Cirurgia Vascular Flashcards
Qual a definição de aneurisma?
É uma dilatação vascular > 50% do diâmetro transverso original do vaso.
Qual o nome quando a dilatação é < 50% do diâmetro transverso do vaso?
Ectasia.
Quais as possíveis classificações dos aneurismas?
Formato (fusiforme ou sacular), constituição (verdadeiro ou pseudoaneurisma) e pela etiologia (degenerativo, micótico, etc).
Qual a diferença entre o aneurisma verdadeiro e o pseudo?
O verdadeiro é aquele que contém todas as camadas do vaso (íntima, média e adventícia), enquanto que o pseudoaneurisma é um HEMATOMA PULSÁTIL não contido por todas as camadas.
Dê um exemplo de um pseudoaneurisma comum na prática.
O pseudoaneurisma de artéria femoral durante a punção na tentativa de realizar um CVC ou outros procedimentos vasculares (angiográficos ou intervencionistas).
Quais as possíveis causas dos aneurismas?
Degenerativo (principal - ATEROSCLEROSE!!!), vasculites, infecção (eg, micótico) e trauma.
Qual a histopatologia do aneurisma degenerativo?
Como o próprio nome diz, há degeneração de elastina e colágeno da parede vascular, além da infiltração por células inflamatórias.
Quais as diferenças entre um aneurisma fusiforme e um sacular?
O fusiforme é o principal tipo de aneurisma e o sacular é o com o maior risco de ruptura (maior pressão em seu interior).
Qual a principal localização dos aneurismas degenerativos.
Na aorta abdominal (aneurisma de aorta abdominal = AAA).
Qual a classificação dos AAA?
I: mais comum (85%), é o aneurisma com origem na aorta infrarrenal com um segmento normal entre as renais e o aneurisma (colo livre). São os INFRARRENAIS. É o tipo mais fácil para reparo endovascular.
II: JUSTARRENAIS - se originam imediatamente após a emergência das renais.
III: PARARRENAIS - englobam as renais.
IV: envolvem a AA tanto abaixo quanto acima das renais. São os TORACOABDOMINAIS.
Quais os principais FR para desenvolvimento dos AAA?
TABAGISMO (!!!), sexo masculino, brancos, HAS, hiperCLT, HF, idade avançada.
Quais os fatores PROTETORES para AAA?
Sexo feminino, DIABETES MELLITUS (!!!) e raça negra.
Quais os fatores mais relacionados à RUPTURA dos AAA?
TABAGISMO (!!!), sexo feminino, diâmetro inicial e crescimento rápido, HAS, tx renal ou cardíaco, VEF1 reduzido e aneurisma sacular.
Qual o QC do AAA?
ASSINTOMÁTICO (!!!) sendo descoberto por acidente durante um exame abdominal (sensação de massa pulsátil em mesogástrio). Quando presentes, podem ser: isquemia de MMII, sd do dedo azul (ateroembolismo), dor abdominal vaga ou lombar.
Como dx o AAA?
Geralmente o dx é INCIDENTAL (por uma USG por outro motivo ou RX). A USG é o grande exame e permite avaliar diâmetro e trombo, além de permitir o SEGUIMENTO do aneurisma.
O exame de imagem mais preciso é a angioTC e fundamental para pré-op (delineamento preciso do AAA, diâmetro do lúmen, relação com vasos renais e ilíacos, avalia trombos e calcificações). O padrão ouro é a angiografia (pouco usado hoje em dia - não identifica trombo).
*A USG não é bom para ruptura de AAA.
Quando está recomendada a triagem para AAA e como é feita?
Para homens entre 65-75 anos que são ou foram tabagistas, sendo feito com USG abdominal.
Como deve ser feito o seguimento do AAA?
Por que é feito o seguimento do AAA?
Eu faço o seguimento para ver o diâmetro e para ver se há ou não expansão do aneurisma (os 2 principais FR para RUPTURA do aneurisma). Se chegou num limite de expansão e diâmetro, eu paro de fazer o seguimento e passo para a cirurgia eletiva (diâmetro ≥ 5,5), pois o risco de ruptura é muito elevado.
Qual a conduta em um paciente com AAA?
Seguimento com USG, CESSAR TABAGISMO (p medida), tratar HAS e dislipidemia (para reduzir risco CV, pois não alteram expansão ou ruptura do aneurisma).
Cirurgia eletiva se: diâmetro ≥ 5,5 cm, crescimento considerável (0,5 cm em 6 meses ou 1 cm em 12 meses), sintomático, sacular, complicações (infecção, embolização).
Quais as técnicas cirúrgicas para tratamento do AAA? Como são feitos?
1) Convencional: técnica aberta. É realizado o clampeamento proximal e distal ao aneurisma, abro o aneurisma e retiro o conteúdo e ligo o sangramento por vasos lombares ou da AMI que se comunicam possivelmente com o aneurisma. Coloco, então, uma prótese
2) Reparo endovascular: próximo flash.
Quais as principais complicações do reparo aberto da AAA?
IAM (p) e IRA.
Como é feito o reparo endovascular do tto do AAA?
Passagem de uma endoprótese (stent metálico coberto) no lúmen.
Qual a vantagem da endoprótese sobre o reparo aberto do AAA?
Melhor para pacientes com comorbidades e risco cirúrgico elevado. Apresenta menor morbimortalidade no pós-op imediato, porém sem alteração de morbimortalidade a médio e longo prazo. Porém, é necessário uma anatomia favorável (tipo I).
Quais as possíveis complicações do reparo com endoprótese do AAA?
Do sítio de punção (sangramento, hematoma, pseudoaneurisma, infecção) e ENDOLEAK (é a principal causa de falha do uso de uma endoprótese – é o vazamento de sangue do lúmen da prótese para o saco aneurismático).
Quais os tipos de endoleak e qual a conduta em cada tipo? DIFERENCIAL PARA PROVA!!!
São 5 tipos:
Tipo I: falha na vedação proximal (IA) ou distal (IB) – o tratamento é IMEDIATO, podendo ser um novo por endovascular ou aberto.
Tipo II: é o MAIS COMUM, ocorredo por um enchimento retrógrado dos vasos (lombares ou AMI). Eu faço o tto somente se houver a dilatação do seguimento, sendo feita a embolização por arteriografia.
Tipo III: é a falha de um componente ou na vedação entre eles (tratamento IMEDIATO), como o defeito de fábrica ou uso 2 e há o defeito entre eles.
Tipo IV: vazamento pelos poros da endoprótese. É autolimitado e se resolve após o fim da anticoagulação.
Tipo V: dilatação na ausência de um vazamento visível. É autolimitado e resolve após o fim da anticoagulação.
Qual a complicação mais temida do AAA?
Sua ruptura.
Qual o QC da ruptura do AAA?
É semelhante ao trauma de aorta: os que não morreram imediatamente apresentam um tamponamento no retroperitônio com um hematoma pulsátil, portanto o QC é de massa pulsátil + dor abdominal + hipotensão (tríade clássica porém presente apenas em 1/3 dos casos).
Como dx a ruptura do AAA?
Se estável: angioTC – densidade anômala, aspecto infiltrativo, hematoma em retroperitoneo, ausência de plano de clivagem entre aorta e psoas.
*USG NÃO É BOM PARA RUPTURA DO AAA!!!
Qual a conduta no AAA?
Intervenção imediata: se estável e anatomia favorável: endovascular; se instável: colocar um balão intra-aórtico no CC e então avaliar a anatomia com arteriografia, se favorável = endovascular.
A terapia convencional deve ser feita se não controlo sg, anatomia desfavorável ou sg após endoprotese. A convencional é a EXCEÇÃO (eu evito ao máximo). A conduta é IMEDIATA.
Qual o 2° aneurisma degenerativo mais frequente?
O da a. ilíaca comum, sendo a maioria associada ao AAA.
Qual o aneurisma periférico mais comum?
O de a. poplítea, sendo a maioria associado a aneurisma aortoilíaco (50% bilaterais).
Como ocorre a formação do pseudoaneurisma de artéria femoral?
Pela ruptura da artéria por uma punção, sendo o sangue extravasado contido pelos tecidos circunvizinhos, gerando um hematoma estável.
Qual o QC do pseudoaneurisma de artéria femoral?
Dor e abaulamento local surgindo horas ou dias após a manipulação da artéria.
Como dx e qual o tto do pseudoaneurisma de a. femoral?
Dx com USG doppler e tto com compressão guiada por USG para induzir trombose dele.
O que é a dissecção de aorta (DA) e o que é necessário para ocorrer?
É a formação de um falso lúmen na parede da aorta, sendo necessário um “rasgo” na íntima da aorta (degeneração da túnica média por necrose cística média).
Qual a fisiopatologia da DA?
Esse rasgo inicial na íntima é o fator inicial. Após sua formação, o constante atrito pela passagem do sangue faz com que o sangue penetre nesse “rasgo” e crie um falso lúmen na camada média da aorta, podendo dilatar a aorta para formar até um aneurisma.
Como a DA pode evoluir?
Pode haver evoluçao anterógrada da DA, podendo até comprimir ou ocluir ramos da aorta (subclávia, carótida, renais). Já a evolução retrógrada pode promover insuficiência aórtica, hemopericárdio (com tamponamento cardíaco) e hemotórax.