Epistaxe e Sangramentos Flashcards

1
Q

Sobre a Epistaxe:

  • Qual sua frequência?
  • Qual porcentagem desses indivíduos vão necessitar intervenção?
  • Qual idade predomina?
  • De onde se origina a maioria?
A
  • Relativamente comum (60% das pessoas).
  • Apenas 6% requerem tratamento.
  • Tem distribuição bimodal em < 10 anos ou entre 45 e 65 anos.
  • A maioria ocorre no PLEXO DE KIESSELBACH (ÁREA DE LITTLE).

Sangramentos volumosos em geral vem da área posterosuperior (etmoidais ou esfenopalatinas) e ocasiosam complicações hemodinâmicas. Lembrar que pode ser também sintoma de apresentação de tumores nasais benignos e malignos.

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2
Q

Qual sua etiologia?

A

Envolve alterações da fisiologia nasal através de estímulos, que podem ser:

  • Extrínsecos ou intrínsecos (mecânicos, neurogênicos, alergênicos, físicos, químicos ou inflamatórios).

Esses estímulos provocam modificações de volume sanguíneo, exposição da vasculatura e favorece epistaxe.

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3
Q

Cite suas 3 divisões em relação à localização anatômica e explique o conceito de S-point.

A

Divisão:

  • Anterior (plexo de Kiesselbach).
  • Posterior (esfenopalatina)
  • Superior (etmoidais).

S-point:

  • SEPTO NASAL ALTO tem sido considerado um importante sítio de epistaxes graves, especialmente decorrentes dos ramos da ARTÉRIA ETMOIDAL ANTERIOR.
  • Mais especificamente, um ponto específico de sangramento foi descrito na região superior do septo nasal, ao redor da projeção da “axila” da concha média, após o tubérculo septal, que se apresenta como um pedículo vascular arterial, geralmente com sangramento ativo.
  • Esse pedículo vascular arterial é DENOMINADO S-POINT em homenagem ao Aldo Stamm (foto).
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4
Q

O que é considerada uma Epistaxe Grave?

A
  • SANGRAMENTO DE 2 REGIÕES DISTINTAS SEPARADAS ANATOMICAMENTE PELA CONCHA MÉDIA.

Significa que são sangramentos de sistemas arteriais diferentes (carótida interna e externa).

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5
Q

Sobre a vascularização nasal:

  • Cite as artérias nasais originadas pela carótida externa.
A

Carótida externa emite FACIAL e MAXILAR.

Facial:

  • LABIAL SUPERIOR

Maxilar:

  • PALATINA MAIOR
  • ESFENOPALATINA

A esfenopalatina por sua vez emite os ramos NASOSSEPTAL e LATERAL POSTERIOR.

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6
Q

Sobre a vascularização nasal:

  • Cite o trajeto NASOSSEPTAL (ANS na imagem).
  • Cite o trajeto LATERAL POSTERIOR (ANLP na imagem)
A
  • NASOSSEPTAL: trajeto ASCENDENTE. Após o forame esfenopalatino, contorna o corpo do esfenoide em direção ao rostro (15 MILÍMETROS ABAIXO DO ÓSTIO ESFENOIDAL), distribuindo-se pela parede posterolateral, superior do nariz e septo nasal posterior. Essa artéria também pode ser chamada de SEPTAL POSTERIOR.
  • LATERAL POSTERIOR: trajeto DESCENDENTE. Logo após ultrapassar o forame esfenopalatino vai para corneto médio, parede lateral do seio maxilar e dorso do corneto inferior.
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7
Q

Cite quais artérias do nariz são provenientes da carótida interna (e seus trajetos).

A
  • Carótida externa emite a artéria OFTÁLMICA, que por sua vez vai emitir as artérias ETMOIDAL ANTERIOR e ETMOIDAL POSTERIOR.
  • As etmoidais anteriores e posteriores deixam a órbita em canais próprios e alcançam a lamela lateral da lâmina crivosa do etmoide, envolvidos pela periórbita.
  • Variações de trajeto são mais comuns na artéria etmoidal anterior.
  • Os ramos das etmoidais são muito delgados, subperiosteais e distribuem-se em mucosas nasal e sinusal.
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8
Q

Quais as 4 artérias que formam o plexo de Kiesselbach?

A

Plexo de Kiesselbach:

  • Nasosseptal (esfenopalatina)
  • Etmoidal Anterior
  • Palatina maior
  • Labial superior (ramo septal)

Dica: “NEPAL”

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9
Q

Sobre as condutas iniciais:

  • Qual a primeira condutta?
  • Quais exames laboratoriais posso pedir se sangramentos prolongados?
  • Coagulograma é um deles?
  • Qual droga a literatura se mostrou favorável para controle inicial do sangramento?
A

ATLS EM PRIMEIRO LUGAR (antes do tratamento específico, com reposição volêmica, garantir via aérea, regularizar PA).

  • Tranquilizar o paciente e estar sempre paramentado.
  • Avaliar doenças associadas como rinite, IVAS, coagulopatias, HAS, DM, DRC, medicamentos (AAS, AINES, anticoagulantes).
  • Exames laboratoriais, tais como HEMATÓCRITO, HEMOGLOBINA e TIPAGEM SANGUÍNEA são solicitados em sangramentos intensos ou prolongados.
  • COAGULOGRAMA NÃO É FEITO DE ROTINA (apenas se uso de anticoagulantes ou distúrbios de coagulação).
  • Após estabilizado, realizar exame adequado da cavidade nasal (identificar origem do sangramento).

A literatura é favorável ao uso do ÁCIDO TRANEXÂMICO para controle.

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10
Q

Sobre as 4 opções não-cirúrgicas de tratamento:

  • Quais substância utilizo na cauterização química e qual cuidado é necessário?
  • Quando indico cauterização elétrica?
  • Qual a primeira opção se epistaxe posterior?
  • Quando indico tamponamento nasal?
  • Qual o tempo médio de permanência de um tampão anterior?
  • Qual a taxa de falha do tampão?
  • Como é feita embolização?
  • Qual a indicação da embolização?
  • Qual a contraindicação?
  • Quais as complicações?
A

CAUTERIZAÇÃO QUÍMICA:

  • Ponto de sangramento específico de pequena monta. Cauterizar em volta e depois em cima do ponto sangrante. Geralmente em região anterior do septo nasal. Procedimento realizado após aplicação de anestesia e vasoconstrictor.
  • Pode ser feita com NITRATO DE PRATA E ÁCIDO TRICLOROACÉTTICO (substâncias mais utilizadas).
  • NÃO CAUTERIZAR BILATERALMENTE NO MESMO PONTO (risco de perfuração septal ou necrose). Efeito adversos são crostas e rinorreia.

CAUTERIZAÇÃO ELÉTRICA:

  • Sangramento localizado PERSISTENTE ou RECORRENTE após cauterização química.
  • Indicada por alguns autores como PRIMEIRA OPÇÃO PARA EPISTAXES POSTERIORES (baixa morbidade, rápida, efetiva, reduz tempo de hospitalização).

TAMPONAMENTO NASAL:

  • Vários modelos desenvolvidos: gaze vaselinada, sonda de foley (sangramento posterior), dedo de luva e esponja, Merocel, Gelfoam, Merogel (tampão absorvível), entre outros.
  • Tempo médio de permanência do tampão anterior é de 48 HORAS.
  • Taxa de falha 20-25%.
  • Desvantagem: desconfortável.
  • Pode causar reflexo vagal, dor, otite média, sinusopatia, epífora, hipóxia (principalmente em crianças e idosos) e a SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO. Pode traumatizar a mucosa.
  • Tamponamento anteroposterior pode ser feito com gaze vaselinada e fio de algodão, sonda de foley + tampão anterior. Paciente sob anestesia geral ou ambulatorial e sempre fixar o tampão. Internação hospitalar para observação e acompanhamento é recomendada nesses casos.
  • Pode ser necessário cirurgia ou embolização seletiva posteriormente.

EMBOLIZAÇÃO:

  • Feito por meio de ANGIOGRAFIA DIGITAL, mais para casos REFRATÁRIOS.
  • Opção de escolha também se CONDIÇÕES CLÍNICAS DESFAVORÁVEIS AO TAMPONAMENTO OU CIRURGIA.
  • Vantagem é a localização do sítio de sangramento e a possibilidade de obliteração seletiva de vasos distais, com sucesso em torno de 90% das vezes.
  • É CONTRAINDICADA A EMBOLIZAÇÃO DAS ARTÉRIAS ETMOIDAIS.
  • Esse procedimento tem alto custo.
  • Complicações são raras, incluem necrose tecidual, dor facial, paralisia facial e trismo. Complicações graves como amaurose, AVC (oclusão iatrogênica de ramos da artéria carótida interna ou por migração retrógrada do embolo) podem ocorrer.
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11
Q

Cite os 2 tipos de tratamento cirúrgicos mais empregados para epistaxe e como é feito cada um.

A

Cirurgia tem alto índice de sucesso. Cada vez mais precoce a indicação pois tem diminuído transfusão sanguínea, tempo de internação hospitalar e pelo maior conforto ao paciente.

  • LIGADURA DA ESFENOPALATINA: segura, simples e efetiva (>90% sucesso). Retalho de mucosa nasal subperiosteal na parede lateral, 5 mm anterior à inserção da cauda da CM. Estendendo esse retalho posteriormente de modo amplo, a CRISTA ETMOIDAL É O PONTO DE REPARO ANATÔMICO. Posterior à crista, haverá identificação dos vasos que se projetam do forame esfenopalatino que poderão ser ligados ou cauterizados.
  • LIGADURA DA ETMOIDAL ANTERIOR: pode ser feita via endoscópica pela dissecção de seu canal ósseo e cauterização. Porém também pode ser feito via externa pela INCISÃO DE LYNCH (rebate periósteo e saco lacrimal e identifica AEM, usando clipe vascular e/ou cautério bipolar para a ligadura da artéria).

A LIGADURA DA MAXILAR pode ser indicada ao tratamento da epistaxe refratária aos procedimentos conservadores acima. O acesso pode ainda ser realizado por via endoscópica nasal. Após remoção da parede posterior doseio maxilar para exposição da fossa pterigopalatina, identifica-se a artéria maxilar envolvida em gordura e anterior ao nervo V2. Não é tão utilizada. Em geral, feita nos casos de NASOANGIOFIBROMA. Antigamente se fazia de carótida externa, mas hoje não se faz mais.

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12
Q

Qual a conduta para um sangramento difusoou não localizado que persistiu após tamponamento e permaneceu sem diagnóstico topográfico?

A

ASSOCIAR LIGADURAS DA ESFENOPALATINA E ETMOIDAL ANTERIOR

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13
Q

Sobre a Telangiectasia Hereditária Hemorrágica:

  • Qual o nome dessa síndrome?
  • Qual a ocorrência de epistaxe?
  • Qual sua origem genética?
  • Tem predileção por sexo?
A
  • RENDU-OSLER-WEBER
  • A epistaxe é o principal sintoma de apresentação e ocorre em 95% dos casos.
  • É uma doença autossômica dominante (“RENDUminante”) e 50% dos descendentes podem ser portadores.
  • Relaciona-se ao gene ENDOGLIN (Cromossomo 9) e ALK1 (Cromossomo 12), com alto grau de variabilidade.
  • Acomete sexo feminino e masculino igualmente.
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14
Q

Sobre a Telangiectasia Hereditária Hemorrágica:

  • Qual a gravidade dos sangramentos?
  • Como se manifestam as telangiectasias e quais são outras possíveis manifestações?
A
  • Causa sangramento de difícil controle, prejudicando qualidade de vida do paciente. É relativamente frequente a necessidade de transfusões sanguíneas ao longo da vida.
  • Telangiectasias são características, e se manifestam como lesões friáveis e hiperêmicas, podendo frequentemente ocorrer ainda em lábios, língua e mucosa gastrointestinal.
  • Muitas pessoas com telangiectasia hemorrágica hereditária apresentam conexões anormais entre uma artéria e uma veia (malformação arteriovenosa, MAV. Isso pode gerar CONVULSÕES, AVC, INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA, INSUFICIENCIA CARDÍACA E ALTERAÇÕES PULMONARES.
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15
Q

Sobre a Telangiectasia Hereditária Hemorrágica:

  • Qual o nome dos critérios utilizados para diagnóstico e como confirmá-lo?
  • Qual o tratamento indicado?
A

CRITÉRIOS DE CURAÇAO (se 3 presentes é confirmado. Se 2, suspeitado. Menos que isso, improvável):

  • Epistaxe
  • Telangiectasias
  • MAV’s
  • História familiar

Para tratamento:

  • Medidas locais e sistêmicas, controle vascular, laser, terapia hormonal, agentes fibrinolíticos, tamponamento.
  • Cirurgia de Young se necessário (oclusão no nariz, para impedir impede o atrito do ar com as lesões telangiectásicas).
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