Tuberculose Flashcards

1
Q

VERDADEIRO ou FALSO:

A tuberculose é uma doença de notificação compulsória.

A

VERDADEIRO

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2
Q

Qual é a prevalencia da tuberculose no mundo?

A

Estima-se que um terço da população mundial seja infectada pelo bacilo da tuberculose (5% com doença ativa):

  • Brasil ocupa a 19ª posição de casos de tuberculose
  • Considerada a quarta causa de morte por doenças infecciosas e a primeira em pacientes com AIDS no Brasil
  • Existem 30 países que detêm a maioria dos casos, e o Brasil é um deles.
  • A maior parte dos casos é contida na África.
  • Existe muita associação com o HIV.
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3
Q

Qual o agente etiológico da tuberculose e quais são as suas características?

A
  • O agente é o Micobacterium tuberculosis, porém existe também o bovis que é adquirido pela ingestão de leite e derivados não-pasteurizados de gado contaminado. As manifestações clínicas são iguais, porém na bovis podem existir mais manifestações extrapulmonares, principalmente a TB ganglionar.
  • Bacilo imóvel não esporulado e aeróbio que é patogênico. Por ser aeróbio, procura ambientes com altas tensões de O2 como, por exemplo, os ápices pulmonares.
  • àcido-álcool resistente:
    • Não colora com álcool. Possui alta presença de lipídios de alto peso molecular na parede celular como o ácido micólico, o que protege esse bacilo da agressão exógena pelo ácido e álcool.
  • Aeróbio (transmissão aerógena):
    • Por isso acomete mais frequentemente os lobos pulmonares superiores
  • Parasita intracelular
  • Crescimento lento
  • Dormência por longo tempo
    • Grande periodo de latencia
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4
Q

Como funciona o método de Ziehl-Nielsen?

A

Após corar a lâmina com carbolfucsina ( corante vermelho), aquecê-la e descorá-la com ácido e álcool, os bacilos retêm a coloração avermelhada inicial, o que contrasta com o fundo azul. Essa propriedade é conhecida como álcool-ácido resistência.

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5
Q

Como que acontece a transmissão da tuberculose?

A
  • Transmissão aerógena por aeróssois a partir de fala, espirro e principalmente a tosse:
    • Paciente com forma pulmonar (BAAR+) e com tosse.
    • O contactuante entra em contato com as aeroparticulas e pode aspirar, infectando-se. Um doente com tuberculose pulmonar bacilífera lançam no ar gotículas contaminadas de tamanhos variados (gotículas de Flügge). As mais pesadas se depositam rapidamente, e as mais leves permanecem em suspensão no ar. Somente as gotículas desidratadas, com pequeno diâmetro (de até 5 micra), contendo um a dois bacilos em suspensão, conseguem atingir bronquíolos e alvéolos e iniciar o processo infeccioso. Tais partículas infectantes são chamadas núcleos de Wells. As partículas médias ficam retidas na mucosa do trato respiratório superior e são removidas dos brônquios através do fluxo mucociliar. Os bacilos assim removidos são deglutidos, inativados pelo suco gástrico e eliminados nas fezes. Os bacilos que se depositam nas roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersarão em aerossóis e, por isso, não desempenham papel importante na transmissão
    • Quanto mais fechado e menos ventilado o local, maior chance de infecção:
      • Ex.: ambiente carcerário
      • Contato esporádico tem menos chance de infecção.
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6
Q

Quantas pessoas os pacientes bacilíferos infectam por ano?

A

10-15 pessoas.

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7
Q

Quais os principais responsáveis pela transmissão?

A

Multibacilíferos (representados pela forma cavitária). Dos que adoecem, nem todos eliminam bacilos.

Os paubacilíferos (forma não-cavitária) transmitem menos e o não bacilíferos (formas extrapulmonares) não transmitem.

As crianças (não-bacilíferas) pegam, porém dificilmente são vetores de transmissão, devendo, assim, identificar adultos próximos que possam ter.

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8
Q

Qual a diferença dos paubacilíferos e dos multibacilíferos?

A

Paubacilíferos: Baciloscopia negativa e cultura positiva.

Multibacilíferos: Baciloscopia positiva e cultura positiva.

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9
Q

Quais são os fatores de facilitam a infecção por tuberculose?

A
  • A proximidade entre o contactuante e o paciente bacilifero
  • A exposição contínua
  • O ambiente pouco ventilado e pouco iluminado ( radiação UV solar inativa o bacilo)
  • Quantidade inoculada maior
  • Sistema imune do hospedeiro
  • Vigorosidade da tosse ( expele mais aerossol)
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10
Q

Quais são os fatores de risco para tuberculose?

A
  • Renda familiar baixa
  • Educação precária
  • Habitação ruim/inexistente
  • Famílias numerosas
  • Aglomeração humana
  • Desnutrição
  • Etilismo e outros vicios
  • Infecções associadas
  • Comorbidades associadas
  • Serviços de saúde precária
  • Privados de liberdade
  • HIV
  • Extremos de idade
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11
Q

Ser infectado pelo mycobacterium tuberculosis é diferente de estar doente por tuberculose. Dito isso, quais são os fatores que facilitam a ativação da doença em pessoas infectadas?

A
  • Fatores do hospedeiro:
    • Faixa etária (principalmente crianças, abaixo dos 5 anos e idosos)
    • Etnia (principalmente indigenas e negros)
    • Status imunológico (imunossuprimidos)
  • Fatores do micro-organismo:
    • Carga total de bacilos
    • Virulência da cepa
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12
Q

Como ocorre a primoinfecção?

A

No Brasil, ocorre em qualquer idade, porém costuma acontecer primeiro na infância ou adolescência.

  1. Bacilo fagocitado por macrófagos ao chegar no álveolo.
  2. Macrófagos se rompem e morrem.
  3. Ocorre liberação de bacilos com proliferação alta.
  4. Alcançam linfonodos hilares e mediastinais e são disseminados via linfohematogênica para outros órgãos e isso tudo ocorre antes da imunidade celular ocorrer.
  5. 2-10 semanas para ocorrer a imunidade celular com linfócitos TCD4+ que vão liberar IL-2 para recrutar mais macrófagos, e estes serão mais especiallizados.
  6. Formação do granuloma = invólucro de linfócitos e macrófagos e dentro dele fica aprisionado o bacilo. Ocorre necrose “sólida” dentro desse granuloma, denominada de caseosa pela degradação da parede celular rica em lipídios das micobactérias. Uma parte desses bacilos pode sobreviver e ficar latente.
  7. Foco granulamatoso principal = Nódulo de Gohn e que geralmente ocorre no terço médio pulmonar, porém pode ocorrer em todo o pulmão. Pode calcificar e geralmente não é múltiplo. Pode estar associada a adenopatia hilar e/ou mediastinal ipsilateral.
  8. Adenopatia + nódulo de Gohn = Complexo de Ranke.
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13
Q

Descreva sucintamente a patogenia da TB primária:

A
  • Infecção pelo bacilo da tuberculose
    • Imunidade natural:
      • Sistema mucociliar
    • Imunidade adquirida:
      • Mediada por células Macrófagos (os macrófagos fagocitam o bacilo e os levam aos ganglios linfáticos) / Linfócitos T
        • REAÇÃO GRANULOMATOSA (em 90% dos casos) –> cicatrização / calcificação (COMPLEXO DE GONH) / latência
    • OU se há deficiência da imunidade e alta carga infectante = TB PRIMÁRIA (10% DOS CASOS)
  • Nos casos em que a resposta imunológica não consegue controlar a proliferação bacilar (ex.: quando o inóculo é muito grande), formam-se grandes áreas de necrose caseosa. Estas podem liquefazer-se, por ação de enzimas líticas liberadas pelos macrófagos do granuloma, transformando-se num verdadeiro “caldo de cultura” para a proliferação do bacilo de Koch. No pulmão, o processo pode erodir a parede brônquica, comunicando-a com o espaço aéreo. A entrada de ar na cavidade forma a “caverna tuberculosa”, onde a quantidade de bacilos aumenta absurdamente. O material despejado na árvore brônquica justifica a disseminação endobrônquica do BK.
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14
Q

O que é a tuberculose miliar?

A

É uma forma de TB primária mais comum em menores de 02 anos e não vacinados com BCG ou em pacientes muito imunodeprimidos. Geralmente, após a disseminação linfohematogênica ocorre a contenção da doença, porém nesse caso os focos não são contidos.

  • Paciente entrou em contato com o bacilo, que entrou na corrente sanguínea e se disseminou. É chamada de miliar porque causa um aspecto multinodular pulmonar intersticial.
  • É uma forma mais grave e tem relação com manifestações de TB em SNC.
  • Os locais mais afetados são o interstício pulmonar e as meninges. Porém, ocorre também em órgãos como baço, fígado, linfonodos).
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15
Q

Descreva sucintamente a patogenia da TB secundária:

A
  • Na reação granulomatosa (formada na TB primária) –> estimulada pelo TNF
    • Ficou em foco LATENTE
      • Há reinfecção ou Reativação endógena (por imunossupressão em tratamento de neoplasias ou por AIDS)
        • TB SECUNDÁRIA = caverna em raio-x
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16
Q

Qual a diferença da TB primária da pós-primária?

A

A primária ocorre dentro dos primeiros 3 anos da primoinfecção. Mais comum em crianças dos 2-12 anos. Pode haver atelectasia por compressão brônquica ocasionada por adenomegalia.

Já a pós-primária ocorre 3 anos após a primoinfecção, por reativação do foco latente ou reinfecção (nova inalação de bacilos).

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17
Q

Qual é o achado característico da TB secundária em raio-x de tórax?

A
  • Formação de cavernas
    • destruição do parenquima pulmonar (necrose do tecido pulmonar que tem contato direto com o bronquio, formando uma cavidade - essa cavidade está cheio de bacilo e a cada tosse há aerodisperssão de diversos bacilos)
    • Forma mais disseminante de TB
  • Menos comumente pode ser a forma miliar pós-primária.
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18
Q

A tuberculose extrapulmonar pode se manifestar em quais órgãos?

A

Em todos os órgãos pode haver TB extrapulmonar, principalmente pleura, linfonodos, ossos, meninges, dentre outros.

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19
Q

Qual é a melhor estratégia para diagnóstico de pessoas com tuberculose?

A

BUSCA ATIVA:

  • Identifica precocemente pessoas que tossem (sintomas respiratórios - SR)
  • Descoberta precoce dos casos que eliminam bacilo por via respiratória
    • E a interrupção da cadeia de transmissão da TB
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20
Q

Define-se como sintomático respiratório (SR) na busca ativa na população geral, a pessoa que apresenta tosse por tempo igual ou superior a:

  • a) duas semanas
  • b) três semanas
  • c) quatro semanas
A

c) Três semanas.

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21
Q

O tempo de tosse, que define se a pessoa deve ou não ser rastreada para infecção por TB, varia conforme a vulnerabilidade dela.

Desse modo, cite as particularidades das populações quanto ao tempo de sintomas respiratórios necessários para se pensar em TB:

A
  • Populações vulneráveis:
    • Privados de liberdade
      • Duas semanas ou mais
  • Independente do tempo dos sintomas
    • Profissionais de saúde
    • Pessoas que vivem com HIV/AIDS
    • Pesoas em situação de rua
    • Povos indigenas
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22
Q

Qual é o quadro clínico da tuberculose?

A

Tosse (>3 semanas) + sintomas constitucionais:

  • Febre
  • Sudorese noturna
  • Falta de apetite
  • Emagrecimento
  • Hemoptise (caverna em contato com vaso pulmonar)
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23
Q

Comorbidades que são fatores de risco para tuberculose:

A
  • Diabetes mellitus
  • Infecção pelo HIV
  • Neoplasias
  • Etilismo
  • Usuários de corticoide
    • Sistemico e inalado.
  • Usuários de anti-TNF alfa: Dificultam a formação do granuloma ou conteção do granuloma, evitando a expulsão dos microorganismos contidos.
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24
Q

Qual exame é obrigatório para todos pacientes com suspeita de TB, seja pulmonar ou extrapulmonar?

A

Raio-x de tórax

  • Mas até 15% dos casos de TB pulmonar pode ter raios-x normais = principalmente em imunodeprimidos
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25
**Quais são os lobos pulmonares mais acometidos pela tuberculose?**
**Lobos superiores** ou inferiores (onde há maior concentração de O2).
26
**Quais são as principais características da TB miliar?**
* Caracterizada por opacidades reticulo-micronodulares difusas decorrentes da disseminação hematogênica do M. tuberculosis pelo parenquima pulmonar e representa acometimento do interstício pulmonar, indicando doença disseminada. * Pode estar associada a TB em SNC * Mais frequente em imunossuprimidos * Forma muito grave, porém com baixa posisitividade em teste do escarro * Necessário avaliar internação.
27
Como confirmar o diagnóstico de TB?
**Baciloscopia (BAAR) e Teste rápido molecular (TRM-TB):** * **BAAR:** * diagnóstico de casos novos e _retratamento_ * _Controle do tratamento da TB_ * Simples * Existe há mais de 100 anos * **TRM-TB:** * Diagnóstico de casos novos * Diagnóstico de resistência à rifampicina * _Detecta DNA do M. tuberculosis:_ * _Então só faz diagnóstico quando o bacilo está morto com a liberação do seu DNA_ * Tempo de execução: 2 horas no laboratório * Rendimento superior ao BAAR
28
**VERDADEIRO ou FALSO:** **O PPD não serve para o diagnóstico de Tuberculose.**
VERDADEIRO: O PPD só serve para informar se já houve contato com o m. tuberculosis.
29
A baciloscopia (BAAR) ou TRM-TB de escarro está indicado para: * a) todos os sintomáticos respiratórios * b) todos que apresentem tosse independente do tempo * c) Somente para os casos com suspeita de TB pulmonar
a) todos os sintomáticos respiratórios ## Footnote **BUSCA ATIVA**
30
**Em que secreções é possível se fazer a baciloscopia?**
É a pesquisa de Bacilos álcool-ácido resistente (BAAR) em esfregaços que podem ser das seguintes amostras: * Escarro * Lavados bronquico e broncoalveolar * Urina e outros liquidos * Secreções ganglionares
31
**Quais são as vantagens da baciloscopia por BAAR em relação ao TRM-TB?**
Permite avaliar o sucesso ou falencia do tratamento é de execução rápida, fácil e de baixo custo.
32
VERDADEIRO ou FALSO: A baciloscopia é OBRIGATÓRIA na TB pulmonar porque identifica a maioria dos casos bacilíferos, que são as fontes mais importantes de transmissão da doença.
VERDADEIRO.
33
**Quando está indicada a cultura com teste de sensibilidade do m. tuberculosis?**
**Está indicada para TODOS OS CASOS com diagnóstico por meio da baciloscopia:** * Meio de cultura: Lowenstein-Jensen * Crescimento: M. tuberculosis, em torno do 28º dia de incubação
34
**Qual é o objetivo do tratamento da tuberculose?**
A terapia medicamenosa reduz a mortalidade, o período de transmissibilidade e pode ser usada para prevenir que pessoas infectadas evoluam até a doença. TUBERCULOSE TEM CURA!
35
**Qual é o objetivo da associação de medicação no tratamento da TB?**
Proteção cruzada para evitar a resistência bacilar
36
**Qual é o objetivo do tratamento da TB em regime prolongado e bifásico?**
* Fase de ataque: * Redução da população bacilar * Fase de manutenção: * Eliminação de persistentes (cepas que ficam dentro do macrófago)
37
**Qual é o esquema de tratamento indicado para todas as formas de TB pulmonar e extrapulmonar (com exceção da forma meningoencefálica)?**
* R = rifampicina * H = Isoniazida * Z = Pirazinamida * E = Etambutol **2RHZE/4RH:** * **2 primeiros meses:** * R = rifampicina * H = Isoniazida * Z = Pirazinamida * E = Etambutol * **4 meses conseguintes:** * R = rifampicina * H = Isoniazida
38
**Qual é o esquema de tratamento para a em forma de meningoencefalite (forma mais grave de TB)?**
**2RHZE/10RH:** * **2 primeiros meses:** * R = rifampicina * H = Isoniazida * Z = Pirazinamida * E = Etambutol * **10 meses conseguintes:** * R = rifampicina * H = Isoniazida
39
**Quais são as doses dos medicamentos utilizados no tratamento da TB?**
40
**Como é feito o tratamento dos casos novos ou retratamento de TB em adultos?**
* 6 meses de tratamento
41
**Quais são as reações adversas ao tratamento da TB?**
* **A maioria dos pacientes completa o tratamento sem qualquer reação adversa relevante** * As reações adversas **menores** varia de 5% a 26% * Nesses casos não há necessidade de interrupção ou substituição do Esquema Básico * **Isoniazida:** * **Neuropatia periféria = piridoxina (vit. B6)** * Rifampicina: * Urina avermelhada * Pirazinamida: * Hiperuricemia * Estreptomicina (usada em TB multiresistente): * Ototoxicidade, nefrotoxicidade * Etambutol: * Alterações visuais
42
**Em relação à hepatotoxicidade relacionada ao tratamento da TB, quando devemos suspender e retomar as medicações?**
* **Suspender até redução de transaminases (até 2xLSN)** * Reintrodução progressiva dos fármacos, a cada semana: * **R/E** - I-P (depois de 1 semana)
43
**Quais são os fatores de risco para a ocorrência de reações adversas maiores?**
* Idade (a partir da quarta década) * Dependência química ao álcool (ingestão diária \> 80g) * Desnutrição * Perda de mais de 15% do peso * História de doença hepática prévia * Coinfecção pelo virus HIV
44
**Como é feito a rotina de acompanhamento (follow-up) do paciente com TB em tratamento?**
* **Solicitar mensal/bimensal a coleta de escarro para realização de BAAR de controle** * **BAAR positivo no segundo mês sinaliza dificuldade de adesão, suspeita de resistência a drogas ou doença extensa** que pode necessitar de manutenção do tratamento até o 9º mês. Conferir a adesão e verificar o resultado da cultura e teste de sensibilidade. * **BAAR positivo persistente no 4º/5º mês pode significar falência do tratamento.** Verificar resultado de cultura e TSA, e encaminhar paciente para avaliação da referência secundária.
45
**Quais são as características da infecção latente da tuberculose (ILTB)?**
A ILTB ocorre quando uma pessoa está infectada pelo bacilo que permanece viável sem causar doença no organismo: * As pessoas infectadas, em geral, permanecem saudáveis por muitos anos com imunidade variável à doença. * O tratamento da ILTB NÂO induz resistência. O risco de induzir resistência só existe se a TB ativa não foi afastada: * _O tratamento da ILTB reduz em 90% o risco de desenvolver TB doença._
46
**Sempre que for tratar a infecção por tuberculose latente é necessário descartar a tuberculose ativa. Como é descartada o diagnóstico de TB ativa nesses casos?**
* Exame bacteriológico (BAAR ou TRM-TB) + raio-x de tórax **em sintomáticos** * Raio-x de tórax **em assintomáticos**
47
**Fluxograma da investigação de TB latente e ativa e indicações de tratamento:**
48
**A partir de quantos milímetros considera-se um teste de PPD como positivo em adultos, isto é, que paciente ja teve contato com o bacilo da tuberculose?**
\> 5mm Em crianças é de \> 10mm
49
Como é feito o tratamento da ILTB?
Com monoterapia com Isonizadia por 9 meses, ou se hepatopata ou acima de 50 anos usa-se a Rifampicina por 4 meses:
50
Que tipo de precaução deve-se ter com paciente com TB ativa, em ambiente hospitalar?
São recomendadas as precauções para aerossóis no ambiente hospitalar, que também são válidas para varicela e sarampo.
51
Quais as recomendações da OMS para que a cadeia de transmissão da TB seja quebrada?
Percentual de cura de 85%, pelo menos, e abandonos menores do que 5%.
52
O que é o complexo de Ranke?
Adenopatia + nódulo de Gohn
53
O que é principalmente visto na histopatologia da TB?
Presença de granuloma com necrose caseosa. As lesões podem ser proliferativas, exsudativas ou mistas.
54
O que é PPD?
Identifica os indivíduos infectados pelo bacilo de Koch, seja “infecção latente” (ILTB) ou “infecção-doença” (TB). A PT é empregada na prática para o diagnóstico de infecção latente (ILTB) em adultos, e ILTB/infecção ativa em crianças. Pessoas infectadas pelo BK desenvolvem, após 2-10 semanas, uma memória imunológica pela seleção de linfócitos T helper (CD4+) específicos contra o BK. A partir desse momento, ao injetarmos o PPD na derme do paciente, surge uma lesão indurada e eritematosa cerca de 48-72h após a injeção O que aconteceu? Os linfócitos T helper específicos contra o BK determinaram uma reação tipo IV (hipersensibilidade tardia) naquele local. A prova tuberculínica é feita com a administração intradérmica de 2 UT (“Unidades Tuberculínicas”) no 1/3 médio da face anterior do antebraço esquerdo, equivalente a 0,1 ml da solução padrão utilizada no Brasil (PPD-RT 23). A leitura é feita 48-72h após (podendo estender o prazo até 96h, caso o paciente não compareça na data marcada) medindo-se o tamanho da induração, e não do eritema
55
O que se acha no líquido pleural da TB pleural?
* Exsudato linfocítico * ADA > 40 U/L * BAAR + em <5% * Cultura + em < 15% * Mesoteliócitos < 5% OBS: Pode dar falso-positivo em situações de linfoma, AR, LES e empiema. Em adultos jovens, caso observe-se ADA > 40 e exsudato linfocítico, se pensa mais em TB. Porém, num idoso, pode-se também pensar em linfoma.
56
O que é o IGRA?
Método utilizado, principalmente em assintomáticos e que avalia a presença de IFN-gama que é produzida no sangue de pessoas já expostas previamente ao BK. Ele não tem reatividade com a bcg nem com outras micobactérias, pois utiliza sequências antigênicas específicas do M. tuberculosis. Logo, quando há essa presença de IFN-gama em determinadas quantidades se diz que o IGRA é positivo. Já o PPD ainda pode sofrer influência da BCG.
57
A tuberculose é uma doença de _____ (alta/baixa) infectividade e _____ (alta/baixa) patogenicidade.
Alta; baixa. (a maioria dos portadores não adoece)
58
Tuberculose pulmonar Tipo de granuloma?
Caseoso. (debris celulares e áreas de necrose esbranquiçada)
59
Tuberculose pulmonar Conduta após diagnóstico?
Notificar (casos confirmados) e encaminhar para seguimento em UBS.
60
Tuberculose pulmonar primária Características?
“Pneumonia arrastada”; Infiltrado persistente (> 2 semanas); Adenopatia hilar unilateral; Paucibacilífera (não elimina bacilos).
61
Tuberculose pulmonar primária Complicação mais comum?
TB miliar.
62
Tuberculose miliar Fatores de risco?
* < 2 anos; * Imunodeprimidos; * Não-vacinados.
63
Na tuberculose pulmonar pós-primária, quais os locais dos pulmões mais acometidos?
1. Lobos superiores: segmento apical (1) e posterior (2); 2. Lobo inferior: segmento superior (6) - lesões cavitárias / regiões mais oxigenadas.
64
Complicações da TB pós-primária?
* Bronquiectasias; * Fibrose; * Bola fúngica.
65
Sinal de Monod
Bola fúngica (aspergiloma) no interior de uma bronquiectasia.
66
Na tuberculose pulmonar pós-primária, qual a complicação oportunista da forma cavitária?
Bola fúngica (aspergiloma). (ocupa a cavidade existente no pulmão)
67
Objetivos do TRM-TB (teste rápido molecular)?
Critério clínico-epidemiológico OU critério laboratorial (microbiológico). 1. Clínico-epidemiológico: Tosse > 3 semanas e/ou febre vespertina + sudorese noturna + perda ponderal + inapetência E radiografia de tórax fortemente sugestiva. 2. Teste rápido molecular (TRM-TB/GeneXpert®) - preferencial OU baciloscopia (BAAR) + cultura ( as duas concomitantemente).
68
Tuberculose pulmonar Objetivos do TRM-TB (teste rápido molecular)?
Procura genes do bacilo e avalia resistência à rifampicina.
69
Tuberculose pulmonar Sensibilidade do TRM-TB (teste rápido molecular)?
>90%.
70
Para diagnóstico de tuberculose pulmonar, pode-se realizar o BAAR (baciloscopia), coletando no mínimo 3 amostras em dias diferentes.
Falso, dois dias diferentes.
71
Sensibilidade do BAAR (baciloscopia)?
60%.
72
Características da cultura?
* Feita nos casos duvidosos/resistência; * Sempre deve ser realizada em indivíduos vulneráveis (índios, HIV, presos); * Entrega perfil completo de resistência; * Demora para entregar o resultado.
73
Se houver clínica e radiografia compatíveis com TB pulmonar, o tratamento pode ser iniciado mesmo que o escarro seja negativo.
Verdadeiro.
74
Exame complementar ao diagnóstico em < 10 anos?
Lavado gástrico.
75
Na tuberculose pulmonar, além do lavado gástrico, qual o outro método diagnóstico em crianças?
Sistema de pontuação (“CHILD”). (tratar se > 30 pts). 1. **C**ontato nos últimos 2 anos - 10 pts; 2. **H**istória (PNM arrastada > 2 sem) - 15 pts; 3. **I**magem (radiografia compatível) - 15 pts; 4. **L**atente (PPD > 10 mm) - 10 pts; 5. **D**esnutrição (peso < p10) - 5 pts. (apenas história e radiografia já autorizam o tratamento - > 30 pts)
76
Tuberculose extrapulmonar Forma mais comum no Brasil? E no paciente HIV?
Brasil: TB pleural. HIV: TB ganglionar.
77
Tuberculose pleural Quadro clínico-epidemiológico?
Jovem; Febre; Adinamia; Emagrecimento; Dor torácica.
78
Tuberculose pleural Exames diagnósticos?
* Biópsia pleural (padrão-ouro / até 90%); * Cultura do líquido pleural (40-60%); * Teste molecular (30-50%); * Baciloscopia do líquido pleural (< 5%).
79
Tuberculose pleural Valor normal do ADA no líquido pleural?
< 40 U/l. (maior que isso é sugestivo de TB)
80
Tuberculose meníngea Grupos suscetíveis?
Não-vacinados e imunodeprimidos.
81
Tuberculose meníngea Clínica?
Subaguda e/ou alterações de pares cranianos.
82
Tuberculose meníngea Pares cranianos mais acometidos?
NC II (óptico); NC III (oculomotor); NC IV (troclear).
83
Tuberculose meníngea Achados no LCR?
* Linfomonocitário; * ↑Proteínas; * ↓Glicose.
84
Tuberculose meníngea Achado à TC?
Hidrocefalia.
85
Tuberculose meníngea Diagnóstico?
Cultura (escolha → 50-80% de sensibilidade); Teste molecular (30-80%); Baciloscopia (15%).
86
Tuberculose pulmonar/extrapulmonar Indicação tratamento padrão?
Caso novo ou retratamento. Retratamento: * > 30 dias de tratamento antes de abandonar; * Recorrência após tratamento completo. (no retratamento é obrigatório cultura para avaliar sensibilidade)
87
Na tuberculose pulmonar/extrapulmonar, qual o tratamento padrão em crianças < 10 anos?
RIP. Não se faz Etambutol.
88
Por que se exclui o etambutol ao tratamento padrão em crianças com tuberculose pulmonar/extrapulmonar?
Risco de neurite óptica. “EtambutOLHO” A criança pode não reconhecer o efeito colateral em curso, com consequente cegueira.
89
Na tuberculose pulmonar/extrapulmonar, qual o tratamento, se meníngea ou osteoarticular?
RIPE por 12 meses: 2 RIPE + 10 RI; Corticoide nas 4-8 semanas iniciais (meníngea).
90
Tuberculose pulmonar/extrapulmonar Seguimento?
BAAR mensal durante todo tratamento. (no mínimo no 2°, 4° e 6° mês)
91
Tuberculose pulmonar/extrapulmonar Falência pós-tratamento?
BAAR: * (+) ao final do tratamento; * (+2/+3) ao final do 4º mês; * (-) que volta a ser (+) e se mantém (+) por 2 meses consecutivos.
92
Tuberculose pulmonar/extrapulmonar Conduta, se falência terapêutica?
CLEPT, por 18 meses ou até sair cultura. Cultura + tratamento por sensibilidade (multirresistência): **C**apreomicina; **L**evofloxacino; **E**tambutol; **P**irazinamida; **T**erizidona.
93
Principal efeito colateral observado com os fármacos antituberculínicos?
Intolerância gástrica.
94
Principal efeito colateral do etambutol?
Neurite óptica. “EtambutOLHO”
95
Principal efeito colateral da isoniazida?
Neuropatia periférica (formigamento/dor). “IsoNEURAzida” → repor B6 (piridoxina) 50 mg/dia
96
Efeitos colaterais da pirazinamida?
Hepatotoxicidade; Hiperuricemia; Rabdomiólise.
97
Efeitos colaterais da rifampicina?
* Reações adversas “gripais” (“RifamPISCINA)”; * Suor laranja; * Nefrite (“RIMfampicina”).
98
Deficiência de piridoxina (B6) + neuropatia + síndrome lúpus-like é observada com o uso de…
Isoniazida
99
Lesões renais e auditivas são reações adversas observadas com o uso de…
Estreptomicina
100
Hepatotoxicidade é observado com o uso de…
1. Rifampicina; 2. Isoniazida; 3. Pirazinamida (é a Pior).
101
Ao suspender o uso de rifampicina, deve-se…
estender o tratamento por 12 meses.
102
Ao suspender o uso de isoniazida, deve-se…
Estender o tratamento por 9 meses.
103
Esquema de tratamento para gestantes com tuberculose pulmonar/extrapulmonar?
RIPE + piridoxina (B6). (↓convulsão neonatal pela isoniazida)
104
Tuberculose pulmonar/extrapulmonar Recomendação de tratamento no HIV?
Iniciar RIPE 2-8 semanas antes da iniciar TARV.
105
Na tuberculose pulmonar/extrapulmonar, quais os achados de lesão hepática ao uso de RIPE? (3)
* TGO/TGP > 5x + sem sintomas; * TGO/TGP > 3x + com sintomas; * Icterícia.
106
Na tuberculose pulmonar/extrapulmonar, qual a conduta se uso de RIPE + lesão hepática?
Na tuberculose pulmonar/extrapulmonar, qual a conduta se uso de RIPE + lesão hepática?
107
Na tuberculose pulmonar/extrapulmonar, qual a conduta se ausência de melhora da lesão hepática após reintrodução RE+I+P ou desenvolvimento de cirrose?
Esquema CEL. “Capreomicina + Etambutol + Levofloxacino”
108
Na tuberculose pulmonar/extrapulmonar, o paciente deixa de ser bacilífero após quantos dias de tratamento?
15 dias.
109
Na tuberculose pulmonar/extrapulmonar, qual a recomendação para contactantes sintomáticos?
BAAR + Radiografia
110
Na tuberculose pulmonar/extrapulmonar, qual a recomendação para contactantes assintomáticos?
Investigar TB latente com PPD ou IGRA. (± radiografia de tórax, segundo o MS)
111
Tuberculose pulmonar/extrapulmonar Objetivo da prova tuberculínica?
Estimar risco de ter a doença.