SÍF1L1S Flashcards
- Quais os pontos-chave na avaliação de uma ulcera genital?
- Loco da lesão: grau de acometimento, consistência e aspecto da lesão;
- Linfonodos: se há linfadenopatia, se é local ou generalizada, se é supurativa, consistência do linfonodo.
- Exame físico geral: com ênfase em pele, olhos e boca.
- Sobre a sífilis:
Representa uma doença infecciosa, sistêmica, de evolução crônica, sujeita a surtos de agudização e a períodos de latência, na maior parte dos casos é transmitida pela via sexual, sendo denominada Sifilis adquirida, mas pode também ser transmitida pela via transplacentária, a Sífilis congênita. É transmitida por uma bactéria espiroqueta, anaeróbia Treponema pallidum, é melhor visualizada por microscopia de campo escuro em uma preparação úmida, fresca, na qual pode ser visto em movimentos rotatórios e angulados. A umidade é fator indispensável para o seu desenvolvimento e, por isso, as lesões crescem preponderantemente na boca e nas regiões genitoanais.
Quais os exames sorologicos não treponêmicos?
Os testes não treponêmicos são representados pelo:
-VDRL (Venereal Disease Research Laboratory),
-RPR (Rapid Plasm Reagin)
-TRUST (Toluidine Red Unheated Serum Test)
Estes são testes quantitativos e qualitativos, os quais podem ser utilizados para diagnóstico e seguimento. São quantificados através de diluições progressivas (1:2, 1:4, 1:8, 1:16…), e quanto maior a diluição reagente, maior é a concentração do anticorpo. Tornam-se reativos 2-3 semanas após o aparecimento da lesão primária (cancro duro). Atingem seus maiores níveis na fase secundária e declinam na fase latente e terciária. Logo, seus níveis não se relacionam com a progressão da doença.
Quando considerar um VDRL sugestivo de infecção?
• Títulos maiores que 1:4 (1:8, 1:16, 1:32, 1:64…).
• Aumento dos títulos em quatro vezes em sorologias sequenciais (por exemplo, 1:4 -
1:16).
• Positivação dos títulos em sorologias sequenciais.
Ocorre redução dos títulos após o primeiro ano da doença (mesmo nos casos não tratados).
Entretanto, a negativação só acontece entre 9 meses a 01 ano após o tratamento. Às vezes,
mesmo com a infecção tratada persistem positivos por toda a vida.
Três títulos sucessivamente baixos (menores ou iguais a 1/8), sem indício de reinfecção, são sinal de memória sorológica.
O achado de títulos baixos (< 1:16) pode indicar um quadro de sífilis muito recente, muito antiga ou tratada (memória sorológica) ou ainda um resultado falso-positivo.
- Como ocorre a transmissão?
Na sífilis recente a transmissão ocorre através do contato sexual (direto “mais comum”, cutâneo ou bucal “ambos mais raros”) e na latente através de fluidos corporais, especialmente o sangue. A transmissão também pode ocorrer pela via transplacentária (vertical) ou através de transfusão sanguínea. A espiroqueta é capaz de penetrar o organismo através da pele ou das mucosas, determinando, no local da inoculação, a lesão característica da fase primária. Um terço dos indivíduos expostos a parceiro sexual infectado adquire a doença.
- Quando investigar neurossífilis?
Segundo o CDC 2015, o líquido cerebroespinhal deve ser investigado na presença de:
a) Disfunção cognitiva, motora ou sensorial;
b) Sintomas oftalmológicos ou aditivos;
c) Paralisia de nervos cranianos;
d) Sinais ou sintomas de meningite ou acidente vascular cerebral;
e) Sífilis terciária.
- O que é a atropatia de Charcot?
É uma osteoartrite que tem em sua fisiopatologia a neuropatia com perda da sensibilidade dos pés à dor, perda da propriocepção que expõe os pés e tornozelos à traums repetitivos causando destruição articular, deformidades, ulceras plantares, decorrentes da distribuição anormal da pressão de apoio do peso corporal durante a marcha. As úlceras podem contaminar-se e provocar, secundariamente, infecção das partes moles ou mesmo do osso adjacente. Antes da penicilina a principal causa para a AC era a sífilis, hoje é a DM e a hanseníase.
- O que é tabes dorsalis?
É causada pela desmielinização dos neurônios que leva à perda da propriocepção, alterações esfincterianas e dores lancinantes que afetam a região epigástrica(podendo ser confundida com abdome agudo) e MMII. Ocorre incontinência urinária, secundária à hipotonia vesical e constipação. paciente, caracteristicamente, caminha olhando para o chão, com os pés afastados e pisando de modo abrupto, devido à perda da propriocepção (marcha tabética).
- Como é feito o diagnostico?
Pesquisa direta ou sorologia.
SEGUNDO O MS DE SAUDE O DIAGNOSTICO É DADO ATRAVÉS DE UM TESTE TREPONÊMICO + TESTE NÃO TREPONÊMICO
A ordem de realização fica a critério do serviço de saúde. Em gestantes a positividade de um teste não treponemico já indica tto, sem esperar o resultado do teste treponemico.
Não existe imunidade adquirida contra a sífilis, pois o nível de anticorpos decai. Isto significa que uma pessoa pode se reinfectar inúmeras vezes.
Qual o tto da sifilis em fase recente? E qual o tto alternativo?
Fase da doença - Recente Primária Secundária Latente recente (< 1 ano de evolução).
Recomendado Penicilina G benzatina (2,4 milhões UI, IM). Dose única. 1,2 milhões UI, IM, em cada glúteo.
Alternativa
Ceftriaxona
1-2 g ao dia IM ou IV por 10 a 14 dias.
Doxiciclina
100 mg 12/12h por 15 dias (exceto em gestantes)
Qual o tto da sifilis em fase tardia (Latente tardia.
Latente de duração incerta, Terciária)? E qual o tto alternativo?
Tardia
Latente tardia. Latente de duração incerta. Terciária.
Recomendado
Penicilina G benzatina (2,4 milhões UI cada dose, IM).
Três doses com intervalo de 1 semana (7,2 milhões
UI, IM).
Alternativa
Doxiciclina, 100 mg 12/12h VO
OU
Tetraciclina 500 mg 6/6h VO por 30 dias (exceto
gestantes).
Ceftriaxone (1 g diariamente IM ou IV por
8 a 10 dias).
Qual o tto da sifilis na gestante?
Gestantes
Penicilina G benzatina
(2,4 milhões UI, IM).
Doses de acordo com a fase da doença).
Não há alternativas comprovadas. Na presença de alergia está indicada a dessensibilização. Na impossibilidade de realizar a dessensibilização durante
a gestação, a gestante deverá ser tratada com ceftriaxona.
Qual o tto da neurossifilis?
Neurossífilis
Penicilina G cristalina (3-4 milhões UI, IV) 4/4h por 14
dias (18-24 milhões U/dia).
Alternativa
Ceftriaxone 2 g IV ou IM por 10 a 14 dias (2ª opção pelo risco de reação cruzada com a penicilina).
SOBRE O TRATAMENTO DO PARCEIRO SEXUAL
TRATAMENTO DO PARCEIRO SEXUAL
-Ser testado e tratado para sífilis;
-Ser tratado no esquema de Sífilis latente tardia;
-Em caso de duvida quanto ao seguimento, fazer a receita para a paciente e para seu parceiro ao mesmo tempo;
-Realizar testes imunológicos;
-Se parceiro sintomático ou com testes sorológicos positivos considera-lo não tratado ou tratado inadequadamente;
-Os parceiros sexuais de casos de sífilis primária, secundária ou latente precoce podem estar infectados mesmo apresentando testes imunológicos
não reagentes e, portanto, devem ser tratados presumivelmente com apenas uma dose de penicilina intramuscular (2.400.000 UI)
- Há diferente na manifestação da sífilis em pacientes HIV positivas em relação a HIV negativas?
Sim. A coinfecção HIV – sífilis pode manifestar-se com cancros múltiplos e profundos, que tem resolução mais lenta; pode ocorrer sobreposição de estágios e concomitância de lesões primárias e secundárias no momento do diagnóstico; maior frequência de secundarismo, com lesões cutâneas atípicas e exuberância de sintomas e sintomas; predisposição para acometimento oftálmico e neurológico, com progressão mais rápida da sífilis precoce à neurossífilis.
- Qual a conduta recomendada pelo MS em casos de paciente coinfectados por sífilis e HIV?
A realização de punção liquórica em todos os coinfectados com sífilis e HIV e que apresentem pelo menos um dos seguintes critérios:
• Sinais ou sintomas neurológicos ou oftalmológicos;
• Evidência de sífilis terciária ativa (por exemplo, aortite ou gomas sifilíticas);
• Sífilis latente tardia ou de duração ignorada;
• LT-CD4+ < 350 células/mm3;
• VDRL ≥ 1:16 ou RPR ≥ 1:32;
. Queda inadequada ou estabilização sem queda nos títulos de teste não treponêmico durante o seguimento.
Na ausência desses sinais, está recomendado apenas um exame neurológico detalhado.
Quanto ao tto, em 2006 era recomendado o tto por 03 semanas para a coinfectada HIV-Sífilis, porem atualmente (2015) o tto recomendado é o mesmo que aquele para não coinfectadas.