Paracoccidioidomicose Flashcards
Agente etiológico da Paracoccidioidomicose
Paracoccidioides braziliensis. Presente em regiões rurais.
Epidemiologia da Paracoccidioidomicose
- Muito presente na América do Sul, principalmente em regiões rurais do Brasil.
- Mais comum entre os 40-60 anos, com 14:1 no sexo masculino e relacionado com atividades agrícolas. Essa prevalência maior em homens se deve à presença de receptores de estrógenos nas formas infectantes, que atuam inibindo a transformação desses em leveduras. Depois do climatério as proporções vão ficando mais iguais.
Qual a fisiopatologia?
- Inalação
- Formação de Granuloma e adenopatia
- Disseminação hematogênica
OBS: A doença pode ficar na forma latente e reativar no futuro.
Qual a forma de transmissão?
Inalação do fungo em atividades agrícolas. Não há passagem interpessoal.
A forma aguda atinge mais qual população?
Pré-púberes, em proporção igual de sexo.
Quais as formas clínicas da paracoccidioidomicose?
- Juvenil (aguda/subaguda): Adolescentes.
- Crônica: 30-60 anos
Qual o quadro clínico da paracoccidioidomicose juvenil?
Vai até os 30 anos. Geralmente, ocorre em adolescentes por conta de resposta autoimune ainda não tão bem maturada.
* Juvenil: Adenomegalia (pode ter fistulização) generalizada, hepatoesplenomegalia, febre, adinamia, perda de peso.
- Adenopatia interna com massas palpáveis abdominais. Pode promover icterícia por conta da adenopatia acometer o hilo hepático. Pode dificultar a drenagem linfática do intestino, provocando enteropatia perdedora de proteínas (hipoalbuminemia e anasarca) e ascite quilosa.
- -Envolvimento de adrenais: Hiperpigmentação, anorexia, sintomas gastrointestinais, hipotensão, hipoglicemias e distúrbios hidroeletrolíticos.
- Osteomielite pode ser comum e envolvimento osteoarticular.
OBS: A adenopatia é principalmente cervical.
Qual a micose profunda mais comum do Brasil?
Paracoccidioidomicose
Quais os locais mais acometidos?
- Gânglios
- Pulmões
- Mucosa labial e bucal
- Faringe
- Traqueal
- Pele
- Fígado
- Baço
Qual o quadro clínico da paracoccidioidomicose crônica?
Principal lugar é o pulmão.
* Lesões mucosa labial, oral, traqueia, esôfago.
* Pode ter adenopatia, principalmente inguinal e cervical.
* Lesões de pele polimórficas, vegetantes, úlceras, pápulas, placas.
* SNC: Cefaleia progressivas, convulsões, déficit motor de progressão lenta.
* Pode evoluir para uma forma disseminada.
* Comprometimento de adrenal
Quais os principais diagnósticos diferenciais da forma juvenil da paracoccidioidomicose?
- TB ganglionar
- Linfoma
O que determina a evolução da infecção pelo paracoco para a
forma aguda ou crônica?
A resposta imune mais eficaz no controle do paracoco é aquela
mediada pelos linfócitos Th-1, com secreção de IFN-gama, IL-2 e IL12, citocinas importantes na ativação de macrófagos e formação de granulomas. Com isso, a infecção é contida, e o paciente se torna
um portador crônico não doente do paracoco…
…Todavia, alguns pacientes, por motivos constitucionais ou outras
condições relacionadas à redução da imunidade celular (alcoolismo,
desnutrição), apresentam uma resposta imune predominantemente
do tipo Th2, com altos níveis circulantes de IL-4, IL-5 (que induzem eosinofilia) e IL-10 (que inibe a ativação de macrófagos e a
formação de granulomas). Se este perfil for encontrado já no
momento da infecção, teremos a forma aguda; se este perfil se
desenvolver após um longo período de infecção controlada, haverá reativação da paracoccidioidomicose, resultando em sua forma crônica.
Como é feito o diagnóstico?
- Pesquisa direta do fungo
- Cultura: Aspirado linfonodal, escarro ou raspado de lesões cutâneas. Se negativos, pode-se fazer histológico.
- Sorologia: Alta especificidade e sensibilidade ( ELISA). Além disso, serve para controle de cura. Como alguns pacientes podem manter baixos títulos de anticorpos circulantes mesmo após a cura, é interessante confirmar o diagnóstico através da
demonstração direta do fungo, diante da positividade de uma
sorologia. Também pode-se usar imunodifusão (mais comum), imunoblot. - Radiografia de tórax: Principalmente na forma crônica, em que há acometimento pulmonar.
O que é visto no exame de sangue da paracoccioidomicose?
O exame de sangue inespecífico apresenta poucas alterações, em geral compatíveis com “doença crônica”, como anemia e aumento do VHS.
Eosinofilia costuma estar presente nas formas agudas, e monocitose
pode ser encontrada nas formas crônicas
O que é visto na radiografia?
A doença cursa caracteristicamente com infiltrado
pulmonar bilateral simétrico peri-hilar, acometendo predominantemente os terços médios.
* Cavitário, com pequenas cavitações irregulares e confluentes
* Alveolar, de distribuição simétrica peri-hilar (“asa de morcego”);
* Infiltrado micronodular: com nódulos de diferentes tamanhos, ao contrário da tuberculose miliar e da histoplasmose miliar.