T12 - Hemorragia Digestiva Baixa (3) Flashcards

1
Q

Abordagem Diagnóstica – Identificação da Origem da Hemorragia - Arteriografia selectiva?

A
    • Nos casos de hemorragia maciça, em que a visualização endoscópica é limitada, a arteriografia selectiva é muitas vezes útil.
    • Identifica hemorragias com velocidade ≥ 0,5 mL/min.
    • Identifica a hemorragia arterial em 45 a 75% dos pacientes se a hemorragia estiver activa no momento da injecção de contraste.
    • O uso de vasodilatadores, heparina e agentes fibrinolíticos não parece ter justificação, excepto nos pacientes com hemorragia recorrente intermitente.
    • Elevada especificidade em termos de localização topográfica da lesão.
    • Cerca de 10% dos pacientes desenvolvem uma complicação da angiografia
    • Sendo assim, a angiografia de emergência está indicada num grupo muito restrito de pacientes com HDB activa maciça
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2
Q

Abordagem Diagnóstica – Identificação da Origem da Hemorragia - Cintigrafia com GR’s marcados com Tc 99?

A
    • Detecta velocidades de sangramento ≥ 0,1 mL/min.
    • As imagens são obtidas a intervalos distintos após a injecção de contraste até às 2 h, e depois a intervalos de 4 a 6 h ou no momento em que há evidência clínica de recorrência da hemorragia.
    • Se a hemorragia estiver presente no momento da injecção, identifica com precisão a sua origem em mais de 85% dos casos
    • É usada para localizar hemorragia intermitente ou lesões que sangram a baixa velocidade
    • É muitas vezes usada como meio de selecção dos pacientes para realização de angiografia
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3
Q

Abordagem Diagnóstica – Identificação da Origem da Hemorragia - Outros exames auxiliares de diagnóstico?

A

– Os exames radiológicos clássicos têm interesse actual quase nulo em situações de HDB aguda, até porque inviabilizam qualquer tentativa diagnóstica subsequente, tanto angiográfica como endoscópica

– Contudo, tanto o clíster opaco com duplo contraste como a enteroclise são excelentes métodos de diagnóstico, quer para o estudo electivo de situações de HDB crónica, quer no período inter-hemorragia nos casos de HDB aguda intermitente

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4
Q

Tratamento?

A

– A HDB é normalmente alvo de terapêutica conservadora ou tratada através de técnicas não invasivas

– A intervenção terapêutica de emergência é apenas necessária quando os doentes que apresentam uma hemorragia severa não podem ser estabilizados

– Terapêutica deve ser equilibrada: de acordo com situação clínica do doente, os riscos próprios da situação hemorrágica e os inerentes à terapêutica adoptada

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5
Q

Tratamento - HDB grave aguda - Terapêutica angiográfica?

A

Deve ser utilizada racionalmente

    • Inconvenientes potencialmente graves
    • Muitas vezes pouco imediata nos resultados apresentados

Nos doentes em que é possível localização da origem da hemorragia por angiografia, esta encontra-se indicada como:

    • Medida perioperatória de comtemporização
    • Medida terapêutica definitiva em doentes com alto risco cirúrgico
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6
Q

Tratamento - HDB grave aguda - Terapêutica angiográfica - Exemplos?

A

Tratamento vasoconstritor intra-arterial com vasopressina

    • pode controlar temporariamente a hemorragia em até 80% dos casos
    • são frequentes casos de recidiva hemorrágica precoce após a descontinuação do tratamento
    • principal objectivo: controlo temporário da hemorragia até se iniciar ressecção cirúrgica segmentar de emergência

Embolização selectiva

    • método angiográfico alternativo
    • permite controlo temporário da hemorragia causada por angiodisplasias e divertículos
    • cateterização selectiva do vaso sangrante(minimizar necrose por colite isquémica)
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7
Q

Tratamento - HDB grave aguda - Terapêutica angiográfica - Indicações?

A
    • Indicada em doentes de alto risco refractários à abordagem conservadora que não toleram intervenção cirúrgica (risco proibitivo de mortalidade e morbilidade)
    • Medida temporária de controlo da hemorragia em situações agudas e graves => Ressecção cirúrgica eminente
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8
Q

Tratamento - HDB grave aguda - Terapêutica endoscópica?

A
    • Importância crescente da endoscopia terapêutica no controlo e prevenção de hemorragia em determinados doentes de alto risco (possibilidade de alterar evolução natural da hemorragia)
    • Colonoscopia apresenta oportunidade terapêutica simultânea ao diagnóstico, com diminuição de tempo de internamento associada, em vários estudos
    • Hemorragia por angiodisplasia => controlada em até 80% casos
    • Polipectomia => terapêutica apropriada nas hemorragias por pólipos intestinais
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9
Q

Tratamento - HDB grave aguda - Terapêutica endoscópica - Outras modalidades alternativas?

A

Resultados positivos na hemorragia diverticular do cólon:

    • Fotocoagulação por laser
    • Electrocoagulação
    • Sonda aquecida

– Escleroterapia (álcool absoluto, sulfato tetradecil de sódio)

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10
Q

Tratamento - HDB grave aguda - Intervenção cirúrgica?

A
    • Falência de métodos endoscópicos e angiográficos
    • Importância da hemorragia determina urgência da intervenção
    • Grande dilema cirúrgico => Decisão do momento da cirurgia

– Colectomia na HDB aguda grave :
. exigência de transfusão persistente
. incapacidade de estabilização hemodinâmica por endoscopia ou angiografia
. recidiva significativa da hemorragia até 1sem após cessação inicial do episódio

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11
Q

Tratamento - HDB grave aguda - Intervenção cirúrgica - Continuação?

A

– Se a lesão é reconhecida e topograficamente localizada
. Ressecção do segmento intestinal afectado (colectomia segmentar, etc)
– Se hemorragia persistente, com significativo fluxo hemorrágico, que permanece ignorada apesar de todas as técnicas complementares de diagnóstico

Intervenção mais complexa : assenta fundamentalmente no cumprimento preciso e bem programado dos princípios cirúrgicos primariamente diagnósticos, com sucessão de gestos e atitudes conducentes à localização do foco hemorrágico e à intervenção mais adequada ao tipo e topografia da lesão

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12
Q

Tratamento - HDB grave aguda - Intervenção cirúrgica - Continuação (2)?

A

– Não existindo evidência de proveniência do cólon, com suspeita de ponto de partida no intestino delgado (mas localização incerta) => Iliostomias seriadas, seguidas por intervenções endoscópicas repetitivas (para çocalização e tratamento)

– Hemorragia persistente ou recorrente a partir do cólon => Colectomia segmentar

– O esforço diagnóstico intra-operatório é indispensável na medida em que, a todo o custo, devem ser evitadas ressecções segmentares “cegas”

– A cirurgia emergente apresenta uma taxa de morbilidade e mortalidade superior comparativamente à cirurgia electiva

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13
Q

Tratamento - HDB grave aguda - Intervenção cirúrgica - Conclusão?

A

– Quando, apesar das tentativas de controlo por métodos conservadores, a hemorragia persiste com débitos que tornam difícil a manutenção das condições hemodinâmicas do doente => indicação para intervenção cirúrgica é inquestionável

– A confirmação per-operatória do diagnóstico é importante => Permite intervenção dirigida e programada para ressecção segmentar

    • Se Ø localização per-operatória da hemorragia, o recurso a uma ressecção total ou subtotal deve ser considerado um procedimento seguro
    • É actualmente consensual a contra-indicação de uma ressecção segmentar “cega” nestas situações
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14
Q

Tratamento - Cirurgia electiva?

A

– Encontra-se indicada nas situações de hemorragia crónica ou recorrente que são refractárias à terapêutica conservadora

– Neste contexto, é necessária uma meticulosa localização pré- operatória da origem da hemorragia

Em circunstâncias ideais, a abordagem cirúrgica da HDB deve ser proporcionada ao doente com um conhecimento fiável da causa e localização da suspeita hemorragia

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15
Q

Tratamento - Doença diverticular?

A

– Se doente com sinais/sx clássicos de diverticulose não complicada: anti- espasmódicos+início de dieta rica em fibras+post vigilância c/ sigmoidoscopia

– Nos doentes com sinais/sx de diverticulite aguda: iniciar fluidoterapia ev, SNG (se vómitos ou suspeita de obstrução no cólon) + AB largo espectro; devem ser internados (melhoria clínica após 48-72h)

– Doentes com diverticulite aguda moderada,Ø co-morbilidades identificadas, Ø peritonite: não necessitam de internamento; dieta restrita+AB largo espectro

– Se HDB aguda: tx inclui endoscopia de urgência (importância da colonoscopia)

– Abordagem cirúrgica:
. emergente => mandatária se: complicações, deterioração clínica ou hemorragia refractária a tx conservador
. electiva => cenário cirúrgico mais comum

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16
Q

Tratamento - Angiodisplasia?

A
    • Abordagem conservadora, em doentes estáveis, é a ++ recomendada
    • Doentes assintomáticos (dx acidental) => não está estipulada instituição de tx
    • Causa de reincidência +++ => existência simultânea de outras áreas de hemorragia

– Fotocoagulação endoscópica => vindo a estabelecer-se como tx de eleição (eficaz no tx angiodisplasias do cólon)

– Ressecção cirúrgica é tx definitivo, mas considerado de 2ª linha (após recurso a ablação endoscópica, se coagulação endoscópica repetida falhar, se tx endoscópico indisponível)

16
Q

Tratamento - Angiodisplasia?

A
    • Abordagem conservadora, em doentes estáveis, é a ++ recomendada
    • Doentes assintomáticos (dx acidental) => não está estipulada instituição de tx
    • Causa de reincidência +++ => existência simultânea de outras áreas de hemorragia

– Fotocoagulação endoscópica => vindo a estabelecer-se como tx de eleição (eficaz no tx angiodisplasias do cólon)

– Ressecção cirúrgica é tx definitivo, mas considerado de 2ª linha (após recurso a ablação endoscópica, se coagulação endoscópica repetida falhar, se tx endoscópico indisponível)

17
Q

Tratamento - Carcinoma colorrectal?

A

– Carcinoma do cólon => ressecção do segmento atingido

– Carcinoma do recto :
. Ressecção anterior do recto (Ca recto alto/médio)
. Amputação abdomino-perineal (Ca recto baixo)

18
Q

Tratamento - Dça inflamatória intestinal - Dça de Crohn?

A
    • HDB é uma complicação rara
    • Localização ++ região intestinal atingida pela doença
    • Abordagem cx da HDB em 50% doentes (hemorragia recorrente é indicação formal)

– As várias opções terapêuticas visam, durante as complicações agudas, resolução do problema imediato, para limitar atingimento e lesão a nível perianal ou dos tecidos perianais

– Em geral, uma abordagem médica e cirúrgica combinada é preferencial

19
Q

Tratamento - Dça inflamatória intestinal - Colite Ulcerosa?

A
    • HDB maciça ocorre +++ como resultado da exacerbação da doença (++colite aguda e/ou fulminante)
    • Proctocolectomia de emergência: única opção terapêutica fiável => Taxa de mortalidade e morbilidade elevadas
    • Estudos efetuados: embolização superseletiva como alternativa
20
Q

Tratamento - Dça inflamatória intestinal - Megacólon tóxico?

A

Complicação severa da DII

Tratamento conservador:

  • fluidoterapia
  • nutrição parentérica total
  • corticoterapia
  • AB largo espectro

Tratamento cirúrgico (se ausência de eficácia durante primeiras 72h):
- colectomia subtotal, complementada com ileostomia (+++)

21
Q

Tratamento - Hemorróidas - Tratamento médico?

A

O tratamento deve apenas ser considerado para permitir alívio sintomático e no caso de existirem complicações

    • recomendado para maioria dos casos (excepção: dça avançada)
    • alterações nutricionais (dieta rica em fibras, agentes formadores de massa fecal, eliminação de alimentos obstipantes, > ingestão de líquidos)
    • emolientes fecais
    • modificação das rotinas diárias (exercício físico, diminuir tempo despendido durante a defecação)
22
Q

Tratamento - Hemorróidas - Tratamento cirúrgico?

A

O tratamento deve apenas ser considerado para permitir alívio sintomático e no caso de existirem complicações

Laqueação/ligação por banda elástica:

  • técnica segura e eficaz no tx hemorragia persistente de hemorróidas 1o,2o, 3o e 4o grau (dtes seleccionados)
  • se a banda for colocada ao nível ou distalmente à linha denteada dor intensa (mucosa e pele mto irrigadas)
  • complicações: retenção urinária, infecção necrotizante, hemorragia persistente por Ø de cicatrização

Escleroterapia por injecção:

  • ++ nas hemorróidas 1o,2o e algumas de 3o grau
  • 1-3 ml sol. esclerosante injectada na submucosa acima do complexo hemorrodário
  • provoca inibição do prolapso e hemorragia remanescente
  • complicações: infecção e necrose
# Fotocoagulação:
- apenas eficaz para hemorróidas de 1o e 2o grau de pequeno tamanho

Hemorroidectomia excisional:

  • hemorróidas de 3o e 4o graus de grandes dimensões
  • hemorróidas mistas não adequadas para laqueação do componente interno
  • hemorróidas internas encarceradas que exigem intervenção urgente
23
Q

Tratamento - Hemorróidas?

A
    • Múltiplos procedimentos de cx electiva => todos se baseiam na redução de fluxo sanguíneo e excisão da derme anal e mucosa adjacentes
    • Hemorroidectomia submucosa fechada (Parks ou Ferguson) => ressecção do tecido hemorroidário+ encerramento com fio de sutura absorvível
    • Hemorroidectomia submucosa aberta (Milligan ou Morgan) => ressecção, mas ferida permanece aberta para cicatrização de segunda intenção
23
Q

Tratamento - Hemorróidas?

A
    • Múltiplos procedimentos de cx electiva => todos se baseiam na redução de fluxo sanguíneo e excisão da derme anal e mucosa adjacentes
    • Hemorroidectomia submucosa fechada (Parks ou Ferguson) => ressecção do tecido hemorroidário+ encerramento com fio de sutura absorvível
    • Hemorroidectomia submucosa aberta (Milligan ou Morgan) => ressecção, mas ferida permanece aberta para cicatrização de segunda intenção
24
Q

Tratamento - Hemorróidas - Tratamento cirúrgico - Complicações após hemorroidectomia excisional?

A
  • cerca de 10% dos casos
  • hemorragia, retenção urinária, impactação fecal, fissuras, abcessos, fístulas, incontinência e estenose anal (+ tardia)
25
Q

Tratamento - Hemorróidas externas?

A

– trombose aguda :
. excisão do trombo e do tecido hemorroidário (diminui recidiva)
. remoção apenas do trombo (alivia pressão e dor) - evolução < 48h

Se > 48h (organização do trombo):
– banhos tépidos da região perianal, dieta rica em fibras, emolientes fecais, tranquilização do doente