Hipertensão Arterial sistêmica Flashcards

1
Q

Aspectos-chave da HAS:

A

Aspectos-chave da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) na Atenção Primária à Saúde (APS)

  • Prioridade na APS: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das prioridades da atenção primária à saúde, recebendo significativos recursos para sua prevenção, detecção e tratamento.
  • Avaliação e Acompanhamento do Paciente: É crucial que pacientes com suspeita de HAS sejam avaliados e acompanhados longitudinalmente, com atenção especial para identificar possíveis causas de elevações transitórias da pressão arterial.
  • HAS como Fator de Risco Cardiovascular: Na APS, a HAS geralmente é considerada um fator de risco integrante do risco cardiovascular global. Doenças associadas à HAS, como doença coronariana e cerebrovascular, podem justificar o referenciamento para especialistas.
  • Avaliação do Risco Cardiovascular: Esta avaliação é importante para o planejamento de metas e decisões sobre tratamentos, mas não deve ser o único critério para decisões clínicas.
  • Cuidados com a Medicalização do Risco: É importante evitar transformar um fator de risco em um “problema de saúde” que pode levar à medicalização de pessoas clinicamente saudáveis, impactando negativamente sua qualidade de vida.
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2
Q

Como a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é definida e diagnosticada em indivíduos assintomáticos, e quais são os desafios enfrentados na medição precisa da pressão arterial?

A
  • Definição de HAS: Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a condição de pressão arterial (PA) persistentemente elevada, medida recorrentemente acima de um limiar preestabelecido, que tende a persistir ao longo do tempo.
  • Importância da Medição da PA: A aferição da PA é fundamental para a detecção e o diagnóstico da HAS. É uma técnica comum que, apesar de sua simplicidade, frequentemente enfrenta desafios técnicos que podem afetar a precisão dos resultados.
  • Fatores que Influenciam a Medição da PA: Diversos fatores podem alterar a medida da PA, incluindo o tamanho do manguito, a circunferência braquial do paciente, as condições pré-aferição, o ambiente de medição, o tipo de aparelho usado, e a ansiedade ou expectativa do paciente durante o procedimento.
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3
Q

Como a sociedade Brasileira de hipertensão classifica a HAS?

A
  • Ótima: PAS menor que 120 mmHg e PAD menor que 80 mmHg.
  • Normal: PAS entre 120-129 mmHg e PAD entre 80-84 mmHg.
  • Normal Alta: PAS entre 130-139 mmHg e PAD entre 85-89 mmHg.
  • Hipertensão Estágio 1: PAS entre 140-159 mmHg e PAD entre 90-99 mmHg.
  • Hipertensão Estágio 2: PAS entre 160-179 mmHg e PAD entre 100-109 mmHg.
  • Hipertensão Estágio 3: PAS 180 mmHg ou maior e PAD 110 mmHg ou maior.
  • Hipertensão Sistólica Isolada: PAS 140 mmHg ou maior e PAD menor que 90 mmHg.
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4
Q

Quais são os critérios atuais para o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica, e quais métodos são considerados padrão-ouro para evitar sobrediagnósticos?

A
  • Critérios Diagnósticos Atuais: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é definida pela presença de pressão arterial (PA) elevada registrada em pelo menos duas medições em encontros clínicos distintos.
  • Uso da MAPA e MRPA: Algumas diretrizes são mais rigorosas e recomendam a monitorização ambulatorial da PA (MAPA) ou a monitorização residencial da PA (MRPA) como padrões-ouro para diagnóstico, ajudando a evitar o sobrediagnóstico e sendo consideradas custo-efetivas.
  • Limitações das Medidas de PA em Consultório: As medições de PA em consultório podem ser influenciadas por diversos fatores, como ansiedade do paciente, técnica inadequada de medição, dor ou desconforto.
  • Limiar para Diagnóstico de Hipertensão: Indivíduos são diagnosticados como hipertensos quando a média de suas medidas de PA é acima de 140/90 mmHg.
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5
Q

Quais são as principais mudanças introduzidas pelas novas Diretrizes da American Heart Association em relação à classificação da hipertensão arterial sistêmica, e quais são as controvérsias e críticas associadas a essas mudanças?

A
  • Mudança nas Diretrizes da AHA: As novas Diretrizes da American Heart Association redefiniram hipertensão arterial sistêmica (HAS) para indivíduos com pressão arterial (PA) superior a 130/80 mmHg, aumentando a proporção de adultos norte-americanos classificados como hipertensos para cerca de 46%.
  • Impacto do Novo Critério: Com o novo limite, estima-se que mais 30 milhões de pessoas nos Estados Unidos serão categorizadas como hipertensas.
  • Controvérsias: A recomendação é controversa por vários motivos:
    • O benefício de tratar pessoas com valores mais baixos de PA é considerado pequeno.
    • Há subestimação dos riscos de efeitos adversos do tratamento e do impacto negativo de ser rotulado como hipertenso.
    • Preocupações sobre o risco de sobrediagnóstico.
  • Influência da Indústria Farmacêutica: O desenvolvimento das diretrizes teve significativo apoio da indústria farmacêutica, o que pode ter influenciado as recomendações.
  • Posicionamento da American Academy of Family Physicians: A American Academy of Family Physicians optou por não apoiar as novas diretrizes da AHA, mantendo suporte às diretrizes da Joint National Committee (JNC), que recomendam um tratamento mais conservador, especialmente para pacientes de baixo risco com mais de 60 anos, sugerindo medicação apenas se a PA for superior a 150/90 mmHg.
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6
Q

Comente sobre a hipertensão secundária:

A
  • Prevalência: Responsável por até 5% dos casos de hipertensão arterial sistêmica (HAS) na população geral, considerada rara.
  • Indicações de Suspeita:
    • Hipertensão em pessoas jovens sem histórico familiar.
    • Hipertensão grave de difícil controle.
    • Presença de sintomas de condições subjacentes como síndrome de Cushing, hipertireoidismo, ou síndrome da apneia obstrutiva do sono.
  • Encaminhamento para Especialista: Recomendado em casos atípicos para investigação detalhada.
  • Alteração de Função Renal: Mudanças na função renal podem indicar hipertensão secundária causada por doenças renais como glomerulonefrite ou doença renal policística.
  • Piora da Função Renal após Introdução de IECAs: A piora da função renal após o início de tratamento com Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina sugere hipertensão renovascular, especialmente em pacientes com estenose da artéria renal.
  • Hipocalemia: Baixos níveis de potássio no sangue podem ser um sinal de hiperaldosteronismo primário (síndrome de Conn), que é uma causa endócrina de hipertensão secundária.
  • Importância de Diagnóstico e Tratamento Corretos: Identificar a causa subjacente é crucial para direcionar o tratamento adequado, evitando progressão da doença e complicações associadas.
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7
Q

Como as pessoas frequentemente confundem os termos relacionados à hipertensão, e quais são as implicações dessa confusão para a percepção e o tratamento da condição?

A
  • Confusão de Termos: As pessoas frequentemente confundem os termos “hipertensão”, “tensão”, “pressão” e “pressão alta”, utilizando-os de forma indistinta para descrever variados tipos de sofrimentos ou desconfortos.
  • Nomeação de Sofrimentos: A “pressão alta” é frequentemente usada para nomear experiências de desconforto ou anomias vivenciais que são difíceis de especificar ou verbalizar de outra forma.
  • Percepção da Hipertensão na Literatura: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é amplamente reconhecida na literatura médica como um fator de risco significativo e uma condição assintomática que, apesar de tratável, muitas vezes só começa a ser percebida pelos pacientes após o diagnóstico, influenciando substancialmente a experiência de vida de uma pessoa como um “fator de risco sintomático”.
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8
Q

Quais são os principais fatores de risco associados ao desenvolvimento da hipertensão arterial sistêmica e seu impacto nas doenças cardiovasculares?

A
  • Características da HAS: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) pode ocorrer isoladamente ou em conjunto com outros fatores de risco ou doenças pré-existentes. Não existe uma causa única definida para seu desenvolvimento.
  • Fatores Associados: Vários fatores estão ligados ao desenvolvimento da HAS e das doenças cardiovasculares em geral. Exemplos incluem sedentarismo, histórico familiar de hipertensão, obesidade, tabagismo e condições socioeconômicas desfavoráveis.
  • Impacto da HAS: Tanto a HAS isolada quanto aquela associada a outros fatores de risco elevam substancialmente o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, especialmente doenças cerebrovasculares e isquêmicas cardíacas.
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9
Q

Quais são as melhores práticas recomendadas para abordar um caso suspeito de hipertensão, minimizar vieses na medição da pressão arterial e evitar diagnósticos incorretos?

A
  • Primeira Abordagem em Caso Suspeito de Hipertensão: Tranquilizar o paciente é essencial, assim como estabelecer uma comunicação eficaz para esclarecer dúvidas e desmedicalizar o problema. É importante planejar adequadamente as medidas de pressão arterial (PA) para minimizar vieses na medição.
  • Avaliação e Vínculo com o Paciente: Uma avaliação completa é crucial, pois o diagnóstico de hipertensão geralmente é considerado permanente. É importante estabelecer um vínculo com o paciente e permitir uma abordagem longitudinal e cautelosa (watchful waiting).
  • Falsos Positivos e Prevenção Quaternária: Muitos casos podem ser falsos positivos, oferecendo uma oportunidade para prevenção quaternária, que visa evitar intervenções médicas desnecessárias.
  • Diagnósticos em Momentos Peculiares: Pesquisas qualitativas mostram que muitos diagnósticos são feitos em momentos atípicos da vida, frequentemente em pronto-atendimentos durante crises ou pelo uso indiscriminado de esfigmomanômetros automáticos em situações estressantes do cotidiano.
  • Erros Técnicos na Medição da PA: É comum que a PA seja medida de forma tecnicamente incorreta, o que pode levar a diagnósticos equivocados de hipertensão.
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10
Q

Quais exames são recomendados durante o acompanhamento longitudinal de um paciente com suspeita de hipertensão arterial sistêmica e quando é apropriado realizar exames adicionais?

A

Durante o acompanhamento longitudinal de um paciente suspeito de hipertensão arterial sistêmica (HAS), é adequado realizar exames laboratoriais básicos como glicemia e creatinina, além de um eletrocardiograma (ECG), especialmente se houver sintomas como palpitações. No entanto, é importante evitar a realização de exames adicionais, como (Holter) e radiografia torácica, sem uma justificativa clara e consistente. Esses exames devem ser considerados apenas se houver uma indicação específica e após o diagnóstico de HAS ter sido firmemente estabelecido, pois são mais relevantes para a avaliação de possíveis complicações relacionadas a lesões de órgãos-alvo, e não servem como critérios diagnósticos para a hipertensão.

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11
Q

Como a anamnese detalhada sobre o estilo de vida, condições socioeconômicas, histórico familiar de doenças cardiovasculares e histórico pessoal de doenças pode ajudar na avaliação e diagnóstico de hipertensão arterial?

A
  • Valorização da Avaliação Subjetiva: É crucial valorizar informações sobre o momento de vida do paciente, suas condições socioeconômicas e relacionamentos pessoais para identificar possíveis estressores que podem ser confundidos com “pressão alta”.
  • Coleta de Dados Sobre Estilo de Vida: Informações detalhadas sobre estilo de vida são essenciais, incluindo hábitos de atividade física, alimentação, consumo de cafeína, álcool, tabaco e outras substâncias.
  • História Familiar: É importante investigar a presença de doenças cardiovasculares em familiares de primeiro grau (pais e irmãos) antes dos 55 anos para homens e 65 anos para mulheres, uma vez que isso pode indicar um risco hereditário aumentado.
  • Histórico Pessoal de Doenças Cardiovasculares: Deve-se avaliar se o paciente já teve manifestações de doenças cardiovasculares, como infarto, angina ou acidente vascular cerebral (AVC), bem como outros problemas de saúde previamente diagnosticados, para um entendimento completo dos riscos à saúde do indivíduo.
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12
Q

Quais são as recomendações para a medição correta da pressão arterial em contexto clínico e domiciliar, e como os diferentes tipos de esfigmomanômetros influenciam a precisão das medições?

A
  • Importância do Exame Físico: A medida de pressão arterial (PA) durante a consulta médica é um momento crucial de interação entre paciente e médico, mas pode ser enganosa devido ao possível “efeito do avental branco”, que é a elevação da PA devido à presença do médico.
  • Medidas Domiciliares de PA: Para contornar o efeito do avental branco, é recomendável que a verificação da PA seja feita através de registros domiciliares. A equipe de enfermagem pode oferecer suporte para essa prática.
  • Diários de Pressão Domiciliares: Usar diários de pressão arterial em casa é uma estratégia válida, especialmente quando há dificuldade de acesso à monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA). Medidas domiciliares feitas duas vezes ao dia, no mesmo horário, por sete dias consecutivos são comparáveis à MAPA segundo o protocolo do National Institute for Health and Care Excellence (NICE).
  • Medidas em Unidades de Saúde: As medições devem ser realizadas com duas medidas consecutivas, com um intervalo de pelo menos um minuto entre elas, enquanto o paciente está sentado.
  • Escolha do Esfigmomanômetro: Não há consenso sobre o melhor tipo de esfigmomanômetro; o modelo de mercúrio é considerado padrão-ouro, mas sua comercialização está cada vez mais restrita. Esfigmomanômetros aneroides devem ser calibrados pelo menos uma vez ao ano. Modelos digitais de braço, que também precisam de calibrações periódicas, são uma alternativa viável e alguns são validados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).
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13
Q

A pressão arterial (PA) é um parâmetro fundamental na avaliação de indivíduos atendidos em situações de emergência. No entanto, esse não é o caso nas consultas de seguimento de pacientes hipertensos, que envolvem as seguintes ações:

A
  • Estabelecer o Índice de Massa Corporal (IMC) e a Circunferência Abdominal: Essenciais para calcular o risco cardiovascular do paciente.
  • Realizar Exame Físico Geral: Importante para identificar possíveis estigmas que possam indicar causas secundárias de hipertensão arterial sistêmica (HAS), como hipertireoidismo e síndrome de Cushing.
  • Realizar Exame Cardiovascular: Auxilia na detecção de lesões de órgãos-alvo, como doenças ateroscleróticas, aneurisma de aorta abdominal e insuficiência cardíaca. Contudo, é preciso cautela, pois o valor diagnóstico de alguns achados em pacientes assintomáticos pode ser muito baixo e inespecífico.
  • Exame de Fundo de Olho: Também é importante nesta etapa para avaliação detalhada das condições oculares relacionadas à hipertensão.
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14
Q

Após a definição do diagnóstico de hipertensão, os seguintes exames devem ser incluídos na avaliação inicial:

A

Baseando-se na última diretriz brasileira de hipertensão, os exames recomendados incluem:

  1. Glicemia de Jejum: Avalia o nível de glicose no sangue e é essencial para o diagnóstico de diabetes ou pré-diabetes, condições comuns em pacientes hipertensos e que aumentam o risco cardiovascular.
  2. Colesterol Total e Frações (HDL, LDL, VLDL): Fornece informações sobre o perfil lipídico do paciente. Níveis elevados de LDL (lipoproteína de baixa densidade) e baixos níveis de HDL (lipoproteína de alta densidade) estão associados a um maior risco de doença cardiovascular.
  3. Triglicérides: Altos níveis de triglicérides também são um fator de risco para doenças cardiovasculares. Podem estar elevados em condições como obesidade, diabetes não controlada e consumo excessivo de álcool.
  4. Creatinina e Taxa de Filtração Glomerular (TFG): Estes exames avaliam a função renal, que pode ser afetada pela hipertensão a longo prazo. Alterações podem indicar danos renais iniciais.
  5. Sedimento Urinário: Permite identificar a presença de células, cilindros ou substâncias químicas na urina, que podem indicar doenças renais ou do trato urinário.
  6. Microalbuminúria: A excreção urinária de albumina em pequenas quantidades pode ser um marcador precoce de doença renal diabética ou hipertensiva. É um importante preditor de risco cardiovascular.
  7. Potássio: Avalia o equilíbrio eletrolítico. Alterações nos níveis de potássio podem indicar problemas renais ou serem decorrentes do uso de algumas medicações anti-hipertensivas.
  8. Eletrocardiograma (ECG) em Repouso: Essencial para avaliar a atividade elétrica do coração, detectar arritmias, isquemia miocárdica, hipertrofia ventricular esquerda (um sinal de doença cardíaca) entre outras condições.

Esta avaliação inicial, conforme recomendado pela última diretriz brasileira de hipertensão, permite uma abordagem abrangente do paciente hipertenso, enfatizando a importância de um diagnóstico preciso e o estabelecimento de um plano de tratamento efetivo, individualizado e multidisciplinar.

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15
Q

Qual é a conduta proposta para a abordagem da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) visando a redução da morbimortalidade por doenças cardiovasculares, considerando tanto as estratégias populacionais quanto as individuais?

A

A conduta proposta para a abordagem da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) visa reduzir a morbimortalidade por doenças cardiovasculares e pode ser resumida tecnicamente nos seguintes tópicos:

  1. Abordagem Populacional: Prioriza ações que beneficiem a população como um todo, sendo mais efetiva em termos de custo e menos danosa do que estratégias focadas exclusivamente em indivíduos de alto risco.
  2. Promoção da Saúde: Evidencia melhores resultados através da implementação de políticas públicas e medidas que incentivem:
    • Redução de sódio em alimentos industrializados.
    • Desmotivação do tabagismo e do uso abusivo de álcool.
    • Promoção de atividades físicas, incluindo melhorias na mobilidade urbana e disponibilização de locais apropriados para a prática.
  3. Políticas Públicas de Qualidade e de Longa Duração: Essencial para que as medidas de promoção à saúde atinjam a maior parte da população, garantindo sustentabilidade e eficácia das ações implementadas.
  4. Orientações Dietéticas: Apesar de ocuparem tempo considerável nas consultas médicas, mostram-se pouco eficazes se não houver interesse genuíno por parte do paciente. É fundamental uma abordagem que considere a motivação e o envolvimento do indivíduo.
  5. Foco na Redução de Sódio: A atenção não deve se restringir apenas ao uso do saleiro, mas deve se expandir para a conscientização sobre as principais fontes de sódio na dieta, especialmente os produtos industrializados, que são contribuintes significativos para o consumo excessivo de sódio.
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16
Q

Como deve ser realizada a abordagem individual da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) considerando a avaliação do risco cardiovascular e a importância de fatores modificáveis no tratamento?

A

A abordagem individual da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) envolve uma avaliação detalhada do risco cardiovascular do paciente, seguindo estes pontos técnicos:

  1. Avaliação Global do Risco Cardiovascular: Importante para identificar pacientes com maior risco, mas o resultado desta avaliação não deve ser o único determinante na decisão do tratamento.
  2. Identificação do Perfil de Risco: Permite uma abordagem terapêutica personalizada, focando no componente do risco mais significativo para cada indivíduo. Por exemplo, em um paciente hipertenso que também é tabagista, a intervenção inicial deve focar na cessação do tabagismo, enquanto em um hipertenso sedentário, deve-se priorizar a promoção da atividade física.
  3. Influência de Fatores Modificáveis: Reconhece que a HAS pode ser, em parte, o resultado de comportamentos modificáveis como tabagismo e sedentarismo, e que a abordagem desses fatores pode ser crucial no manejo da hipertensão.
  4. Percepção da Condição pelo Paciente: É fundamental evitar que o paciente veja sua condição como permanente e incurável para não desestimular a adesão ao plano terapêutico. A perspectiva de que mudanças no estilo de vida podem melhorar a condição deve ser enfatizada.
  5. Adesão ao Tratamento: Desafios na adesão devem ser vistos como oportunidades para entender melhor as necessidades e as dificuldades do paciente, em vez de simplesmente rotulá-lo como rebelde ou não cooperativo. A abordagem deve ser empática, buscando entender e superar os obstáculos à adesão.
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17
Q

Quais são os principais desafios na implementação de medidas não farmacológicas para o tratamento da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e como podem ser superados?

A

O tratamento não farmacológico da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) enfatiza a importância das mudanças no estilo de vida, incluindo:

  1. Aumento da Atividade Física: Encorajar a prática regular de exercícios físicos adaptados às condições e preferências do indivíduo.
  2. Perda de Peso: Orientar para a obtenção de um peso corporal saudável através de dieta e exercícios, especialmente em casos de sobrepeso ou obesidade.
  3. Dieta Saudável: Recomendar uma alimentação balanceada com restrição de sódio, priorizando a redução do consumo de alimentos industrializados que são ricos em sódio.
  4. Cessação do Tabagismo: Apoiar ações e tratamentos que auxiliem na interrupção do uso do tabaco.
  5. Moderação no Consumo de Álcool: Aconselhar a diminuição do uso excessivo de álcool, estabelecendo limites seguros para o consumo.

Implementar estas medidas pode ser desafiador, uma vez que não dependem somente da vontade do paciente, mas também são influenciadas por fatores socioeconômicos e culturais. Portanto, é um erro adotar uma postura autoritária ou culpabilizar os pacientes por dificuldades em adotar um estilo de vida mais saudável. É essencial oferecer suporte, compreensão e alternativas realistas, ajustadas à realidade de cada pessoa, para facilitar a adoção e a manutenção dessas mudanças comportamentais.

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18
Q

Resumos das recomendações não farmacológicas na HAS:

A

Potencial efeito das medidas não farmacológicas na pressão arterial

  • Diminuição do peso: A recomendação é manter o peso normal (IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m^2), o que pode levar a uma queda aproximada na pressão arterial sistólica (PAS) de 5-20 mmHg por cada 10 kg de peso perdido.
  • Adoção de dieta DASH: Consumir uma dieta pobre em gordura, especialmente saturada, e rica em frutas, vegetais e laticínios com baixo teor de gordura, pode resultar em uma redução de 8-14 mmHg na PAS.
  • Redução do sódio: A recomendação é limitar a ingestão a um máximo de 2,4 g de sódio ou 6 g de cloreto de sódio (sal), que pode diminuir a PAS em 2-8 mmHg.
  • Atividade física: A prática regular de atividade física, como caminhada por ao menos 30 minutos na maioria dos dias da semana, está associada a uma redução de 4-9 mmHg na PAS.
  • Moderação do consumo de álcool: Limitar o consumo de álcool para não mais do que dois drinks por dia para homens ou um drink por dia para mulheres ou pessoas de mais baixo peso pode resultar em uma redução de 2-4 mmHg na PAS.

A cessação do tabagismo é fundamental para a redução do risco cardiovascular global. O efeito é dose-dependente e pode ser maior em algumas pessoas.

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19
Q

Como a automedicação e a sobremedicalização podem impactar o tratamento e o controle efetivo da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)?

A
  • Uso inadequado de medicamentos anti-hipertensivos: Pacientes frequentemente desviam-se das orientações médicas, utilizando os medicamentos de maneira diferente da prescrita.
  • Betabloqueadores e ansiedade: Betabloqueadores são usados por alguns para aliviar sintomas de crises de ansiedade, apesar de não serem indicados primariamente para esse fim na gestão da HAS.
  • Sobremedicalização: Há um problema de sobremedicalização quando indivíduos utilizam medicamentos anti-hipertensivos para tratar sintomas cotidianos que acreditam estar relacionados à “pressão alta”, como vertigens, tonturas, cefaleia nucal e taquicardia.
  • Confusão de sintomas: Sintomas psicossomáticos e a elevação transitória da pressão arterial são frequentemente mal interpretados como episódios de HAS, levando à automedicação inapropriada.
  • Automediação inapropriada: A interpretação errônea dos sintomas leva ao uso excessivo e desnecessário de medicamentos anti-hipertensivos, sem indicação clínica comprovada.
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20
Q

O tratamento medicamentoso de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) no estágio 1, com Pressão Arterial Sistólica (PAS) entre 140-160 mmHg e Pressão Arterial Diastólica (PAD) entre 80-90 mmHg, não oferece benefícios de mortalidade sobre o placebo. Além disso, metas menores do que 140x90 mmHg não trazem benefício, pelo menos para pessoas sem outras comorbidades.
Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro.Em termos gerais, diretrizes e estudos sobre a gestão da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) têm evoluído ao longo do tempo, refletindo em recomendações que se ajustam conforme novas evidências são disponibilizadas.

Historicamente, a decisão de iniciar o tratamento medicamentoso para HAS no estágio 1 (PAS entre 140-160 mmHg e PAD entre 80-90 mmHg) baseia-se na avaliação do risco global do paciente e na presença de comorbidades. A afirmação de que o tratamento medicamentoso nesse estágio não oferece benefícios de mortalidade sobre o placebo pode ser contextualizada pelas evidências disponíveis em certo período, que indicavam que os benefícios do tratamento medicamentoso eram mais claros em pacientes com maior risco cardiovascular ou com PAS e PAD mais elevadas.

Um estudo influente nesta área é o SPRINT (Systolic Blood Pressure Intervention Trial), publicado em 2015, que investigou os efeitos de metas de pressão arterial mais baixas (<120 mmHg) em comparação com a meta padrão (<140 mmHg) sobre eventos cardiovasculares e mortalidade em pacientes com risco cardiovascular elevado, mas sem diabetes. O SPRINT demonstrou benefícios na redução de eventos cardiovasculares e mortalidade para a meta mais baixa, o que levou a um debate sobre a aplicabilidade desses resultados a populações mais amplas, incluindo indivíduos com HAS estágio 1 e sem comorbidades significativas.
Em resumo, a decisão de iniciar o tratamento medicamentoso para HAS deve ser individualizada, considerando o risco cardiovascular global do paciente, a presença de comorbidades, e as mais recentes evidências científicas e diretrizes clínicas.

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21
Q

Como o uso inadequado de medicamentos anti-hipertensivos e a sobremedicalização podem afetar a gestão adequada de sintomas psicossomáticos e a percepção da hipertensão arterial sistêmica?

A
  • Uso Diversificado de Medicamentos Anti-Hipertensivos: É comum que pacientes utilizem medicamentos anti-hipertensivos de maneiras diferentes das prescritas, como betabloqueadores usados para aliviar sintomas de crises de ansiedade.
  • Problema da Sobremedicalização: Há uma tendência de sobremedicalização, onde indivíduos usam medicamentos anti-hipertensivos para tratar sintomas diários não relacionados diretamente à hipertensão arterial sistêmica (HAS).
  • Confusão de Sintomas com HAS: Muitas vezes, sintomas como vertigens, tonturas, cefaleia nucal e taquicardia são erroneamente associados à “pressão alta” pelos pacientes, que tratam essas manifestações como se fossem decorrentes de HAS.
  • Natureza dos Sintomas: Esses sintomas são frequentemente psicossomáticos e podem incluir elevações transitórias da pressão arterial, que são mal interpretadas como crises de hipertensão.
22
Q

Quais são as doses recomendadas e a frequência de administração para diferentes classes de medicamentos anti-hipertensivos, incluindo diuréticos tiazídicos, agentes poupadores de potássio e betabloqueadores seletivos?

A

Classe: Diuréticos tiazídicos
- Denominação: Hidroclorotiazida
- Concentração: 12,5 mg e 25 mg
- Dose mínima: 12,5-25 mg
- Dose máxima: 50 mg
- Tomadas ao dia: 1

Classe: Agentes poupadores de potássio
- Denominação: Espironolactona
- Concentração: 25 mg e 100 mg
- Dose mínima: 25 mg
- Dose máxima: 100 mg
- Tomadas ao dia: 1-2

Classe: Betabloqueadores seletivos
- Denominação: Atenolol
- Concentração: 50 mg e 100 mg
- Dose mínima: 25 mg
- Dose máxima: 100 mg
- Tomadas ao dia: 1-2

  • Denominação: Succinato de metoprolol
  • Concentração: 25, 50 e 100 mg
  • Dose mínima: 25-100 mg
  • Dose máxima: 200 mg
  • Tomadas ao dia: 1-2
  • Denominação: Tartarato de metoprolol
  • Concentração: 100 mg
  • Dose mínima: 25-100 mg
  • Dose máxima: 200 mg
  • Tomadas ao dia: 1-2
23
Q

Quais são as doses mínimas, máximas e a frequência diária recomendada para os medicamentos anti-hipertensivos Carvedilol, Propranolol e Metildopa?

A

Classe: Agentes alfa e betabloqueadores
- Denominação: Carvedilol
- Concentração: 3,125 mg, 6,25 mg, 12,5 mg e 25 mg
- Dose mínima: 12,5 mg
- Dose máxima: 50 mg
- Tomadas ao dia: 1-2

Classe: Betabloqueadores não seletivos
- Denominação: Propranolol
- Concentração: 10 mg e 40 mg
- Dose mínima: 40 mg
- Dose máxima: 240 mg
- Tomadas ao dia: 2-3

Classe: Antiadrenérgicos de ação central
- Denominação: Metildopa
- Concentração: 250 mg
- Dose mínima: 500 mg
- Dose máxima: 1.500 mg
- Tomadas ao dia: 2-3

24
Q

Quais são as doses mínimas, máximas e a frequência diária recomendada para os medicamentos anti-hipertensivos, incluindo bloqueadores de canais de cálcio, agentes que atuam no músculo liso arteriolar, inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e antagonistas dos receptores da angiotensina II?

A

Classe: Bloqueadores seletivos de canal de cálcio diidropiridínicos
- Denominação: Anlodipino
- Concentração: 5 mg e 10 mg
- Dose mínima: 5 mg
- Dose máxima: 10 mg
- Tomadas ao dia: 1

  • Denominação: Nifedipino
  • Concentração: 10 mg
  • Dose mínima: 20 mg
  • Dose máxima: 60 mg
  • Tomadas ao dia: 3

Classe: Bloqueadores seletivos de canal de cálcio – não diidropiridínicos
- Denominação: Verapamil
- Concentração: 80 mg e 120 mg
- Dose mínima: 80 mg
- Dose máxima: 480 mg
- Tomadas ao dia: 2-3

Classe: Agentes que atuam no músculo liso arteriolar
- Denominação: Hidralazina
- Concentração: 25 mg e 50 mg
- Dose mínima: 25 mg
- Dose máxima: 200 mg
- Tomadas ao dia: 2

Classe: Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA)
- Denominação: Captopril
- Concentração: 25 mg
- Dose mínima: 25 mg
- Dose máxima: 200 mg
- Tomadas ao dia: 2

  • Denominação: Enalapril
  • Concentração: 5, 10 e 20 mg
  • Dose mínima: 5 mg
  • Dose máxima: 40 mg
  • Tomadas ao dia: 1-2

Classe: Antagonistas dos receptores da angiotensina II
- Denominação: Losartana
- Concentração: 50 mg
- Dose mínima: 25 mg
- Dose máxima: 100 mg
- Tomadas ao dia: 1

25
Q

Efeitos adversos dos principais anti-hipertensivos:

A

Efeitos adversos das medicações anti-hipertensivas

Classe: Diuréticos
- Efeitos adversos: Hipopotassemia, hiperuricemia, intolerância à glicose, aumento do risco de aparecimento de diabetes melito (DM), além de promover aumento de triglicérides em geral, dependendo da dose.

Classe: Betabloqueadores
- Efeitos adversos: Broncospasmo, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular, vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, depressão psíquica, astenia e disfunção sexual.

Classe: Antiadrenérgicos de ação central
- Efeitos adversos: Sonolência, sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural e disfunção sexual.

Classe: Bloqueadores de canal de cálcio
- Efeitos adversos: Cefaleia, tontura, rubor facial – mais frequente com diidropiridínicos de curta duração – e edema de extremidades, sobretudo maleolar. Estes efeitos são em geral dose-dependentes, mas raramente podem induzir à hipertrofia gengival. Os diidropiridínicos de ação curta provocam importante estimulação simpática reflexa, sabidamente deletéria para o sistema cardiovascular. O verapamil pode provocar depressão miocárdica e bloqueio atrioventricular (BAV), além de obstipação intestinal.

Classe: Agentes que atuam no músculo liso arteriolar
- Efeitos adversos: Pela vasodilatação arterial direta, promovem retenção hídrica e taquicardia reflexa.

Classe: Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA)
- Efeitos adversos: Tosse seca, alteração de paladar e, mais raramente, reações de hipersensibilidade, com erupção cutânea e angioedema. Em indivíduos com lesão renal crônica (LRC), podem eventualmente agravar a hiperpotassemia. Em pessoas com hipertensão renovascular bilateral ou unilateral associada a rim único, podem promover redução da filtração glomerular com aumento dos níveis séricos de ureia e creatinina. Seu uso em pessoas com função renal reduzida pode causar aumento da creatinina sérica (CrS) em até 30%, mas a longo prazo, prepondera seu efeito nefroprotetor.

Classe: Antagonistas dos receptores da angiotensina II
- Efeitos adversos: Foram relatadas tontura e, raramente, reação de hipersensibilidade cutânea (rash). As precauções para seu uso são semelhantes às descritas para os IECA.

26
Q

Quais são os critérios para a tomada de decisão ao iniciar o tratamento farmacológico da hipertensão arterial sistêmica e quais medicamentos são considerados de primeira escolha?

A
  • Decisão de Tratamento Farmacológico: A decisão para iniciar o tratamento farmacológico da hipertensão arterial sistêmica (HAS) deve considerar as comorbidades do paciente, o perfil de efeitos colaterais dos medicamentos, e o benefício dos mesmos na prevenção de desfechos adversos significativos, como infartos e derrames cerebrais.
  • Medicações de Primeira Escolha: Para o tratamento da HAS, as medicações consideradas de primeira escolha incluem diuréticos tiazídicos, inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), bloqueadores dos canais de cálcio (BCC), e antagonistas dos receptores da angiotensina II (ARB II).
27
Q

Explique o esquema abaixo ;

A

As combinações preferenciais são fortemente baseadas em evidências de eficácia e segurança, além de proporcionarem benefícios adicionais como proteção cardiovascular e renal. Estas combinações incluem:

  • Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina (IECA) ou Bloqueadores dos Receptores da Angiotensina II (BRA) com Diuréticos Tiazídicos: Esta combinação é eficaz pois aborda diferentes mecanismos fisiopatológicos da hipertensão. O IECA/BRA reduz a resistência vascular e a atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona, enquanto o diurético ajuda a reduzir o volume sanguíneo.
  • Bloqueadores dos Canais de Cálcio com IECA ou BRA: Essa combinação é benéfica por atuar tanto na vasodilatação quanto no controle do volume e da resistência vascular, oferecendo um controle pressórico abrangente e sustentado.

Outras combinações possíveis, mas menos testadas ou não recomendadas, podem ser consideradas com base em condições específicas do paciente ou resposta ao tratamento inicial. Por exemplo, a combinação de betabloqueadores com diuréticos tiazídicos pode ser usada, mas é geralmente menos preferida devido ao perfil de efeitos colaterais e menor evidência de benefícios em longo prazo comparado às combinações preferenciais.

28
Q

Papel dos Betabloqueadores no tratamento da HAS e benefício dos IECAs e BRA em diabéticos ou com IRC:

A

Betabloqueadores, apesar de serem amplamente utilizados, mostraram resultados menos favoráveis em estudos comparativos com outras classes de anti-hipertensivos, e oferecem apenas um benefício marginal quando comparados ao placebo. No entanto, evidências indicam que esses medicamentos podem ser mais eficazes em pacientes jovens, e por isso ainda são considerados uma opção viável para esse grupo etário. A escolha de um anti-hipertensivo deve sempre ser baseada em um julgamento clínico cuidadoso, levando em consideração as condições específicas do paciente. Por exemplo, betabloqueadores podem ser benéficos para pessoas hipertensas que sofrem de enxaquecas frequentes, pois além de controlar a pressão arterial, podem ajudar na prevenção dessas crises. Em pacientes com diabetes ou doença renal crônica, os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e os bloqueadores dos receptores da angiotensina II (ARB) são preferidos devido ao seu efeito nefroprotetor. Para indivíduos de raça negra, os diuréticos tiazídicos ou os bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) são geralmente recomendados.

29
Q

A frequência de acompanhamento sugerida para pessoas hipertensas pelo Caderno de Atenção Básica é baseada no risco cardiovascular de base:

A
  • Baixo risco cardiovascular (<10% em 10 anos): Consulta anual com médico e enfermeiro.
  • Risco moderado (10-20% em 10 anos): Consultas semestrais com médico e enfermeiro.
  • Alto risco (>20% em 10 anos): Consulta a cada 4 meses.
30
Q

Mesmo em serviços de saúde que funcionam de forma eficiente e com bom acesso à sua população, o acompanhamento de pessoas hipertensas deve ser feito com uma agenda especial dedicada exclusivamente a esses pacientes.
Verdadeiro ou falso?

A

Falso . Considerando o alto custo dos recursos do serviço de saúde para o acompanhamento de pessoas hipertensas, em um serviço que opera eficientemente e possui bom acesso à população, é possível diluir o acompanhamento da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) em outras consultas regulares, eliminando a necessidade de uma agenda especial para hipertensos. É importante destacar que a HAS é um dos componentes dos fatores de risco para doenças cardiovasculares, além de estar associada a diversos outros fatores e condições do indivíduo.

31
Q

Considerando as diferenças nas recomendações para a frequência de exames em hipertensos e a medição do perfil lipídico entre diretrizes brasileiras e canadenses, quais seriam os potenciais benefícios e desvantagens de adotar uma abordagem mais espaçada, como a cada 5 ou 10 anos, para o monitoramento desses parâmetros em pacientes estáveis?

A

A frequência anual de exames recomendada pelo Ministério da Saúde para o monitoramento de condições como a hipertensão e o perfil lipídico não é fortemente baseada em evidências robustas. Uma diretriz canadense sugere que a medição do perfil lipídico possa ser feita a cada 5 ou 10 anos, devido à grande variabilidade de curto prazo e pequenas variações de longo prazo nos níveis de lipídeos, indicando que mudanças frequentemente observadas podem estar mais relacionadas à variabilidade do que a alterações reais no risco cardiovascular. Da mesma forma, questiona-se a necessidade de exames anuais para hipertensos bem controlados há anos com o mesmo tratamento. É recomendado reavaliar periodicamente a necessidade da manutenção da terapia estabelecida, especialmente considerando que mudanças no estilo de vida ao longo do tempo podem alterar a necessidade de tratamento farmacológico. Além disso, pacientes muito idosos têm um maior risco de efeitos colaterais graves e podem não se beneficiar tanto dos efeitos preventivos da terapia anti-hipertensiva.

32
Q

Comente os detalhes acerca do fluxograma abaixo :

A

O fluxograma apresentado detalha o processo de início e ajuste da terapia anti-hipertensiva para adultos diagnosticados com hipertensão, levando em consideração as comorbidades, idade e etnia do paciente.

  • Mudanças no estilo de vida: Antes de iniciar qualquer medicação, é recomendável que sejam adotadas mudanças no estilo de vida, como dieta saudável, exercícios regulares, limitação no consumo de álcool e cessação do tabagismo.
  • Estabelecimento de metas de pressão arterial e objetivos do tratamento: Definir claramente as metas de pressão arterial com o paciente, considerando suas condições específicas.
  • Esclarecimento de dúvidas: É fundamental garantir que o paciente compreenda o tratamento e suas metas, esclarecendo todas as suas dúvidas.
  • Pessoas com mais de 60 anos: A meta é manter a pressão sistólica abaixo de 150 mmHg e a diastólica abaixo de 90 mmHg.
  • Pessoas com menos de 60 anos: A meta é mais rigorosa, com pressão sistólica abaixo de 140 mmHg e diastólica abaixo de 90 mmHg.
  • Pessoas com Diabetes Mellitus (DM) sem Doença Renal Crônica (DRC): A mesma meta que para menores de 60 anos.
  • Pessoas com DRC: A meta é igualmente pressão sistólica abaixo de 140 mmHg e diastólica abaixo de 90 mmHg.
  • Não negros com menos de 60 anos: Iniciar tratamento com diurético tiazídico, um Inibidor da Enzima Conversora da Angiotensina (IECA), ou um Bloqueador dos Receptores da Angiotensina II (ARB) ou um Bloqueador dos Canais de Cálcio (BCC).
  • Negros: Recomenda-se iniciar com diurético tiazídico ou BCC.
  • Com DRC: Iniciar com IECA ou ARB, sozinho ou em combinação com outra classe de medicamentos.
  • Maximizar a primeira medicação: Aumentar a dose da primeira medicação prescrita antes de adicionar uma segunda.
  • Adicionar segunda medicação antes de atingir a dose máxima da primeira: Se a pressão arterial não estiver controlada, adicionar um segundo medicamento de uma classe diferente antes de maximizar a primeira.
  • Iniciar com duas classes separadamente: Em alguns casos, pode ser apropriado iniciar o tratamento com dois medicamentos de classes diferentes ao mesmo tempo.
  • Checar metas: Avaliar se as metas de pressão arterial estão sendo alcançadas.
  • Reforçar adesão ao tratamento e mudanças de estilo de vida: Continuar enfatizando a importância das mudanças de estilo de vida e a adesão ao tratamento.
  • Aumentar dose dos medicamentos se necessário: Se as metas não forem alcançadas, pode ser necessário aumentar a dose dos medicamentos.
  • Considerar a inclusão de medicamentos de classe diferente: Se a resposta ao tratamento ainda for inadequada, considerar a inclusão de um medicamento de outra classe.
33
Q

Considerando os achados de estudos recentes que questionam a necessidade de encaminhamento hospitalar para pacientes com pressão arterial elevada e sem sinais de lesão em órgãos vitais, qual seria a abordagem mais adequada para o manejo de uma urgência hipertensiva na Atenção Primária à Saúde?

A

Os estudos sobre a gestão de urgências hipertensivas na Atenção Primária à Saúde (APS) indicam que, na ausência de sinais de lesão em órgãos-alvo, os pacientes podem ser tratados de forma segura no ambiente ambulatorial. Uma análise de pacientes com urgência hipertensiva atendidos em uma clínica ambulatorial mostrou que a maioria dos pacientes pode ser tratada com segurança no ambiente ambulatorial, sem necessidade de encaminhamento para emergências hospitalares. Esta abordagem resultou em um uso mais eficiente dos recursos de saúde sem comprometer os desfechos dos pacientes. Além disso, observou-se que não houve diferenças significativas em eventos cardiovasculares adversos maiores entre os pacientes que foram encaminhados para o hospital e aqueles que receberam tratamento ambulatorial, mesmo seis meses após o evento inicial de urgência hipertensiva oai_citation:1,Hospital or outpatient care when patients present with hypertensive urgency?.

Para mais informações sobre o estudo e gestão de urgências hipertensivas, você pode consultar os detalhes completos nos artigos do JAMA Internal Medicine e outros recursos acadêmicos disponíveis através dos links:
- JAMA Internal Medicine Study on Hypertensive Urgency

34
Q

Quando a pessoa estiver na Unidade Básica de Saúde (UBS) com pressão arterial elevada, sem sintomas específicos de lesão de órgão-alvo, a proposta é:

A

Quando uma pessoa estiver na Unidade Básica de Saúde (UBS) com pressão arterial elevada, sem sintomas específicos de lesão de órgão-alvo, a proposta é:

  • Tranquilizar a pessoa e a equipe de atendimento: Manter a calma é crucial para um manejo eficaz.
  • Verificar o motivo da medição da pressão: Investigar se a medição foi feita devido a algum sintoma específico, como parte de uma rotina, ou se a pessoa se assustou com uma medição anterior em outro local.
  • Tratar causas de elevação da PA: Abordar fatores como dor e ansiedade, que podem causar elevações temporárias da pressão arterial (pseudocrise hipertensiva).
  • Checar adesão do paciente ao esquema de medicação anti-hipertensiva: Essencial para pacientes já diagnosticados com hipertensão crônica.
  • Solicitar medidas de pressão realizadas em outros cenários: Incluir medidas domiciliares para uma avaliação mais precisa do controle da pressão arterial e, com base nisso, ajustar a medicação conforme necessário.
  • Realizar registro adequado e relatório médico do atendimento: Garantir que haja um seguimento adequado com o médico de referência do paciente.
35
Q

Dicas importantes :

A

Melhore a adesão ao tratamento: A redução do número de doses diárias de medicação anti-hipertensiva pode ajudar a melhorar a adesão do paciente. Dê preferência a medicações com meias-vidas mais longas que possam ser administradas uma ou no máximo duas vezes ao dia.

Utilize recursos da medicina de família e comunidade: Tenha paciência e use recursos como o watchful waiting (observação cuidadosa) e a longitudinalidade no diagnóstico da hipertensão, evitando pressa em rotular alguém como hipertenso.

Evite a medicalização de sintomas diários: Evite transformar sofrimentos comuns do dia a dia em questões médicas tratáveis com medicação para pressão. Limite o uso excessivo e irracional de aparelhos de pressão automáticos e explique claramente para o paciente os objetivos e ações do medicamento, abordando também seu contexto psicossocial.

36
Q

Quando referenciar a HAS para um especialista :

A
  1. Hipertensão de difícil controle: Refere-se a casos onde a pressão arterial permanece elevada apesar do uso de pelo menos três medicações de classes diferentes em doses adequadas, e após a confirmação de que o paciente está aderindo ao tratamento prescrito.
  2. Hipertensão secundária: Caracteriza-se por hipertensão causada por condições subjacentes. O médico de família e comunidade pode iniciar investigações na Atenção Primária à Saúde (APS) e, dependendo dos resultados e da segurança clínica, encaminhar o paciente para serviços especializados em um segundo momento.
  3. Emergências hipertensivas: Engloba situações onde a hipertensão leva a condições médicas críticas que requerem intervenção imediata. Alguns exemplos incluem infarto agudo do miocárdio, síndromes coronarianas agudas, AVC (isquêmico ou hemorrágico), dissecção de aorta, edema agudo de pulmão, encefalopatia hipertensiva e eclâmpsia. Nesses casos, o papel do médico de família e comunidade é identificar a emergência, prestar os primeiros cuidados e encaminhar o paciente ao serviço de emergência adequado.
37
Q

Características que sugerem hipertensão secundária:

A

Hipertensão Grave ou com Lesão em Órgão-Alvo

  • Resistente ao tratamento
  • Elevação súbita persistente da pressão arterial em pessoas acima de 50 anos
  • Início antes dos 30 anos em pessoas sem fatores de risco tradicionais (como obesidade ou histórico familiar)

Suspeitas Clínicas de Condições Secundárias

  1. Doença Renovascular
    • Sintomas: Sopro abdominal, alteração da função renal por medicamentos que bloqueiam o sistema renina-angiotensina.
  2. Doença do Parênquima Renal
    • Sinais: Elevação de creatinina, ureia, proteinúria, hematúria.
  3. Coarctação da Aorta
    • Sinais: Pulsos femorais reduzidos ou retardados, pressão sistólica nos membros superiores pelo menos 10 mmHg maior que nos membros inferiores, sopro sistólico interescapular ou sopro sistólico amplo em crescendo-decrescendo em toda a parede torácica.
  4. Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono
    • Sintomas: Ronco, sonolência diurna, apneia noturna.
  5. Hipertireoidismo
    • Sinais: Intolerância ao calor, perda de peso, palpitações, hipertensão sistólica, exoftalmia, tremores, taquicardia.
  6. Hiperparatireoidismo
    • Sinais: Litíase urinária, osteoporose, depressão, letargia, fraqueza muscular.
  7. Hiperaldosteronismo
    • Sinais: Hipocalemia e/ou presença de nódulo suprarrenal.
  8. Feocromocitoma
    • Sintomas: Hipertensão paroxística com cefaleia, sudorese e palpitações.
  9. Síndrome de Cushing
    • Sinais: Face em “lua cheia”, giba dorsal, estrias purpúricas, obesidade central.

Estas condições requerem avaliação detalhada e gestão específica para identificar e tratar adequadamente a causa subjacente da hipertensão, potencialmente revertendo o quadro ou melhorando significativamente o controle da pressão arterial.

38
Q

Prognósticos e possíveis complicações na HAS:

A

Pessoas com hipertensão apresentam maior risco de desenvolver várias complicações graves, incluindo doença coronariana, doença cerebrovascular, insuficiência cardíaca congestiva, retinopatia e doença renal crônica (DRC). O risco total de uma pessoa não depende apenas da pressão arterial elevada, mas também de outros fatores como tabagismo, diabetes, sedentarismo e histórico familiar. Portanto, a pressão arterial é um dos componentes do risco cardiovascular e não deve ser considerada isoladamente.

39
Q

Atividades preventivas e de educação na HAS:

A

Existem várias estratégias de prevenção primária da hipertensão arterial que envolvem mudanças no estilo de vida e no ambiente urbano. A promoção de espaços públicos como parques e áreas de lazer, bem como o planejamento de cidades que favoreçam a mobilidade, são medidas que incentivam a prática regular de atividade física. Além disso, recomenda-se evitar alimentos hiperprocessados e processados, preferindo alimentos naturais e refeições preparadas em casa. Embora as iniciativas de redução intensiva do sal na dieta mostrem apenas uma redução mínima nos níveis de pressão arterial a longo prazo, é sugerido que as orientações de estilo de vida sejam apresentadas de maneira menos restritiva e mais positiva, considerando a percepção de saúde do indivíduo, seus riscos percebidos, valores pessoais e sua disposição para mudanças comportamentais.

40
Q

Resumo das principais a orientações da diretriz Brasileira de hipertensão Arterial quanto a técnica correta de aferição da Pressão arterial :

A

As recomendações das Diretrizes Brasileiras de 2023 sobre a técnica correta de aferição da pressão arterial enfatizam a importância de garantir a precisão nas medições para um diagnóstico e manejo adequados da hipertensão. Aqui estão os principais pontos destacados:

  1. Preparo do Paciente: O paciente deve estar em repouso, sentado confortavelmente com as costas apoiadas e pernas descruzadas. É importante que o ambiente seja calmo e o paciente esteja relaxado por 3 a 5 minutos antes de iniciar a medição. Deve-se evitar que o paciente tenha consumido cafeína, nicotina, ou tenha realizado exercícios físicos 30 minutos antes da aferição.
  2. Seleção e Posicionamento do Manguito: Usar um manguito adequado ao tamanho do braço do paciente é crucial. O manguito deve ser posicionado no braço na altura do coração, cerca de 2 a 3 cm acima da fossa cubital, e a parte central do manguito deve estar sobre a artéria braquial.
  3. Medição: A medição deve ser realizada em ambos os braços inicialmente para identificar possíveis diferenças. A pressão arterial deve ser medida usando um esfigmomanômetro, que pode ser manual, semi-automático ou automático, dependendo do equipamento disponível. Se forem identificadas diferenças significativas entre os braços, deve-se usar o braço com a maior leitura para futuras medições.
  4. Procedimento de Medição: Inflar o manguito rapidamente até ultrapassar em 20 a 30 mmHg o nível da pressão sistólica estimada e, em seguida, proceder à deflação lentamente (aproximadamente 2 mmHg por segundo), anotando a pressão sistólica ao ouvir o primeiro som e a diastólica quando os sons desaparecem.
  5. Registro e Comunicação dos Valores: É importante registrar os valores exatos da medição sem arredondar os números e informar ao paciente. Em casos de suspeita de hipotensão ortostática, especialmente em diabéticos ou idosos, também é recomendado medir a pressão arterial na posição de pé.

Essas práticas são essenciais para garantir uma aferição correta da pressão arterial, minimizando erros e melhorando o manejo da hipertensão oai_citation:1,Técnica de aferição da Pressão Arterial (PA) oai_citation:2,Aferição da pressão arterial: você domina as técnicas? | Colunistas - Sanarmed.

41
Q

Resumo das recomendações da diretriz Brasileira de hipertensão de 2023 quanto ao uso de aparelhos de aferição automática e a auto monitorização da pressão arterial :

A

As Diretrizes Brasileiras de Hipertensão de 2023 recomendam o uso de aparelhos automáticos para a monitorização domiciliar da pressão arterial, destacando que essa prática pode ajudar no manejo e controle da hipertensão, além de proporcionar maior conveniência e continuidade na observação dos níveis pressóricos do paciente.

Uso de Aparelhos Automáticos: A diretriz enfatiza a importância de utilizar aparelhos validados e calibrados corretamente. Os dispositivos automáticos são preferidos por serem mais fáceis de usar e reduzirem a variabilidade nas medições, que pode ocorrer com o método manual.

Auto Monitorização da Pressão Arterial em Ambiente Domiciliar: A auto monitorização é recomendada como uma ferramenta eficaz para avaliar a resposta ao tratamento hipertensivo e para motivar os pacientes a manterem o controle sobre sua condição. A diretriz sugere que a monitorização seja feita regularmente conforme instruções médicas, geralmente pela manhã e à noite, para fornecer informações precisas ao médico sobre a pressão arterial do paciente ao longo do dia.

Estas práticas são apoiadas por evidências que mostram uma correlação entre a auto monitorização regular e melhor controle da pressão arterial, o que pode resultar em uma redução na incidência de complicações relacionadas à hipertensão. Além disso, a monitorização domiciliar pode ajudar a identificar “hipertensão do jaleco branco”, onde os níveis de pressão arterial do paciente são elevados no ambiente clínico mas normais em casa.

Para obter o melhor resultado, os pacientes devem ser adequadamente treinados no uso correto dos aparelhos e na técnica de medição. A adesão às recomendações sobre a frequência e o momento das medições também é crucial para a eficácia da auto monitorização.

Para mais detalhes, você pode acessar diretamente as Diretrizes Brasileiras de Medidas da Pressão Arterial Dentro e Fora do Consultório - 2023 onde são discutidas essas recomendações.

42
Q

Principais fatores de risco para HAS segundo a Diretriz Brasileira de hipertensão de 2023 :

A

As principais recomendações da Diretriz Brasileira de Hipertensão de 2023 enfatizam uma variedade de fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão arterial. Estes incluem:

  1. Idade: O risco de hipertensão aumenta com a idade.
  2. Histórico Familiar: A predisposição genética desempenha um papel significativo no risco de desenvolver hipertensão.
  3. Obesidade: O excesso de peso está fortemente associado a um aumento do risco de hipertensão.
  4. Consumo de Sal: A ingestão elevada de sódio está diretamente relacionada ao aumento da pressão arterial.
  5. Sedentarismo: A falta de atividade física regular é um fator de risco conhecido para o desenvolvimento de hipertensão.
  6. Consumo de Álcool: O uso excessivo de álcool pode elevar a pressão arterial.
  7. Estresse: Níveis elevados e crônicos de estresse podem contribuir para a hipertensão.

Observe bem que o TABAGISMO não está listado .

43
Q

Resumo das principais recomendações quanto a dieta e os exercícios físicos na diretriz Brasileira de Hipertensão de 2023 :

A

As Diretrizes Brasileiras de Hipertensão de 2023 recomendam a adoção de um estilo de vida saudável como parte crucial do controle da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Em relação à dieta e exercícios, as orientações são:

Dieta
A dieta recomendada é a DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension), que tem mostrado eficácia na redução da pressão arterial. Essa dieta enfatiza o consumo de frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras, e laticínios com baixo teor de gordura. Além disso, é recomendada uma redução na ingestão de sal, com um limite de 5 gramas por dia (equivalente a cerca de uma colher de chá de sal de cozinha).

Quanto ao tipo de exercício, é aconselhado que os indivíduos engajem-se regularmente em atividades físicas aeróbicas, como caminhada rápida, corrida, ciclismo ou natação. ) Pacientes hipertensos, com pressão controlada e sem complicações cardíacas, devem realizar ao menos 150 minutos de atividades físicas leves a vigorosas por semana. O ideal é acumular pelo menos 150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos de atividade intensa por semana. A prática regular de exercícios ajuda na redução da pressão arterial e promove a saúde cardiovascular.

Essas recomendações visam não apenas o controle da pressão arterial, mas também a redução dos riscos associados à hipertensão, como doenças cardiovasculares. A adoção dessas práticas de vida saudável é vista como uma abordagem eficaz e de baixo custo para a gestão da hipertensão.

Para mais informações detalhadas, você pode acessar diretamente as diretrizes no portal da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

44
Q

Resumo das 10 principais novidades da Diretriz brasileira de hipertensão de 2023:

A

As novidades apresentadas na Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial de 2023 incluem atualizações e refinamentos importantes que podem ser cobrados em provas e são essenciais para a prática clínica. Alguns dos principais pontos atualizados incluem:

  1. Medição da Pressão Arterial: Há uma ênfase renovada na importância da medição precisa da pressão arterial, com recomendações detalhadas sobre a utilização de métodos automáticos para garantir consistência e precisão, tanto em ambientes clínicos quanto domiciliares.
  2. Limiares para Início do Tratamento: As diretrizes ajustaram os limiares para o início do tratamento farmacológico. Recomenda-se iniciar o tratamento em pacientes com pressão arterial sistólica ≥140 mmHg ou diastólica ≥90 mmHg. Em idosos com 80 anos ou mais, o tratamento deve começar quando a pressão sistólica for ≥160 mmHg, podendo considerar limiares mais baixos dependendo da fragilidade do paciente.
  3. Metas de Pressão Arterial: A meta para a maioria dos pacientes continua sendo <140/80 mmHg, mas há uma discussão sobre a possibilidade de reduzir ainda mais para 120-129/70-79 mmHg, dependendo da tolerabilidade do tratamento pelo paciente.
  4. Tratamentos Medicamentosos: Há uma ênfase na redução da pressão arterial como prioridade sobre a seleção de classes específicas de medicamentos. Recomenda-se iniciar o tratamento com uma combinação de dois medicamentos, preferencialmente incluindo um bloqueador de renina-angiotensina com um diurético tiazídico ou um bloqueador de canal de cálcio.
  5. Avaliação de Risco Cardiovascular: A diretriz reforça a importância de uma avaliação abrangente do risco cardiovascular ao diagnosticar e tratar a hipertensão. Isso inclui considerar fatores como idade, histórico familiar, hábitos de vida, presença de comorbidades e a avaliação dos danos a órgãos-alvo causados pela hipertensão.
  6. Uso de Tecnologia na Monitoração: Encoraja-se o uso de tecnologia, incluindo dispositivos de monitoramento remoto e aplicações de saúde digital, para melhorar o acompanhamento e a gestão da hipertensão em ambientes domiciliares e clínicos.
  7. Educação e Adesão ao Tratamento: A diretriz enfatiza a necessidade de educação contínua dos pacientes sobre hipertensão e a importância da adesão ao tratamento. São recomendadas estratégias para aumentar a adesão, incluindo simplificação dos regimes de medicação e reforço educacional periódico.
  8. Intervenções de Estilo de Vida: Há uma ênfase renovada nas intervenções de estilo de vida como componentes críticos do tratamento da hipertensão, incluindo recomendações detalhadas sobre dieta, exercício físico, redução de peso, limitação do consumo de álcool e cessação do tabagismo.
  9. Gestão Integrada da Hipertensão: Promove-se uma abordagem de cuidado integrado que envolve múltiplos profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros, nutricionistas e farmacêuticos, para um manejo mais efetivo da hipertensão.
  10. Atualizações em Farmacoterapia: As diretrizes atualizam as recomendações sobre o uso específico de classes de medicamentos, levando em conta as evidências mais recentes sobre eficácia, segurança e custo-efetividade.
45
Q

Vera, 52 anos, é uma paciente regular de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), onde é acompanhada por seu médico para controle da hipertensão, diagnosticada alguns anos atrás durante uma crise de mal-estar. Ela é diligente em realizar exames e retirar os medicamentos prescritos, mas admite não tomá-los consistentemente, apenas quando sente sintomas como dor de cabeça, tonturas, ou sensação de peso na nuca, que associa a elevações da pressão arterial. Vera possui um aparelho de medir pressão em casa, que usa frequentemente para verificar seus níveis, e frequentemente vê medidas como 14x9 mmHg. Ela recorda que, na primeira vez que foi informada sobre sua condição no pronto-socorro, sua pressão estava em 15 por 10.

  1. O diagnóstico de Vera foi realizado de maneira incorreta, porque:
    a. Não foram solicitados exames como monitorização ambulatorial da PA (MAPA), Holter, teste de esforço, radiografia torácica e ecocardiograma para investigar a pressão alta.
    b. Não foi respeitada a longitudinalidade de cuidado e espera permitida, a fim de se avaliarem fatores psicossociais que possam estar envolvidos no mal-estar de Vera.
    c. O exame não foi feito por um cardiologista ou especialista na área.
    d. Não foram afastadas causas de hipertensão secundária, como feocromocitoma, que podem manifestar-se como crises de mal-estar.
A

A resposta correta é a letra B, que aponta a não observância da longitudinalidade de cuidado e a falta de consideração de fatores psicossociais no diagnóstico de hipertensão de Vera. Essa escolha é justificada porque o cuidado longitudinal, que envolve o acompanhamento contínuo e a avaliação de variáveis ao longo do tempo, é essencial para um entendimento mais completo das condições de saúde do paciente. Este tipo de cuidado permite não apenas monitorar a evolução da doença e a resposta ao tratamento, mas também identificar fatores psicossociais que podem influenciar o bem-estar do paciente e a eficácia do tratamento.

Em casos como o de Vera, onde o manejo da hipertensão parece não estar sendo completamente eficaz — visto que ela só toma a medicação quando percebe sintomas —, é crucial avaliar as circunstâncias pessoais, psicológicas e sociais que podem estar impactando sua adesão ao tratamento. O reconhecimento e a integração desses fatores no plano de cuidados são fundamentais para personalizar e otimizar o tratamento, promovendo uma abordagem mais eficaz e sustentável para o controle da hipertensão.

46
Q
  1. São primeira escolha no tratamento da hipertensão arterial, EXCETO:
    a. Diuréticos tiazídicos
    b. Inibidores da enzima conversora de angiotensina
    c. Betabloqueadores
    d. Bloqueadores de canal de cálcio
A

A resposta correta é a letra C, que aponta os betabloqueadores como exceção à primeira escolha no tratamento da hipertensão arterial. Segundo a diretriz brasileira de hipertensão, embora os betabloqueadores sejam eficazes no controle da pressão arterial, eles geralmente não são recomendados como terapia de primeira linha, exceto em casos específicos, como em pacientes com condições concomitantes que se beneficiem de seus efeitos, tais como insuficiência cardíaca ou doença coronariana.

A preferência por diuréticos tiazídicos, inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e bloqueadores de canal de cálcio como primeiras escolhas se baseia em evidências robustas que demonstram benefícios consistentes em termos de redução de eventos cardiovasculares e mortalidade em uma ampla gama de pacientes hipertensos. Estes medicamentos mostram uma melhor perfil de efeito benéfico na redução do risco cardiovascular e renal, comparado aos betabloqueadores, que podem ter efeitos metabólicos adversos e uma eficácia ligeiramente inferior para prevenção de AVC quando comparados a outras classes.

Portanto, enquanto os betabloqueadores têm seu lugar no tratamento de condições específicas, as diretrizes tendem a favorecer outras opções para a maioria dos pacientes hipertensos devido à eficácia geral e ao perfil de benefícios dessas outras classes de medicamentos.

47
Q
  1. Qual é a alternativa correta?
    a. Uma vez diagnosticado como hipertenso, como descrito no caso de Vera, o paciente jamais deixa de ser hipertenso.
    b. A HAS não é uma doença, mas um fator de risco.
    c. Uma pessoa com pressão muito elevada, mais de 18x11 mmHg, deve ser mandada ao pronto-socorro, mesmo sem sintomas.
    d. A orientação mais importante para a mudança de estilo de vida é a redução de sal, “proibindo o saleiro na mesa”.
A

A alternativa correta é a letra B, que afirma que a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) não é uma doença, mas um fator de risco. Segundo as diretrizes de tratamento da hipertensão, a HAS é frequentemente considerada mais como um fator de risco significativo para doenças cardiovasculares, como doença cardíaca coronariana, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal, entre outros. A pressão arterial elevada contribui para a carga de morbidade e mortalidade associadas a essas condições, o que reforça a importância de seu controle efetivo.

A hipertensão é classificada dessa forma porque, por si só, ela geralmente não causa sintomas imediatos, mas a longo prazo, aumenta significativamente os riscos de complicações graves. Por isso, o tratamento e a gestão da hipertensão visam principalmente reduzir o risco de tais complicações e melhorar a saúde cardiovascular geral. Isso inclui intervenções de estilo de vida e, quando necessário, tratamento medicamentoso para manter os níveis de pressão arterial dentro de um intervalo considerado seguro.

As demais alternativas contêm erros conceituais com base nas diretrizes e práticas recomendadas no tratamento da hipertensão, discutidas anteriormente:

a. “Uma vez diagnosticado como hipertenso, como descrito no caso de Vera, o paciente jamais deixa de ser hipertenso.” — Esta afirmação não é necessariamente verdadeira. A hipertensão pode ser gerenciada efetivamente com mudanças no estilo de vida e tratamento medicamentoso, podendo resultar em normalização da pressão arterial. Em alguns casos, com mudanças substanciais no estilo de vida ou melhorias na saúde geral, a dependência de medicamentos pode ser reduzida ou eliminada, especialmente em casos de hipertensão leve a moderada.

c. “Uma pessoa com pressão muito elevada, mais de 18x11 mmHg, deve ser mandada ao pronto-socorro, mesmo sem sintomas.” — Conforme discutido anteriormente, nem todos os casos de pressão arterial elevada necessitam de encaminhamento imediato ao pronto-socorro, especialmente na ausência de sintomas de lesão de órgão-alvo. A abordagem deve ser mais cautelosa e avaliativa, considerando o histórico e outros fatores de risco do paciente. A decisão deve basear-se na avaliação global do risco e não apenas nos valores isolados de pressão arterial.

d. “A orientação mais importante para a mudança de estilo de vida é a redução de sal, ‘proibindo o saleiro na mesa’.” — Embora a redução do consumo de sal seja importante no controle da hipertensão, ela não é a única nem a “mais importante” medida. As diretrizes recomendam uma abordagem integrada que inclui dieta saudável, exercícios regulares, controle do peso, moderação no consumo de álcool e cessação do tabagismo. Limitar o sal é apenas uma parte de um conjunto de mudanças de estilo de vida .Culpar apenas o saleiro na mesa acaba mascarando um problema maior ,que são os alimentos processados.

48
Q

Hipertensão mascarada X Hipertensão do avental branco :

A
49
Q

Etapas e cuidados na verificação da PA:

A
50
Q

Tópicos que já caíram em prova :

A