SÍF1L1S Flashcards

1
Q
  1. Quais os pontos-chave na avaliação de uma ulcera genital?
A
  • Loco da lesão: grau de acometimento, consistência e aspecto da lesão;
  • Linfonodos: se há linfadenopatia, se é local ou generalizada, se é supurativa, consistência do linfonodo.
  • Exame físico geral: com ênfase em pele, olhos e boca.
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2
Q
  1. Sobre a sífilis:
A

Representa uma doença infecciosa, sistêmica, de evolução crônica, sujeita a surtos de agudização e a períodos de latência, na maior parte dos casos é transmitida pela via sexual, sendo denominada Sifilis adquirida, mas pode também ser transmitida pela via transplacentária, a Sífilis congênita. É transmitida por uma bactéria espiroqueta, anaeróbia Treponema pallidum, é melhor visualizada por microscopia de campo escuro em uma preparação úmida, fresca, na qual pode ser visto em movimentos rotatórios e angulados. A umidade é fator indispensável para o seu desenvolvimento e, por isso, as lesões crescem preponderantemente na boca e nas regiões genitoanais.

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3
Q

Quais os exames sorologicos não treponêmicos?

A

Os testes não treponêmicos são representados pelo:
-VDRL (Venereal Disease Research Laboratory),
-RPR (Rapid Plasm Reagin)
-TRUST (Toluidine Red Unheated Serum Test)
Estes são testes quantitativos e qualitativos, os quais podem ser utilizados para diagnóstico e seguimento. São quantificados através de diluições progressivas (1:2, 1:4, 1:8, 1:16…), e quanto maior a diluição reagente, maior é a concentração do anticorpo. Tornam-se reativos 2-3 semanas após o aparecimento da lesão primária (cancro duro). Atingem seus maiores níveis na fase secundária e declinam na fase latente e terciária. Logo, seus níveis não se relacionam com a progressão da doença.

Quando considerar um VDRL sugestivo de infecção?
• Títulos maiores que 1:4 (1:8, 1:16, 1:32, 1:64…).
• Aumento dos títulos em quatro vezes em sorologias sequenciais (por exemplo, 1:4 -
1:16).
• Positivação dos títulos em sorologias sequenciais.
Ocorre redução dos títulos após o primeiro ano da doença (mesmo nos casos não tratados).
Entretanto, a negativação só acontece entre 9 meses a 01 ano após o tratamento. Às vezes,
mesmo com a infecção tratada persistem positivos por toda a vida.

Três títulos sucessivamente baixos (menores ou iguais a 1/8), sem indício de reinfecção, são sinal de memória sorológica.
O achado de títulos baixos (< 1:16) pode indicar um quadro de sífilis muito recente, muito antiga ou tratada (memória sorológica) ou ainda um resultado falso-positivo.

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4
Q
  1. Como ocorre a transmissão?
A

Na sífilis recente a transmissão ocorre através do contato sexual (direto “mais comum”, cutâneo ou bucal “ambos mais raros”) e na latente através de fluidos corporais, especialmente o sangue. A transmissão também pode ocorrer pela via transplacentária (vertical) ou através de transfusão sanguínea. A espiroqueta é capaz de penetrar o organismo através da pele ou das mucosas, determinando, no local da inoculação, a lesão característica da fase primária. Um terço dos indivíduos expostos a parceiro sexual infectado adquire a doença.

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5
Q
  1. Quando investigar neurossífilis?
A

Segundo o CDC 2015, o líquido cerebroespinhal deve ser investigado na presença de:

a) Disfunção cognitiva, motora ou sensorial;
b) Sintomas oftalmológicos ou aditivos;
c) Paralisia de nervos cranianos;
d) Sinais ou sintomas de meningite ou acidente vascular cerebral;
e) Sífilis terciária.

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6
Q
  1. O que é a atropatia de Charcot?
A

É uma osteoartrite que tem em sua fisiopatologia a neuropatia com perda da sensibilidade dos pés à dor, perda da propriocepção que expõe os pés e tornozelos à traums repetitivos causando destruição articular, deformidades, ulceras plantares, decorrentes da distribuição anormal da pressão de apoio do peso corporal durante a marcha. As úlceras podem contaminar-se e provocar, secundariamente, infecção das partes moles ou mesmo do osso adjacente. Antes da penicilina a principal causa para a AC era a sífilis, hoje é a DM e a hanseníase.

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7
Q
  1. O que é tabes dorsalis?
A

É causada pela desmielinização dos neurônios que leva à perda da propriocepção, alterações esfincterianas e dores lancinantes que afetam a região epigástrica(podendo ser confundida com abdome agudo) e MMII. Ocorre incontinência urinária, secundária à hipotonia vesical e constipação. paciente, caracteristicamente, caminha olhando para o chão, com os pés afastados e pisando de modo abrupto, devido à perda da propriocepção (marcha tabética).

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8
Q
  1. Como é feito o diagnostico?
A

Pesquisa direta ou sorologia.
SEGUNDO O MS DE SAUDE O DIAGNOSTICO É DADO ATRAVÉS DE UM TESTE TREPONÊMICO + TESTE NÃO TREPONÊMICO
A ordem de realização fica a critério do serviço de saúde. Em gestantes a positividade de um teste não treponemico já indica tto, sem esperar o resultado do teste treponemico.
Não existe imunidade adquirida contra a sífilis, pois o nível de anticorpos decai. Isto significa que uma pessoa pode se reinfectar inúmeras vezes.

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9
Q

Qual o tto da sifilis em fase recente? E qual o tto alternativo?

A
Fase da doença -
Recente
Primária
Secundária
Latente recente
(< 1 ano de evolução).
Recomendado	
Penicilina G benzatina
(2,4 milhões UI, IM).
Dose única.
1,2 milhões UI, IM, em
cada glúteo.	

Alternativa
Ceftriaxona
1-2 g ao dia IM ou IV por 10 a 14 dias.

Doxiciclina
100 mg 12/12h por 15 dias (exceto em gestantes)

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10
Q

Qual o tto da sifilis em fase tardia (Latente tardia.

Latente de duração incerta, Terciária)? E qual o tto alternativo?

A

Tardia
Latente tardia. Latente de duração incerta. Terciária.
Recomendado
Penicilina G benzatina (2,4 milhões UI cada dose, IM).
Três doses com intervalo de 1 semana (7,2 milhões
UI, IM).

Alternativa
Doxiciclina, 100 mg 12/12h VO
OU
Tetraciclina 500 mg 6/6h VO por 30 dias (exceto
gestantes).
Ceftriaxone (1 g diariamente IM ou IV por
8 a 10 dias).

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11
Q

Qual o tto da sifilis na gestante?

A

Gestantes
Penicilina G benzatina
(2,4 milhões UI, IM).
Doses de acordo com a fase da doença).

Não há alternativas comprovadas. Na presença de alergia está indicada a dessensibilização. Na impossibilidade de realizar a dessensibilização durante
a gestação, a gestante deverá ser tratada com ceftriaxona.

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12
Q

Qual o tto da neurossifilis?

A

Neurossífilis
Penicilina G cristalina (3-4 milhões UI, IV) 4/4h por 14
dias (18-24 milhões U/dia).

Alternativa
Ceftriaxone 2 g IV ou IM por 10 a 14 dias (2ª opção pelo risco de reação cruzada com a penicilina).

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13
Q

SOBRE O TRATAMENTO DO PARCEIRO SEXUAL

A

TRATAMENTO DO PARCEIRO SEXUAL
-Ser testado e tratado para sífilis;
-Ser tratado no esquema de Sífilis latente tardia;
-Em caso de duvida quanto ao seguimento, fazer a receita para a paciente e para seu parceiro ao mesmo tempo;
-Realizar testes imunológicos;
-Se parceiro sintomático ou com testes sorológicos positivos considera-lo não tratado ou tratado inadequadamente;
-Os parceiros sexuais de casos de sífilis primária, secundária ou latente precoce podem estar infectados mesmo apresentando testes imunológicos
não reagentes e, portanto, devem ser tratados presumivelmente com apenas uma dose de penicilina intramuscular (2.400.000 UI)

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14
Q
  1. Há diferente na manifestação da sífilis em pacientes HIV positivas em relação a HIV negativas?
A

Sim. A coinfecção HIV – sífilis pode manifestar-se com cancros múltiplos e profundos, que tem resolução mais lenta; pode ocorrer sobreposição de estágios e concomitância de lesões primárias e secundárias no momento do diagnóstico; maior frequência de secundarismo, com lesões cutâneas atípicas e exuberância de sintomas e sintomas; predisposição para acometimento oftálmico e neurológico, com progressão mais rápida da sífilis precoce à neurossífilis.

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15
Q
  1. Qual a conduta recomendada pelo MS em casos de paciente coinfectados por sífilis e HIV?
A

A realização de punção liquórica em todos os coinfectados com sífilis e HIV e que apresentem pelo menos um dos seguintes critérios:
• Sinais ou sintomas neurológicos ou oftalmológicos;
• Evidência de sífilis terciária ativa (por exemplo, aortite ou gomas sifilíticas);
• Sífilis latente tardia ou de duração ignorada;
• LT-CD4+ < 350 células/mm3;
• VDRL ≥ 1:16 ou RPR ≥ 1:32;
. Queda inadequada ou estabilização sem queda nos títulos de teste não treponêmico durante o seguimento.

Na ausência desses sinais, está recomendado apenas um exame neurológico detalhado.
Quanto ao tto, em 2006 era recomendado o tto por 03 semanas para a coinfectada HIV-Sífilis, porem atualmente (2015) o tto recomendado é o mesmo que aquele para não coinfectadas.

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16
Q
  1. Sobre o seguimento após tto da sífilis:
A

-A sorologia com teste não treponêmico deve ser repetida a cada 03 meses e em gestantes deve ser repetida mensalmente;
-Os títulos costumam cair 4 vezes no primeiro seguimento e 8 vezes no segundo seguimento;
-Os títulos vão negativar após 01 ano na sífilis primaria e em dois anos para a sífilis secundaria;
-Pacientes tratadas com ceftriaxona tem seguimento mais curto – a cada 02 meses – e mensalmente para gestante. Se houver elevação dos títulos quando houver elevação de
títulos dos testes não treponêmicos em duas diluições – ex.: de 1:16 para 1:64 – em relação ao último exame realizado deve-se considerar retratamento.
-Considerar falha terapêutica se houver elevação dos títulos em duas diluições (ex: 1:2 para 1:8) ou se houve interrupção do tto.

17
Q
  1. Sobre a sífilis na gravidez:
A
Quanto mais recente a fase da infecção materna, maiores as taxas de transmissão vertical da sífilis, o que pode ser explicado pela maior carga de espiroquetas encontradas nas infecções recentes. As alterações que os recém natos de mães infectadas podem apresentar são: 
• Crescimento intrauterino restrito;
• Óbito fetal;
• Óbito neonatal;
• Parto prematuro;
• Anomalias congênitas
18
Q
  1. Quando solicitar o rastreio para sífilis no pré natal?
A

Os testes não treponêmicos (VDRL ou RPR) deverão ser sempre solicitados na primeira consulta do pré-natal ou no primeiro trimestre da gestação e novamente no último trimestre. Na primeira consulta, o VDRL ou RPR podem ser substituídos pelo teste rápido para sífilis. Os testes não treponêmicos também devem ser solicitados na admissão para parto ou esvaziamento uterino (curetagem uterina e Aspiração Manual Intrauterina – AMIU). Importante lembrar que os testes não treponêmicos podem ser positivos durante a gestação (falso-positivos).

19
Q
  1. Qual a conduta diante de uma gestante com VDRL positivo?
A

De acordo com o MS da saúde essa mãe deve iniciar o tto, no entanto, idealmente ela deve realizar uma sorologia confirmatória, diferente da primeira que foi realizada, e verificar o resultado posteriormente para confirmar a infecção. Exemplo: se o primeiro teste foi treponêmico, o segundo deve ser não treponêmico e vice-versa.
Alguns autores recomendam que toda gestante com VDRL positivo e < 1:8 deve, idealmente, ser testada com teste treponêmico. Na impossibilidade de se realizar teste confirmatório em tempo hábil, e a história passada de tratamento não puder ser resgatada ou resultado ≥ 1:8, considerar o resultado positivo em qualquer titulação como sífilis em atividade. Além disso, devemos lembrar que os testes não treponêmicos podem ser positivos durante a gestação (falso-positivos).
Na gravidez acometida pela sífilis, está indicada a realização de USG para avaliar sinais
de sífilis congênita (hepatomegalia, ascite e hidropsia fetal). A presença destes sinais sugere falha de tratamento.
Durante a gravidez, os mesmos esquemas terapêuticos de penicilina para as diversas fases
clínicas da doença devem ser utilizados. Nas gestantes alérgicas, o tratamento não muda, uma vez que somente a penicilina é comprovadamente eficaz na prevenção da sífilis neonatal. Nestes casos, está indicada a dessensibilização da paciente, a qual deve ocorrer em ambiente hospitalar. Na impossibilidade de dessensibilização, deve-se utilizar ceftriaxone 1g IV ou IM 1x/dia por 8 a 10 dias. Entretanto, para fins de definição de
caso e abordagem terapêutica da sífilis congênita, considera-se tratamento inadequado da mãe, e o recém-nascido deverá ser avaliado clínica e laboratorialmente.
Serão consideradas não tratadas adequadamente as pacientes:
• Tratamento realizado com qualquer medicamento que não seja a penicilina benzatina;
• Tratamento incompleto, mesmo tendo sido feito com penicilina benzatina;
• Tratamento inadequado para a fase clínica da doença;
• Instituição de tratamento dentro do prazo, em até 30 dias antes do parto;
• Parceiro sexual com sífilis não tratada ou tratada inadequadamente.
O Ministério da Saúde (2015) considera tratamento inadequado do parceiro sexual quando este apresenta sífilis sintomática ou testes imunológicos positivos, mas não recebeu tratamento ou foi tratado inadequadamente.
A tetraciclina e o estolato de eritromicina são contraindicados devido à alteração do esmalte dentário e litíase intra-hepática fetal, respectivamente.
As gestantes tratadas requerem obrigatoriamente seguimento sorológico quantitativo mensal durante a gestação. Novo tratamento está indicado nas pacientes em que não se verifica resposta terapêutica ou naquelas em que há aumento de pelo menos duas diluições na titulação. Após o parto, é recomendada a análise histopatológica da placenta em gestante com exames positivos.

20
Q
  1. Sobre a sífilis congênita:
A

O recém-nato não infectado pode apresentar anticorpos de origem materna até o sexto mês pós-parto,nestes casos, os testes treponêmicos podem ser úteis para descartar resultados falso-positivos. Entretanto, o FTA-Abs IgG encontrado no recém-nato pode ser oriundo da mãe. Já a obtenção deste resultado transcorridos 01 ano e meio após o parto assegura a infecção da criança. Por outro lado, o FTA-Abs IgM não ultrapassa a barreira placentária. Portanto, seu achado no recém-nato, confirma a origem fetal e, por conseguinte, a infecção luética. Todo recém-nato deve ser submetido a hemograma, perfil hepático, avaliação de eletrólitos, raio X de ossos longos e avaliação oftalmológica
e audiológica. Além disso, deve ser realizada avaliação neurológica incluindo análise do liquor para detecção de neurossífilis. No liquor, o achado superior a 25 leucócitos/mm3 e níveis de proteínas maiores que 150 mg/dl no recém-nascido define o quadro de sífilis congênita, independente do resultado de VDRL. Este quadro requer tratamento apropriado.

21
Q
  1. Sobre a sífilis congênita:
A

O recém-nato não infectado pode apresentar anticorpos de origem materna até o sexto mês pós-parto,nestes casos, os testes treponêmicos podem ser úteis para descartar resultados falso-positivos. Entretanto, o FTA-Abs IgG encontrado no recém-nato pode ser oriundo da mãe. Já a obtenção deste resultado transcorridos 01 ano e meio após o parto assegura a infecção da criança. Por outro lado, o FTA-Abs IgM não ultrapassa a barreira placentária. Portanto, seu achado no recém-nato, confirma a origem fetal e, por conseguinte, a infecção luética. Todo recém-nato deve ser submetido a hemograma, perfil hepático, avaliação de eletrólitos, raio X de ossos longos e avaliação oftalmológica
e audiológica. Além disso, deve ser realizada avaliação neurológica incluindo análise do liquor para detecção de neurossífilis. No liquor, o achado superior a 25 leucócitos/mm3 e níveis de proteínas maiores que 150 mg/dl no recém-nascido define o quadro de sífilis congênita, independente do resultado de VDRL. Este quadro requer tratamento apropriado..