracepção é recomendada para mulheres com DRC?
Para evitar complicações maternas e fetais devido ao alto risco da gravidez.
Quais são os riscos do uso de anticoncepcionais à base de estrogênio na DRC?
Maior risco tromboembólico, especialmente em pacientes com diabetes, hipertensão, lúpus, hipertrigliceridemia.
Quais anticoncepcionais são mais seguros para pacientes com DRC?
À base de progesterona, pois não afetam a proteinúria nem a pressão arterial.
Quais são os riscos dos contraceptivos injetáveis de ação prolongada na DRC?
Perda óssea, maior risco de trombose.
Os contraceptivos orais à base de progesterona são seguros na DRC?
Sim, têm menos efeitos colaterais em comparação aos injetáveis.
Quais métodos contraceptivos são mais seguros na DRC?
Métodos de barreira (menos eficazes), DIU hormonal (altamente eficaz e seguro, inclusive para pacientes imunossuprimidas).
Qual critério deve ser avaliado antes da prescrição de anticoagulantes na DRC?
Escores de risco CHA₂DS₂-VASc (risco de embolia) e HAS-BLED (risco de sangramento).
Quais anticoagulantes orais diretos podem ser usados na DRC?
Apixaban, Rivaroxaban, Edoxaban, Dabigatran (restrições dependendo da TFG).
Qual é o ajuste de dose do apixaban na DRC?
≥ 30 mL/min: 5 mg 2x/dia
15 a 29 mL/min: 2,5 mg 2x/dia
< 15 mL/min: Uso incerto (?)
Qual é o ajuste de dose do rivaroxaban na DRC?
≥ 50 mL/min: 20 mg 1x/dia
30 a 49 mL/min: 15 mg 1x/dia
15 a 29 mL/min: 15 mg 1x/dia
< 15 mL/min: 10 mg 1x/dia
Quando o edoxaban pode ser usado na DRC?
≥ 50 mL/min: 60 mg 1x/dia
30 a 49 mL/min: 30 mg 1x/dia
15 a 29 mL/min: 30 mg 1x/dia (ou 15 mg 1x/dia se < 60 kg)
< 15 mL/min: Contraindicado
Quando o dabigatran pode ser usado na DRC?
≥ 50 mL/min: 150 mg 2x/dia
30 a 49 mL/min: 110 mg 2x/dia
< 30 mL/min: Contraindicado
Quais são os critérios diagnósticos de anemia na DRC para homens?
Hemoglobina < 13 g/dL
Quais são os critérios diagnósticos de anemia na DRC para mulheres?
Hemoglobina < 12 g/dL
Quais são as principais causas de anemia na DRC?
Redução da produção de eritropoetina, Deficiência de ferro (absoluta e funcional)
Com que frequência a hemoglobina deve ser monitorada na DRC?
1 a 2 vezes ao ano.
Quais alterações metabólicas ocorrem nos estágios iniciais da DRC?
Aumento do FGF-23 → Aumenta a excreção de fósforo e reduz 1,25 vitamina D.
Como a hipocalcemia se desenvolve na DRC?
Aumento do fósforo sérico e diminuição da 1,25 vitamina D → Redução do cálcio sérico.
Qual hormônio é ativado pela hipocalcemia na DRC?
Paratormônio (PTH) → Hiperparatireoidismo secundário.
Quais exames devem ser monitorados para avaliar distúrbios minerais na DRC?
Cálcio sérico, Fósforo sérico, PTH intacto (PTHi), Fosfatase alcalina
Com que frequência devem ser avaliados cálcio, fósforo, PTHi e fosfatase alcalina na DRC?
1 a 2 vezes ao ano.
Qual a prevalência da hipercalemia na DRC?
14 a 20% dos pacientes.
Quais fatores aumentam o risco de hipercalemia na DRC?
Diabetes, Oligúria, Uso de bloqueadores do SRAA (IECA/BRA)
Quais são as consequências graves da hipercalemia?
Arritmias cardíacas, Morte súbita, Fraqueza muscular e paralisia
Como tratar hipercalemia leve na DRC?
Restrição dietética de potássio, Diuréticos espoliadores de potássio, Correção da acidose metabólica, Resinas trocadoras de potássio (Sorcal®, patiromer, ciclossilicato de zircônio sódico)
Como tratar emergência hipercalêmica?
Estabilização da membrana celular → Gluconato de cálcio, Desvio do potássio para o intracelular → Beta-2-agonistas, bicarbonato de sódio ou insulina + glicose, Remoção de potássio → Diuréticos ou diálise
Por que a DRC leva à acidose metabólica?
Retenção de íons H+; Diminuição do ácido titulável; Redução da reabsorção de bicarbonato
Como o hiato iônico se comporta na acidose metabólica da DRC?
Normal nos estágios iniciais; Aumenta nos estágios avançados devido à retenção de fosfato, sulfato e urato
Quais complicações a acidose metabólica crônica pode causar na DRC?
Reabsorção óssea aumentada → Osteopenia; Aumento do catabolismo; Piora do hiperparatireoidismo; Redução da função da Na+K+ATPase → Insuficiência cardíaca; Inflamação sistêmica; Hipotensão; Progressão da DRC e aumento da mortalidade
Qual é a meta do tratamento da acidose metabólica na DRC?
Manter bicarbonato sérico entre 22 e 26 mEq/L
Qual o tratamento de escolha para acidose metabólica na DRC?
Bicarbonato de sódio oral (0,5 a 1 mEq/kg/dia)
Quais outras opções de tratamento da acidose metabólica na DRC?
Citrato de sódio; Citrato de cálcio; Acetato de cálcio; Carbonato de cálcio
Qual o benefício e risco de uma dieta alcalina na DRC?
Benefício: Pode ajudar a corrigir a acidose metabólica; Risco: Pode causar hipercalemia, pois é rica em frutas e verduras
Por que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte na DRC?
A DRC é um fator de risco independente para DCV.
Quais fatores da DRC aumentam o risco cardiovascular?
Hipertensão, Diabetes, Dislipidemia, Idade avançada, Retenção de toxinas urêmicas, Anemia, Aumento de citocinas inflamatórias, Balanço de cálcio positivo e alterações ósseas, Estado inflamatório persistente.
O que é a neuropatia urêmica?
Polineuropatia distal e simétrica, associada à desmielinização e degeneração axonal.
Quais são os sintomas da neuropatia urêmica?
Parestesias, sensação de queimação, fraqueza muscular (casos graves), mioclonia e paralisia (casos severos).
Quais são possíveis causas da neuropatia urêmica?
Deficiência de zinco, tiamina e biotina; acúmulo de moléculas médias (fenóis, monoinositol, beta-2-microglobulina).
Quais doenças podem simular neuropatia urêmica?
Neuropatia diabética, lúpus, vasculite sistêmica, mieloma múltiplo, amiloidose.
Como tratar a neuropatia urêmica?
Iniciar Terapia Renal Substitutiva (TRS) em pacientes graves. Alternativa: Gabapentina ou Pregabalina, ajustadas pela TFG.
Quais são os tipos mais comuns de dislipidemia na DRC?
Hipertrigliceridemia e baixos níveis de HDL.
Como a proteinúria influencia a dislipidemia na DRC?
Quanto maior a proteinúria, maior a dislipidemia.
A dislipidemia aumenta a mortalidade na DRC como na população geral?
Não, pois a desnutrição e a inflamação influenciam a relação com a mortalidade.
Quais estratégias podem ajudar a controlar a dislipidemia na DRC?
Ajuste da dieta conforme o tipo de dislipidemia, perda de peso, atividade física e redução do consumo de álcool.
Quais pacientes com DRC se beneficiam do uso de estatinas?
Pacientes acima de 50 anos, TFG > 60 mL/min/1,73m², Doença aterosclerótica estabelecida (insuficiência coronariana, cerebrovascular ou arterial periférica).
Qual estatina é preferida na DRC e por quê?
Atorvastatina, pois não requer ajuste de dose devido à metabolização hepática.
Estatinas precisam de ajuste nos estágios avançados da DRC?
Sim, todas as estatinas exceto atorvastatina devem ter a dose ajustada nos estágios G3-G5.
Qual é o principal efeito colateral das estatinas na DRC?
Toxicidade muscular → Risco de rabdomiólise.
Os fibratos são indicados para tratar dislipidemia na DRC?
Não são comumente indicados, pois aumentam o risco de efeitos adversos, especialmente se usados com estatinas.
Quando o uso de fibratos pode ser considerado na DRC?
Se triglicerídeos estiverem muito elevados, para reduzir o risco de pancreatite.
Hiperuricemia é comum na DRC?
Sim, é frequentemente observada em pacientes com DRC.
Quais benefícios cardiovasculares foram associados à redução do ácido úrico na DRC?
Redução da massa do ventrículo esquerdo e melhoria da função endotelial.
Reduzir o ácido úrico com medicamentos retarda a progressão da DRC?
Não há evidências de que o tratamento da hiperuricemia reduza a progressão da DRC.
Quais medicamentos podem ser usados para reduzir o ácido úrico na DRC?
Alopurinol e Rasburicase.
A DRC aumenta o risco de infecções?
Sim, pacientes com DRC têm disfunção do sistema imunológico.
Quais mecanismos contribuem para o risco aumentado de infecções na DRC?
Alteração da microbiota e da barreira intestinal pela uremia, estresse oxidativo e produção de citocinas pró-inflamatórias, inflamação crônica mediada por IL-1, TNF-alfa e interferon-gama, alterações na linhagem celular linfoide, e aumento da apoptose celular.
Por que pacientes com DRC têm maior risco de ITU de repetição?
Imunidade reduzida, anemia e desnutrição, inflamação crônica e deficiência de vitaminas.
Por que o tratamento de ITU na DRC é mais difícil?
Redução da filtração glomerular diminui a concentração urinária de antibióticos e maior seleção de germes resistentes devido ao uso prolongado de antibióticos.
Como a diminuição da diurese afeta o risco de ITU na DRC?
Favorece a proliferação bacteriana pela menor eliminação de microrganismos na urina.
Por que pacientes transplantados de rim são considerados portadores de DRC?
Porque apresentam anormalidades histológicas renais mesmo sem TFG reduzida ou albuminúria.
Pacientes transplantados de rim têm risco aumentado de quais desfechos?
Maior mortalidade e maior risco de falência renal.
Por que o manejo médico deve ser especializado em pacientes transplantados?
Porque há risco aumentado de complicações e necessidade de monitoramento contínuo.
Quais fatores devem ser considerados na escolha da TRS?
Preferência do paciente, estilo de vida e adesão ao tratamento, características psicológicas, presença de comorbidades, suporte familiar e condições socioeconômicas.
Qual é o papel do encaminhamento precoce ao nefrologista na TRS?
Permite um tempo adequado para planejamento e preparação da diálise.
Quais são as principais modalidades de Terapia Renal Substitutiva?
Hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal.