Puerpério Flashcards
Quais os contras do uso de anticoncepcional combinado no puerpério?
Diminui qualidade e qtd do leite materno.
Aumenta o risco de eventos tromboembólicos (hipercoagulabilidade puerperal)
Quando o anticoncepcional combinado pode ser usado no puerpério?
6 semanas após parto nas mulheres não lactantes
Quais são as opções de contracepção?
Progestágeno isolado (minipílula é o + usado, injetável trimestral, implante subdérmico, DIU) LARCs Métodos de barreira Métodos definitivos *Métodos comportamentais não se aplicam
Qual o momento de inserção do DIU?
Parto normal: após a dequitação
PC: antes da histerorrafia
Após o parto, deve ser feito 6-8 sem depois
Quais são as indicações de laqueadura tubária puerperal?
Cesáreas sucessivas
Doença materna grave atestada por 2 médicos
Quais as indicações de laqueaduta tubária fora do parto?
*Vasectomia também
25 anos OU 2 filhos vivos.
Solicitar 60 dias antes; Av psicológica; Consentimento do cônjuge
A hemorragia pós-parto pode ser classificada em primária e secundária. Qual a definição?
Primária = até 24h Secundária = 24h a 12 sem
Quais os fatores de risco para HPP?
Parto prolongado/instrumentalizado Sobredistensão uterina (polidramnio, gemelar,macrossomia) Uso de medicações (como tocolíticos) Corioamnionite HPP prévia
Quais são as causas de HPP?
4 T’s:
1º TÔNUS - Atonia uterina
2º TRAUMA - Lacerações de trajeto, hematomas, inversão e rotura uterina
3º TECIDO - Restos placentários, coágulos, acretismo
4º TROMBINA - Coagulopatias
Como é feita a profilaxia da HPP?
Ocitocina IM após expulsão fetal
Conduta ativa no 3º período - clampeamento oportuno, contato pele a pele mãe e bebê, tracionamento do cordão
Quais as complicações da HPP?
Choque hipovolêmico Insuf renal Síndrome de Sheehan (necrose hipofisária) CIVD Morte materna
Qual a principal causa de morte materna no mundo?
Hemorragia pós-parto
Quais são as possíveis complicações infecciosas no período puerperal?
Morbidade febril puerperal Tromboflebite pélvica Infecção de parede abdominal Infecção de episiotomia Mastite puerperal
Qual o principal fator de risco da morbidade febril puerperal e qual a principal manifestação?
Endometrite. Outras: endoparametrite, endomiometrite
Cesárea
Qual a profilaxia da morbidade febril puerperal?
Antibiótico na hora do parto cesáreo
Qual o quadro clínico da morbidade febril puerperal?
Febre pelo menos 2 dias nos primeiros 10 dias (medida via ORAL)
Bacteremia (calafrios, tremores, taquicardia)
Dor abd (não auxilia muito na cesárea)
Diagnóstico é clínico
No exame físico da morbidade febril puerperal pode estar presente a tríade de Brumm. Qual é essa tríade?
Útero pastoso, subinvoluído e doloroso
No exame também tem lóquios fétidos
Qual o TTO da morbidade febril puerperal?
Internação
ATB de largo espectro até 24-48h afebril
Cirúrgico se precisar drenar, retirar tecido necrótico
*Histerectomia em casos radicais
Quais as complicações da morbidade febril puerperal ?
Sepse, choque séptico e morte materna
Qual o principal fator de risco da tromboflebite pélvica? Qual o sítio principal?
Endometrite!
Principal sítio é a veia ovariana (trombo séptico)
*Rara
Quando suspeitar de tromboflebite pélvica?
Pcte em tto para endometrite recebendo ATB adequada e continua com febre persistente
*Exame físico e de imagem não ajudam muito
Qual o tto da tromboflebite pélvica?
ATB de largo espectro até 24-48h afebril e heparinização plena por pelo menos 2 sem
Qual o principal fator de risco para infecção de parede abdominal e qual a profilaxia?
Cesárea
Profilaxia: ATB durante parto cesáreo
Quais são os agentes da infecção de parede abdominal e quando costuma acontecer?
Estafilococos, E. coli, S. pyogens
5º ao 7º dia pós parto
Qual o tto da infecção de parede abdominal?
Leve (sem sinais flogísticos): ATB oral ambulatorial
Grave: internação, ATB EV
*Raramente pode complicar com fasciíte necrosante
Qual o tto da infecção de episiotomia?
ATB VO e debridar se necessário. Fechamento por 2ª intenção ou ressutura precoce
*É rara
A endometrite é a principal e a mais frequente forma de infecção puerperal?
Sim
Paciente no décimo dia de pós-cesárea, com diagnóstico inicial de endometrite e tratamento com antibiótico há seis dias. Apesar da melhoria no quadro clínico, a febre persiste. A propedêutica clinica, laboratorial e por imagem não trazem grandes informações. Qual é o diagnóstico mais provável?
Tromboflebite pélvica
As bactérias envolvidas em doenças sexualmente transmissíveis, como Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis, são causas comuns de endometrite pós-parto. V ou F?
Falso, a flora envolve as bactérias que colonizam intestino, períneo, vagina e colo uterino (S. agalactiae, enterococos, E. coli, estafilococos…)
Qual o tratamento na HPP?
AJUDA/AV INICIAL
MOV, exames, suporte
CIRCULAÇÃO - cristaloide, transfusão
DETERMINAR CAUSA - palpação uterina, revisão do canal de parto, rev da cavidade uterina, história de coagulopatia
ESPECÍFICOS E ADJUVANTES - tto da causa, ácido tranexâmico EV
FOCO NA ATONIA - medidas p/ atonia
GERAL - reavalia, avalia transfusão, evitar hipotermia
AVALIAR CIRURGIA/LAPA - 1)sutura compressiva (Lynch), 2)ligadura de vasos, 3)avaliar histerectomia
Qual a manobra realizada para correção da inversão uterina?
Manobra de Taxe - coloca útero de volta a posição normal, fazendo pressão e mantém o punho até ter contração
*A inversão pode acontecer até após 30d do parto
Quais são as medidas usadas para tto da atonia uterina como causa de HPP?
1º Compressão uterina bimanual (manobra de Hamilton)
2º Medicação: 1- Ocitocina / 2- Metilergometrina / 3- Misoprostol / 4- Ácido tranexâmico
3º Se medicação não resolver: Balão de tamponamento intrautéro; cirurgia (1-sutura compressiva, 2-ligadura de vasos, 3-histerectomia)
Qual o principal fator de risco e principal agente da mastite puerperal?
Pega inadequada (ingurgitamento mamário, fissuras) S. aureus ("auréola)
Quais as consequências da mastite puerperal?
Abscesso mamário
Sepse
Qual o exame de imagem que pode ser solicitado na mastite puerperal?
USG mamária - avaliar se tem abscesso
Quais são os diagnósticos diferenciais da mastite puerperal?
Ingurgitamento mamário (bilateral geralmente)
Carcinoma abscedado
Qual o tto da mastite puerperal?
SUPORTE - estimular amamentação, corrigir erros da pega, hidratação/repouso, analgesia
ATB - cefalosporina de 1ª geração (cefalexina), reavalia 24-48h (geralmente ambulatorial)
*NÃO fazer compressa!
Quando suspeitar de abscesso mamário e qual a conduta?
Massa endurecida com ponto de flutuação
Pedir USG mamária, ATB e drenagem
O blues puerperal ou baby blues é o distúrbio psiquiátrico mais comum no puerpério e costuma melhorar espontaneamente após o 14º dia. V ou F?
Verdadeiro
Qual a clínica do blues puerperal?
Sintomas leves: disforia (tristeza, ansiedade, inquietude), insônia, redução da concentração
Qual a abordagem do blues puerperal?
Conservadora: suporte psicossocial, auxílio familiar, medicação SN
Caso os sintomas do blues puerperal não se resolvam dentro de 2 semanas ou piorem, qual diagnóstico deve ser pensado?
Depressão pós parto
A incidência de depressão pós parto é maior em qual faixa etária?
Adolescentes
Qual o principal fator de risco para depressão pós parto?
Antecedente de depressão
Como é feito o diagnóstico de depressão pós-parto e quando é o pico da doença?
Sintomas de depressão na maior parte do dia por pelo menos 2 semanas
Pico no 6º mês após parto
Qual o tto da depressão pós parto?
Psicoterapia
ISRS se necessário: mantém por 6-12 meses
Avaliação com psiquiatra
Manter amamentação
Qual o fator de risco principal para psicose puerperal?
Quadro psicótico prévio: TAB
Tenta
Assasinar
Bebê
Qual o quadro clínico da psicose puerperal?
Alucinações, confusão mental, desorientação, distorção da realidade, insônia
Risco real de suicídio e infanticídio
Qual o tto da psicose puerperal?
Internação
Supervisão se estiver com RN
Antipsicóticos. Antidepressivo SN
Eletroconvulsoterapia em casos refratários
Mulher, 34 anos de idade, G4P4A0, retorna à maternidade no 10º dia de puerpério de parto vaginal queixando-se de dor abdominal e sangramento vaginal. Ao exame, evidencia-se fundo uterino 2 cm abaixo da cicatriz umbilical, lóquios de coloração avermelhada e colo dilatado 2 cm. Em relação à evolução deste puerpério é correto pensar em quais hipóteses?
O quadro clínico desta puérpera não corresponde ao esperado pelo tempo de puerpério. Os achados podem corresponder à retenção de restos placentários e/ou infecção intraútero e a investigação deverá ser ampliada para descartar estas hipóteses.
Multigesta, 33 anos, sem doenças ou intercorrências no pré-natal, é admitida ao pré-parto em fase ativa do trabalho de parto. O período de dilatação evoluiu sem distócias. A corioamniorrexe ocorreu com dilatação total. O nascimento de um recém-nascido de 4100 gramas ocorreu após 3 horas de período expulsivo, por meio da aplicação de fórcipe de alívio. A dequitação placentária occorreu 20 minutos após a realização do manejo ativo do terceiro período. Na sequência, a paciente apresentou sangramento genital de grande volume, associado a tonturas e muita náusea. Ao exame a paciente estava em regular estado geral, confusa, descorada +2/+4, com pressão arterial de 80 x 40 mmHg e pulso fino de 130 bpm. O fundo uterino estava acima da cicatriz umbilical. Qual a causa mais provável da hemorragia puerperal e as condutas que devem ser instituídas imediatamente?
ATONIA UTERINA: Fatores de risco, como macrossomia fetal e multiparidade, além do fato de que o enunciado nos traz um útero acima da cicatriz umbilical.
Ajuda, MOV, exames, reposição de volume com cristalóides, massagem uterina bimanual e ocitocina via endovenosa.
Mulher, 38a, G4P4A0C1, comparece à unidade de pronto atendimento com queixa de febre e dor abdominal. Antecedente pessoal: décimo dia de pós-parto. Exame físico: FC = 100 bpm; T = 38,5ºC; mamas: sem alterações. Exame ginecológico: útero na cicatriz umbilical e colo pérvio para uma polpa. Ultrassonografia abdominal: útero com 500 cm³ de volume e endométrio de 15 mm de maior espessura e anexos visibilizados e normais. O diagnóstico e a conduta são?
Endometrite puerperal. ATB EV (clinda + genta geralmente) intra-hospitalar