Granulomatoses (Infecciosas) Flashcards
Cite o nome das principais granulomatoses infecciosas que acometem o nariz.
Bacterianas:
- Tuberculose
- Hanseníase
- Sífilis
- Rinoscleroma
- Actinomicose
Fúngicas:
- Paracoccidioidomicose
- Histoplasmose
- Rinosporidose
Protozoárias:
- Leishmaniose
Sobre a Tuberculose:
- Qual o agente?
- Acometimento nasal é comum?
- Quais locais do nariz acomete com mais frequencia?
- Qual o quadro clínico nasal?
- Como faz diagnóstico nessa localização?
- Qual o tratamento?
Agente:
- Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch. Afeta mais homens, meia-idade e idosos.
Local:
- A mucosa nasal tem ação bacteriostática, porém a imunidade baixa facilita proliferação do bacilo.
Envolvimento de nariz e cavidades paranasais é raro. - Quando acometido, o septo nasal é mais acometido que a parede lateral (concha inferior). Se acometer conchas, é mais comum a concha inferior. Acometimento bilateral é raro.
Quadro:
- Tumoração septal rósea/púrpura
- Infiltração da mucosa com ulceração sangrante ao toque.
- Pode acometer pele, ducto lacrimal (dacriocistite).
- Envolvimento da pirâmide óssea é raro.
- Se não tratada causa destruição óssea com extensão para órbitas e intracraniana.
Diagnóstico:
- Biópsia da lesão (granulomas caseoso de células gigantes.
Tratamento:
- Tratamento = RIPE 2 meses e RI 4 meses.
Sobre a Hanseníase:
- Qual o agente?
- Qual a diferença entre paucibacilar e multibacilar?
- Acometimento nasal é comum?
- Quais suas 3 fases clínicas quando acomete o nariz?
Agente:
- Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen.
- Tem afinidade com células cutâneas e nervos periféricos. Alta infecciosidade e baixa patogenicidade e virulência. Demora anos até gerar sintomas.
Bacilos:
- Paucibacilar (Mitsuda positivo e índice baciloscópico < 2. Forma mais frequente e benigna, abrange tipos tuberculoide e indeterminado da doença).
- Multibacilares (Mitsuda negativo, índice baciloscópico igual ou maior a 2. Abrage tipos virchowiano e dimorfo).
Acometimento nasal:
- A mucosa nasal é considerada a principal porta de entrada e saída para o mycobacterium. O NARIZ É A SEDE INICIAL das lesões hansênicas, podendo PRECEDER em meses a anos o acometimento cutâneo e neurológico.
Quadro clínico:
- Rinite CONGESTIVA: rinorreia, obstrução, epistaxe, lesões ulceradas, lepromas (baciloscopia pode ser positiva).
- Fase GRANULOMATOSA: infiltração rósea pálida na região do septo e conchas nasais. Baciloscopia SEMPRE positiva,
- Fase ATRÓFICA: ulceração, infecção secundária, isquemia, perfuração, destruiçãso septal, nariz em sela, crostas.
Diagnóstico:
- História clínica + exame dermatoneurológico + biópsia (lesões ativas ou com alteração de sensibilidade) e coloração de Ziehl-Neelsen. Estudos mostram alta sensibilidade para swab nasal, exame histopatológico e PCR de muco e mucosa nasal.
Tratamento:
- Poliquimioterapia (RIFAMPICINA, DAPSONA E CLOFAZIMINA) supervisionado em UBS.
- Cirurgia para RSC com fístula cutânea ou sequelas nasais e faciais da hanseníase (fazer após 2 anos de cura). São deformidades comuns: perfuração septal, nariz em sela, madarose, rugas faciais, leegoftalmo, ectrópio paralítico, megalóbulo.
Sobre a Sífilis:
- Qual o agente?
- Qual a frequência de acometimento nasal?
- Como faz diagnóstico?
- Qual o tratamento?
Agente:
- Treponema pallidum.
Tipos:
- Acometimento nasal ocorre em 1% dos casos, podendo gerar rinite persistente bilateral, do lactente, lesões em mucosa nasal (goma ou sífilis secundária), perfuração septal, nariz em sela.
Diagnóstico:
- VDRL e FTA-ABS.
Tratamento:
- Pen Benzatina, 2,4 milhões UI, IM (1mária = dose única ; 2ária e 3ária = 3 vezes, intervalo semanal).
- Alérgicos = Tetraciclona, doxiciclina, eritromicina.
- Tratamento das deformidades nasais até 3 anos após fim do tratamento.
- Nariz em sela (sífilis congênita) = até término do desenvolvimento craniofacial da criança, ou antes se obstrução nasal grave sem resposta ao tratamento clínico.
Sobre o Rinoscleroma:
- Qual o agente?
- Acometimento nasal é comum?
- Quais suas 3 fases clínicas?
- Como é vista em exame físico?
- Quais os 2 achados característicos histopatológicos?
- Qual a droga de escolha para tratar?
Agente:
- Klebsiella rhinoscleromatis (bacilo gram negativo)..
Acometimento nasal:
- NARIZ É ACOMETIDO COM FREQUÊNCIA, apesar de ser uma doença rara. Pode ser em alguns casos assintomática.
Fases:
- Fases CATARRAL= rinorreia, crostas, obstrução nasal
- Fase GRANULOMATOSA= nódulos e lesões infiltrativas -
- Fase CICATRICIAL = estenose do vestíbulo do nariz e laringe.
Exame físico:
- Grandes massas nodulares ou pólipos
- Acomete antro maxilar com frequência.
Histologia:
- Grandes macrófagos com citoplasma claro, vacuolado e abundante (CÉLULAS DE MIKULICZ)
- Células inflamatórias crônicas, especialmente plasmócitos com numerosos CORPÚSCULOS DE RUSSEL.
Tratamento:
- CIPROFLOXACINO (250 a 500mg, 2x/dia por 7 a 14 dias, sendo mantido até 2 dias após remissão).
- Cirurgia se estenose cicatricial, tanto do nariz quanto da laringe.
Sobre Actinomicose::
- Qual o agente?
- Qual a epidemiologia?
- Afeta a região cervico-facial em qual porcentagem dos casos?
- Qual o quadro clínico?
- O que é visto na histologia?
- Qual o tratamento?
- É uma infecção subaguda, bactérias gram positiva: Actinomyces israelii. Faz lesão na integridade e tecido desvitalizado para invadir tecidos profundos.
- Idade entre 15 e 35 anos, sexo masculino. Rara em lactentes e crianças.
- Afeta região cervico-facial em 50-70% dos casos. Pode ocorrer após cirurgia oral ou por má higiene oral.
- Dor e tumefação nodular de consistência dura dos tecidos moles da região perimandibular e disseminação direta para tecidos adjacentes + fístulas que secretam material purulento contendo grânulos amarelados.
- Histologia mostra partículas de enxofre nas coleções purulentas.
- Tratamento com Penicilina G IV, 12-24 milhoões UI por dia por 1 a 2 semanas e depois VO (por mais 6 a 12 meses). Acometimento do nariz e das cavidades paranasais é raro. Cirurgia para debridamento e abertura dos seios acometidos e fechamento de fístulas oroantrais.
Sobre a Paracoccidioidomicose:
- Qual o agente?
- Qual o quadro clínico nasal?
- Como faz diagnóstico?
- Qual o tratamento?
Agente:
- Paracocidioides brasiliensis. Presente em zonas rurais do Brasil (agricultores que trabalham com terra). Evolução para doença em pacientes com 30 e 50 anos que tem reativação do foco endógeno latente. Homem, fumantes, etilistas crônicos com higiene precária.
Clinicamente:
- Forma juvenil (aguda ou subaguda) e forma adulta (Crônica localizada)
Lesões:
- Ulcerações com fundo granuloso e avermelhado, acompanhado por ponteado hemorrágico típico (ESTOMATITE MORIFORME)
- Mucosas NASAL e ORAL são QUASE SEMPRE ACOMETIDAS, e os lábios apresentam tumefação difusa. Então sempre examinar o nariz ao ver essas lesões.
Diagnóstico:
- Visão direta do fungo com aspecto de “RODA DE LEME” e cultura (Saborraud).
- INTRACONAZOL é o tratamento de escolha (200mg/dia por 6 meses).
- Anfotericina B (1 a 1,5mg/kg em dias alternados até dose total de 1 a 2g) em casos graves.
Sobre a Histoplasmose:
- Qual o agente?
- Qual o quadro clínico nasal?
- Como faz diagnóstico?
- Qual o tratamento?
Agente:
- Histoplasmas capsulatum. Gosta de solos com alto teor de nitrogênio, como os das cavernas de morcegos ou zonas de cidades com alto número de pombos ou galinheiros.
Quadro:
- Infecção subclínica em 90% dos casos. 80% das infecções disseminadas ocorrem em imunodeprimidos.
- Acometimento do nariz é RARO. Quando ocorre pode gerar lesão mucocutânea, agressiva e destrutiva.
Diagnóstico:
- Identifica leveduras dentro dos macrófagos (Grocott-Gomori).
- Cultura microbiana (meio de Saborraud) de sangue, escarro ou biópsia.
- Sorologia e radiografia de tórax são úteis.
Tratamento:
- Se estado imunológico não comprometido = CETOCONAZOL, fluconazol ou itraconazol. ANFOTERICINA B, para casos mais graves.
Sobre a Rinosporidíase:
- Qual o agente?
- Qual o quadro clínico nasal?
- Como faz diagnóstico?
- Qual o tratamento?
Agente:
- Rhinosporidium seeberi, acomete as mucosas, mais a nasal. Mais comum em homens e na faixa etária de 20 a 30 anos. 70% dos casos causa inflamação do tipo polipóide nas cavidades nasais.
Quadro:
- Obstrução lenta e progressiva com sensação de corpo estranho, rinorreia sem odor fétido com esporos, epistaxe ao assoar o nariz.
- Rinoscopia com MASSA VEGETANTE, única ou múltiplas, séssil ou pediculada, avermelhada, friável e sangrante.
Diagnóstico:
- Esporos na secreção nasal e pela identificação do microorganismo.
Tratamento:
- CIRURGIA e ELETROCOAGULAÇÃO DA BASE DE IMPLANTAÇÃO. Prognóstico bom quando a excisão for total.
Sobre a Leishmaniose:
- Qual o agente?
- Qual o quadro clínico nasal?
- Como faz diagnóstico?
- Qual o tratamento?
Agente:
- Protozoários do gênero Leishmania e transmissão pela picada de mosquitos flebotomíneos
Quadro:
- Pode ser classificada em: cutânea, cutaneomucosa e visceral.
- Comprometimento mucoso com disseminação sanguínea ou linfática. Mais frequente na mucosa nasal (90% dos casos). Curs com mucosa edematosa, ulcerada com coriza e epistaxe.
- Mais frequente na mucosa nasal (90% dos casos). Curs com mucosa edematosa, ulcerada com coriza e epistaxe.
- Abre o quadro com GRANULOMA NO SEPTO NASAL ANTERIOR, posteriormente perfuração septal, fáscies leishmaniótica (nariz de tapia ou anta).
Diagnóstico:
- Identificação da amastigota no histopatológico da lesão cutânea
- PCR pode facilitar.
Tratamento:
- Antimonial pentavalente N-metil glucamina IV 20mg/Kg/dia por 20-40 dias.
- A pentamidina IM é uma alternativa, na dose de 4mg/Kg/dia, por 5-7 semanas.
- Anfotericina B pode ser usada na forma visceral.
Considerado clinicamente curado se estável após 12 meses. Sequelas, devemos abordar 2 anos após ser considerado curado.