T5 - Úlcera Péptica (1) Flashcards
Úlcera Péptica - Definição?
- A úlcera péptica é uma solução de continuidade numa zona do tubo digestivo em contacto com a solução cloridropéptica gástrica que ultrapassa, em profundidade a muscularis mucosae
- Se esta solução de continuidade não ultrapassar esta barreira, estamos perante uma erosão
- Na linguagem médica usual o termo “ úlcera péptica” refere-se às úlceras localizadas no estômago ou no duodeno.
- Tendem a ocorrer preferencialmente em zonas de transição entre diferentes tipos de mucosa (junção duodeno-pilórica, transição entre o corpo e antro, junção esofagogástrica ou gastro-duodenal)
Úlcera Péptica - Epidemiologia - Duodenal?
A doença ulcerosa péptica é uma das mais prevalentes doenças do tubo digestivo
Úlcera Duodenal
Maior incidência em pessoas jovens e de meia-idade ( 20 e 45 anos).
Duas vezes mais frequente em homens
95% situam-se a 2 cm do piloro, no bolbo duodenal
Úlcera Péptica - Epidemiologia - Gástrica?
A doença ulcerosa péptica é uma das mais prevalentes doenças do tubo digestivo
Úlcera Gástrica
Pico de incidência entre os 40 a 60 anos ( dez anos mais tarde que úlcera duodenal).
Igual incidência nos dois sexos.
95% ocorrem na pequena curvatura e 60% destas estão no canal pilórico
Patogénese e tipo de úlceras?
- Desequilíbrio entre os factores de agressão e os mecanismos de defesa.
- Aumento da susceptibilidade da mucosa à acção lesiva do ácido.
“Sem ácido não há úlcera”
Patogénese e Tipos de Úlceras - Úlcera Duodenal?
- Ocorrem na zona de transição entre a mucosa duodenal e pilórica ( bolbo duodenal)
- É uma doença com múltiplas etiologias
- A única alteração que parece estar sempre presente nos doentes com úlcera duodenal é o aumento da secreção de ácido e pepsinogénio associado a infecção pelo H. pylori ou ao uso crónico dos AINEs
Patogénese e Tipos de Úlceras - Úlcera Gástrica - Classificação de Johnson?
Úlcera tipo I de Johnson
Úlcera isolada da pequena curvatura, proximal à incisura angular e perto da junção entre o corpo e o antro.
Pangastrite antral ou gastrite atrófica multifactorial (H. pylori, refluxo biliopancreático). Hipocloridriase
# Úlceras tipo II de Johnson Idêntica localização da tipo I, mas associada a úlcera duodenal. Hipersecreção de ácido
# Úlceras tipo III de Johnson Úlcera da região pré-pilorica Hipersecreção do ácido
Úlceras tipo IV de Johnson
No estômago proximal ou cardia
Hipocloridríase
Etiologia?
H. pylori AINEs Tabaco Álcool Stress psicológico e fisiológico Síndromes hipersecrectores ( Zollinger-Ellison)
Helicobacter pylori - Epidemiologia?
Mais frequentes na classes com baixo nível socioeconómico e de instrução
Transmissão feco-oral ou oro-oral. Mais frequente na infância.
Países desenvolvidos –taxa de infecção é maior nos indivíduos com mais de cinquenta anos ( > 50%).
Países em desenvolvimento – 80% de indivíduos com 20 anos estão infectados.
90% das úlceras duodenais e 75% das úlceras gástricas estão associados a infecções pelo H. pylori
Helicobacter pylori - Fisiopatologia?
Infecção precoce → gastrite crónica atrófica → UG
Infecção tardia → UD
Bactéria gram-negativo, microaerofílico com forma helicoidal que coloniza o epitélio gástrico.
Produz urease, enzima que degrada a ureia em bicarbonato e amonia, criando um microambiente alcalino à sua volta (mecanismo de defesa contra o ácido. é utilizado para diagnóstico)
AINES?
Segunda causa mais importante de úlcera péptica. Está mais associada à úlcera gástrica
Consumo de AINEs tem vindo a aumentar sobretudo entre as mulheres e indivíduos idosos (aumento das patologias osteoarticulares).
AINEs aumentam duas a dez vezes o risco de ocorrerem complicações.
80% dos pacientes com complicações são assintomáticos
Factores de risco de desenvolvimento de ulcera péptica?
>60 Anos História prévia de úlcera Corticoesteroides 2/+ AINES Anticoagulantes Comorbilidade
Manifestações clínicas - Formas de apresentação?
- Úlceras assintomáticas
- Síndrome ulcerosa típica
- Indigestão ou dispepsia
- Sintomas de complicações
- Sintomas pós-cicatrização
Síndrome ulcerosa típica - Dor abdominal?
Localização – epigástrica, pode irradiar para os hipocôndrios ou para região dorsal (atingimento do pâncreas).
Tipo – queimadura
Intensidade – variável, menos intensa na úlcera gástrica
Ritmicidade diária – na úlcera duodenal ocorre 2 a 3 horas após as refeições e à noite ( entre as 23h e as 2h). Na úlcera gástrica a dor tende a aparecer precocemente, 30 mn após ingestão de alimentos.
Periodicidade – prolonga-se por 3 a 5 semanas intervalada por períodos de acalmia de meses ou anos. Na úlcera duodenal as crises são mais frequentes no Inverno e inicio de primavera.
Factores de agravamento e alívio– aliviada pelos antiácidos, alimentos ou anti-secrectores. Na úlcera gástrica a dor pode ser agravada pelos alimentos
Cronicidade – evolução crónica e recidivante. Se não ocorrerem complicações cada crise é idêntica à anterior
Síndrome ulcerosa típica - Sintomas Acompanhantes?
Náuseas
Vómitos
Hipersensibilidade epigástrica à direita da linha média pode ser detectado no exame abdominal do doente com úlcera duodenal
Manifestações clínicas - Indigestão ou Dispepsia?
Desconforto epigástrico
Eructações
Enfartamento
Náuseas e vómitos ( mesmo sem oclusão)