Malformações (Linha Média) Flashcards

1
Q

Qual o nome das 3 malformações mais comuns da linha média nasal?

A
  • Cisto Dermoide
  • Glioma Nasal
  • Meningocele
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2
Q

Sobre a formação do teto nasal:

  • Com quantas semanas é formado?
  • Quais as 3 estruturas o formam?
  • Essas estruturas são separadas por qual outra?
A
  • O teto nasal forma-se na 8ª SEMANA a partir de 3 estruturas (OSSO FRONTAL, OSSO NASAL e CÁPSULA CARTILAGINOSA).
  • Essas estruturas são separadas pelo FONTÍCULO NASAL.
  • O osso frontal se junta com o osso nasal (processo chamado de OSSIFCAÇÃO INTRAMEMBRANOSA do mesoderma).
  • O espaço pré-nasal (parte preta na figura, abaixo do osso nasal) se estende da base do crânio até a pele da ponta nasal, na linha média. Nele temos a PROJEÇÃO DA DURA-MÁTER com tecido glial pelo FORAME CÉCUM.
  • A fusão dos ossos nasal e frontal gera obliteração do frontículo nasal, formando a SUTURA FRONTONASAL. Simultaneamente, ocorre a REGRESSÃO DA DURA-MÁTER, PERDENDO CONEXÃO COM A PELE NASAL.
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3
Q

Quais são as 2 malformações de linha média causadas por FALHA NA REGRESSÃO DA DURA-MÁTER?

A
  • CISTO DERMÓIDE: a dura-máter leva consigo o ectoderma da pele para cima, o que resulta em um epitélio aderido ao trajeto. A proliferação desses elementos aprisionados produz o cisto dermoide que pode conter glândulas e pelos.
  • GLIOMA NASAL: tecido neural é aprisionado no espaço pré-nasal, também por falha de regressão da dura.
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4
Q

Como a Meningocele é formada?

A

A regressão da dura-máter, a fusão da sutura frontonasal e da cápsula cartilaginosa resultam em um pequeno canal anterior à crista galli, chamado Forame Cécum.

  • A fusão do forame cécum com o frontículo nasal gera a lâmina cribiforme.
  • A meningoencefalocele é causada justamente por um DEFEITO ÓSSEO, que leva a FALHA NA FORMAÇÃO DA LÂMINA CRIBIFORME e consequente herniação.
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5
Q

Qual a incidência dessas 3 malformações?

A

1 caso para cada 20-40 mil nascidos vivos.

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6
Q

Como se manifestam, de maneira geral, as malformações da linha média?

A
  • Se apresentam como ABAULAMENTO NA LINHA MÉDIA NASAL DE NEONATOS E LACTENTES, ou dentro da cavidade nasal, que pode ocorrer em QUALQUER PONTO DO TRAJETO EMBRIOLÓGICO.
  • Lesões com conexão com o SNC tem maior risco de complicações neurológicas.
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7
Q

Qual das 3 é a mais comum?

A

Cisto dermoide

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8
Q

Sobre o Cisto Dermoide:

  • Como se apresenta clinicamente?
  • Qual seu sinal patognomônico?
A
  • Aparece ao nascimento ou na infância.
  • TUMOR COMPRESSÍVEL sobre o DORSO NASAL, associado a um ORIFÍCIO na linha média.
  • As lesões e os orifícios podem aparecer em qualquer local desde a glabela até a columela nasal.
  • PÊLO CRESCENDO DO ORIFÍCIO É PATOGNOMÔNICO.
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9
Q

Sobre o Cisto Dermoide:

  • Pode haver mais de um cisto no mesmo paciente?
  • O cisto dermoide pode aparecer em outros locais do corpo além do nariz?
A
  • Embriologicamente ocorre por uma falha na regressão da dura-máter. Forma-se então o SEIO DERMOIDE, que pode abrigar um ou mais cistos dermoides em qualquer local de sua extensão. Portanto, PODE TER MAIS DE UM CISTO.
  • O cisto dermoide nasal representa aproximadamente 10% dos cistos dermoides de cabeça e pescoço e 1% de todos os cistos dermoides.
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10
Q

Sobre o Cisto Dermoide:

  • Qual região do dorso mais acomete?
  • Qual a porcentagem de cistos intranasais e combinados (fora e dentro do nariz)?
  • Qual a porcentagem de acometimento intracraniano?
A
  • 60% no DORSO NASAL BAIXO.
  • 30% SÃO INTRANASAIS
  • 10% são combinados (dorso e cav. nasal)
  • A extensão intracraniana do cisto dermoide é mencionada em 20-36% dos casos
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11
Q

Sobre o Cisto Dermoide:

  • Quais as possíveis complicações?
  • Qual sua associação com outras anomalias congênitas?
A
  • Eventualmente há saída de material sebáceo ou pus, se inflamado, além de poder causar ABSCESSO SEPTAL RECORRENTTE ou OSTEOMIELITE e ALARGAMETO DA RAIZ NASAL. Se acometimento intracraniano tem maior chance de infecção (MENINGITE ou ABSCESSO CEREBRAL).
  • Associado com outras anomalias congênitas em 5-41% dos casos.
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12
Q

Sobre o Cisto Dermoide:

  • É formado por quais elementos embrionários?
  • Qual a característica que predomina no exame histopatológico?
A
  • Contém apenas elementos embrionários de ECTODERMA e MESODERMA, como folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas (diferente do teratoma, que possui os 3 elementos).
  • DETRITOS DE QUERATINA (são a característica predominante no exame histológico e não apresentam características gliais dos gliomas e meningoencefaloceles).
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13
Q

Sobre o Cisto Dermoide:

  • Quais exames de imagem solicitar?
A

Deve ser solicitada TC e RM (avaliar defeitos ósseos associados e confirmar possível conexão intracraniana).

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14
Q

Sobre o Cisto Dermóide:

  • Qual o acesso cirúrgico mais comum?
  • É comum intervenção neurocirúrgica?
  • Qual o maior cuidado para remoção no sentido de prevenir recorrência?
A

Cirurgia deve ser bem planejada, definindo antes se ele é extranasal, intranasal ou combinado.

  • INCISÃO VERTICAL MEDIANA (acesso mais comum). Rinotomia lateral e a rinoplastia aberta são as outras opções.
  • É rara necessidade de neurocirurgia.
  • O TUMOR DEVE SER RETIRADO COM A PELE SOBREJACENTE SE ELA ESTIVER ADERIDA OU SE EVIDENCIARMOS TECIDO GLIAL (para prevenir recorrência).
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15
Q

Sobre o Glioma Nasal:

  • Como se apresenta clinicamente?
  • Qual a porcentagem de conexão SNC?
A
  • Lesão EXTRANASAL (fora do nariz) em 60% dos casos (Intranasal em 30% e combinada 10%).
  • Em 15% dos casos há conexão com a dura-máter, através de uma FINA HASTE DE TECIDO NEURAL, principalmente os de localização intranasal através do forame cego ou da sutura nasofrontal, o que aumenta o risco de meningite.
  • Massa extra craniana SEM hérnia aí da dura-mater.
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16
Q

Sobre o Glioma Nasal:

  • Qual o quadro extranasal (+ comum)?
A

Lesão AVERMELHADA e SUBCUTÂNEA, abaulando a região do dorso nasal e glabela.

17
Q

Sobre o Glioma Nasal:

  • Qual o quadro clínico intranasal?
A

Causa obstrução nasal e à endoscopia apresenta-se como um TUMOR NÃO COMPRESSÍVEL e NÃO-PULSÁTIL.

18
Q

Sobre o Glioma Nasal:

  • Devem ser solicitados exames de imagem?
  • Quais os principais diagnósticos diferenciais?
  • Qual o tratamento recomendado?
A
  • TC e RM sempre.
  • Tumores benignos de linha média como hemangiomas, neurofibromas, lipomas, hamartomas e teratomas.
  • Excisão cirúrgica. Abordagens podem ser por via extracraniana, endoscópica endonasal ou associada, incluindo ou não a participação do neurocirurgião.
19
Q

Sobre as Meningoencefaloceles:

  • Cite a diferença entre meningocele, encefalocele e meningoencefalocele.
A

Protusão do conteúdo craniano além dos limites normais do crânio:

  • MENINGOCELE : saco herniário apresenta apenas meninges cerebrais (mais benigna).
  • ENCEFALOCELE: termo para malformação com herniação de estruturas intracranianas através de um defeito ósseo da base do crânio.
  • MENINGOENCEFALOCELE = se tiver herniado tecido cerebral e meninges.
20
Q

Sobre as Meningoencefalocele:

  • Qual a incidência?
  • Qual seus 2 tipos?
A
  • Rara no hemisfério ocidental (1:40 mil nascidos vivos). Frequente no sudeste asiático.
  • Pode ser subdividida em FRONTOETMOIDAL (SINCIPITAL) ou BASAL.

As frontoetmoidais (sincipitais) são mais comuns.

21
Q

Sobre as Meningoencefalocele:

  • Como podemos subdividir as meningoceles frontoetmoidais e as basais?
A

Frontoetmoidais:

  • Nasofrontal
  • Nasoetmoidal
  • Nasorbital

Basais:

  • Transetmoidais
  • Esfenoetmoidais
  • Transesfenoidais
  • Frontoesfenoidais (esfenorbital)
22
Q

Sobre as Meningoencefalocele:

  • Qual a clínica das Frontoetmoidais?

-Qual a clínica das Basais?

A

Frontoetmoidal: tumor facial.

  • Nasofrontal: aparece na raiz do nariz, logo acima dos ossos próprios.
  • Nasoetmoidal: inferiormente aos ossos nasais (uni ou bilateral).
  • Nasorbital: proptose e deslocamento do olho.

Basais: não são diretamente visíveis. Podem causar obstrução nasal. Na Transesfenoidal pode haver herniação do canal óptico ou distúrbios endocrinológicos.

23
Q

Qual seria esse subtipo ilustrado abaixo?

A
24
Q

Qual seria esse subtipo na RM e TC abaixo?

A
25
Q

Sobre as Meningoencefaloceles:

  • Como se apresenta na endoscopia?
A

Lesão PULSÁTIL em inserção na região da lâmina cribiforme. É COMPRESSÍVEL, podendo ser transiluminadas e apresentando coloração AZULADA.

26
Q

Sobre as Meningoencefaloceles:

  • Qul sinal devo procurar na endoscopia?
A

Sinal de FUSTENBERG POSITIVO

  • Manobra de VALSALVA comprimindo-se a veia jugular no pescoço faz AUMENTO DO VOLUME DA LESÃO.
27
Q

Sobre as Meningoencefaloceles:

  • Qual a finalidade da TC e RM?
A

Ambas são imprescindíveis:

  • TC: útil para mostrar amplitude do defeito ósseo da base do crânio (alargamento do forame cego e crista etmoidal bífida).
  • RM: delinear conexão com compartimento intracraniano e o conteúdo do saco herniário. Também avalia hidrocefalia ou anomalias intracranianas associadas.
28
Q

Sobre a Meningoencefalocele:

  • Qual o acesso da via extracraniana?
A

VIAS EXTRACRANIANA: opção realizada de forma tradicional antigamente, pelo neurocirurgião.

  • Excisão do tumor
  • Fechamento do defeito meníngeo
  • Reconstrução de defeito craniano
  • Acesso por AINCISÃO BICORONAL E CRANIOTOMIA FRONTAL.
  • Frequentemente é necessário retalho de pericrânio para fechamento.
  • Complicações: anosmia, hemorragia ou edema intracraniano, epilepsia e déficits de memória e concentração, além de assimetrias faciais pós-operatórias secundárias à disrupção dos centros de crescimentos.
29
Q

Sobre a Meningoencefalocele:

  • Quais as vantagens da via endoscópica e quais enxertos podem ser usados?
A

VIA ENDOSCÓPICA: surgiu com os avanços tecnológicos e tem índices menores de complicações. Corrige defeitos ósseos da base do crânio, defeito dural e fístulas liquóricas usando-se:

  • Preferência por retalhos confeccionados a partir de mucosa septal pediculados em ramos de artérias provenientes do forame esfenopalatino: RETALHO DE HADAD (NASOSEPTAL) É O MAIS INDICADO.
  • Retalhos septais contralaterais pediculados superiormente nas artérias etmoidais, nos casos de defeitos muito anteriores.
  • Enxertos livres como mucosa das conchas nasais.
  • Cartilagem de septo nasal
30
Q

Qual a importância do tratamento para as 3 malformações da linha média?

A

O tratamento de todas essas malformações é sempre cirúrgico e tem como objetivo:

  • Evitar quadros obstrutivos de via aérea alta.
  • Evitar piora quando já existentes
  • Evitar deformidades estéticas
  • Evitar grandes crescimentos com extensão intracraniana.