VULV0V4G1NITES E V4G1NOS3S 03: TR1COMONÍASE E OUTR4S VULV0V4GINITES Flashcards
- Quais as importantes considerações sobre a tricomoníase?
- Geralmente cursa de forma assintomática em homens, mas alguns podem manifestar um quadro de uretrite não gonocócica, epididimite ou prostatite
- Pode ser assintomática em mulheres menopausadas;
- É de transmissão sexual e geralmente encontra-se associada a outras ISTs e facilita a transmissão do HIV;
- Corresponde a 3ª causa mais frequente de corrimento vaginal;
- É de transmissão exclusivamente sexual
- Quais os sintomas da tricomoníase?
- Corrimento amarelado ou amarelo esverdeado, mal cheiroso e bolhoso, com pH vaginal >5,0 em 70% dos casos;
- Inflamação vaginal: ardência, hiperemia e edema.
- Dispareunia superficial e prurido vulvar ocasional.
- Não é tão comum, mas pode ocorrer de o Trichomonas vaginalis, acometer a uretra e a bexiga, e desencadear disúria, polaciúria e dor suprapúbica.
- Ao exame físico, um achado bem especifico é a colpite foca, colo em framboesa ou colo em morango; - causada pela dilatação capilar e hemorragias puntiformes, vista a olho nu em 2% dos casos e na colposcopia em 90% dos casos;
- Teste de Schiller em pele de onça ou aspecto tigróide;
- Não costuma cursar com escoriações e eritema vulvar
- Como fechar o diagnóstico de tricomoníase?
- pH geralmente igual ou superior a 5,0
- Teste de whiff positivo
- Microscopia a fresco do fluido vaginal ou material da ectocervice revela protozoário móvel com 4 flagelos característicos, ou ainda coloração de Gram, Giensa ou Papanicolau;
- É importante lembrar que a tricomoníase pode alterar o resultado da citologia oncótica. Assim, nos casos em que ocorrem alterações morfológicas celulares, estão indicados o tratamento e a coleta de nova citologia após três meses do término deste para avaliação da persistência das alterações celulares.
- Quais as drogas de escolha no tto para a trichomoníase?
O tto deve ser sistêmico, pois o tratamento tópico não atinge níveis terapêuticos nas glândulas vaginais e na uretra.
Metronidazol 400mg 5cp VO DU : 2g VO, DU – recomendado na gestação e lactação;
-Metronidazol 250mg 2cp VO 2x/dia por 7 dias – preferencial em caso de pacientes HIV positivas
-Tinidazol 2g VO, DU
Quais as orientações e considerações sobre o tto e tto do parceiro na trichomoníase?
Obs.: 1º) As parcerias sexuais devem ser tratadas com o mesmo esquema terapêutico;
2º) O tratamento pode aliviar os sintomas de corrimento vaginal em gestantes, além de prevenir infecção respiratória ou genital em RN;
3º) Orientar a paciente a não consumir álcool, pois sua associação com derivados azólicos pode causar o Efeito Antabuse caracterizado por mal-estar, náuseas, tonteiras e “gosto metálico na boca”. A abstinência alcoólica deve persistir por até 24 horas após o término do tratamento com metronidazol, e por até 72 horas após o término do tratamento com o tinidazol.
4º) Metronidazol pode ser usado em qualquer período da gravidez- categoria B de risco;
5º) Na lactação metro e Tinidazol podem ser usadas, sendo que o Metro exige suspensão da amamentação por 24h e o Tinidazol por 72h
6º) A trichomoniase tem relação com:
-Rotura prematura de membranas ovulares;
-Parto prematuro;
- Baixo peso ao nascer;
-Infecção puerperal.
- Quais as importantes considerações sobre a Vaginite descamativa ?
Vaginite descamativa
Achado de Strepto beta hemolítico na cultura – podem ser advindos do TGI
- Vaginite purulenta e crônica, na ausência de inflamação cervical e do trato genital superior
- Mais frequente na perimenopausa
Quais os achados complementares sugestivos de Vaginite descamativa?
-pH vaginal alcalino
Microscopia:
-Processo descamativo profundo em vagina com células basais e parabasais
- Substituição dos bacilos da flora por cocos G+
- Alta qtdd de polimorfonucleares
Quais as drogas para tto da Vaginite descamativa?
- Clindamicina creme vaginal a 2% - com aplicador 5g por 7 dias;
- No climatério: estrogênio tópico diário por 1-2 semanas, seguido de uso 1x/semana de manutenção.
- Quais as importantes considerações sobre as Vulvovaginites inespecíficas ?
- 25-75% das vulvovaginites em pré púberes são inespecíficas;
- A vulvite caracteriza-se pela inflamação da mucosa vulvar, sem descarga vaginal. Pode ser desencadeada pelos germes da pele circundante ou ser secundária a uma reação de contato (substâncias químicas, materiais sintéticos) ou alérgica. Já a vaginite compreende a inflamação da mucosa vaginal associada ao corrimento, que pode ser acompanhada ou não da vulvite.
Quais os fatores predisponentes para vulvovaginites em pré-púberes?
Fatores anatômicos:
Proximidade uretra – vagina – ânus.
Menor coaptação das formações labiais.
Tecido adiposo e pelos da região púbica pouco desenvolvidos.
Fatores Fisiológicos:
Epitélio vaginal delgado.
pH alcalino (6,5 a 7,5).
Hábitos/Costumes: Higiene pobre ou inadequada. Uso de roupas apertadas e de material sintético (não permitem a evaporação do suor e de outras secreções).
Uso de irritantes químicos: sabonetes, loções.
Uso de fraldas.
Traumatismos: abuso sexual, masturbação.
Corpo estranho.
Fatores socioeconômicos e culturais.
Comorbidades/Medicações:
Doenças sistêmicas: obesidade, diabetes, infecção das vias aéreas superiores.
Parasitoses intestinais.
Doenças dermatológicas (líquen escleroso, líquen plano, psoríase, dermatite atópica, dermatite de contato, dermatite das fraldas).
Uso de antibióticos de amplo espectro.
Qual a fisiopatologia das vulvovaginites inespecíficas?
Fisiopatologia: a higiene perineal precária, a interrupção de integridade de pele e mucosas ou agentes físico-quimicos permite que MOS saprófitas como E.coli, Staphylo epidermidis e bacteroides se proliferem causando uma reação inflamatória.
Qual o quadro clínico das vulvovaginites inespecíficas?
Os principais sinais e sintomas são: Leucorreia de aspecto variável; Prurido vulvar; Ardência vulvar; Escoriação, hiperemia e edema de vulva; Disúria e polaciúria; Sinais de má higiene.
Quais os exames que podem ser usados na investigação das vulvovaginites inespecíficas?
- Exame ginecológicop, esclarecendo ao responsável que a membrana himenal não será rompida.
- Bacterioscopia de gram
- Teste com KOH a 10%
- Toque retal na suspeita da presença de corpo estranho
- Urina EAS e urocultura
- PPF com pesquisa de oxiúros
- Suspeita de abuso ou refratariedade: cultura com meio para gonococo, micoplasma e ureaplasma, imunofluorescencia direta e indireta para clamídia, VDRL e HIV.
Qual o tto das vulvovaginites inespecíficas?
O tratamento inclui:
Boas medidas higiênicas com água abundante e sabão neutro;
Prevenir contato com irritantes;
Evitar roupas sintéticas;
Banhos de assento com antissépticos;
Tratamento sistêmico de infecção urinária, se presente;
Tratamento de parasitoses intestinais, se confirmada;
Antibioticoterapia tópica, em caso de identificação do agente.
- Quais as considerações importantes sobre a vaginose citolítica?
Corrimento vaginal com aumento excessivo de lactobacilos, citólise importante
e escassez de leucócitos.
Mais presente em situações proicias como: fase lútea, gravidez e DM. O aumento excessivo da flora lactobacilar desencadeia um processo de citólise das células
intermediárias do epitélio vaginal, com consequente liberação de substâncias irritativas provocando o corrimento e a ardência vulvovaginal.