Lysteria, Corynebacterium, Nocardia Flashcards
Listeria monocytogenes: Características gerais
- Bacilos de Gram positivo, curtos, isolados ou aos pares
- Anaeróbios facultativos, não esporulados
- Móveis a 28ºC (mobilidade “típica”, flagelos perítricos*
- Catalase + e Oxidase –
- Fracamente β -hemolíticos (?)
Listeria monocytogenes Patogénese e imunidade
- Microrganismo intracelular facultativo
- Aderência a enterocitos ou células M das placas de Peyer > macrófagos > disseminação
- Listeriolisina O (exotoxina -hemolisina) e duas fosfolipases C (enzimas)
- Importância da imunidade celular
Listeria monocytogenes Epidemiologia
•Ubíquo: solo, água, mamíferos, aves e crustáceos
•Portadores humanos (fezes): pode existir como forma não patogénica
•Hospedeiro suscetível: RN, idoso, grávida ( % 20 vezes superior), deficiência da imunidade celular
• Doença associada a:
– consumo de alimentos contaminados: leite, queijo não curado, carne mal cozinhada, vegetais crus
– transmissão vertical
• Pico de incidência nos meses
quentes
(Queijo não curado em França. na altura do calor)
Listeriose: Clínica
Listeriose: DDO
• RN (transmissão vertical mãe-filho) – Infeção precoce - granulomatose disseminada (via transplacentária) RARO – Infeção tardia - bacteriémia, meningite (adquirida durante o parto) MAIS COMUM • Adultos – Síndrome febril (c/ ou s/ gastroenterite) • Grávida ou imunocomprometido – bacteriémia – meningite
Quais são as duas causas mais frequentes de Meningite no RN?
Infecção por:
- Listeria Monocytogenes
- E. Coli
Listeria monocytogenes
Diagnóstico laboratorial
• Meningite: LCR – exame direto (Gram +, móveis) – exame cultural (gelose sangue: colónicas cinzentas e hemolíticas) • Bacteriémia: Hemocultura – Meio líquido – Passagem para gelose de sangue - Colónias pequenas com hemólise • mobilidade característica a 28ºC • Identificação - provas bioquímicas
Listeria monocytogenes
Terapêutica
- Penicilina ou Ampicilina
- Em associação com Aminoglicosídeo
- Resistência natural às Cefalosporinas
Género Corynebacterium
Características gerais
• Bacilos de Gram positivo, pleomórficos.
• Parede celular c/ ácidos micólicos de cadeia curta
• Granulações metacromáticas
• Imóveis, não esporulados
• Anaeróbios facultativos, catalase +
• Ubíquos, existindo em diferentes animais e
plantas.
• No ser humano, colonizam a pele, aparelho
respiratório superior, gastrointestinal e urogenital
Género Corynebacterium:
Espécies associadas a doença no ser humano
• C. diphtheriae: Difteria. Muito rara hoje devido à vacinação
• C. jeikeium (grupo JK); pode colonizar a pele:
septicémia, endocardite
• C. urealyticum (génese de cálculos urinários):
Infeção urinária
Corynebacterium diphtheriae: generalidades e contágio
• Bacilos de Gram positivo, dispostos em “caracteres chineses” (todas as Corynebacterium) • Corpúsculos de Babes - Ernst (fosfato de volutina): coloração específica que permite evidenciar as granulações metacromáticas (baquetas de tambor) • Reservatório - homem – Orofaringe e pele de portadores sãos • Contágio por via aérea ou contacto através da pele
Corynebacterium diphtheriae
Virulência
• Exotoxina – com afinidade para sistema nervoso, miocárdio e rim – inibe a síntese proteica. • Codificada pelo gene tox, transmitido por um bacteriófago lisogénico – fago β
Corynebacterium diphtheriae
Clínica
1) DIFTERIA RESPIRATÓRIA • amigdalofaringite pseudomembranosa • complicações: – obstrução respiratória – miocardite - arritmia – coma –morte (+raro) – neuro-toxicidade (+raro)
2) DIFTERIA CUTÂNEA (muito menos comum) • Pápula • úlcera crónica coberta com membrana acinzentada • Com ou sem complicações sistémicas
Corynebacterium diphtheriae
Diagnóstico laboratorial
• Colheita de exsudado c/ zaragatoa • Coloração à base de azul – Azul de metileno ou – Método de Stoltenberg Corpúsculos de Babes-Ernst (grânulos metacromáticos): coloração verde acastanhada das bactérias
• Cultura em – Meio de chocolate – telurito (para Dx de endocardite/septicemia) – Meio de Loeffler (com soro de cavalo) – Gelose sangue (mau crescimento) – Incubação 12-18h
• Identificação bioquímica (API Coryne)
• Demonstração de virulência in vitro
– Prova de Elek (imunodifusão- pouco usada hoje em dia)
– PCR – deteção do gene tox
Corynebacterium diphtheriae
Terapêutica
• Inicia-se em caso de suspeita clínica • Penicilina ou Eritromicina \+ • Antitoxina diftérica • ISOLAMENTO DO DOENTE • Doença de Declaração Obrigatória
Corynebacterium diphtheriae
Profilaxia
• Vacina DTP (Difteria,Tetano, Pertussis)- Toxóide (calendário obrigatório) • Contactos de um caso de difteria que possuam esquema de vacinação incompleto ou feito há mais de 5 anos reforço com Toxóide