Trauma Torácico Flashcards
O que um paciente com lesão torácica pode vir a desenvolver?
Hipoxemia (alteração na relação ventilação/perfusão por contusão pulmonar ou desequilíbrio pressórico intratorácico por pneumotórax hipertensivo), hipovolemia (hemotórax maciço) e insuficiência cardíaca (contusão miocárdica, tamponamento cardíaco).
Quais as alterações fisiológicas do trauma torácico?
Hipóxia, hipercarbia e acidose.
Quais possíveis problemas na VA causados pelo trauma torácico e por que ocorrem? Como identificar?
Obstrução da VA: sangramento, vômito, edema, laceração da laringe, deslocamento posterior da cabeça clavicular (reduzir com uma Backhaus). Pode ser identificada pelo exame físico do pescoço, ausculta (estridor), inspeção do tórax (esforço).
Lesão da árvore traqueobrônquica: pode haver hemoptise, enfisema cervical, cianose e pneumotórax. Pode se manifestar como expansão incompleta do pulmão após dreno, podendo ser necessário mais um dreno.
Quais as principais indicações de toracotomia imediata no CC?
Drenagem imediata de 1500 mL ou mais na toracostomia ou drenagem de mais de 200 mL por hora nas primeiras 2-4h, lesões penetrantes com tamponamento cardíaco, ferida de grandes dimensões na caixa torácica, lesões de vasos nobres com instabilidade hemodinâmica, lesões traqueobrônquicas extensas (> 1/3 da circunferência), perfuração do esôfago.
O que é a parada circulatória traumática (PCT) e como esses pacientes se apresentam?
É a parada cardiociruclatória que pode ocorrer no paciente vítima de trauma, se manifestando por rebaixamento do nível de consciência (estão inconscientes) e ausência de pulso.
Quais as principais causas de PCT?
Hipovolemia, pneumotórax hipertensivo, tamponamento cardíaco, contusão miocárdica grave e herniação cardíaca.
Quais as indicações de toracotomia de ressucitação?
PCT em pacientes com trauma fechado ou aberto e que não se obteve sucesso na RCP e outras medidas de ressucitação.
Qual a conduta na fratura de um a dois arcos costais sem lesão pleural e pulmonar?
Tratamento ambulatorial com analgesia (IV, bloqueio intercostal ou analgesia epidural).
Quais achados no trauma torácico fechado devem me evidenciar um trauma grave e por quê?
Fratura do 1° ao 3° arco costal, clavícula ou escápula, por provável lesão de vasos calibrosos.
Qual a importância da fratura de arcos costais do 10° ao 12°?
Estão frequentemente associados a lesão hepática e esplênica.
Qual a importância da fratura de esterno?
É um prenúncio preocupante de lesão de estruturas subjacentes, como contusão pulmonar e cardíaca.
O que é necessário para que ocorra o tórax instável?
É necessário que uma parte da parede torácica perca o contato com a caixa torácica, e isso se dá quando há a fratura de dois ou mais arcos costais CONSECUTIVOS em PELO MENOS DOIS LOCAIS. Também pode ocorrer quando houver separação costocondral, mesmo que em apenas uma costela.
Qual a consequência imediata do tórax instável? Explique essa condição.
A respiração paradoxal, em que, durante a inspiração, esse fragmento torácico encolhe e durante a expiração ele se protrai.
Qual a clínica do tórax instável?
Respiração paradoxal com INTENSA dor.
O que pode causar insuficiência respiratória no tórax instável?
A própria dor, reduzindo a expansibilidade torácica do paciente, e a contusão pulmonar que pode ou não estar presente.
Qual a conduta no tórax instável?
Analgesia boa (IV, intercostal ou epidural), fornecimento de O2 e fisioterapia respiratória.
Devo fazer imobilização no tórax instável?
Não, pois reduziria a expansibilidade torácica piorando ou precipitando uma insuficiência respiratória.
Quando eu devo considerar a IOT + VM nos pacientes com tórax instável?
Quando eles não conseguirem manter a oxigenação adequada apesar da máscara de oxigênio = Fr > 40, hipoxemia, NC rebaixado, doença pulmonar crônica ou lesão abdominal concomitante.
Quando é mais comum a contusão pulmonar?
Em traumas fechados (40% dos traumas fechados apersentam contusão), mas podem ocorrer também nos abertos.
Qual a patogenia da contusão pulmonar?
Ocorre rotura dos vasos pulmonares com extravasamento de fluido e sangue deles para o interstício, alvéolo e vias aéreas, produzindo hipoxemia e consolidações localizadas no local da contusão à radiografia simples de tórax.
Quando suspeitar de contusão pulmonar?
Paciente com hipoxemia com ausculta pulmonar normal e sem fraturas de arcos costais. Espera-se derrame intersticial e edema pulmonar (linhas B na USG), porém não é sempre que estão presentes.
Qual a conduta em caso de contusão pulmonar?
Analgesia, fornecer O2, fisioterapia respiratória e IOT + VM se necesário.
Qual situação torna necessária a IOT + VM na contusão pulmonar?
SaO2 < 90 e PaO2 < 60 mmHg.
Qual cuidado deve ser tomado em relação à reposição volêmica no paciente com contusão pulmonar?
Deve-se cuidar para não repor em excesso e piorar o infiltrado pulmonar dele e, consequentemente, os parâmetros respiratórios.
Como a hemorragia da contusão pulmonar evolui, geralmente?
Geralmente é autolimitada nos pacientes que evoluem favoravelmente e há reabsorção do sangue.
O que é o pneumotórax simples? Qual a CD?
É o pneumotórax não hipertensivo, ou seja, que não promove instabilidade hemodinâmica ou desvio do mediastino. A CD geralmente envolve a drenagem, porém casos selecionados por médicos capacitados podem ser observados.
O que é um pneumotórax pequeno?
É um pneumotórax que ocupa no máximo 20-30% do volume do hemitórax.
Qual a conduta no pneumotórax simples e pequeno?
Observar esse paciente, sendo indicada a drenagem em selo d’água em caso de deterioração (aparecimento dos sintomas e piora dos parâmetros respiratórios) ou em situações em que pode levar à evolução desse pneumotórax, como VM e transporte aéreo.