Rinite (Alérgica) Flashcards

1
Q

Cite a classificação das rinites e se a Alérgica é o tipo mais comum.

A

Classificação:

  • 1) Infecciosas.
  • 2) Não-infecciosas (alérgica e não-alérgicas)

Observações:

  • A rinite mais comum é a INFECCIOSA VIRAL (rinite alérgica é a segunda mais comum).
  • Não-infecciosas se subdividem em alérgica e não alérgicas (a alérgia é uma reação mediada por Ige com hipersensibilidade do tipo 1. Já as não alérgicas, não possuem essa reação, sendo diagnóstico de exclusão).

Rinites Infecciosas Agudas:

  • Virais: Rinovírus, Coronavírus, Parainfluenza, Adenovírus, Enterovírus, Influenza, VSR.
  • Bacterianas: S.aureus. Spneumoniae, S.pyogenes, N. meningitidis, H.influenzae.

Rinites Infecciosas Crônicas:

  • Leishmaniose, hanseníase, paracoco, TBC, sífilis e outras inespecíficas.
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2
Q

Cite a definição de Rinite Alérgica e seus 2 critérios obrigatórios.

A

Reação inflamatória eosinofílica mediada por IGE (Hipersensibilidade do tipo I). Necessário sintomas por:

  • MAIS DE 2 DIAS CONSECUTIVOS
  • MAIS DE 1 HORA.
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3
Q

Qual a diferença entre Sazonal e Perene?

A
  • Sazonal: época do ano (pólens)
  • Perene: ano todo (ácaros, etc).
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4
Q

Qual o conceito de alérgeno e quais são os mais comuns?

A
  • Proteínas solúveis de BAIXO PESO MOLECULAR, o que facilita a dispersão aérea e penetração no epitélio respiratório.
  • Os mais comuns são ácaros, epitélio de animais domésticos, insetos, fungos e pólens.
  • Antígenos alimentares são raros.
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5
Q

Sobre a fase de sensibilização da Rinite Alérgica:

  • Cite se é uma reação mediada por Th1 ou Th2.
  • Quais as duas interleucinas mais importantes dessa fase e sua função?
  • Cite quem produz o IgE e qual sua função?
  • Quais os 3 principais mediadores inflamatórios liberados?
  • Quais os sintomas?
  • Quanto tempo dura essa fase?
A

Sensibilização:

  • O antígeno é depositado na mucosa nasal
  • Células apresentadoras de antígeno o apresentam ao linfócito Th0.
  • Th0 se diferencia em Linfócito Th2 que produz várias interleucinas.
  • IL-4 e IL-13 (principais) fazem com que o linfócitos B se diferencie em plasmócito.
  • Plasmócitos produzem IgE que se ligam aos mastócitos gerando degranulação (liberando mediadores inflamatórios).

Mediadores:

  • Histamina (vasodilatação, hiperssecreção).
  • Leucotrienos (ação semelhante a histamina porém mais potentes, com efeitos mais prolongados)
  • Prostaglandinas (aumento de permeabilidade e agregação plaquetária).
  • Bradicinina (aumento de permeabilidade e chegada de leucócitos).

Quadro:

  • Não ultrapassa 30 minutos
  • Prurido, espirros e rinorreia seguidos de obstrução nasal (sinais de liberação mastocitária).
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6
Q

Sobre a Resposta Tardia:

  • Após quanto tempo ocorre?
  • O que ela representa?
  • Explique a fisiopatologia dessa fase.
  • Quais citocinas são fundamentais para manutenção da inflamação?
A

Resposta Tardia:

  • 4 a 12 horas depois.
  • 2° aumento nos níveis de mediadores (sem estimulação antigênica), com aumento histamina, acúmulo e ativação de eosinófilos.
  • Através da expressão de moléculas de adesão inespecíficas (P-SELECTINA e E-SELECTINA), os eosinófilos se aderem ao endotélio.
  • Ocorre ativação das moléculas de adesão específicas (ICAM-1, VCAM-1) e os eosinófilos fazem sua diapedese (atravessa o endotélio para chegar a mucosa nasal).
  • A liberação de quimiocinas do epitélio respiratório irá promover a migração e o acúmulo de eosinófilos na mucosa nasal, gerando uma INFLAMAÇÃO EOSINOFÍLICA MÍNIMA PERSISTENTE.
  • Provenientes dos mastócitos, células epiteliais e linfócitos Th2, a IL-3 e IL-5 são as principais para manutenção dessa inflamação tecidual eosinofílica
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7
Q

Além da inflamação eosinofílica, podemos ter inflamação neurogênica. Do que se trata?

A

Inflamação Neurogênica:

  • Os neurotransmissores são neuropeptídeos, como a substância P, neurocinina A e peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) são os principais responsáveis.
  • São liberados até 3 minutos após provocação nasal.
  • Essa hiperreatividade do SNA provoca obstrução nasal e com aumento da permeabilidade vascular.
  • Então indiretamente causa recrutamento de eosinófilos, aumento da expressão dos genes das citocinas e perpetuação do quadro.
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8
Q

Defina o processo de remodelamento que ocorre na rinite (e o que ocorre com a membrana basal do epitélio respiratório).

A

Remodelamento:

  • Processo dinâmico de deposição e degradação da matriz extracelular em resposta ao trauma.
  • Encontra-se aumentado na rinite e nas doenças inflamatórias crônicas nasais (porém é menos intenso que nas doenças de vias aéreas inferiores).
  • Reconstrói tecido danificado ou contribui para formação de tecidos patológicos. .
  • No epitélio respiratório nasal a remodelação causa espessamento da membrana basal em decorrência da deposição de colágeno tipo I e III.
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9
Q

Sobre o quadro da rinite:

  • Tem histórico familiar?
  • Qual a idade de início?
  • Qual a associação com asma?
  • Quais outras doenças podem vir associadas?
  • Quais os sintomas clássicos?
A

Associações:

  • Histórico familiar é comum.
  • Início precoce entre 4 e 20 anos.
  • Presença de RA em pacientes asmáticos pode chegar a 100%.
  • Associação com dermatite atópica, urticária e alergias do sistema digestivo.

Sintomas clássicos:

  • PRURIDO (não se limita ao nariz). Envolve palato, olhos, faringe, laringe, ouvidos.
  • RINORREIA (clara, anterior, posterior ou ambas).
  • OBSTRUÇÃO NASAL (bilateral ou basculante).
  • Outros sintomas incluem alteração de olfato e perda de paladar, sintomas oculares (prurido, lacrimejamento, hiperemia conjuntival) e disfunção tubária (ocasional).
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10
Q

Quais os achados ao exame físico do paciente com Rinite Alérgica?

A
  • Edema de pálpebras e cianose periorbitária (estase venosa secundária à obstrução nasal crônica).
  • Linhas de Dennie-Morgan (pálpebras INFERIORES).
  • Prega na ponta nasal (saudação alérgica).
  • Anormalidades crâniofaciais (respiração oral), dentição alterada, palato em ogiva.
  • Rinoscopia mostra a mucosa das conchas hiperemiada ou pálida, edematosa, coberta por fina secreção hialina. Nasofibro auxilia na avaliação das áreas não visualizadas pela rinoscopia.
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11
Q

Como é feito o diagnóstico?

A

Essencialmente clínico.

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12
Q

Qual a diferença, segundo o ARIA (Allergic Rhinitis and Its Impact on Asthma) entre:

  • RA Intermitente x Persistente.
  • RA Leve x Moderada/Grave.
A

Se sintomas > 4 dias por semana E > 4 semanas ao ano é persistente. Qualquer desconforto é moderada/grave.

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13
Q

Cite 5 exames complementares que podem ser solicitados.

A
  • IgE sérica total (sensível, pouco específica).
  • Imagem (diagnósticos diferenciais).
  • Teste alérgico cutâneo . Pode ser Intracutâneo (intradérmico) ou Epicutâneo (Prick-test).
  • Teste da IgE específica (teste in vitro).
  • Exame citológico nasal
  • Testes de permeabilidade nasal (como rinomanometria acústica. Em desuso, mais usados em pesquisas).
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14
Q

Sobre os testes alérgicos cutâneos, por quantos dias antes devo suspender o uso de antihistamínicos?

A

Suspender 5-15 dias antes do teste cutâneo.

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15
Q

Cite a diferença entre o teste Intracutâneo (intradérmico) e Epicutâneo (Prick-test).

A
  • Intracutâneo (intradérmico) é mais sensível, mais doloroso e com maior possibilidade de reação adversa.
  • Epicutâneo (Prick-test) é de fácil realização e leitura. Pouca reação adversa. Pouca dor. Possível testar várias substâncias simultaneamente.
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16
Q

O exame abaixo é um Prick-test. Porque ele deve ser desconsiderado?

A

Geralmente se coloca no 1 histamina, e no 2 nada (espero um resultado negativo). Nos demais números alérgenos conhecidos. Como na foto da esquerda houve reação em 2, eu considero dermografismo, portanto não devo aceitar esse exame.

17
Q

Sobre o teste alérgico de determinação sérica da IgE específica:

  • Qual seu conceito?
  • Qual sua diferença dos testes cutâneos em relação sensibilidade, especificidade e custo?
  • IgE específica elevada significa doença?
  • Qual a indicação desse exame?
A

Teste da IgE específica:

  • São testes in vitro, realizados através de ensaios imunoenzimáticos (ImmunoCAP), radioimunoensaios (RAST), entre outras técnicas.
  • São mais específicos, menos sensíveis e de maior custo.
  • IgE específica elevada não significa doença, mas sim sensibilização do paciente àquele antígeno (se paciente assintomático e deu IgE elevada para epitélio de gato, não precisa evitar o contato com o bichano).

INDICADO NOS CASOS EM QUE NÃO SE POSSA REALIZAR TESTES CUTÂNEOS:

  • Doença dermatológica
  • Dermografismo)
  • Impossibilidade de suspender o uso de medicações que influenciam na resposta cutânea.
  • Risco de reação adversa grave aos testes cutâneos.
18
Q

Sobre o exame citológico nasal, como é sua especificidade e qual sua principal finalidade?

A

Citológico Nasal:

Exame pouco específico, porém de fácil realização e pode orientar o prognóstico. Sua principal finalidade é auxiliar a diferenciar casos de rinite alérgica, irritativa e infecciosa:

  • Alérgica: aumento de eosinófilos.
  • Irritativa: sem alteração significativa
  • Infecciosa: células ciliadas em número diminuído e anormais, aumento de células inflamatórias como linfócitos, neutrófilos, mastócitos e bactérias.
19
Q

Quais as principais medidas preventivas da Rinite Alérgica?

A
  • Evitar alérgenos
  • Retirar agentes irritantes
  • Estimular esporte: natação não está contraindicada a não ser que cloro irrite mucosa.
  • Lavagem nasal com solução hialina em temperatura ambiente (limpa e dilui o muco nasal).
20
Q

Qual o conceito de prevenção primária, e quais as principais medidas?

A
21
Q

Qual o conceito de prevenção secundária, e quais as principais medidas?

A
22
Q

Sobre os Corticoesteróides:

  • Qual seu efeito terapêutico na RA?
  • Qual a via mais indicada para prevenção?
  • Podemos usar forma sistêmica?
A
  • Faz redução local de mastócitos, inibem a ação da fosfolipase A2 sobre ácido araquidônico e diminui liberação de mediadores inflamatórios como prostaglandinas e leucotrienos.
  • Forma tópica é a mais utilizada para PREVENÇÃO. Reduz espirros, rinorreia, edema das conchas nasais, melhora obstrução nasal. Tem pouco efeito colateral. Ação plena DEMORA DE DIAS A SEMANAS para ser alcançada.
  • Forma sistêmica (VO) indicada se quadro grave e por curto períogo. Injeções de depósito devemos evitar devido aos efeitos colaterais.
23
Q

Sobre os Antihistamínicos, qual sua ação e como são subdivididos?

A

Drogas que induzem os receptores de hitamina a estado de inatividade.

  • 1° geração (clássicos): moléculas pequenas, atravessam barreira hematoencefálica e tem mais efeito sedativo. (Hidroxizine, Dexclorferinamina: Polaramine, Histamin, Fenergan)
  • 2° geração: moléculas grandes, pouco lipofílicas, seguras. Se superdosagem podem causar depressão do SNC (efeito muito raro de acontecer). Tem rápido início de ação, sendo indicadas para aliviar prurido, espirros, rinorreia. Pequeno efeito sobre obstrução nasal (Loratadina, ebastina, bilastina, fexofenadina, levocitirizina, desloratadina)
24
Q

Sobre os Descongestionantes, qual sua ação e como são subdivididos?

A

São estimulantes adrenérgicos causando vasoconstrição (neosoro, naridrin, afrin.) Causa alívio da congestão nasal. Divididos em 2 grupos, orais e tópicos. AMBOS APRESENTAM EFEITO SISTÊMICO.

  • TÓPICO: efeito rápido. Utilizar apenas no início de infecções, por menos de 7 dias (risco de rinite medicamentosa).
  • ORAL: Início de ação em 30 minutos mas podemos usar por período mais prolongado sem risco de efeito rebote. Pode causar nervosismo, tremores, cefaleia, HAS e retenção urinária.
25
Q

Qual o efeito dos Antileucotrienos?

A
  • Existem dois grandes grupos: inibidores de síntese e antagonistas de receptores (montelucaste).
  • Faz alívio de obstrução e secreção nasal.
  • Uso seguro.
  • Boa alternativa terapêutica para pacientes com rinite alérgica associada a asma.
  • Bom para quem não tem boa adesão aos corticoides tópicos nasais.
26
Q

Qual o efeito dos Anticolinérgicos Tópicos?

A
  • Pouco absorvidos pela mucosa nasal tendo efeito apenas local. Droga relativamente segura.
  • Reduz rinorreia em doses normais.
  • Tem pequeno efeito sobre a obstrução nasal.
  • Efeitos colaterais incluem secura e irritação da mucosa nasal, epistaxes e cefaleia.
  • Apresentação tópica nasal não está disponível no Brasil.
27
Q

Qual o efeito do Cromoglicato Dissódico?

A
  • Estabiliza a membrana dos mastócitos e reduz sua degranulação.
  • Controla espirros, rinorreia e prurido.
  • Pouca ação sobre a obstrução nasal.
  • Uso profilático causa efeito pleno em 2 a 4 semanas.
  • Grande segurança clínica. Pode ser usado em crianças pequenas.
  • Efeitos colaterais incluem irritação local, gosto amargo e espirros.
28
Q

Qual classe de medicamentos tem bom controle sobre todas as manifestações (espirros, rinorreia, obstrução e purido)?

A

Corticoesteroide.

29
Q

Sobre o uso de Imunoterapia para tratamento da Rinite Alérgica:

  • Qual seu princípio terapêutico?
  • Qual sua indicação?
  • Quais os 4 critérios obrigatórios para sua realização?
A

Principio:

  • Reduz grau de sensibilização e a reatividade aos antígenos. Capaz de ALTERAR A HISTÓRIA NATURAL ao impedir a resposta Th2 da doença alérgica (reduz produção de IGE).

Indicação:

  • Rinite alérgica confirmada com relação causal entre alérgeno e clínica comprovada.

Critérios (deve haver todos):

  • Doença mediada por IGE
  • Falha da higiene ambiental no controle dos sintomas
  • Falha da farmacoterapia
  • Disponibilidade de extratos de boa qualidade.
30
Q

Sobre o uso de Imunoterapia para tratamento da Rinite Alérgica:

  • Pode ser feita em qualquer idade?
  • Quanto tempo dura o tratamento?
  • Quais suas contraindicações absolutas?
A
  • Pode ser realizada em QUALQUER FAIXA ETÁRIA com resultados excelentes.
  • É uma terapia longa podendo durar em média de 2 a 5 anos.

Contraindicações absolutas:

  • Imunodeficiência
  • Doenças autoimunes
  • Neoplasias malignas
  • Asma grave não controlada
  • Distúrbios psiquiátricos graves
31
Q

Qual molécula que está aumentada na Rinite Alérgica e que predispõe a maior taxa de infecção viral (principalmente por Rinovírus)?

A

A ICAM-1 (molécula de adesão) causam atração de eosinófilos na mucosa nasal E pode servir como receptor de cerca de 90% dos rinovírus. Isso faz com que haja maior suscetibilidade à infeções nesses indivíduos.

32
Q

Qual a relação da rinite alérgica com OME?

A

OME ocorre mais por:

  • Maior risco de disfunção da tuba auditiva (discutido a parte nos flashcards de OME em otologia).
  • Secreção da orelha média de pacientes alérgicos tem maior quantidade de eosinófilos, IL-4 e IL-5.
33
Q

Qual a relação da rinite alérgica com a asma?

A

ASMA tem forte relação. Entre os asmáticos, os sintomas de rinite podem estar presentes em cerca de 100% dos pacientes

34
Q

Qual a relação da rinite alérgica com rinossinusites?

A

Ainda faltam estudos para comprovar relação.

35
Q

Qual a relação da rinite alérgica com respiração oral e alterações craniofaciais?

A

É causa mais frequente de respiração oral, estando presente em cerca de 60% das crianças com alterações dentárias que necessitam de correção ortodôntica.