Protozoários do sangue e tecidos Flashcards

1
Q

Género Plasmodium

A
Provoca malária;
Protozoário: 
 - Esporozoario;
 - Espécies:
  - Plasmodium falciparum: febre terçã maligna (+ grave);
  - Plasmodium vivax: febre terçã;
  - Plasmodium ovale: febre terçã;
  - Plasmodium malariae: quartã;
 - Vetor: Anopheles;
 - Formas de transmissão:
   I. Picada do mosquito;
   II. Transfusões e partilhas de seringas;
   III. Transplantes de órgãos;
   IV. Mãe-filho (raro);
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2
Q

Malária: INCUBAÇÃO

A

Período de incubação variável segundo espécie de parasita:

  • Todos ± 2 semanas;
  • Exceção: Plasmodium malariae = 28 dias;
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3
Q

Malária: CLÍNICA

A
Malária não complicada: fase inicial 2-3 dias antes;
 - Febre;
 - Cefaleias;
 - Mal estar e dores musculares;
 - Fadiga;
 - Náuseas;
 - Diarreia moderada (diagnóstico diferencial de diarreia do viajante);
Malária grave:
 - Insuficiência renal;
 - Anemia grave: hematócrito < 21%;
 - Malária cerebral (P. falciparum);
Complicações por cronicidade:
 - Esplenomegalia;
 - Anemia;
 - Síndrome nefrótico;
   => Padrão de febre cíclico: libertação dos merozoitos => febre terçã, quartã e terçã maligna cerebral (P. falciparum)
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4
Q

Malária: COMPLICAÇÕES

A

Insuficiência Renal Aguda / Síndrome Nefrótico:

  • P. falciparum: necrose tubular aguda = oligoanúria;
  • Mau prognóstico;
  • Diálise peritoneal ou hemodiálise;
  • Mecanismo misto: bloqueio tubular por hemoglobina e pigmento malárico durante a hemólise aguda; doença microsvacular, com anóxia e hipoglicemia tissular e glomerular;
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5
Q

Plasmodium: CICLO DE VIDA

A
  • Esporozoitos migram para as glândulas salivares do mosquito, momento em que este se torna infetante;
  • Picada do inseto: introdução de esporozoitos no Homem;
  • Após a inoculação, acumulam-se no fígado, o que pode ser considerado como fase de latência;
  • Atingem a fase de reprodução assexuada, com produção de merozoitos (forma INFETANTE);
  • Uma vez libertados na circulação, os merozoitos invadem as células vermelhas do sangue, e desenvolvem-se em trofozoitos;
  • Nas células vermelhas, os trofozoitos sofrem reprodução assexuada, e produzem vários merozoitos, cujo conjunto se denomina esquizonte, sendo os merozoitos libertados para a corrente sanguínea após lise da células vermelha (permite ciclos da malária);
  • Alternativamente, alguns merozoitos nas células vermelhas não se desenvolvem em trofozoitos, mas em gametócitos, que podem ser aspirados pelo mosquito na picada;
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6
Q

P. vivax e P. ovale: CICLO DE VIDA

A

Alguns esporozoitos diferenciam-se em hipnozoitos, formas latentes que podem ser reativadas após período de tempo considerável, sendo responsáveis por recidivas da doença

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7
Q

Malária: PREVENÇÃO E CONTROLO

A
Não existe vacina;
Controlar a população de mosquitos;
 - Evitar picada;
 - Fechar porta e janelas; 
 - Uso de redes mosqueteiras;
 - Uso de repelentes;
 - Uso de vestuário de proteção;
Profilaxia com anti maláricos:
 - Mefloquina (1x por semana, tem + RAM, começa 15 dias antes); 
 - Malarone (+ caro, não comparticipado, toma diária);
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8
Q

Malária: DIAGNÓSTICO

A

Microscopia é base para diagnóstico;
- Pesquisa de parasitas no sangue periférico;
- Colheita por picada no dedo = 2 métodos:
1. Esfregaço de sangue: determinação da espécie;
2. Gota espessa: densidade parasitária;
=> A identificação correta da espécie é fundamental para tratamento adequada da infeção

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9
Q

Plasmodium: FORMAS

A
  • P. falciparum: gametócito em banana;
  • P. ovale: infeta célula vermelha jovem, tem gametócitos ovais;
    => Acumulação de pigmentos no citoplasma: P. vivax e P. ovale,
    => Multiparasitismo: normalmente é P. falciparum;
    => Forma de desenvolvimento antes da lise do eritrócito: P. malariae tem forma em flor;
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10
Q

De que depende a capacidade do Plasmodium de mudar a forma do eritrócito?

A

Da capacidade de infetar eritrócitos jovens, com maior compliance, ou eritrócitos maduros, que não crescem mais

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11
Q

Teste rápido para pesquisa de parasitas

A

Fazem-se dois testes:
- MO;
- Confirmação por cromatografia;
=> Teste rápido confirma presença de Plasmodium e identifica a espécie;
=> Usado na Europa - pesquisa cromatográfica de Ags numa lâmina;

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12
Q

Toxoplasma gondii

A

Agente etiológico da toxoplasmose;
Protozoário esporozoário com multiplicação intracelular;
- Ciclo evolutivo em 2 hospedeiros;
- Distribuição mundial;
- Nos imunocompetentes origina doença benigna e assintomática;
FORMAS EVOLUTIVAS:
- Oocisto (esporozoitos);
- Taquizoito ou trofozoito;
- Quisto (bradizoito);
TRANSMISSÃO: ingestão de oocistos ou quistos (via oral), transfusão e transplante, vertical (+ preocupante);

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13
Q

Toxoplasma gondii: CICLO DE VIDA

A

Ciclo assexuado: hospedeiros intermediários são mamíferos e aves;
Cilco sexuado: hospedeiro definitivo;

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14
Q

Toxoplasmose: CLÍNICA

A

Adquirida (assintomática);
Congénita:
- 90% benignas ou assintomática;
- 10% fetopatias graves = vigiar e aconselhar;
Imunocomprometidos: caso partilar de reativação - toxoplasmo cerebral:
- Encefalite ou lesão multifocal;
- Formas oculares ou pulmonares;

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15
Q

Toxoplasmose na grávida

A

Transmissão materno fetal: risco aumenta progressivamente do 1º até ao 3º trimestre

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16
Q

Toxoplasmose congénita

A

Vertical, com piores complicações;
Sequelas:
- Infeção intra uterina precoce: RN sintomáticos/prematuros/morte in utero;
Infeção intra uterina tardia (+ grave):
- Consequências imprevisíveis;
- Tétrada de Sabin (hidrocefalia, calcificações intra cerebrais, corioretinopatia, atraso mental ou alterações neurológicas);

17
Q

Diagnóstico pré natal da toxoplasmose

A

Diagnóstico serológico:

  • Pesquisa / quantificação:
    • IgM / IgG específicas seriadas e comparáveis;
    • Avidez das IgG: afinidade funcional para o Ag;
  • Datação da transmissão materno fetal: recente ou passada?
  • Avaliar se parasitemia atinge placenta = PCR no soro, LCR, urina do récem nascido;
  • Avaliação do risco fetal: amniocentese - estudo do líquido amniótico do PCR
18
Q

Serologia da toxoplasmose na grávida

A

º IgG + e IgM - = imune = vigilância não é necessária;
º IgG - e IgM - = vigilância e cuidado com alimentação;
º IgG - e IgM + = infeção recente, reavaliar para seroconversão;
º IgG + e IgM + = avidez das IgG:
- Baixa: infeção recente;
- Alta: infeção antiga;

19
Q

Toxoplasmose congénita

A

PCR no sangue, LCR ou soro do recém nascido permite diagnóstico e precoce

20
Q

Toxoplasmose no imunocomprometido

A

Transplantado/HIV/Leucemia:

  • Direto: pesquisa de taquizoitos e quistos por IF LBA/LCR/biopsia;
  • Exame cultural: fibroblastos ou célula monocamada;
  • PCR estudo de reativação difícil;
21
Q

Toxoplasmose: PREVENÇÃO

A

Medidas higiénicas simples;

Existe vacina eficaz para os animais, NÃO existe adequado para humano

22
Q

Toxoplasmose: TRATAMENTO

A

O mais precocemente possível;

  • Mãe infetada = espiramicina;
  • Mãe e RN infetados = pirimetamina + sulfadiazina
23
Q

Leishmania: TAXONOMIA

A

Família: Trypanosomatidae,
Género: Leishmania;
Várias espécies e subespécies;
Existe muito em Portugal nos cães;

24
Q

Leishmania: CICLO DE VIDA

A

2 hospedeiros: mamífero e inseto vetor: género Phlebomotus - flebotomíneo Lutzomyia

25
Q

Tipos de Leishmaniose

A

a) Leishmaniose visceral ou Kal Azar (existe em Portugal) = Leishmania donovani (+ comum), Leishmania infatum, Leishmania chagasia;
b) Leishmaniose cutânea ou mucocutânea (+ tropical) = Leishmania major tropica, Leishmania braziliensis, Leishmania mexicana

26
Q

Leishmania: EPIDEMIOLOGIA

A

L. donovani é + frequente, tem maior mortalidade;
L. infantum = tipo africano e mediterrâneo;
L. chagasi: América Latina e Brasil (Doença de Chagas);
=> Reservatório: cães, animais selvagens;

27
Q

Leishmania: CICLO DE VIDA

A
  • Picada do Phlebatomus e inoculação da forma promastigota;
  • Parasita é fagocitado e passa para a forma amastigota, que se multiplica nos vários órgãos;
  • Picada da mosca recolhe macrófagos infetados;
  • As formas promastigotas desenvolvem-se no intestino;
28
Q

Leishmania: FORMAS

A
  • Amastigota: trofozoito, forma adulta,

- Promastigota: mais infetante;

29
Q

Leishmaniose visceral: CLÍNICA

A

Período de incubação: 1 a 3 meses;
Período insidioso, gradual, que atrasa diagnóstico;
- Período súbito: febre elevada, anemia;
- Período de estado: hepatoesplenomegalia;
- Período terminal: caquexia, complicações séticas;
ALVOS: órgãos ricos em macrófagos = baço, fígado, MO;
- Há hiperplasia do SRE;
- Doença crónica debilitante caracterizada pela infeção do sistema fagocítico mononuclear;

30
Q

Qual o órgão preferencial de pesquisa da leishmaniose visceral?

A

Medula óssea

31
Q

Leishmaniosa cutânea: CLÍNICA

A

Período de incubação: 2 semanas a 2 meses;
Pápula - crosta com exsudado seroso (pode não haver exsudado seroso);
Pode dar nódulos cutâneos;

32
Q

Leishmania: DIAGNÓSTICO

A

Exame direto corado por Giemsa - pesquisa do parasita nas lesões (forma amastigota);
Cultura em meio de Novy, MacNeal, Nicolle (NNN) = cultura demorada, procuramos forma promastigota;
Serologia (L. visceral e cutânea invasiva);
PCR;

33
Q

Leishmania: TRATAMENTO

A
Visceral: 
 - Compostos antimoniais pentavalentes (Glucantine);
 - Pentamidina;
 - Anfotericina B nas resistências;
Cutânea ou mucocutânea:
 - Antimónio em doses elevadas;
 - Anfotericina B