T3 - Patologia funcional do esófago e junção esófago-gástrica (3) Flashcards

1
Q

Espasmo Esofágico Difuso - Definição?

A

– Apresenta clinicamente dor torácica e disfagia

– Detectado manometricamente por contracções não peristálticas, simultâneas e repetitivas

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2
Q

Espasmo Esofágico Difuso - Epidemiologia?

A

– Doença rara (incidência 5 vezes < à Acalásia)
– Incidência aumenta com a idade
– Afecta igualmente ambos os sexos

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3
Q

Espasmo Esofágico Difuso - Patofisiologia?

A

– Etiologia é desconhecida
– Hipertrofia do músculo esofágico dos 2/3 distais
– Disfunção dos nervos inibitórios com degeneração neuronal irregular localizada nos processos nervosos

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4
Q

Espasmo Esofágico Difuso - Quadro clínico?

A
  1. Dor torácica
    ❖ Localização retroesternal
    ❖ Irradiação para o pescoço, braços ou área interescapular
    ❖ Intensidade moderada ou forte
    ❖ Duração de alguns segundos a vários minutos
    ❖ Ocorre em repouso, mas pode aparecer com a deglutição ou stress
  2. Disfagia
    ❖ Para sólidos ou líquidos
    ❖ Intermitente
    ❖ Induzida pelo stress, deglutições rápidas e ingestão de bebidas frias ou gaseificadas
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5
Q

Espasmo Esofágico Difuso - Diagnóstico?

A
  1. Rx contrastado do esófago
    - - Contracções simultâneas descoordenadas
    - - Áreas de estreitamento e dilatações saculares denominado “esófago em saca-rolhas”
  2. Manometria
    - - Contracções simultâneas > a 30% das ondas de deglutição
    - - Peristaltismo normal intermitente
    - - Contracções prolongadas (> 6s)
    - - Contracções de amplitude aumentada (140-200 mmHg)
    - - Contracções espontâneas
  3. Endoscopia digestiva alta
    - - Despiste de outras patologias esofágicas (neoplasias, esofagite de reflluxo, anéis, estenose péptica)
  4. Cintigrafia do trânsito esofágico
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6
Q

Espasmo Esofágico Difuso - Complicações e Prognóstico?

A
Complicações:
– Não acarreta complicações severas
– Hérnia do hiato por deslizamento
– Divertículos epifrénicos
– Regurgitação e aspiração pulmonar

Prognóstico:
– Excelente
– Transição para Acalásia: 3-5%
– Sem desenvolvimento de doenças neoplásicas

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7
Q

Esófago de Quebra-Nozes - Definição e Patofisiologia?

A

Definição:
❖ Patologia de hipercontractilidade
❖ Diagnóstico puramente manométrico: contracções peristálticas de elevada amplitude no corpo esofágico

Patofisiologia:
❖ Etiologia desconhecida
❖ Hiperactividade colinérgica
❖ Até 1/3 dos doentes apresenta anomalias do refluxo GE (DRGE?)
❖ Aspectos similares ao Síndrome do Intestino Irritável

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8
Q

Esófago de Quebra-Nozes - Quadro Clínico e Diagnóstico?

A

◼ Quadro clínico:
– Dor torácica
– Sintomas psiquiátricos (depressão, perturbações da ansiedade)
– Disfagia (pouco frequente)

◼ Diagnóstico:
– Manometria
. Ondas de contracção de amplitude > 180 mmHg em 90% das contracções
. Todas as contracções são peristálticas

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9
Q

Esfíncter Esofágico Inferior Hipertensivo - Definição e Patofisiologia?

A

◼ Definição:
– Patologia hipercontráctil
– Diagnóstico puramente manométrico: pressão de repouso > 45mmHg

◼ Patofisiologia:
– Etiologia desconhecida
– Alterações psicológicas (stress?)
– Proporção significativa de doentes com refluxo GE anormal (DRGE?)
– Destruição das células ganglionares do plexo de Auerbach

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10
Q

Esfíncter Esofágico Inferior Hipertensivo - Quadro Clínico e Diagnóstico?

A

◼ Quadro clínico:
– Dor torácica
– Disfagia

◼ Diagnóstico:
– Manometria
. Pressão de repouso do EEI > 45 mmHg
. Relaxamento do EEI normal

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11
Q

Tratamento do EED, Esófago de Quebra-nozes e EEI Hipertensivo — Tratamento Médico?

A
◼ Tranquilização
− Importância de uma boa relação médico-doente
− Explicar a origem esofágica da dor torácica
− Melhoria significativa da sintomatologia
◼ Farmacoterapia
− Bloqueadores dos canais de cálcio
− Nitratos de longa duração
− Antidepressivos tricíclicos
− Agentes anti-refluxo
◼ Terapêutica endoscópica
− Injecção de toxina botulínica tipo A
− Dilatação pneumática
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12
Q

Tratamento do EED, Esófago de Quebra-nozes e EEI Hipertensivo — Tratamento Cirúrgico?

A
  1. Miotomia esofágica
    − Necessidade de fundoplicatura de Nissen curta se o EEI for seccionado
    − É eficaz para o EED
    − No esófago de quebra-nozes deve ser realizada com precaução (pode piorar os sintomas!)
  2. Esofagectomia torácica total com esofagogastrostomia cervical

Dieta
– Evicção dos alimentos irritantes, bebidas frias e gaseificadas
– Dieta ligeira em 5/6 pequenas refeições diárias

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13
Q

Tratamento do EED, Esófago de Quebra-nozes e EEI Hipertensivo?

A

◼ Tratamento de 1ª linha – tratamento médico
◼ Tratamento cirúrgico – doença severa ou refractária ao tratamento médico
◼ Vários doentes melhoram espontaneamente ou na ausência de qualquer tratamento

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14
Q

Esófago Hipocontráctil?

A

◼ Motilidade esofágica ineficaz
➢ Contracções peristálticas de baixa amplitude (< 30mmHg)
➢ Peristalse não transmitida aumentada
➢ Contracções simultâneas de baixa amplitude no esófago distal
➢ Detectada com frequência na DRGE

◼ EEI hipotensivo
➢ Pressão de repouso do EEi < 10mmHg
➢ É frequente na esofagite de refluxo, esclerodermia, diabetes e gravidez

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15
Q

Distúrbios Motores Não Específicos?

A

São padrões motores anormais que não se encaixam em nenhuma categoria anterior:
◼ Peristalse ineficaz
◼ Motilidade esofágica ineficaz
◼ Contracções prolongadas
◼ Condições esofágicas com múltiplos picos

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16
Q

Presbiesófago?

A

– Distúrbios motores não-específicos nos indivíduos idosos
– Aparecem mais nos doentes com doenças metabólicas (como a Diabetes Mellitus)
– Associados ao bolo alimentar viscoso
– A maioria dos casos, persiste e pode evoluir para um distúrbio mais específico
– Outros casos, podem resolver-se

17
Q

Perturbações Secundárias da Motilidade Esofágica?

A

◼ Doenças vasculares do colagéneo
◼ Pseudo-obstrução intestinal crónica idiopática
◼ Doença de Chagas
◼ Doenças neuromusculares
◼ Doenças endócrinas e metabólicas
◼ Lesões traumáticas ou cirúrgicas de nervos, cirurgia radical ou radioterapia do pescoço

18
Q

Esclerodermia do esófago?

A

◼ Atrofia e fibrose do músculo liso com fraqueza dos 2/3 distais e incompetência do EEI

◼ Clínica: regurgitação, pirose, disfagia para sólidos

◼ Rx contrastado:
– dilatação e perda das contracções peristálticas dos 2/3 distais
– EEI aberto com refluxo livre
– Úlceras e estenoses

◼ Manometria:
– contracções peristálticas ou não com baixa amplitude
– baixa pressão de repouso do EEI
– relaxamento normal do EEI

◼ Tratamento:
– Adaptações da dieta e uso de alimentos pastosos
– Tratamento da DRGE e suas complicações