Anti fúngicos Flashcards

1
Q

Diagnóstico de infeções fúngicas

A

Crescimento indolente;
Observação direta por microscopia - não fiável, não permite determinar espécie = só distinguir micélio de levedura;
Implicações no prognóstico => tempo desde apresentação até diagnóstico;
Biologia molecular: técnicas de PCR, deteção de Ags, deteção de metabolitos fúngicos;

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2
Q

Alvos antifúngicos potenciais

A

Ultraestrutura celular semelhante aos mamíferos:

  1. Via de síntese do ergosterol: esteroide membranar principal (= Homem);
  2. Parede celular: quitina e beta-glucano, outras glicoproteínas (1,3-betaglucano sintetase = só existe no fungo);
  3. Adesão ao hospedeiro = ainda não existem fármacos
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3
Q

Antifúngico ideal

A
  • Espetro alargado = é raro conseguir isolar agente;
  • Baixa toxicidade = difícil de conseguir por haver homologia;
  • Múltiplas vias de administração = diferentes indicações;
  • Boa distribuição no LCR, osso e urina
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4
Q

Antifúngicos naturais

A

Polienos
Equinocandinas
=> Substâncias produzidas por fungos para combater outros fungos por nutrientes em ambientes hostis

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5
Q

Antifúngicos sintéticos

A

Azóis

Pirimidinas fluorada

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6
Q

Inibidores da estabilidade da membrana

A
  • Mecanismo de ação rudimentar;

Anfotericina B, Nistatina e Natamicina

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7
Q

Anfotericina B

A

Inibidores da estabilidade da membrana;
Mistura de compostos de Streptomyces;
Forma polienos macrólidos;
Liga-se ao ergosterol, formando poros na membrana e destabilizando a permeabilidade celular;
Afinidade 500x maior para ergosterol vs. colesterol => SELETIVIDADE para fungos, alguns protozoários;
Concentração de ergosterol é característica da espécie, e vai distinguir fungicida de fungostático;
Resistências por diminuição do conteúdo de ergosterol do próprio fungo;
Antifúngico de largo espetro;
Gold standard para infeções disseminadas por Aspergilus e Candida, apesar de haver hoje em dia alternativas menos tóxicos;
Absorção oral muito fraca => só uso oral em infeções GI, de resto usa-se e.v.;
Altamente insolúvel => formulação lipossómica/lipídicas para via e.v. => diminui RAM;
Elevada ligação proteica = passa a BHE;
Eliminação renal lenta = vestígios 2 meses depois do fim da administração
RAM:
a) Reações sistémicas imediatas (chuva de citocinas), com febre, arrepios, tremores, cefaleias e hipotensão. Menos comuns nas preparações lipossómicas;
b) Reações tardias: efeitos renais (isquemia renal, acidose renal tubular, BUN > 50 mg/dL ou SCr > 3 mg/dL, hipocaliemia, clindrúria, hipomagnesemia - efeitos dependentes de dose e cumulativos); efeitos hematológicos (anemia secundária a diminuição da produção de EPO, trombocitopenia - efeitos dependente de dose e cumulativos); disfunção hepática; flebites (uso e.v.);
Medidas para minimizar RAs: evitar outros nefrotóxicos, manter volemia, optar por formulações lipídicas

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8
Q

Nistatina (fungicidina)

A

Inibidores da estabilidade da membrana;
Análogo estrutural da anfotericina;
Uso tópico na candidíase da mucosa oral, vaginal ou pele;
Sem absorção sistémica;
RA: náuseas, vómitos, diarreia (efeito local intestinal);

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9
Q

Natamicina

A

Inibidores da estabilidade da membrana;
Não usado em Portugal;
Aspergillus e Fusarium: infeções da córnea, blefarite, conjuntivite;
Atua em doses baixas

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10
Q

Inibidores da mitose fúngica

A

Griseofulvina

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11
Q

Griseofulvina

A

Inibidor da mitose fúngica;
Peniccilium griseofulvum;
Liga-se à tubulina de forma potente - impede formação do fuso mitótico;
Associação forte a queratina => permite crescimento da pele, cabelho e unhas sem fungos;
Espetro estreito: Tricophyton, Microsporum, Epidermophyton;
NÃO ativa contra leveduras e fungos dimórficos;
FARMACOCINÉTICA:
- Concetrações plasmáticas muito variáveis: administração de 6/6h;
- Mantém se ligado a queratina durante muito tempo;
- Absorção favorecida por refeições ricas em gordura (via oral);
- Induz CYP450 - diminuição da eficácia da varfarina e ACO;
RA: geralmente bem tolerados:
- Cefaleias - desaparecem com continuação do Tx;
- Letargia, visão turva, vertigens - agrava com álcool;
- Hematológicas (1º mês): leucopenia, neutropenia, monocitose;
- Angioedema e dermatite esfoliativa - raras mas fatais;
- Teratogénica = CONTRAINDICADA na gravidez;

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12
Q

Inibidores da síntese da parede fúngica

A

Equinocadinas: Caspofungina, Micafungina, Anidulafungina:

  • Análogos semissintéticos da equicandina B (Aspergillus nidulans);
  • Inibição não competitiva de síntese de beta-1,3-D-glucan => stress osmótico => lise celular;
  • Fungicidas: Candida;
  • Fungistáticos: Aspergillus;
  • Via e.v. = não há formulações orais;
  • RA: náuseas, vómitos, diarreia, rash;
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13
Q

Caspofungina

A

Equinocadinas = Inibidores da síntese da parede fúngica;
Candidíase esofágica (1ª linha), candidemia, infeções por Aspergillus, terapêutica empírica na neutropenia febril (administração segura, mesmo sem saber causa da febre);
Ajuste da dose na insuficiência hepática moderada;

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14
Q

Micafungina

A

Equinocadinas = Inibidores da síntese da parede fúngica;
Candidíase esofágica, profilaxia em recetores de transplante de MO e de células estaminais hematopoiéticas;
Candidemia e aspergilose pulmonar;
Pode causar hepatotoxicidade severa;

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15
Q

Anidulafungina

A

Equinocadinas = Inibidores da síntese da parede fúngica;
Candidíase esofágica e candidemia;
Pode causar hepatotoxicidade severa;

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16
Q

Aminocandina

A

Equinocadinas = Inibidores da síntese da parede fúngica;
Em investigação;
Maior tempo de semi vida = administrações menos frequentes

17
Q

Azóis

A

Imidazois e triazois:
- Inibidores da 14-alfa-desmetilase de esteroides => azois estão envolvidos na síntese de esteroides;
- Capacidade relativa para inibição de enzimas hepáticas: nenhum deles tem seletividade absoluta;
- Interações farmacológicas importantes (CYP450) = necessita de controlo maior;
- Inibem transformação de Candida na forma invasiva (hifas);
- Espetro alargado: B. dermatidis, Cryptococcus neoformans, H. capsulatum, Coccidioides spp, P. brasiliensis, dermatófitos e maioria das Candida spp.;
- Atividade intermédia: Fusarium e Aspergillus spp (há opções melhores);
- Sem atividade: Zygomycetes spp e Candida krusei;
=> Normalmente fungistáticos: não se usam em imunodeprimidos (dar fungicida);

18
Q

Imidazois

A
Clotrimazol;
Econazol;
Fenticonazol;
Cetoconazol;
Miconazol;
Tioconazol;
Sulconazol;
19
Q

Triazois

A

Itraconazol;
Posaconazol;
Voriconazol;
Fluconazol

20
Q

Cetoconazol

A

Azois = Imidazol;
1º a ser usado por via oral para tratar infeções sistémicas;
Espetro alargado: C. immitis, C. neoformans, Candida spp, H. capsulatum, B. dermatidis e vários dermatófitos;
Baixas concentrações no SNC e urina = não usar para meningite;
Ineficaz se acloridria, IBP ou antiácidos = inibição da produção de ácido gástrico;
Uso tópico: infeções por dermatófitos comuns e dermatite seborreica, infeções da pele da face e pavilhão auricular;
Potencia atividade anti inflamatória tópica similar a hidrocortisona
RA: hepatotoxicidade (freq na via oral); inibição da síntese de testosterona e esteroides na suprarenal => ginecomastia em homens

21
Q

Imidazois

A

Formulações tópicas: infeções fúngicas do estrato córneo mucosa escamosa, córnea;
Não são eficazes para infeções do cabelo e unhas;
Não devem ser usadas para tratar infeções submucosas ou sistémicas => toxicidade;

22
Q

Fluconazol

A

Triazol;
Oral ou IV;
Boas concentrações LCR, olho => maioria das meningites fúngicas;
Sem atividade contra Aspergillus (EXCEÇÃO dos triazois: Voriconazol);
Concentrações fungicidas na mucosa vaginal, saliva, pele e unhas;
Tempo de semivida de 25h;
Excreção renal;
RA: náuseas, cefaleias, dor abdominal, hepatite;
Menor efeito na esteroidogenese que cetoconazol;
Resistências: mutação CYP450 e bombas de efluxo, principal espécies de Candida (C. glabrata);

23
Q

Itraconazol

A

Triazol;
Boa atividade contra muitos dermatófitos;
Tem vindo a substituir cetoconazol;
Biodisponibilidade oral muito variável devido ao efeito de 1ª passagem => via e.v. preferencial (formulação com ciclodextrina aumenta disponibilidade na circulação);
Maior atividade na aspergilose (não é 1ª linha), blastomicose, histoplasmose do que ceto e fluconazol;
Pouca distribuição no LCR, mas pode ser usado em altas doses nas meningites fúngicas => administrar com ciclodextrina, o que limita uso em doentes com insuficiência renal;
RA: hepatotoxicida (!), síndrome de Stevens Johnson, náuseas, vómitos, dor abdominal, diarreia, hipocaliemia, edema maleolar, queda de cabelo;

24
Q

Miconazol

A

Triazol;

Uso exclusivo tópico no tratamento de infeções do trato GI, mucosa oral e pele;

25
Q

Posaconazol

A

Triazol;
Fungistático: Candida, Cryptococcus, Trichosporon, algumas espécies de Fusarium;
Usado em Candida, Aspergillus e Zygomycetes multiresistentes;
Uso: primariamente na profilaxia e tratamento de infeções fúngicas invasivas;

26
Q

Voriconazol

A

Triazol;
Eleição para aspergilose invasiva (1ª linha) e Fusarium e Scedosporium;
Fungicida contra todas as espécies de Aspergillus e Candida;
Oral ou e.v.;
Metabolização do voriconazol acelerada na coadministração com ritonavir, rifampicina e rifabutina = CONTRAINDICADO;
Não administrar e.v. na doença renal crónica - toxicidade da ciclodextrina do SNC;
RA: fotofobia, visão de luzes coloridas;

27
Q

Flucitosina

A

Antifúngico sintético;
Único que afeta DNA;
Espetro estreito;
Muitas resistências quando isolado => usar SEMPRE em associação com anfotericina B em candidemia e meningite criptocócica;
Convertido a 5-FU apenas nas células fúngicas = lesão DNA;
Inibe síntese de DNA fúngica;
RA: distúrbios GI, anemia, neutropenia, trombocitopenia e alopécia

28
Q

Terbinafina

A

Antifúngico sintético;
Mais usado = tolerância e margens segurança elevadas;
1ª linha nas crianças;
Fungicida queratinofílico = inibe a epoxidase do esqualeno;
Muito lipofílico = tempo de semi vida de 300 h;
Fungos da pele, principalmente unhas (por via oral, também tem administração tópica);
Butenafina, naftifina - tópicos;

29
Q

Amorolfina

A

Antifúngico sintético;

Verniz ungueal, trata infeções fúngicas superficiais