TRM Flashcards
Qual região da coluna é mais acometida por fratura?
A cervical (55%), com 15% todas as outras porções.
Qual a frequência de outras fraturas concomitantes com a cervical?
Cerca de 10%.
Quando os sintomas do TRM podem se iniciar?
A maioria irá se iniciar antes da chegada ao departamento de emergência, porém cerca de 5% irá se iniciar após, o que pode ser justificado por isquemia ou progressão do edema, além da movimentação excessiva da coluna.
Quais situações permitem excluir a lesão na coluna seguramente?
O paciente sem déficit neurológico, sem dor ou hipersensibilidade no trajeot da coluna, sem outro foco doloroso ou intoxicação.
Quando a prancha rígida deve ser removida?
Uma vez terminado o transporte do paciente, a PR deve ser removida para evitar a ocorrência de úlceras de pressão.
Qual a anatomia das vértebras?
Corpo vertebral que promove sustentação. Entre 2 corpos está o disco intervertebral. Ligando eles anteriormente e posteriormente estão os ligamentos longitudinais anterior e posterior. Do corpo saem 2 pedículos que irão formar as lâminas, culminando no processo espinhoso.
Qual nível de coluna cervical promove lesão fatal?
A lesão até C3-C5, pois é a origem das fibras para inervação do n. frênico. Abaixo de C3 é mais comum ocorrer lesão medular associada a fratura pois o canal é menor, porém é menos fatal.
Até qual vértebra se extende a medula espinhal?
Cerca de L1.
Quais tratos medulares podem ser avaliados clinicamente? Como podem ser avaliados? Quais suas localizações na ME e função?
Cortico-espinal (face póstero-lateral, função motora ipsilateral): contratura muscular após estímulo doloroso.
Espino-talâmico (face anterolateral da medula; sensação dolorosa e de T° CL): estímulo com agulha.
Colunas dorsais (face póstero-medial da medula; propriocepção, vibração e toque suave ipsi): posição dos dedos ou vibração por diapasão.
Quando é dita lesão completa e incompleta da medula espinhal?
Completa quando a partir de determinado nível ele não apresenta função sensitiva ou motora. A incompleta é aquela em que permanece um certo grau de função sensitiva ou motora.
Quais níveis medulares inervam dermátomos chaves para a avaliação da lesão medular?
C5: deltoide.
C6: 1° QD.
C7: 3° QD.
C8: 5° QD.
T4: mamilo.
T8: ap. xifoide.
T12: sínfise púbica.
L4: face medial da panturrilha.
L5: interdigital entre o 1° e 2° PDs.
S1: face lateral do pé.
S3: tuberosidade ísquia.
S4 e S5: região perianal.
Como a força muscular pode ser graduada?
0: paralisia total.
1: miofasciculações.
2: movimento ativo com eliminação da gravidade.
3: vence a gravidade mas não resistência externa.
4: vence resistência moderada.
5: normal.
Como graduar a avaliação sensorial?
0: ausente.
1: alterado (diminuição ou hipersensibilidade).
2: normal.
Como é a inervação muscular pelos nervos espinhais?
A maioria dos músculos apresenta mais de 1 raíz nervosa inervando e uma mesma raíz nervosa geralmente inerva mais de 1 músculo, no entanto, alguns grupos musculares (chaves) representam uma única raíz nervosa espinhal.
Quais grupamentos musculares devem ser testados para avaliar a lesão medular e qual nível estará lesado?
C5: bíceps.
C6: extensor do punho.
C7: tríceps.
C8: flexores dos QDs.
T1: abdutores dos QDs.
L2: flexor do quadril.
L3: extensor do joelho.
L4, L5 e S1: dorsiflexão.
L5: extensor longo dos PDs.
S1: flexão plantar.
Qual interpretação deve ser feita no paciente com NC rebaixado em questão do exame neurológico?
Presumir lesão medular em todos os pacientes, restringindo seu movimento até que a lesão seja descartada.
O que é o choque neurogênico e por que ocorre?
É a perda da vascularização simpática para os vasos e o coração, resultando em vasodilatação sistêmica e bradicardia ou FC normal inapropriadamente. Resulta da lesão medular alta (T6 para cima).
Como podem ser tratadas as alterações do choque neurogênico?
Cuidar com o excesso de volume (pode promover EAP), uso criterioso de DVA e atropina pode ser usada para reverter a bradicardia.
O que é o choque medular e por que ocorre?
É a flacidez (perda do tônus muscular) e a perda de reflexos que ocorre imediatamente após a lesão medular. Após um certo período, ocorre a espasticidade muscular.
Como determinar os níveis de lesão medular?
Nível ósseo: nível vertebral que ocorreu o dano ósseo.
Nível neurológico: segmento mais caudal da ME que tem função S e M normais em ambos os lados.
Nível sensitivo: segmento mais caudal da ME com função S normal.
Nível motor: segmento mais caudal da ME com função M de pelo menos 3.
Quais os sinais de lesão medular incompleta?
A presença de algum dos seguintes além do nível da lesão: qualquer movimento voluntário ou sensação nos MMII, preservação sacral, contração voluntária do esfíncter anal e movimento voluntário dos PDs. Os reflexos sacrais não significam preservação sacral.
Quais as principais síndromes medulares e do que elas resultam? Qual a alteração visualizada?
Síndrome central: lesão por hiperextensão em estenose do canal pré-existente (eg, queda para frente com impacto facial). A alteração é a perda desproporcionalmente maior da função motora nos MMSS do que nos MMII.
Síndrome anterior: lesão das vias motoras e sensitivas da parte anterior da medula, ocorre mais comumente por isquemia. Paraplegia e perda bilateral da sensação de dor e T°, porém com preservação das sensibilidades da coluna dorsal.
Síndrome de Brown-Sequard: hemissecção medular (geralmente por trauma penetrante). Há perda ipsilateral motora (cortico-espinal) e da posição (dorsal), associada à perda CL da dor e T° (espinotalâmico).
Quais os tipos de fraturas da coluna torácica?
Em cunha, por explosão, de Chance e fraturas-luxação.
Como é a lesão vertebral em cunha e por que ocorre?
Ocorre por sobrecarga axial, havendo encurtamento e redução do corpo vertebral.
Como é a lesão vertebral de Chance e por que ocorre?
São fraturas transversas do corpo vertebral que ocorre por hiperflexão do corpo, geralmente por uso do cinto de segurança de 2 pontas. Pode estar associada a lesões viscerais abdominais e retroperitoneais.
Como ocorre e quais as consequências da fratura na junção toracolombar (T11 a L1)?
Ocorre geralmente por hiperflexão com movimento rotacional, sendo, geralmente, INSTÁVEIS. Geralmente há disfunção vesical e intestinal (lesão no cone medular), bem como diminuição na sensação e força nos MMII.
Quais os métodos de imagem empregados para AV da coluna vertebral?
Caso TC disponível, esta deve ser realizada.
Caso indisponível: rx do occipital até T1 nas incidências lateral, AP e transoral.
Qual uma interpretação possível do paciente sem fratura ou subluxação ao exame de imagem porém que continua com dor cervical? Qual a CD?
A lesão ligamentar incompleta, podendo promover instabilidade mesmo sem fratura. A CD é uma RNM ou radiografia em flexão e extensão.
Como as fraturas/luxações vertebrais podem ser visualizadas nas radiografias?
AP: alinhamento vertical dos pedículos e distância entre os pedículos e os corpos vertebrais (geralmente aumenta na fratura instável).
Laterais: subluxação, cunha e Chance.
Como realizar o atendimento e a triagem do paciente com suspeita de lesão cervical?
Usar ferramentas de triagem (NEXUS, CCR). Caso negativos, retirar colar, palpar a coluna e, se sem dor, movimento ativo de flexão e rotação. Caso dor no pesciço, pesquisa radiográfica. Se sem alterações (próxima questão), retirar colar a realizar rx em flexão e extensão.
Quais sinais radiográficos podem evidenciar fratura/luxação?
Deformidade óssea, desalinhamento posterior do corpo vertebral, aumento da distância entre os processos espinhosos, estreitamento do canal vertebral e aumento do espaço das partes moles pré-vertebrais.
Quais pacientes com trauma de coluna devem ser transferidos?
Com fratura ou déficit neurológico.