Rinossinusite (Complicações Orbitárias) Flashcards

1
Q

Sobre as complicações de rinossinusite (em geral):

  • Acontecem em qual tipo de RS?
  • Qual a incidência de complicações ao ano?
  • Predomina em quais meses?
  • Qual sexo prevalece?
  • São mais frequentes em adultos ou crianças?
A
  • RSA ou agudizações das RSC
  • 2,5 a 4,3 casos por 1 milhão de habitantes / ano.
  • Abril a Julho (outono e inverno), acompanhando maior incdência das RSA,
  • Mais no SEXO MASCULINO
  • Mais CRIANÇAS (1/3 em crianças até 5 anos e 2/3 até 15 anos).
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2
Q

Cite 3 fatores que justificam a incidência maior de complicações em crianças do que adultos.

A
  • Barreiras ósseas mais frágeis, como lâmina papirácea e crivosa mais porosas .
  • Aumento da vascularização (devido pneumatização dos seios) e maior fluxo sanguíneo retrógrado para o interior do crânio (a principal via seria pelas veias oftálmicas superior e inferior, que se comunicam com vasos intraorbitários e diretamente com seio cavernoso).
  • Sistema imunológico incompetente (imaturo).

Obs: no adulto, HIV, diabetes, déficit de Ig, corticoesteróides, quimioterapia, etc.

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3
Q

As complicações geralmente ocorrem em imunocomprometidos ou indivíduos hígidos?

A

Geralmente em indivíduos previamente HÍGIDOS e jovens, embora o comprometimento do estado imune favoreça.

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4
Q

Quais os três tipos de complicações (no gerl) mais vistas, como é a distribuição dela pelas faixas etárias e qual o tipo mais comum de disseminação?

A

Tipos:

  • Orbitárias (60-75%)
  • Intracranianas (15-20%)
  • Ósseas (5-10%)

Faixas etárias:

  • As complicações orbitárias ocorrem mais em crianças, enquanto intracranianas e ósseas em adolescentes e adultos jovens.

Disseminação:

  • Hematogênica
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5
Q

Antibioticoterapia previne a ocorrência de complicações?

A
  • Com antibiótico houve melhora na EVOLUÇÃO das complicações (por exemplo taxas de amaurose e mortalidade por meningite despencaram), mas NÃO PREVINE a ocorrência!

Cerca de 40-60% dos pacientes que apresentaram algum tipo de complicação fez uso de ATB previamente.

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6
Q

Quais são os principais sinais de alarme das complicações, em geral?

A
  • Hiperemia orbitária
  • Proptose
  • DIplopia
  • Oftalmoplegia
  • Baixa acuidade visual
  • Cefaleia intensa
  • Edema na fronte
  • Rigidez de nuca
  • Déficits neurológicos
  • Redução do nível de consciência
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7
Q

Na suspeita, qual exame de imagem deve ser solicitado?

A
  • TC COM CONTRASTE (fundamental para ver partes moles, diferenciando tecidos com edema e flagmão das coleções).

Obs: apesar de mandatória na suspeita de complicações, não é necessária para RSA comum.

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8
Q

Quando solicitar RM?

A

É uma alternativa válida à TC, já que também é bastante eficaz na avaliação de partes moles. Por outro lado, seu maior custo, maior tempo para execução do exame e incapacidade de avaliar arquitetura óssea dos seios faz com que a TC seja mais vantajosa na avaliação das complicações. SEMPRE QUE POSSÍVEL, REALIZAR OS DOIS EXAMES.

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9
Q

Quais as duas vias de disseminação das complicações orbitárias?

A
  • Contiguidade (deiscências na lâmina papirácea).
  • Via hematogênica (disseminação retrógrada através das veias orbitárias que drenam para os seios).
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10
Q

Cite quais seios da face são os mais acometidos quando há complicação orbitária (e após quantos dias do início da agudização elas aparecem).

A
  • ETMOIDAIS e MAXILARES
  • Em média 5 dias após inícios da agudização.
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11
Q

Quais os sintomas mais comuns de complicação orbitária?

A

Edema palpebral, eritema e dor súbitas inicialmente, podendo evoluir com proptose, quemose e dor à movimentação ocular. Em casos graves, oftalmoparesia e redução da acuidade visual. Em crianças pode ser indolor, devendo ser investigado outros sinais e sintomas.

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12
Q

Quais os patógenos mais comuns no adulto e na criança quando temos complicações orbitárias?

A
  • Adulto: PNEUMOCOCO
  • Crianças: HAEMOPHILUS
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13
Q

Qual a definição de septo orbitário e porque ele é importante?

A
  • O septo orbitário é a continuidade do periósteo das estruturas ósseas da órbita e periórbita, separando a cavidade orbitária propriamente dita das pálpebras superior e inferior.
  • É importante porque a principal classificação das complicações orbitárias é baseada nessa estrutura (infecções pós-septais costumam ser mais graves).
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14
Q

Qual o nome da classificação mais utilizada para complicações orbitárias?

A
  • Classificação de Chandler (1970).
    (Lembrar que o Chandler de Friends tem 5 amigos, assim como a sua classificação tem 5 grupos!)
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15
Q

Cite os 5 grupos da Classificação de Chandler para complicações orbitárias.

A
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16
Q

Qual o macete para gravar?

A
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17
Q

Qual a complicação orbitária mais comum e a qual grupo pertence?

A
  • Grupo 1 = Edema Inflamatório.

Atenção: ao considerarmos as infecções pré-septais, apenas 10% delas são causadas por rinossinusites (as demais por picadas de insetos, traumas, conjuntivites). Por isso a classificação de Velasco e Cruz, por exemplo, retira esse grupo.

18
Q

Quais os sinais e sintomas esperados no grupo 1?

A

Grupo 1 = EDEMA INFLAMATÓRIO

  • Apresenta hiperemia e edema palpebral com calor local e ocasionalmente dor.
  • Sintomas sistêmicos como prostração, mal-estar e febre podem estar presentes.
  • NÃO REDUZ MOBILIDADE NEM ACUIDADE VISUAL,
19
Q

Quais os sinais e sintomas esperados no grupo 2?

A

Grupo 2 = CELULITE ORBITÁRIA

  • Comprometimento difuso do cone orbitário, invasão de seu tecido adiposo por células inflamatórias e bactérias, porém sem formar abscesso.
  • Hiperemia e edema conjuntival
  • PROPTOSE
  • REDUZ MOBILIDADE OCULAR
20
Q

Quais os sinais e sintomas esperados no grupo 3?

A

Grupo 3 = ABSCESSO SUBPERIOSTEAL

  • Abscesso formado entre lâmina papirácea e periórbita (septo fibroso que envolve o conteúdo orbitário).
  • DESLOCAMENTO INFERO-LATERAL DO OLHO COM PROPTOSE.
  • REDUÇÃO DE MOBILIDADE OCULAR
21
Q

Quais os sinais e sintomas esperados no grupo 4?

A

Grupo 4 = ABSCESSO ORBITÁRIO

  • Abscesso formado dentro do cone orbitário.
  • É a COMPLICAÇÃO MAIS GRAVE, podendo levar à AMAUROSE EM HORAS.
  • PROPTOSE ACENTUADA
  • ALTERAÇÃO DE ACUIDADE VISUAL
  • ALTERAÇÃO DO REFLEXO PUPILAR
22
Q

Cite os sinais e sintomas esperados no grupo 5?

A

Grupo 5 = TROMBOSE DO SEIO CAVERNOSO

  • Ocorre por disseminação do processo infeccioso através das veias orbitárias para o seio cavernoso.
  • Desconfiar quando começar a apresentar SINTOMAS INTENSOS BILATERAIS.
  • Fundoscopia pode mostrar INGURGITAÇÃO DAS VEIAS DE RETINA.
  • Pode acometer os NC III, IV, V (V1 e V2) e VI
23
Q

Na Trombose do Seios Cavernoso (grupo 5) o agente etiológico é igual para as demais complicações?

A

A etiologia vai mudar, sendo mais comum por S.aureus!

24
Q

Cite 2 vantagens da Classificação de Chandler.

A
  • Promove estadiamento baseado em critérios clínicos, se baseando apenas em sintomas e sinais para suspeitar da extensão da doença.
  • Promove segmentação da terapia (grupos 1 e 2 a princípio tratamento CLÍNICO e grupos 3 e 4 a princípio CIRÚRGICO).
25
Q

Cite 2 críticas á Classificação de Chandler.

A
  • Não possui uma ordem de gravidade (grupo 2 tem maior risco de perda visual do que grupo 3, por exemplo),
  • Inclui uma complicação não orbitária (grupo 5, trombose do seio cavernoso).
26
Q

Cite a classificação para complicações orbitárias que utiliza critérios tomográficos seus grupos.

A
27
Q

Qual grupo de Chandler corresponderia ao grupo 2 de Mortimore?

A

Grupo 3

28
Q

Quais as vantagens da Classificação de Mortimore?

A
  • É evolutiva, com gravidade crescente entre os grupos.
  • Exclui trombose do seio cavernoso (complicação não orbitária).
29
Q

Quais as críticas?

A
  • Necessita exame complementar (TC)
  • Termo intraconal (grupo 3) se refere ao espaço no cone orbitário delimitado pela musculatura extrínseca orbitária, excluindo da classificação as infecções orbitárias extraconais (aquelas entre a periórbita e a musculatura extrínseca).
30
Q

O que seria a Síndrome do Ápice Orbitário (grupo 3)?

A

Sinais de envolvimento das estruturas nervosas que atravessam o forame óptico e a fissura orbitária superior:

  • II, III, IV, V (V1) e VI.
31
Q

O que seria a Síndrome da Fissura Orbitária Superior?

A

Quando não temos envolvimento do II par (forame óptico), apenas a fissura orbitária superior:

  • III, IV, V (V1) e VI.
32
Q

Cite a diferença no que diz respeito a acometimento dos pares cranianos:

  • Trombose do Seio Cavernoso
  • Sd. FIssura Orbitária Superior
  • Sd. Ápice-Orbitário
A
  • TSC = III, IV, V (V1 e V2) e VI
  • SFOS = III, IV, V (V1) e VI.
  • SAO = II, III, IV, V (V1) e VI.
33
Q

Cite os grupos da Classificação de Velasco e Cruz.

A

Dica = só retirar os grupos 1 e 5 de Chandler e renumerar.

34
Q

Qual a conduta indicada na suspeita de complicação orbitária?

A
  • Internação hospitalar
  • ATB EV de amplo espectro
  • Avaliação do oftalmológica
  • Considerar cirurgia

Obs: alguns casos de celulite pré-septal em adultos podem ser tratados excepcionalmente, sem internação e com ATB VO, desde que acompanhados cautelosamente.

35
Q

Sobre antibioticoterapia:

  • Devemos aguardar cultura para iniciar?
  • Qual a duração?
  • Cite um esquema preconizado de ATB para adulto e para crianças.
A
  • Não, o ATB deve ser iniciado de forma empírica e depois reajustado (microbiota conforme citada anteriormente, porém com maior participação do s.aureus e anaeróbios).
  • Duração é variável, sem consenso, sendo indicado encerrar 48h após melhora clínica ou após completar 14 dias.
  • Adulto = Ceftriaxona + Clindamicina
  • Criança = Ceftriaxona + Oxacilina
36
Q

O uso de corticoterapia endovenosa nas complicações orbitárias é mandatória?

A

É de uso controverso, podendo ter benefício na redução do edema e proptose (hidrocortisona ou dexametasona EV em dose antinflamatória).

37
Q

Qual achado laboratorial também pode se associar a desfechos mais graves e portanto, maior necessidade de intervenções mais agressivas?

A

Níveis elevados de PCR

38
Q

Quais as indicações mais comuns para cirurgias nas complicações orbitárias?

A
39
Q

Qual cuidado devemos ter durante acesso endoscópico para tratar infecções orbitárias?

A

Além da lâmina papirácea, há necessidade de incisão na periórbita e exposição ampla de gordura orbitária.

Obs: o acesso externo pode ser boa opção para abscessos subperiosteais superiores, inferiores ou laterais.

40
Q

Quais são os 5 critérios obrigatórios (todos devem estar presentes) para tratamento conservador (não cirúrgico) de abscessos subperiosteais?

A

Antigamente, tratamento clínico do abscesso subperiosteal era conduta utilizada em crianças menores que 2-4 anos de idade, Atualmente pode ser feito em outras faixas etárias mas deve respeitar todos os critérios abaixo.