Administrativo Flashcards
Com fundamento no princípio da segurança jurídica, é vedado à Administração Pública Federal aplicar de forma retroativa novas interpretações de normas administrativas no âmbito dos processos administrativos, salvo quando para melhor atingir o fim público a que a norma se dirige?
A nova interpretação não retroage. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada sempre a aplicação retroativa de nova interpretação.
O que parte da doutrina sustenta ao requerer uma necessária releitura do princípio da legalidade, indicando a existência do princípio da juridicidade no âmbito administrativo?
“princípio da juridicidade”. A legalidade não é o único parâmetro da ação estatal que deve se conformar às demais normas consagradas no ordenamento jurídico. A legalidade encontra-se inserida no denominado princípio da juridicidade que exige a submissão da atuação administrativa à lei e ao Direito .Em vez de simples adequação da atuação administrativa a uma lei específica, exige-se a compatibilidade dessa atuação com o chamado “bloco de legalidade”.
As autarquias somente podem ser criadas pelo Poder Executivo?
Não; administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (…)”.
Dessa forma, é possível a existência de entidades da administração indireta vinculadas aos Poderes Legislativo e Judiciário.
A fim de garantir a modernização da gestão e a celeridade processual, as fundações e autarquias integrantes da Administração Pública federal podem ser qualificadas como agências executivas?
Sim.
As normas editadas pelas agências reguladoras podem ser classificadas como autônomas?
Não, as normas editadas por essas entidades administrativas não podem ser classificadas como autônomas, uma vez que encontram fundamento na lei instituidora da entidade regulatória, que estabelece os parâmetros que deverão ser observados pelo regulador.
Embora as empresas públicas sejam pessoas jurídicas de direito privado, somente por meio de concurso público pode contratar empregados, os quais, após decorridos três anos, fazem jus à estabilidade constitucional?
Não, pois embora seja necessário o concurso público para o ingresso de empregados públicos, esses agentes não têm direito à estabilidade.
Todavia,há necessidade de o desligamento ser motivado, sobretudo em nome dos princípios da impessoalidade e isonomia.
A câmara municipal tem legitimidade para propor ação com objetivo de questionar suposta retenção irregular de valores do Fundo de Participação dos Municípios, pois, embora não tenha personalidade jurídica, possui personalidade judiciária para tanto.
“A câmara municipal NÃO tem legitimidade para propor ação contra a União pedindo a liberação de FPM por se tratar de uma pretensão de interesse apenas patrimonial do Município e que, portanto, não está relacionado com a defesa de prerrogativa institucional da Câmara Municipal”
É vedado às agências reguladoras promoverem licitações que tenham por objeto a concessão de serviço público do objeto por ela regulado?
Não, mas é uma situação atípica.
A ANATEL pode.
Qual é o objeto de estudo do direito administrativo? Ele abrange também relações primordialmente regidas pelo direito privado?
O objeto do direito administrativo abrange todas as relações internas à administração pública – entre os órgãos e entidades administrativas, uns com os outros, e entre a administração e seus agentes, estatutários e celetistas –, todas as relações entre a administração e os administrados, regidas predominantemente pelo direito público ou privado, bem como atividades de administração pública em sentido material exercidas por particulares sob o regime de direito público a exemplo da prestação de serviços mediante concessão e permissão.
A função política de governo (elaboração de políticas públicas) constitui objeto de estudo do direito administrativo.
Errado.
O que é o critério do serviço público para definir o direito administrativo?
Essa escola se desenvolveu em torno de duas concepções: a primeira considerava o serviço público em sentido amplo, abrangendo todas as funções do Estado (inclusive a judiciária), sem especificar o regime jurídico a que estas se sujeitavam;
a segunda, ao contrário, adotava o sentido estrito de serviço público, para compreender apenas as atividades materiais exercidas pelo Estado para a satisfação de necessidades coletivas, desde que submetidas a regime exorbitante de direito comum.
Os adeptos do critério teleológico (ou finalístico) consideram o Direito Administrativo como o conjunto de normas que disciplinam a atuação concreta do Estado para consecução de seus fins?
Sim
Na busca de conceituação do Direito Administrativo encontra-se o critério da Administração Pública, segundo o qual, sinteticamente, o Direito Administrativo deve ser concebido como o conjunto de princípios que regem a Administração Pública.
Sim
O que é sistema administrativo? Diferencie os dois existentes.
É o regime adotado pelo Estado para o controle dos atos administrativos ilegais ou ilegítimos praticados pelo poder público nas diversas esferas e em todos os Poderes. São dois os sistemas existentes: inglês e francês.
SISTEMA INGLÊS (ou de unicidade de jurisdição): é aquele em que todos os litígios – administrativos ou que envolvam interesses exclusivamente privados – podem ser levados ao P. Judiciário, único que dispõe de competência para dizer o direito aplicável aos casos litigiosos, de forma definitiva, com força da chamada “coisa julgada”. USADO NO BRASIL
SISTEMA FRANCÊS (ou de dualidade de jurisdição): é aquele em que se veda o conhecimento pelo P. Judiciário de atos da administração pública, ficando estes sujeitos à chamada jurisdição especial do contencioso administrativo, formada por tribunais de índole administrativa. Nesse sistema há a jurisdição administrativa.
Existem hipóteses no ordenamento jurídico brasileiro em que é necessário o esgotamento das instâncias administrativas para utilizar a via judiciária? Se sim, quais?
Sim:
- justiça desportiva;
- O ato administrativo, ou a omissão da administração pública, que contrarie súmula vinculante só pode ser alvo de reclamação ao STF depois de esgotadas as vias administrativas;
- É indispensável para caracterizar o interesse de agir no habeas data “a prova do anterior indeferimento do pedido de informação de dados pessoais, ou da omissão em atendê-lo.
Existem outros atos ou decisões que não se sujeitam a apreciação judicial? Se sim, quais?
Sim. Ex. Atos políticos (sanção ou veto), estabelecimento de políticas públicas (em regra, ressalva para a omissão injustificada que viola o núcleo duro de um direito fundamental – mínimo existencial), julgamento de impeachment (não há possibilidade de revisão judicial do mérito).
O que são os costumes administrativos (praxe administrativa)?
São as práticas reiteradamente observadas pelos agentes administrativos diante de determinada situação.
A praxe administrativa, nos casos de lacuna normativa, funciona efetivamente como fonte secundária do direito administrativo, podendo gerar direitos aos administrados em razão dos princípios da lealdade, da boa-fé, da moralidade administrativa, entre outros.
O que são os precedentes administrativos?
A Administração pública pode se afastar deles?
O precedente administrativo pressupõe a prática reiterada e uniforme de atos administrativos em situações similares.
A força vinculante do precedente administrativo decorre da necessidade de segurança jurídica, de vedação da arbitrariedade, de coerência e de aplicação igualitária da ordem jurídica.
Apenas em duas situações, a Administração poderia se afastar do precedente:
a) quando o ato invocado como precedente for ilegal; e b) quando o interesse público, devidamente motivado, justificar a alteração do entendimento administrativo.
Nesses casos, é possível aplicar a teoria denominada prospective overruling, segundo a qual os tribunais, ao mudarem suas regras jurisprudenciais, podem, por razões de segurança jurídica (boa-fé e confiança legítima), aplicar a nova orientação apenas para os casos futuros.
O precedente administrativo, em princípio, somente é exigível quando estiver em compatibilidade com a legislação. É possível, contudo, que, excepcionalmente, mesmo em relação aos atos ilegais, os precedentes administrativos retirem a sua força vinculante dos princípios da confiança legítima, da segurança jurídica e da boa-fé.
A quais métodos de interpretação a doutrina têm dado mais importância?
Aos métodos sistemático (as normas devem ser compreendidas como integrantes do sistema jurídico, dotado de unidade e harmonia) e teleológico (a interpretação deve revelar a finalidade da norma).
O que diz o princípio da indisponibilidade do interesse público?
Os bens e interesses públicos não são disponíveis, ou seja, não pertencem à Administração nem aos agentes que por ela atuam; muito menos podem tais interesses ceder perante interesses puramente privados, visto que o agir administrativo tem foco na coletividade. A eles cabe apenas sua gestão.
Assim, são vedados ao administrador quaisquer atos que impliquem renúncia a direitos do Poder Público ou que injustificadamente onerem a sociedade.
indisponível é o interesse público, não o interesse da Administração
O que diz o princípio da moralidade?
É a exigência de uma atuação ética dos agentes da Administração Pública. Ele é um requisito de validade do ato administrativo: se inobservado, será caso de nulidade. Liga-se à ideia de probidade e boa-fé.
Na jurisprudência, reconhece-se a invalidade do ato por exclusiva razão de moralidade.
Errado. O Judiciário acaba retirando a sua validade em razão da ilegalidade, não em decorrência da moralidade somente.
A publicação é condição de validade ou de eficácia do ato?
Publicar o contrato é uma condição de eficácia dos atos administrativos. Isso significa que o início de produção de efeitos ocorrerá com a publicação.
Quais os principais princípios da administração pública?
LIMPE: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.