Sífilis Flashcards

1
Q

Agente etiológico

A

Bactéria espiroqueta da espécie Treponema pallidum.

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2
Q

Transmissão

A
  • Sexual ( mais comum) ; Além disso, o contato íntimo com lesões ativas como o cancro duro e o condiloma plano podem causar.
  • Vertical (transplacentária ou durante o parto)
  • Transplante (raro)
  • Hemotransfusões e agulhas contaminadas (raro)
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3
Q

Doença de notificação compulsória?

A

Sim

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4
Q

Epidemiologia

A
  • Doença mais comum em populações sexualmente ativas, principalmente em HSH.
  • Doença de notificação compulsória
  • Não existe vacina
  • Aumento com o uso de party drugs, encarceramento.
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5
Q

Período de incubação

A

Em média 21 dias (variando de 10-90)

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6
Q

Classificação

A

Tem relação com com as manifestações clínicas (podendo ser primária, secundária ou terciária - também chamada de tardia) e com o tempo de evolução ( recente se for < 1 ano e tardia se > 1 ano).
Além disso, existem as fases de latência que podem ser recente ( < 1 ano) ou tardia ( > 1 ano). Essa fase latente é geralmente assintomática, sem alterações clínicorradiológicas, podendo ser notada apenas por testes imunológicos.

Logo, temos:

  • Sifílis adquirida recente: Pode ser primária, secundária ou latente recente
  • Sifílis adquirida tardia: Pode ser latente tardia ou terciária.
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7
Q

Lesão da sífilis inicial

A

Pápula indolor no local da inoculação, que se rompe e forma uma úlcera de base limpa, o cancro duro, com margens elevadas e endurecidas.
Persiste por duas a seis semanas e desaparece espontaneamente caso não tratada, não deixando cicatriz ou deixando cicatriz atrófica.

Em homens: Ocorre mais comumente no sulco balanoprepucial e na glande.
Em mulheres: Ocorre mais em pequenos lábios, perianal, anal, mucosa vaginal.

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8
Q

Quais os locais mais comuns do cancro duro no homem e na mulher?

A
  • Em homens: Ocorre mais comumente no sulco balanoprepucial e na glande.
  • Em mulheres: Ocorre mais em pequenos lábios, perianal, anal, mucosa vaginal.
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9
Q

Lesão típica da sífilis primária

A

A lesão característica é o cancro duro -> lesão erosada ou ulcerada, geralmente única,
indolor, com bordos endurecidos, fundo liso, brilhante e secreção serosa escassa. É acompanhado de adenopatia regional não
supurativa, móvel, indolor e múltipla.

Ocasionalmente infecções secundárias causam lesão dolorosa. Pode ocorrer mais de uma lesão.

Pode ter lesão em boca também.

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10
Q

Adenopatia da manifestação primária

A

Satélite; Unilateral ou bilateral.
Linfonodos móveis, discretos e fibroelásticos.

Se o cancro ocorrer no colo uterino ou no reto os linfonodos regionais não são palpáveis.

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11
Q

Estágio secundário da sífilis

A

Geralmente, ocorre de 2-8 semanas após o surgimento do cancro duro.
Febre baixa, mal estar, cefaleia, faringite (transmissível), linfadenopatia generalizada e erupção mucocutânea. Pode ocorrer o envolvimento de órgãos viscerais.
Enquanto o cancro primário está cicatrizando ou meses após o desaparecimento.
Lesões secundárias também desaparecem em duas a seis semanas e infecção se torna latente.

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12
Q

Os sinais e sintomas da sífilis secundária geralmente se desenvolvem após…

A

2 e 8 semanas do cancro primário.

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13
Q

Sinais e sintomas da sífilis secundária

A

Mal-estar, febre, cefaleia, odinofagia, faringite, linfadenopatia generalizada, lesões cutâneas polimórficas e arredondadas (roséolas sifilíticas), acontecendo mais em tronco e extremidades distais. A presença dessas lesões em palmas e planta dos pés também é bem sugestiva de sífilis.
Pode ocorrer alopecia areata e madarose distal.

Algumas pessoas não chegam com histórico de lesão primária.

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14
Q

Características das lesões cutâneas

A

Disseminadas, de distribuição simétrica e frequentemente róseas, acobreadas ou vermelho-escuras.
Minimamente sintomáticas
Em geral não pruriginosas e apresentam descamação superficial.
Tronco -> Extremidades proximais
Face geralmente poupada, exceto ao redor da boca, bastante acentuada na palma das mãos e planta dos pés

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15
Q

O que é a placa mucosa da sífilis secundária?

A

Área ligeiramente elevada, oval, recoberta por uma membrana branco-acinzentada que, quando retirada, revela uma base rósea que não sangra.
Pode estar na: boca, língua, genitália e são altamente infectantes.
Acomete 30% dos pacientes com sífilis secundária.

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16
Q

Sífilis recidivante

A

20 a 30% dos pacientes tem recorrências cutâneas que são infectantes.

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17
Q

Sífilis latente

A

Estágio no qual não há sinais ou sintomas clínicos e o LCR está normal.
Começa após a resolução do primeiro episódio de sífilis secundária e pode durar a vida toda.

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18
Q

Latência precoce

A

Primeiro ano após resolução das lesões primárias ou secundárias.

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19
Q

Latência tardia

A

Após um ano da resolução das lesões primárias ou secundárias.

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20
Q

Maioria de casos de sífilis latente são…

A

De duração indeterminada

Deve ser tratada como sífilis latente tardia

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21
Q

Características sífilis tardia

A

É a progressão de uma doença não tratada ou tratada inadequadamente.
Lentamente progressiva, porém a maioria dos casos pode ser assintomática.
Não é contagiosa por contato sexual (pode ser transmitida verticalmente)
Acomete principalmente sistema cardiovascular e SNC, pode também ser benigna (gomatosa).
Pode acometer qualquer órgão.

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22
Q

Gomas sifilíticas

A

Início como um nódulo superficial, evolui para úlceras penetrantes, geralmente de progressão lenta e endurecidas
Podem acometer órgãos viscerais profundos
Histologicamente -> granulomas
Respondem bem a penicilina

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23
Q

Principais complicações cardiovasculares da sífilis

A

Insuficiência aórtica

Aneurisma da aorta (geralmente ascendente)

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24
Q

Causa das complicações cardiovasculares da sífilis

A

Endarterite obliterante da vasa vasorum com dano à íntima e média dos grandes vasos

25
Quantos anos após a infecção inicial a sífilis cardiovascular costuma se manifestar?
5 a 10, mas pode não se manifestar até 30 anos mais tarde
26
A sífilis congênita pode causar alterações cardiovasculares?
Não! Fenômeno inexplicado.
27
5 grupos de neurossífilis
``` Assintomática Meningite sifilítica Sífilis meningovascular Tabes dorsalis Paresia geral ```
28
Momento de início da neurossífilis
Assintomática - a qualquer momento ( mais comum) Meningite sifilítica - mais comum durante a fase secundária, no primeiro ano da doença As três outras formas: Sífilis meningovascular: Se assemelha a um infarto. Tabes dorsalis: Pode ocasionar incontinência urinária/fecal, parestesias, distúrbios de propriocepção, perda de sensibilidade dolorosa e térmica. Paresia geral - são mais comuns na sífilis tardia.
29
História natural da sífilis
``` Lesões por abrasão (sexo) Erosão e exultação local Imunocomplexos podem se depositar em qualquer órgão Disseminação linfática Disseminação hematogenica ```
30
Manifestações sífilis tardia (Terciária)
Lesões cutâneo-mucosas (tubérculos ou gomas) Neurológicas (tabes dorsalis, demência) Cardiovasculares (aneurisma aórtico) Articulares (artropatia de Charcot)
31
Tratamento sífilis primária, secundária e latente recente
Penicilina G benzatina, 2.400.000 UI IM DU 1/2 em cada glúteo – alternativa: doxiciclina, 100 mg, VO, 2 vezes ao dia, por 15 dias (exceto para gestantes)
32
Tratamento sífilis latente tardia ou indeterminada e sífilis terciária
Penicilina G benzatina, 2.400.000 UI IM (1.200.000 em cada glúteo), semanal, por 3 semanas. Dose total 7.200.000 UI – alternativa: doxiciclina, 100 mg, VO, 2 vezes ao dia, por 30 dias (exceto para gestantes).
33
Tratamento neurosífilis e da sífilis cardiovascular
Penicilina cristalina 18.000.000 a 24.000.000 UI/d IV. OBS: Pode-se também usar a ceftriaxona, 2 g/dia, IV, por 10-14 dias. | administrada em doses de 3.000.000 a 4.000.000 a cada 4 horas ou por infusão contínua, por 14 dias.
34
Diagnóstico diferencial sífilis primária
``` Lesões de herpes-simples genital Cancro mole Lesão inicial de linfogranuloma Donovanose Leishmaniose tegumentar americana Síndrome de Behçet ```
35
Diagnóstico diferencial sífilis secundária
``` Exantemas por drogas e por infecções virais (rubéola e sarampo) Pitiríase rósea de Gilbert Formas de psoríase e líquen plano Linfomas Hanseníase Sarcoidose Líquen plano oral Leucoplasias Condiloma acuminado Alopecia areata/tricotilomania ```
36
VDRL + e FTA-BS +
Sífilis ativa, latente ou tardia
37
VDRL + e FTA-BS -
Improvável que seja sífilis
38
VDRL - e FTA-BS +
Sífilis primária ou tratada
39
VDRL - e FTA-BS -
Provável não ter sífilis, ou muito precoce.
40
Reação de Jarisch-Herxheimer
Mal-estar, febre, cefaleia, sudorese, calafrios, ansiedade, ou uma exacerbação temporária das lesões sifilíticas dentro de 6 a 12 h do tratamento inicial.
41
Vigilância pós-tratamento
Exames e testes reagínicos aos 3, 6, 9 e 12 meses e anualmente, depois disso, até que se tornem não reagentes ou até que uma redução 4 vezes maior durável no título seja alcançada Para neurossífilis, punção lombar a cada 6 meses até que a celularidade esteja normal. As gestantes tratadas requerem acompanhamento sorológico quantitativo mensal durante a gestação, devendo ser novamente tratadas se não houver resposta ou se houver aumento de pelo menos 2 diluições na titulação.
42
T. Pallidum penetra através de pele...
Integra ou com abrasões
43
Placa mucosa da sífilis
Área ligeiramente elevada, recoberta por uma membrana branco acinzentada que, quando retirada revela uma base rósea que não sangra. Boca, língua, genitália Altamente infecciosa
44
Condiloma plano
Lesão na pele em forma de verruga. Na fase secundária, em áreas quentes, úmidas, como o períneo, as pápulas grandes, pálidas, de superfície achatada podem coalescer para formar o condiloma plano. Essas lesões assemelham-se ao condiloma acuminado (HPV) principalmente quando se localizam em áreas úmidas e a lesão é macerada.
45
Patologias e acometimentos pouco comuns relacionadas à sífilis
``` Hepatite Icterícia é rara, mas um nível elevado de fosfatase alcalina é comum. Periostite Uveíte Síndrome nefrótica transitória ```
46
Meningite sifilítica
Ocorre geralmente no primeiro ano, pode resultar em paralisia de pares cranianos, uni ou bilaterais, usualmente desaparece sem tratamento
47
Sífilis meningovascular
Alguns pacientes têm endarterite e inflamação perivascular suficientes para resultar em trombose cerebrovascular e infarto, que ocorre geralmente de cinco a dez anos após a infecção inicial
48
Tabes dorsalis
A tabes dorsalis ocorre mais nas colunas posteriores da medula e é causada pela degeneração dos cordões posteriores da medula, pelos quais passam os fascículos grácil e cuneiforme responsáveis por sensações como a propriocepção, vibração, estado discriminativo. O paciente terá, na tabes dorsalis, um quadro de ataxia sensorial.
49
Paresia geral
Meningoencefalite crônica Resulta na perda progressiva e gradual da função cortical. 10 a 20 anos após a infecção inicial. Sintomas inespecíficos de demência precoce: Irritabilidade, fadiga, cefaleia, amnésia e alterações de personalidade. Pode haver comprometimento da memória, perda da capacidade de julgamento, falta de discernimento, confusão e, com frequência, depressão ou exaltação do humor acentuada. Delírio, e convulsões. Também pode haver perda de outras funções corticais, incluindo paralisia ou afasia.
50
Marcha tabética
Presente na Tabes dorsalis que pode estar presente na sífilis terciária.
51
Marcha tabética
Ocorre perda das informações sensoriais dos MMII. O paciente mantém um olhar fixo no solo , elevando e abaixando os pés abrupta e pesadamente. Ocorre na neuropatia periférica sensorial. Indica perda proprioceptiva por lesão raquimedular , comum na tabes dorsalis que pode estar presente na sífilis terciária.
52
Exames para diagnóstico
* Exame de campo escuro - encontrar a espiroqueta a partir de exsudato de lesão ou biópsia (Imunofluorescência ou coloração de prata) Sorologia: Testes treponêmicos e não treponêmicos
53
Testes não treponêmicos
Detectam o anticorpo anticardiolipina, lecitina e colesterol. * VDRL e RPR ( Teste Rápido) Começa a positivar logo nas primeiras semanas pós infecção Com o passar do tempo a reatividade tende a diminuir Geralmente títulos menores que 1:8 são falsos positivos (cardiolipina não é específico de sífilis) principalmente se o FTA-ABS for negativo. Pode indicar lesões autoimunes também.
54
Testes treponêmicos
Os testes treponêmicos são mais bem-utilizados para confirmar quais indivíduos com testes não treponêmicos reagentes possuem anticorpos contra o T. pallidum Podem ser o único teste com um resultado positivo em pacientes com sífilis cardiovascular ou neurológica Permanecem muitas vezes reagentes por toda a vida, a despeito da terapia adequada
55
Análise do líquor na neurossífilis
O teste de VDRL é geralmente reagente no LCR de todas as formas de neurossífilis, exceto na tabes dorsalis, porém nessa o FTA-ABS sérico é sempre positivo. O LCR pode se apresentar com hiperproteinorraquia, hipoglicorraquia, pleocitose e aumento da fração gama na eletroforese de proteínas.
56
Quais doenças podem causar falsos-positivos?
hanseníase, malária, mononucleose, leptospirose, lúpus eritematoso sistêmico, tuberculose
57
A pessoa após se tratar tem chance de pegar de novo?
Sim
58
V OU F: Em caso de grande dúvida diagnóstica sobre a presença ou não de neurossífilis, não se deve tratar.
Falso, Sugere-se considerar o diagnóstico e tratar como tal, pelo potencial risco das complicações neurológicas em caso de não tratamento.