Anestesia e Complicações operatórias Flashcards
Qual tempo de ação e dose tóxica dos anestésicos locais?
Lidocaína potencia intermediária
(dose lidocaina 1% 30kg 15-21ml/ 50kg 25-35ml/ 70kg 35-49ml/ 100kg 50-70ml)
Bupivacaína e Ropivacaína potência alta
LIDOCAINA: rápida 2h e tóxica 5-7mg/Kg (vasoconstritor)
BUPIVACAINA/ROPIVACAINA: demorada 8h e tóxica 3mg/Kg
Qual gatilho, clínica e tratamento da hipertermia maligna?
- Hereditária autossômica dominante -> aumento cálcio mioplasmático
DESENCADEADO: inlatórios e succinilcolina
SX: hipercalcemia, taquicardia, arritmia, febre, acidose, rabdomiolise e espasmos
ANTÍDOTO: dantrolene
Diante de um paciente pós-op com saída de líquido na FO, como diferenciar seroma de uma deiscência aponeurose?
Seroma: fator risco grande dissecção subcutâneo
Hematoma: secreção sanguinolenta e equimose -> abertura FO para lavagem
Deiscência aponeurose: 7-10º PO. Fator risco erro técnico, desnutrição e ISC. Dúvida diagnóstica aberutura de pontos e exploração digital.
SEROMA:
- Pequena quantidade sorosa com ferida abaulada
- Punção ou retirada dos pontos
DEISCÊNCIA APONEUROSE:
- Súbita grande quantidade serosanguinolenta (pode haver sinais e sintomas sistêmicos)
- Ressutura de parede em 2 planos
Quais manifestações e tratamento das infecções de sítio cirúrgico?
Infecção sítio cúrgico até 30 dias após procedimento ou até 1 ano caso prótese/telas
SUPERFICIAL:
- Sinais flogisticos e drenagem purulenta
- Abertura e lavagem FO
PROFUNDA:
- Sinais flogisticos (até celulite) e drenagem purulenta + sinais sistêmicos infecciosos (febre, leuco, PCR…)
- Abertura, desbridamento e lavagem FO +ATB
CAVITÁRIA:
- Secreção purulenta em drenos ou coleções contaminadas em img e sinais sistêmicos infecciosos (febre, leuco, PCR, sepse…)
- Drenagem cirúrgica ou percutânea guiada img + ATB
Quais fatores de risco para deiscência anastomose? (11)
LOCAIS
- Isquêmia
- Infecção
- Tensão
- Fechamento não hermético
- Local anastomose (esôfago, duodeno e reto)
SISTÊMICOS
- Desnutrição
- Neoplasia
- Radioterapia recente
- Obstrução distal
- Doença inflamatóra intestinal
- Corticoides
Quais fatores desfavoraveis ao fechamento conservador das fístulas? (12 = FRIEND +6)
- Outros fatores defavoráveis ao fechamento: defeito fistuloso >1cm diâmetro e locais TGI alta secreção (esôfago, estômago, duodeno e íleo terminal)
LOCAIS:
- Trajeto <2cm
- Epitelizada
- Múltiplos orifícios
- Términal
- Parede abdominal interrompida
- Corpo estranho
- Fluxo >200-500ml/dia
SISTÊMICOS:
- Inflamação ou infecção (abcesso e DII)
- Desnutrição
- Neoplasia
- Radioterapia recente
- Obstrução distal
Qual tratamento conservador da fístula? Quando indicado tratamento ciúrgico?
Conservador abordagem multidisciplinar para tratar distúrbios eletrolíticos, sepse e desnutrição.
CONSERVADOR: HEV, jejum, NPT, ATB e drenagem coleções
CX: Irritação peritoneal ou piora sepse = laparotomia. Não fechamento conservador = fistulectomia com reconstrução do transito e parede.
Quais causas de febre no pós-operatório? (12)
1-3° PO: atelectasia, pneumonia, REMIT e infecção necrotizante FO
3-5° PO: ITU
5-7° PO: TVP e TEP
7-10° PO: ISC e deiscência
Outros: colite pseudo membranosa, flebite/infecção acessovenoso e medicações
Quais principais características do SF 0,9%, ringer lactato, salina 3% e coloides?
SF 0,9%-> hipersomolar, menos inflamatório e excesso acidose metabólica hipercloremica.
Ringer-> K, Ca e lactato isosmolar; bom para trauma e queimados; mais inflamatório e não misturar com sangue em mesma via.
Salina 3% -> muito hiperosmolar tto hipertensão intracraniana.
Coloides/albumina -> não repoem volemia, risco alergia e coagulopatia.
Quais causas e tratamento de hiponatremia e de hipernatremia?
Necessidade diária Na 87-174;
Repor salina Vmax 1ªs 3h 3-6mEq/l, até 24h 8-10mEq/l
Déficit água = 0,5H ou 0,4M x peso (Na atual/ Na final), reduzir máx 10mEq/L/dia de Na
- Na <135: SIADH pós-op hospitalizado oncologico ou por medicamentos. Tto SF 3% cuidado mielinolise pontina
- Na>155: Desidratação não ingesta de água (idoso criança). Tto: SF0,45% cuidado edema cerebral
Quais causas, manifestações ECG e tratamento de hipocalemia e de hipercalemia?
Necessidade diária K 50-100mEq/Kg/dia
(Vmax 40mEq/h de K (10-20)
- K<3,5: Diarreia, vomitos, fistulas, insulina e Beta2 agosnita. ECG T achatada, P apiculada QRS alarga.
Tto: KCl 10% ou 20% - K>5,5: Acidoses (cetoacidose diabética e rabdomiólise). ECG T apiculada, P achatada (sino). Tto: gluconato CA, glicoinsulina + HCO3 + beta2 agonista
Qual a conduta na profilaxia de raiva?
Contato indireto = lavar ferimento (sempre)
Tempo de observação 10 dias (caso sumiu vacinação completa)
Ferida leve cão não suspeito = OBSERVAR CÃO
Ferida leve cão suspeito ou ferida grave cão não suspeito = OBSERVAR CÃO + VACINA DIAS 0 e 3
Qualquer ferida cão desaparecido = VACINA DIAS 0, 3, 7 e 14
Ferida grave cão suspeito ou qualquer ferida cão raivoso/animal silvestre = SORO + VACINA DIAS 0, 3, 7 e 14
Qual o perfil hemodinâmico dos 4 tipos de choque?
e princípios do tratamento?
- Choque é hipoperfusão tecidual generalizada (acidose metabólica)
- Perfil hemodinamico: debito cardiaco (DC), resistência vascular sistêmica (RVS) = vol pós carga ou vasocosntrição, pressão venosa central (PVC) = vol pré-carga ou volêmia.
Hipovolêmico = hemorragia e desidratação Cardiogênico = IAM, insuficiência cardíaca, arritmia Obstrutivo = Embolia pulmonar maciça, hipertenão pulmonar grave, dissecção de aorta, tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo Distributivo = septico, anafilático, neurogênico
Hipovolemico: - PVC gera - DC e + RVS
Cardiogênico&Obstrutivo: - DC gera + RVS e + PVC
Distributivo: -RVS gera + DC e - PVC
1° VA e suporte O2
2° Ressucitação volêmica (iniciar 30ml/Kg SF0,9% bolus e avaliar resposta, sinais paciente ainda cabe mais volume: cava ingurgitada ao USG, elevação 10%DC com elevação MMII, variação pressão de pulso >13%, >0,5ml/kg/h diurese; já ausculta pulmonar com estertores indica excesso de volume)
3° DVA (noradrenalina aumenta RVS, principalmente no hipovolêmico que não responde mais a volume e no distributivo; dobutamina ionotrópico aumenta DC principal para choques cardiogênico e obstrutivo)
Qual o tratamento da sepse e choque séptico?
Sepse = infecção + quick sofa > 2 (glasgow <15, PAS<100 e FR>22); sendo choque septico hipotensão refratária HEV
PACOTE 1ª HORA: VA e suporte O2
1°) lactato (seriar caso >2)
2°) hemoculturas
3°) ATB amplo espectro e controle do foco
4°) 30ml/Kg Ringer Lactato em bolus (avaliando responsividade volume)
5°) Noradrenalina caso hipotensão persistir (alvo PAM>65, refratário associar vasopressina/adrenalina, refratário associar debutamina)
Sobre os medicamentos anestésicos, quais escolha para IOT sequência no trauma/ choque séptico? Qual a diferença entre IOT sequência rápida e convencional?
AVAL PRÉ-ANESTÉSICA:
- Via aérea Mallampati: I pilar e II fauces -> sem conduta / III base úvula e IV palato duro -> fibro IOT
- Jejum: liq claro 2h / leite materno 4h / refeição leve liquidos espessos 6h / dieta completa 8h
INALATÓRIO (hipinótico, sedativo e analgésico): Não usar na obstetrícia, TCE, hipotensão e hipertermia maligna. Usar na falta acesso, pediatria e manutenção.
HIPINÓTICO (inconsciência, amnésia e sedação): Tiopetal (dimiui PIC, mas gera hipotensão e depressão respiratória), propofol (rápida ação e recuperação, mas gera hipotensão), midazolam (atídoto flumazenil, mas baixo efeito).
ANALGÉSICO: Opioides (anestesia fentanil ou remifenta; dor morfina tramal; efeitos colaterais -> naloxone)
BLOQUEIO NEUROMUSCULAR: Succinilcolina único sem antídoto; demais neostigmina e atropina de antídoto, outros cisatracúrio e atracúrio (gera hipotensão)
DROGAS SEQUÊNCIA RÁPIDA: hipinótico (etomidato ou cetamina + fentanil + succinilcolina ou recurônio)
- Etomidato (sem efeito cardiovascular, mas gera broncoespasmo e dor acesso)
- Quetamina/Cetamina (sedoanalgésica, vasoconstritor e broncodilatador melhor para choque; mas aumenta PIC)
- Succinilcolina (fasciculação com efeito rápido e transitório; mas pode gerar hipercalemia e hipertermia maligna)
- Rocurônio (antídoto específico sugammadex)
INDUÇÃO IOT - SEQUÊNCIA RÁPIDA x CLÁSSICA: Rápida não realiza ventilação com pressão positiva entre indução com hipinótico e bloqueador muscular.