Abordagem Inicial ao Trauma Flashcards
O que é a distribuição trimodal das mortes no trauma?
É a distribuição das mortes que ocorrem no trauma em 3 momentos distindos, apresentando causas e intervenções específicas.

Paciente politrauma.
Lesão em 2 ou mais sistemas de órgãos sendo que pelo menos um apresenta risco vital ao paciente.
Explique o primeiro período da distribuição trimodal no trauma.
Ocorre em segundos a minutos após o trauma, representando 50% das mortes e se devendo por lesões gravíssimas, como laceração de aorta, trauma cardíaco, lesões cerebrais graves e lesão de medula espinal. Aqui, não há intervenção alguma que pudesse salvar o indivíduo após o trauma, mas apenas antes. Portanto, o tratamento é a prevenção.
Explique o segundo período da distribuição trimodal no trauma.
Ocorre de minutos até 24h após o trauma, representando 30% das mortes e se devendo por lesões graves porém tratáveis, como hemotórax, hemorragia (rotura de baço/fígado, trauma de pelve) e hematomas sub e epidural. A intervenção aqui é uma boa integração entre o APH e a emergência, existindo a chamada “golden hour”, sendo o momento de maior impacto na sobrevida desse paciente.
Explique o terceiro período da distribuição trimodal no trauma.
Ocorre após 24h do trauma e se deve por complicações em decorrência da internação e do trauma, como embolismo pulmonar (TEP ou gorduroso), sepse, síndrome da disfunção múltipla de órgãos e sistemas (SDMOS). A intervenção é uma boa medicina.
Quais os aspectos importantes a serem realizados durante a preparação?
Independentemente do local do acidente, a segurança da cena deve ser a primeira medida a ser garantida, seja na via pública (sinalização da vai) ou na emergência (equipamento de proteção individual - EPI).
Comente sobre a triagem na avaliação inicial ao trauma.
É a separação do acidente em 2 grupos: múltiplas vítimas em que o hospital é capaz de atender, fazendo com que as primeiras a serem atendidas são as que estão com risco de vida iminente; e múltiplas vítimas em que o hospital não é capaz de atender, como em uma catástrofe, em que as vítimas com maior probabilidade de sobreviver são atendidas primeiro.
Qual a diferença na avaliação primária no PHTLS e no ATLS?
No PHTLS, antes do “A”, está incluído o “X”, que se refere ao tratamento de algum sangramento que provavelmente irá causar exsanguinação desse paciente, devendo ser tratado imediatamente.
Método de triagem do APH.
START: pode ser feito por não médicos.
Nível de cuidado, sobrevida e necessidade de tratamento.
FR, TEC e NC: > 30 // > 2s // obedece comandos.
Vermelho: imediato (FR > 30) - transf imediata
Amarelo: sem risco imediato - atender enquanto aguarda transporte.
Verde: sem risco a vida.
Cinza: óbito ou sem chance de sobrevida.
Como o médico pode avaliar rapidamente o ABCD no atendimento inicial ao trauma?
Ao se apresentar ao paciente e perguntar seu nome e o que aconteceu. Isso pois, ao falar, evidencia VA pérvia, vendo se ele está ou não respirando adequadamente, se está LOTE, etc. Uma resposta inadequada a isso evidencia uma anormalidade e avaliação e condutas urgentes são necessárias.
O que é feito durante o A?
Avaliação e manutenção das VA e restringir os movimentos da coluna cervical.
Quais medidas são essenciais, realizados durante o A, para o transporte seguro do paciente vítima de trauma?
Passar o colar cervical e a prancha rígida, além dos coxins laterais.
Na abordagem da via aérea, qual o primeiro sinal que eu devo avaliar? Qual a conduta nesse caso?
Se está pérvia: fonação do paciente, sendo que se esta estiver preservada, dificilmente a VA dele estará obstruída significativamente NO MOMENTO (devo sempre reavaliar). Nesse caso, eu já posso passar para o “B” e oferecer máscara facial com oxigência a 11 L/min.
Quais exceções ao paciente com fonação preservada que demandam uma via aérea definitiva?
Trauma penetrante cervical com hematoma em expansão, lesão química/térmica na boca ou narinas, enfisema subcutaneo extenso no pescoço, trauma maxilofacial complexo e sg ativo na VA.
Quais medidas, em relação à VA, devem ser tomadas no paciente com rebaixamento do nível de consciência (NC)?
Devo garantir a patência da via aérea através da elevação do queixo (chin cliff - não se lesão cervical) e tração da mandíbula (jaw thrust), além de inspecionar a VA para corpos estranhos, vômitos ou sangue que possam estar obstruindo ela e aspirá-los imediatamente.
Qual a conduta caso o paciente apresente vômito na avaliação inicial?
Aspiração da orofaringe com aspirador rígido e rotação em bloco para DL.
Quais as indicações de VA definitiva (VAD)?
Fraturas maxilofaciais graves com risco de broncoaspiração (sg ou vômito), trauma cervical com: hematoma cervical, lesão de laringe ou traqueia, lesão por inalação, queimadura de face, estridor, alteração da voz; TCE com inconsciência ou combatividade ou ECG ≤ 8, deterioração neurológica, herniação, apneia, taquipneia, hipóxia, cianose, combatividade, uso de musculatura acessória, respiração abdominal.
Se houver alguma dúvida na capacidade do paciente em manter uma via aérea pérvia.
Quais os tipos de VAA?
Definitiva: é a melhor, pois promove proteção da VA contra aspiração pela presença de um balonete, porém não é sempre utilizada. É a presença de um tubo na traqueia com balonete abaixo das cordas vocais. Exemplos: IOT, intubação nasotraqueal, cricotireoidostomia cirúrgica e traqueostomia. Temporária: não promove proteção da VA e deve ser, quando possível, substituída por uma VAD.
O que é VAD?
Balonete insuflado na traqueia.
Quando está indicada a IOT assistida por drogas?
Quando o indivíduo precisa de rápido controla da VA mas possuem reflexo do vômito intacto.
Qual a sequência a ser seguida na IOT assistida por drogas?
Oxigenação pré-intubação a 100%, pressão sobre a cartilagem cricoidea, sedativo de ação rápida (etomidato 0,3 mg/kg) e bloqueador neuromuscular (succinilcolina 1-2 mg/kg, com dose habitual de 100 mg).
Em quais pacientes a succinilcolina deve ser usada com cautela ou até mesmo evitada?
Em pacientes com maior risco de hipercalemia, pois a succinilcolina pode piorar a hiperK (as lesões apenas APÓS 72h do trauma): lesões desnervantes (AVC, TRM), doenças desnervantes (EM, ELA), miopatia hereditária, queimaduras, esmagamento.
Escore preditor de VA difícil
3 ou + tentativas ou LEMON:
Look externaly: trauma de face, retrognatismo, abertura restrita, pescoço curto.
Evaluate: 3-3-2: incisivos < 3 polpas, mento-hioide < 3 polpas, cart tireoide-assoalho < 2 polpas.
Mallampati (sentado): 1 td, 2 uvula parcial, 3 palato mole, 4 nenhum.
Obstruction.
Neck mobility.
Como é a técnica de utilização do bougie?
Usado quando não é possível visualizar as cordas vocais na laringoscopia. Deve ser inserido com a ponta curvada anteriormente passando a epiglote. Em 90% dos casos, irei sentir os “cliques” dos aneis cartilaginosos da traqueia na ponta do equipamento. Se estiver no esôfago, não sentirei essa resistência.
