Cirurgia Vascular Flashcards

1
Q

Qual a definição de aneurisma?

A

É uma dilatação vascular > 50% do diâmetro transverso original do vaso.

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2
Q

Qual o nome quando a dilatação é < 50% do diâmetro transverso do vaso?

A

Ectasia.

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3
Q

Quais as possíveis classificações dos aneurismas?

A

Formato (fusiforme ou sacular), constituição (verdadeiro ou pseudoaneurisma) e pela etiologia (degenerativo, micótico, etc).

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4
Q

Qual a diferença entre o aneurisma verdadeiro e o pseudo?

A

O verdadeiro é aquele que contém todas as camadas do vaso (íntima, média e adventícia), enquanto que o pseudoaneurisma é um HEMATOMA PULSÁTIL não contido por todas as camadas.

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5
Q

Dê um exemplo de um pseudoaneurisma comum na prática.

A

O pseudoaneurisma de artéria femoral durante a punção na tentativa de realizar um CVC ou outros procedimentos vasculares (angiográficos ou intervencionistas).

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6
Q

Quais as possíveis causas dos aneurismas?

A

Degenerativo (principal - ATEROSCLEROSE!!!), vasculites, infecção (eg, micótico) e trauma.

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7
Q

Qual a histopatologia do aneurisma degenerativo?

A

Como o próprio nome diz, há degeneração de elastina e colágeno da parede vascular, além da infiltração por células inflamatórias.

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8
Q

Quais as diferenças entre um aneurisma fusiforme e um sacular?

A

O fusiforme é o principal tipo de aneurisma e o sacular é o com o maior risco de ruptura (maior pressão em seu interior).

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9
Q

Qual a principal localização dos aneurismas degenerativos.

A

Na aorta abdominal (aneurisma de aorta abdominal = AAA).

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10
Q

Qual a classificação dos AAA?

A

I: mais comum (85%), é o aneurisma com origem na aorta infrarrenal com um segmento normal entre as renais e o aneurisma (colo livre). São os INFRARRENAIS. É o tipo mais fácil para reparo endovascular.
II: JUSTARRENAIS - se originam imediatamente após a emergência das renais.
III: PARARRENAIS - englobam as renais.
IV: envolvem a AA tanto abaixo quanto acima das renais. São os TORACOABDOMINAIS.

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11
Q

Quais os principais FR para desenvolvimento dos AAA?

A

TABAGISMO (!!!), sexo masculino, brancos, HAS, hiperCLT, HF, idade avançada.

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12
Q

Quais os fatores PROTETORES para AAA?

A

Sexo feminino, DIABETES MELLITUS (!!!) e raça negra.

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13
Q

Quais os fatores mais relacionados à RUPTURA dos AAA?

A

TABAGISMO (!!!), sexo feminino, diâmetro inicial e crescimento rápido, HAS, tx renal ou cardíaco, VEF1 reduzido e aneurisma sacular.

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14
Q

Qual o QC do AAA?

A

ASSINTOMÁTICO (!!!) sendo descoberto por acidente durante um exame abdominal (sensação de massa pulsátil em mesogástrio). Quando presentes, podem ser: isquemia de MMII, sd do dedo azul (ateroembolismo), dor abdominal vaga ou lombar.

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15
Q

Como dx o AAA?

A

Geralmente o dx é INCIDENTAL (por uma USG por outro motivo ou RX). A USG é o grande exame e permite avaliar diâmetro e trombo, além de permitir o SEGUIMENTO do aneurisma.
O exame de imagem mais preciso é a angioTC e fundamental para pré-op (delineamento preciso do AAA, diâmetro do lúmen, relação com vasos renais e ilíacos, avalia trombos e calcificações). O padrão ouro é a angiografia (pouco usado hoje em dia - não identifica trombo).
*A USG não é bom para ruptura de AAA.

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16
Q

Quando está recomendada a triagem para AAA e como é feita?

A

Para homens entre 65-75 anos que são ou foram tabagistas, sendo feito com USG abdominal.

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17
Q

Como deve ser feito o seguimento do AAA?

A
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18
Q

Por que é feito o seguimento do AAA?

A

Eu faço o seguimento para ver o diâmetro e para ver se há ou não expansão do aneurisma (os 2 principais FR para RUPTURA do aneurisma). Se chegou num limite de expansão e diâmetro, eu paro de fazer o seguimento e passo para a cirurgia eletiva (diâmetro ≥ 5,5), pois o risco de ruptura é muito elevado.

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19
Q

Qual a conduta em um paciente com AAA?

A

Seguimento com USG, CESSAR TABAGISMO (p medida), tratar HAS e dislipidemia (para reduzir risco CV, pois não alteram expansão ou ruptura do aneurisma).
Cirurgia eletiva se: diâmetro ≥ 5,5 cm, crescimento considerável (0,5 cm em 6 meses ou 1 cm em 12 meses), sintomático, sacular, complicações (infecção, embolização).

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20
Q

Quais as técnicas cirúrgicas para tratamento do AAA? Como são feitos?

A

1) Convencional: técnica aberta. É realizado o clampeamento proximal e distal ao aneurisma, abro o aneurisma e retiro o conteúdo e ligo o sangramento por vasos lombares ou da AMI que se comunicam possivelmente com o aneurisma. Coloco, então, uma prótese
2) Reparo endovascular: próximo flash.

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21
Q

Quais as principais complicações do reparo aberto da AAA?

A

IAM (p) e IRA.

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22
Q

Como é feito o reparo endovascular do tto do AAA?

A

Passagem de uma endoprótese (stent metálico coberto) no lúmen.

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23
Q

Qual a vantagem da endoprótese sobre o reparo aberto do AAA?

A

Melhor para pacientes com comorbidades e risco cirúrgico elevado. Apresenta menor morbimortalidade no pós-op imediato, porém sem alteração de morbimortalidade a médio e longo prazo. Porém, é necessário uma anatomia favorável (tipo I).

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24
Q

Quais as possíveis complicações do reparo com endoprótese do AAA?

A

Do sítio de punção (sangramento, hematoma, pseudoaneurisma, infecção) e ENDOLEAK (é a principal causa de falha do uso de uma endoprótese – é o vazamento de sangue do lúmen da prótese para o saco aneurismático).

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25
Q

Quais os tipos de endoleak e qual a conduta em cada tipo? DIFERENCIAL PARA PROVA!!!

A

São 5 tipos:
Tipo I: falha na vedação proximal (IA) ou distal (IB) – o tratamento é IMEDIATO, podendo ser um novo por endovascular ou aberto.
Tipo II: é o MAIS COMUM, ocorredo por um enchimento retrógrado dos vasos (lombares ou AMI). Eu faço o tto somente se houver a dilatação do seguimento, sendo feita a embolização por arteriografia.
Tipo III: é a falha de um componente ou na vedação entre eles (tratamento IMEDIATO), como o defeito de fábrica ou uso 2 e há o defeito entre eles.
Tipo IV: vazamento pelos poros da endoprótese. É autolimitado e se resolve após o fim da anticoagulação.
Tipo V: dilatação na ausência de um vazamento visível. É autolimitado e resolve após o fim da anticoagulação.

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26
Q

Qual a complicação mais temida do AAA?

A

Sua ruptura.

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27
Q

Qual o QC da ruptura do AAA?

A

É semelhante ao trauma de aorta: os que não morreram imediatamente apresentam um tamponamento no retroperitônio com um hematoma pulsátil, portanto o QC é de massa pulsátil + dor abdominal + hipotensão (tríade clássica porém presente apenas em 1/3 dos casos).

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28
Q

Como dx a ruptura do AAA?

A

Se estável: angioTC – densidade anômala, aspecto infiltrativo, hematoma em retroperitoneo, ausência de plano de clivagem entre aorta e psoas.
*USG NÃO É BOM PARA RUPTURA DO AAA!!!

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29
Q

Qual a conduta no AAA?

A

Intervenção imediata: se estável e anatomia favorável: endovascular; se instável: colocar um balão intra-aórtico no CC e então avaliar a anatomia com arteriografia, se favorável = endovascular.
A terapia convencional deve ser feita se não controlo sg, anatomia desfavorável ou sg após endoprotese. A convencional é a EXCEÇÃO (eu evito ao máximo). A conduta é IMEDIATA.

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30
Q

Qual o 2° aneurisma degenerativo mais frequente?

A

O da a. ilíaca comum, sendo a maioria associada ao AAA.

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31
Q

Qual o aneurisma periférico mais comum?

A

O de a. poplítea, sendo a maioria associado a aneurisma aortoilíaco (50% bilaterais).

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32
Q

Como ocorre a formação do pseudoaneurisma de artéria femoral?

A

Pela ruptura da artéria por uma punção, sendo o sangue extravasado contido pelos tecidos circunvizinhos, gerando um hematoma estável.

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33
Q

Qual o QC do pseudoaneurisma de artéria femoral?

A

Dor e abaulamento local surgindo horas ou dias após a manipulação da artéria.

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34
Q

Como dx e qual o tto do pseudoaneurisma de a. femoral?

A

Dx com USG doppler e tto com compressão guiada por USG para induzir trombose dele.

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35
Q

O que é a dissecção de aorta (DA) e o que é necessário para ocorrer?

A

É a formação de um falso lúmen na parede da aorta, sendo necessário um “rasgo” na íntima da aorta (degeneração da túnica média por necrose cística média).

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36
Q

Qual a fisiopatologia da DA?

A

Esse rasgo inicial na íntima é o fator inicial. Após sua formação, o constante atrito pela passagem do sangue faz com que o sangue penetre nesse “rasgo” e crie um falso lúmen na camada média da aorta, podendo dilatar a aorta para formar até um aneurisma.

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37
Q

Como a DA pode evoluir?

A

Pode haver evoluçao anterógrada da DA, podendo até comprimir ou ocluir ramos da aorta (subclávia, carótida, renais). Já a evolução retrógrada pode promover insuficiência aórtica, hemopericárdio (com tamponamento cardíaco) e hemotórax.

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38
Q

Quais as variantes da DA?

A

O hematoma intramural sem solução de continuidade da íntima (ruptura dos vaso vasorum) e a úlcera aterosclerótica penetrante.

39
Q

Quais os FR para DA?

A

HAS (!!!), aterosclerose, uso de cocaína e/ou crack (picos hipertensivos - importante para prova), doenças do tecido conjuntivo (Marfan, Ehler-Danlos), levantamento de peso, aorta bicúspide, Turner e CoAo.

40
Q

Comente sobre a sd de Marfan.

A

Suspeita na presença de um aneurisma de aorta ascendente com dilatação da raíz de aorta. É uma doença genética no gene que codifica uma ptn do TC (fibrilina 1). As manifestações são: alterações CV, oculares, subluxação do cristalino (p) e alterações musculoesqueléticas (crescimento linear excessivo - extremidades longas e desproporcionais ao tronco), frouxidão de articc, etc.

41
Q

Quais as classificações da DA?

A

Stanford: A = acomete a aorta ASCENDENTE, podendo acometer ou não a descendente; B = acomete APENAS a aorta DESCENDENTE (distal à subclávia E).
DeBakey: I = ascendente E descendente; II = apenas ascendente; III = apenas descendente; IIIa apenas torácica (antes do tronco celíaco) e IIIb toracoabdominal (após o tronco celíaco).

42
Q

Qual a classificação da DA?

A

Stanford: A = acomete a ASCENDENTE (podendo ou não acometer a descendente); B = APENAS a descendente.
DeBakey: I = ascendente + descendente; II = apenas ascendente; III = apenas descendente; IIIa até tronco celíaco (torácica); IIIb além do tronco celíaco (toracoabdominal).

43
Q

Qual o QC da DA?

A

Depende da classificação:
A) Dor torácica súbita, cortante, retroesternal, de grande intensidade associada a náuseas e sudorese (~IAM), com redução progressiva com o passar das horas, dando lugar uma dor na região dorsal. Migra para a lombar se progredir até a aorta abdominal.
B) Dor dorsal torácica ou toracolombar súbita.
*Se acometer: renal (HRN), coronárias (IAM).

44
Q

Qual a clínica da DA acometendo subclávia e carótida?

A

Subclávia: diferença significativa no pulso e/ou PAS (> 20 mmHg) entre os MMSS.
Carótida: déficit neurológico focal, sopro carotídeo.

45
Q

Quais as complicações mais temidas da DA?

A

Tamponamento cardíaco (p causa de óbito), compressão do mediastino e choque hemorrágico.

46
Q

Como dx a DA?

A

AngioTC (escolha - sinal do duplo lúmen aórtico). Se instável: eco TT ou TE. A angiografia é pouco usado.

47
Q

Qual a conduta na DA?

A

Suporte em CTI e analgesia com opioide, controle de FC e PA (manter FC < 60 e PAS < 120 = BB ou nitroprussiato de sódio se não controlou - só posso usá-lo se controlei a FC pois faz taquicardia reflexa).
1) Se Stanford A = CIRURGIA IMEDIATA (pois pode fazer dissecção retrógrada e haver ruptura de aorta ou tamponamento cardíaco)!!!
2) Se Stanford B:
a) Se estável: terapia medicamentosa e
b) Cirurgia se: dor persistente ou dilatação aneurismática a aorta, isquemia de órgãos, propagação distal ou dissecção retrógrada até a aorta ascendente. Pref para endovascular.
*BCC não di-hidro podem ser usados se CI aos BB e nitroprussiato.
**Longo prazo: controle de PA e contratilidade cardíaca (BB + IECA ou BCC não di-hidro).

48
Q

Qual a cx para tto da DA?

A

Ressecção do segmento acometido e substituição por enxerto com necessidade de CEC.

49
Q

O que é a DAP/DAOP?

A

A doença arterial periférica (ou doença arterial obstrutiva crônica periférica) é a oclusão ou semioclusão de um ou mais segmentos das artérias que nutrem os MMII (até ilíacas e a própria AA).

50
Q

Quais os principais FR da DAP?

A

Aqueles da ATEROSCLEROSE: tabagismo, hiperCLT, hiperhomocisteinemia, HAS e DM.

51
Q

Qual a epidemiologia da DAP?

A

Idosos com outros sinais de aterosclerose (doença isquêmica do miocárdio e eventos cerebrovasculares).

52
Q

Qual a principal causa de óbito na DAP?

A

A doença isquêmica do miocárdio.

53
Q

Quais os principais segmentos ocluídos por aterosclerose nos MMII?

A

Femorais e poplíteas (90%) > tibiais e fibulares (50%) > aorta e ilíacas (30%).
*Os locais de ramificação são os mais envolvidos.

54
Q

Qual o QC da DAP?

A

Claudicação intermitente (dor/cãibra/formigamento/fadiga aos esforços – dor ao deambular, pois o repouso apresenta perfusão adequada). A dor é SEMPRE NA PANTURRILHA, ocorrendo após alguns minutos de caminhada que alivia após 2-5min de repouso. É a distância de marcha do paciente (quanto ele consegue andar sem dor). Pode haver a sd de Leriche (a tríade é claudicação intermitente, ausência de pulso femoral e impotência erétil no homem): é a oclusão bilateral ao nível do seguimento aortoilíaco. A clínica é de claudicação na panturrilha, coxa e nádegas, com impotência sexual.
Pode haver isquemia crítica (dor em REPOUSO - doença avançada) e úlcera isquêmica (também mostra doença mais avançada).

55
Q

Qual o QC da DAP?

A

Claudicação intermitente (dor/cãibra/formigamento/fadiga aos esforços – dor ao deambular, pois o repouso apresenta perfusão adequada). A dor é SEMPRE NA PANTURRILHA, ocorrendo após alguns minutos de caminhada que alivia após 2-5min de repouso. É a distância de marcha do paciente (quanto ele consegue andar sem dor). Pode haver a sd de Leriche (a tríade é claudicação intermitente, ausência de pulso femoral e impotência erétil no homem): é a oclusão bilateral ao nível do seguimento aortoilíaco. A clínica é de claudicação na panturrilha, coxa e nádegas, com impotência sexual.
Pode haver isquemia crítica (dor em REPOUSO - doença avançada) e úlcera isquêmica (também mostra doença mais avançada).

56
Q

Como é a dor da isquemia crítica e qual a conduta nesses casos?

A

É uma dor no repouso, que se agrava à noite com o membro na horizontal e melhora com o MMII pendente ou em ortostase. A conduta é a revascularização imediata.

57
Q

Quais os achados de EF da DAP?

A

Pode ser normal (a presença de pulso NÃO AFASTA O DX), mas é comum a redução dos pulsos distais à obstrução. Pode haver extremidades frias, ausência de pelos e pele atrófica e brilhosa quando isquêmica crônica intensa.

58
Q

Como dx a DAP?

A

Hx + EF + FR. Posso estimar a gravidade pelo ITB (relação entre a PAS do tornozelo - tibial posterior ou dorsal do pé - em relação ao nível do braço). O ideal é identificar através de uma USG doppler. Um ITB normal é acima de 1. Um alterado é < 0,9. Entre 0,5-0,9 geralmente já há claudicação. Quanto menor o ITB, maior o grau de oclusão. Se ≤ 0,4 já há a dor em repouso (isquemia crítica).
A USG doppler consegue avaliar estenose. Outros exames é a angioTC e angiografia (PO e para avaliação pré-operatória).

59
Q

Como classificar a DAP?

A
60
Q

Qual o tto da DAP?

A

Conservador (para todos os pacientes): cessar tabagismo (trata DAP), HAS/dislipidemia (diminuir risco CV), usar antiagregante plaquetário para diminuir o risco de eventos CV (AAS e clopidogrel/ticagrelor). Para tratar a claudicação intermitente (para aumentar a distância de marcha) pode-se fazer exercício físico SUPERVISIONADO e progressivo e o CILOSTASOL (inibidor da fosfodiesterase = antiagregante e vasodilatador).
Intervencionista (se sintomas refratários, isquemia crítica e úlcera que não cicatriza): endovascular, ciruriga de revascularização (bypass) ou amputação (terapia de EXCEÇÃO - quando revascularização não pode ser feita ou infecção extensa).

61
Q

Qual o problema do tratamento da HAS na DAP?

A

Os pacientes podem ter seus sintomas exacerbados com o controle da PA, pois reduz o fluxo para o membro acometido.

62
Q

Como o organismo mantém o fluxo para um membro após a estenose de algum segmento arterial crônico? Qual a consequência clínica disso?

A

Essa estenose crônica permite o desenvolvimento de circulação colateral, auxiliando o fluxo sanguíneo para o tecido isquêmico. Isso faz com que a oclusão arterial aguda dessas regiões não promovam uma isquemia tão exuberante quando comparada a uma oclusão aguda de um segmento que não estava estenosado.

63
Q

Qual a importância da oclusão arterial aguda (OAA)?

A

Pois as alterações decorrentes dessa oclusão podem se tornar irreversíveis em apenas horas após a oclusão, sendo necessário o alívio imediato da obstrução e revascularização.

64
Q

Quais as causas de OAA nos MMII? Qual a diferença do paciente com essas causas?

A

A embolia e a trombose. A embolia geralmente ocorrem em um vaso livre de aterosclerose e sem estenose (e, consequentemente, sem colaterais), apresentando manifestações INTENSAS. Já a trombose ocorre geralmente próxima a uma placa de aterosclerose que já comprometia a vascularização, havendo colaterais pela DAP e a clínica costuma ser menos exuberante.

65
Q

Quais as fontes mais comuns dos êmbolos na OAA?

A

Coração (80%) (FA), aorta e grandes artérias.

66
Q

O que é o êmbolo em sela?

A

É o embolo que impacta na aorta, comprometendo ambas as ilíacas e ambos os MMII. Há anestesia e paralisia abaixo da cintura.

67
Q

Qual o QC da OAA de MMII?

A

Os 6 Ps (podem estar presentes todos juntos ou não): Pain (dor), Palidez, Pulselessness (ausência de Pulso), Parestesia, Paralisia e Poiquilotermia (hipotermia do membro acometido e maior suscetibilidade às variações de T°).

68
Q

Como diferenciar se a OAA foi por êmbolo ou por trombo pelo QC?

A

Um quadro mais SÚBITO, hiperagudo e em paciente sem hx prévia de claudicação intermitente fala mais a favor de embolia.

69
Q

Como é a evolução da dor na OAA?

A

Inicia-se distalmente e progredindo para proximal, havendo melhora pela perda sensorial por necrose dos nervos. A trombose, por sua vez, é um quadro de início súbito, porém mais lento, com hx prévia de claudicação intermitente e aterosclerose.

70
Q

Quais os locais mais frequentes de OAA por embolia?

A

Bifurcação de femoral > de ilíaca > aorta > segmento poplíteo.

71
Q

Como classificar a OAA dos MMII?

A

Através da classificação de Rutherford:
I: membro viável e sem ameaça, sem perda sensorial ou fraqueza. Doppler arterial e venoso audível
IIa: há ameaça reversível com tratamento, dor mínima, perda sensorial ausente ou mínima, doppler arterial inaudível e venoso audível.
IIb: ameaça reversível mas apenas com tto IMEDIATO, dor em repouso, fraqueza e perda do sensório, doppler idem.
III: irreversível, déficit neurológico permanente, fraqueza muscular grave (pode haver paralisia e rigidez), doppler inaudível, INDICAÇÃO DE AMPUTAÇÃO.

72
Q

Qual a conduta na OAA?

A

Proteção térmica (algodão ortopédico) + heparinização sistêmica.
1) Embolia sem DAP prévia: geralmente está em IIb - arteriotomia + embolectomia IMEDIATA.
2) I ou IIa: arteriografia + trombolíticos. Caso cirurgia para trombo = by-pass pref em relação à trombectomia.
3) III: amputação.

73
Q

Qual uma complicação importante do tto da isquemia arterial aguda em MMII?

A

A sd de reperfusão (mionefropática).

74
Q

O que é e por que ocorre a sd de reperfusão?

A

A isquemia prolongada promove disfunção da MP dos MEE, fazendo com que, após a reperfusão, haja edema celular e extenso extravasamento para o interstício do músculo, podendo promover uma sd compartimental muscular.

74
Q

Qual o QC da sd de reperfusão?l

A

Há dor (principalmente no compartimento anterior da perna) ao estiramento do membro, pode haver parestesia entre o 1° e 2° PD (comprometimento do n. tibial). Além disso, podem ocorrer outras alterações pela reperfusão “levar” produtos da anaerobiose, podendo haver hiperK, acidose lática e mioglobinúria.

76
Q

Qual o tto da sd compartimental?

A

Fasciotomia.

77
Q

Qual a relação da COVID-19 com a OAA de membros?

A

Existem complicações tromboembólicas pela COVID-19, sendo a TVP a mais frequente. Dentre os eventos arteriais, a isquemia crítica dos MMII é a mais comum. O paciente típico apresenta > 60 anos, IMC > 25 e FR CV. É mais comum em hospitalizados.
*As vacinas da Oxford e da Janssen estão mais relacionadas com trombose venosa e arterial.

78
Q

Quais características das veias auxiliam no retorno venoso ao coração?

A

Valvas venosas, volume sanguíneo, ciclo respiratório e cardíaco e a função de “bomba” dos músculos da panturrilha. Qualquer alteração em algum desses pode determinar doença venosa.

79
Q

Anatomia das veias dos MMII.

A

A drenagem venosa é feita 85% pelas veias profundas.

80
Q

O que é a insuficiência venosa crônica (IVC)?

A

É um prejuízo no retorno venoso dos MMII, havendo refluxo de sangue e dilatação venosa nos sistemas superficial e profundo. É representada pelas varizes dos MMII.

81
Q

O que são as varizes?

A

São tortuosidades ou dilatações das veias do sistema venoso superficial e/ou perfurante.

82
Q

Quais os principais mecanismos da IVC?

A

Incompetência valvular, alterações nas paredes das veias e aumento patológico na pressão das veias dos MMII.

83
Q

Quais os FR da IVC?

A

Idade > 50 anos, sexo feminino, hormônios sexuais femininos, hereditariedade, postura laboral, TVP, tumores pélvicos.
*Progesterona: dilatação venosa passiva (compromete funcionamento das válvulas).
**Estrógeno: relaxamento da musculatura lisa venular e amolecimento das fibras colágenas (estrutura de superte das válvulas).

84
Q

Qual a fisiopatologia da IVC?

A

Podem ser primárias (incompetência valvular superficial) ou secundárias (doenças que elevam a pressão venosa nos MMII - TVP, massas, compressões). O refluxo de sangue passa a ocorrer tanto no relaxamento quanto na contração muscular, havendo hipertensão venosa crônica, promovendo edema e dilatação venosa progressiva (telangiectasias e varizes). Além disso, há extravasamento de mediadores pró-inflamatórios que irão promover inflamação no local, promovendo alterações estruturais na pele e nas veias. As hcs passam a extravasar também, havendo degradação da hb em hemossiderina, dando a coloração acastanhada (dermatite ocre, que ocorre também pelo aumento na síntese de melanina). Pode haver, ainda, a formação de úlceras.

85
Q

Qual a principal localização da úlcera da IVC?

A

Próxima ao maléolo medial.

86
Q

Qual o QC da IVC?

A

Maioria oligo/assintomático. Quando sintomas: dor e sensação de peso ou desconforto nos MMII que se acentuam com o passar do dia após longos períodos de ortostase, com alívio ao se deitar/elevar as pernas/meias elásticas. É comum o prurido. No EF: telangiectasias, veias reticulares, eczema varicoso, dermatite ocre, lipodermatofibrose, úlceras (casos avançados) e edema (p perimaleolar).

87
Q

Como é a úlcera da IVC?

A

Geralmente próxima ao maléolo medial, única, circunscrita, bordos pouco elevados, fundo plano, cianótico e secretante (lesão úmida). Pode haver halos de celulite em volta da lesão. É frequentemente acometida por infecção 2ária.

88
Q

Quais são complicações frequentes da IVC?

A

A erisipela e trmoboflebite (ou flebite - dor, calor, rubor no trajeto de uma veia superficial, tornando-se palpável como cordão fibroso) frequente dos MMII.

89
Q

Como a IVC pode ser classificada?

A

Através da classificação CEAP (clínica, etiologia, anatomia e pathophysiology - fisiopatologia).
O que eu TENHO que saber para a prova é o “C”: S para sintomática e a para assintomática.

90
Q

Como dx a IVC?

A

Anamnese + EF + USG Doppler (duplex scan - determina o grau e o local acometido). Caso incapacidade de orientar tratamento = flebografia (Sabinston: usar em todos os casos).
*São necessários exames complementares para avaliar se a doença venosa é por refluxo ou obstrução (apenas os reflexos e manobras não permitem essa diferenciação).

91
Q

Qual o tto da IVC?

A

Usa como base o CEAP:
1) Conservador: meias elásticas de compressão graduada (compressão de 20-30 mmHg; usar 40 mmHg se úlcera para evitar sua recorrência), elevar as pernas 2x/dia e deambular, curativos compressivos (para úlceras - mínimo 40 mmHg elástica ou inelástica).
2) Intervenção: C1 escleroterapia ou “laser” transdérmico; C2 cirurgia; C3/C4 meias elásticas ou cirurgia; C5 cirurgia e meia elástica 40 mmHg; C6 meias e bandagem para proteção e avaliar cx (não operar se infecção).

92
Q

Quando está indicado o tto cirúrgico na IVC?

A

Estética, refratário ao tto clínico, sg de uma variz, lipodermatofibrose, tromboflebite superficial, úlcera com infecção (desbridamento).

93
Q

Quais as cx para IVC?

A

Safenectomia, valvuloplastia e retirada de microvarizes.

94
Q

Como pode ser pesquisada TVP para diferenciar de IVC?

A

Através da manobra de Homans (dorsiflexão do pé com dor em região posterior da perna), do sinal de Moses (dor à compressão lateral da musculatura da pantirrulha) e do sinal de Brancroft (dor à compressão da panturrilha contra a superfície óssea).