Raiva Flashcards
Qual o agente etiológico?
Pertence à família Rabdoviridae, ao gênero Lyssavirus e espécie Rabie virus e tem formato de projétil, sendo sensível a agentes químicos e físicos na hora de avaliar esse vírus. Além disso, tem tropismo pelo SNC. É um vírus de RNA
Qual o local de maior tropismo do vírus da raiva?
SNC
Qual a forma de transmissão da raiva?
- Mordedura
- Lambedura
- Arranhadura
Relacionados a animais que podem ser aéreos (morcegos), rurais (ovinos, bovinos), domésticos (cães e gatos) e silvestres.
OBS: Casos raros foram relatados de inalação de partícula virais eliminadas pelos morcegos. A transmissão de humano para humano também
foi documentada em alguns pacientes após transplante de córnea e de rim.
Quais os dois principais ciclos da doença e qual o mais grave?
O ciclo doméstico com cães e gatos e o aéreo com morcegos ( mais grave). A raiva tem taxa de mortalidade de praticamente 100%.
Qual a fisiopatologia da raiva?
O vírus entra por alguma solução de continuidade do corpo ( seja em mucosa ou pele), se replica nos músculos, atinge neurônios e segue pela bainha de mielina de forma lenta até o SNC (fluxo retrógrado), tendo incubação de 6 dias até 1 anos (média de 45 dias). Ocorre um processo inflamatório e degeneração axonal maciça. O vírus pode se dirigir e ficar nas glândulas salivares na forma da doença da raiva propriamente dita.
O vírus rábico se dissemina de maneira centrífuga pelos nervos periféricos e autônomos,
alcançando medula adrenal, rins, pulmões, fígado, músculos esqueléticos, pele, coração e glândulas salivares.
Qual o período de incubação?
6 dias até um ano ( média de 45 dias). Pode chegar até um ano por conta desse transporte axonal lento.
Qual a epidemiologia da raiva?
- Doença de alta letalidade
- Diversos animais envolvidos (ciclo silvestre, doméstico, aéreo e rural).
- Se pacientes sobrevivem, as sequelas neurológicas são irreversíveis e muito graves.
- O principal envolvido em casos de raiva é o morcego.
- A questão da vacinação de cães e gatos têm diminuído os casos domésticos.
- Mais comum no Nordeste.
- Notificação compulsória.
Qual o quadro clínico na raiva?
Período prodrômico: Sintomas não tão específicos (cefaleia, mal estar, naúseas, dor de garganta, sensações parestésicas e fasciculações no local da mordida).
Fase neural aguda: Dividida em duas fases: furiosa mais por conta de canídeos) e paralítica (mais por conta de morcegos).
* Furiosa: ansiedade grave, excitação e agitação
psicomotora. Convulsões generalizadas, meningismo e espasmos musculares involuntários.
Em metade dos enfermos, é possível observar espasmos da musculatura da orofaringe, da laringe e diafragmática, geralmente incitadas por tentativas de ingestão de água, ou raramente, pela simples visão dela, caracterizando a hidrofobia.
Paralítica: Pode ocorrer isolada ou após a fase furiosa. Na região da mordedura ocorre, com
alguma frequência, parestesia, dor e prurido, contexto clínico que evolui para paralisia muscular flácida precoce, febre. Pode confundir com Guillain-Barré.
Nas duas fases, ocorrem sinais disautonômicos.
Excitação intensa, convulsões, aerofobia, hidrofobia, Paralisias progressivas
Qual a definição de quadro suspeito?
Paciente com quadro sugestivo de encefalite ou com parestesia, paresia ou paralisia e que tenha antecedentes ou não de exposição à raiva. Em geral, a parestesia e a paralisia começam no local da agressão. Deve-se considerar mesmo os que não tenham histórico de agravo com qualquer tipo de animal, seu organismo ou suas secreções.
Como é feito o diagnóstico?
Imunofluorescência direta:
* Com decalques de células da córnea
* Biópsia de pele do couro cabeludo da região occipital, pois nessa região os folículos pilosos são bastante inervados.
* Saliva
* LCR
Pode ser feito também o PCR.
O achado hispotalógico mais comum é a presença de córpusculos de Negri ( Inclusões citoplasmáticas eosinofílicas). Ausentes em 20%.
Qual o achado histopatológico mais comum na raiva?
O achado hispotalógico mais comum é a presença de córpusculos de Negri ( Inclusões citoplasmáticas eosinofílicas). Ausentes em 20%.
Quais os fatores que são observados para a profilaxia de casos de raiva?
- Gravidade do caso: Leve ou grave
- Animal envolvido.
Caso leve: Ferimentos superficiais, pouco extensos, geralmente únicos, em tronco e membros (exceto mãos e polpas digitais e planta dos pés que são locais altamente inervados, levando a um caminho menor a ser percorrido). Pode ser por mordeduras ou arranhaduras.
Grave: Ferimentos em face, cabeça, pescoço, mãos , polpas digitais e/ou planta do pé. Além disso, ferimentos profundos, múltiplos, extensos em qualquer parte do corpo. Lambedura de mucosas, lambedura de pele aonde existe lesão grave, ferimento profundo por unha de animal.
Casos de morcego sempre serão graves (lambedura de mucosa e lesões mesmo que superficiais). Além disso, animais silvestres sempre serão também.
Quais as vias de aplicação da vacina profilática?
- Intramuscular: Vasto lateral profundo em menores de dois anos e deltoide para maiores, sendo que a aplicação é de 0,5 mL nessas regiões no D0, D3, D7 e D14.
- Intradérmica
OBS: Recomenda-se aplicar no mesmo lugar da primeira aplicação todas as doses seguintes.
Quais os métodos de profilaxia pós-exposição?
- Vacina: D0,D3,D7 e D14.
- Soro (SAR): Dose de 40 UI/kg ( aplica-se na porta de entrada da lesão). Deve ser infiltrado na lesão e caso a região anatômica permita a introdução de todo o volume do soro, a quantidade restante, a menor possível, deve ser aplicada por via intramuscular, preferencialmente em regiões sem muito tecido adiposo e em áreas díspares em relação à administração da vacina. É heterólogo. O soro só não é indicado para pacientes que relatem tratamento anterior.]
- Imunoglobulina (IGHAR): Dose de 20 UI/kg (Aplica-se na porta de entrada da lesão). tem sua principal indicação quando há reações anafiláticas à administração do soro heterólogo, sendo indicada na dose de 20 UI/kg. Não há risco de transmissão de moléstias infecciosas, incluindo o vírus da imunodeficiência humana – HIV.
OBS: Antes do uso do soro, pode-se fazer uso de anti-histamínicos e/ou corticoesteroides por conta da chance de reação alérgica.
Como é feita a profilaxia pré-exposição?
- Feita em profissionais veterinários e pessoas em contato com animais constantemente e que se sujeitem ao risco de lesões. Ela é feita com a vacina no D0, D7 e D28 e deve-se dosar os títulos e realizar reforços. Nos casos de reexposição ao vírus rábico, duas doses serão aplicadas, nos dias
0 e 3, exceto nos enfermos que finalizaram o esquema de vacinação num intervalo menor que 90 dias.