Abordagem Inicial ao Trauma Flashcards

1
Q

O que é a distribuição trimodal das mortes no trauma?

A

É a distribuição das mortes que ocorrem no trauma em 3 momentos distindos, apresentando causas e intervenções específicas.

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2
Q

Paciente politrauma.

A

Lesão em 2 ou mais sistemas de órgãos sendo que pelo menos um apresenta risco vital ao paciente.

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3
Q

Explique o primeiro período da distribuição trimodal no trauma.

A

Ocorre em segundos a minutos após o trauma, representando 50% das mortes e se devendo por lesões gravíssimas, como laceração de aorta, trauma cardíaco, lesões cerebrais graves e lesão de medula espinal. Aqui, não há intervenção alguma que pudesse salvar o indivíduo após o trauma, mas apenas antes. Portanto, o tratamento é a prevenção.

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4
Q

Explique o segundo período da distribuição trimodal no trauma.

A

Ocorre de minutos até 24h após o trauma, representando 30% das mortes e se devendo por lesões graves porém tratáveis, como hemotórax, hemorragia (rotura de baço/fígado, trauma de pelve) e hematomas sub e epidural. A intervenção aqui é uma boa integração entre o APH e a emergência, existindo a chamada “golden hour”, sendo o momento de maior impacto na sobrevida desse paciente.

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5
Q

Explique o terceiro período da distribuição trimodal no trauma.

A

Ocorre após 24h do trauma e se deve por complicações em decorrência da internação e do trauma, como embolismo pulmonar (TEP ou gorduroso), sepse, síndrome da disfunção múltipla de órgãos e sistemas (SDMOS). A intervenção é uma boa medicina.

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6
Q

Quais os aspectos importantes a serem realizados durante a preparação?

A

Independentemente do local do acidente, a segurança da cena deve ser a primeira medida a ser garantida, seja na via pública (sinalização da vai) ou na emergência (equipamento de proteção individual - EPI).

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7
Q

Comente sobre a triagem na avaliação inicial ao trauma.

A

É a separação do acidente em 2 grupos: múltiplas vítimas em que o hospital é capaz de atender, fazendo com que as primeiras a serem atendidas são as que estão com risco de vida iminente; e múltiplas vítimas em que o hospital não é capaz de atender, como em uma catástrofe, em que as vítimas com maior probabilidade de sobreviver são atendidas primeiro.

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8
Q

Qual a diferença na avaliação primária no PHTLS e no ATLS?

A

No PHTLS, antes do “A”, está incluído o “X”, que se refere ao tratamento de algum sangramento que provavelmente irá causar exsanguinação desse paciente, devendo ser tratado imediatamente.

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9
Q

Método de triagem do APH.

A

START: pode ser feito por não médicos.
Nível de cuidado, sobrevida e necessidade de tratamento.
FR, TEC e NC: > 30 // > 2s // obedece comandos.
Vermelho: imediato (FR > 30) - transf imediata
Amarelo: sem risco imediato - atender enquanto aguarda transporte.
Verde: sem risco a vida.
Cinza: óbito ou sem chance de sobrevida.

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10
Q

Como o médico pode avaliar rapidamente o ABCD no atendimento inicial ao trauma?

A

Ao se apresentar ao paciente e perguntar seu nome e o que aconteceu. Isso pois, ao falar, evidencia VA pérvia, vendo se ele está ou não respirando adequadamente, se está LOTE, etc. Uma resposta inadequada a isso evidencia uma anormalidade e avaliação e condutas urgentes são necessárias.

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11
Q

O que é feito durante o A?

A

Avaliação e manutenção das VA e restringir os movimentos da coluna cervical.

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12
Q

Quais medidas são essenciais, realizados durante o A, para o transporte seguro do paciente vítima de trauma?

A

Passar o colar cervical e a prancha rígida, além dos coxins laterais.

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13
Q

Na abordagem da via aérea, qual o primeiro sinal que eu devo avaliar? Qual a conduta nesse caso?

A

Se está pérvia: fonação do paciente, sendo que se esta estiver preservada, dificilmente a VA dele estará obstruída significativamente NO MOMENTO (devo sempre reavaliar). Nesse caso, eu já posso passar para o “B” e oferecer máscara facial com oxigência a 11 L/min.

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14
Q

Quais exceções ao paciente com fonação preservada que demandam uma via aérea definitiva?

A

Trauma penetrante cervical com hematoma em expansão, lesão química/térmica na boca ou narinas, enfisema subcutaneo extenso no pescoço, trauma maxilofacial complexo e sg ativo na VA.

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15
Q

Quais medidas, em relação à VA, devem ser tomadas no paciente com rebaixamento do nível de consciência (NC)?

A

Devo garantir a patência da via aérea através da elevação do queixo (chin cliff - não se lesão cervical) e tração da mandíbula (jaw thrust), além de inspecionar a VA para corpos estranhos, vômitos ou sangue que possam estar obstruindo ela e aspirá-los imediatamente.

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16
Q

Qual a conduta caso o paciente apresente vômito na avaliação inicial?

A

Aspiração da orofaringe com aspirador rígido e rotação em bloco para DL.

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17
Q

Quais as indicações de VA definitiva (VAD)?

A

Fraturas maxilofaciais graves com risco de broncoaspiração (sg ou vômito), trauma cervical com: hematoma cervical, lesão de laringe ou traqueia, lesão por inalação, queimadura de face, estridor, alteração da voz; TCE com inconsciência ou combatividade ou ECG ≤ 8, deterioração neurológica, herniação, apneia, taquipneia, hipóxia, cianose, combatividade, uso de musculatura acessória, respiração abdominal.

Se houver alguma dúvida na capacidade do paciente em manter uma via aérea pérvia.

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18
Q

Quais os tipos de VAA?

A

Definitiva: é a melhor, pois promove proteção da VA contra aspiração pela presença de um balonete, porém não é sempre utilizada. É a presença de um tubo na traqueia com balonete abaixo das cordas vocais. Exemplos: IOT, intubação nasotraqueal, cricotireoidostomia cirúrgica e traqueostomia. Temporária: não promove proteção da VA e deve ser, quando possível, substituída por uma VAD.

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19
Q

O que é VAD?

A

Balonete insuflado na traqueia.

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20
Q

Quando está indicada a IOT assistida por drogas?

A

Quando o indivíduo precisa de rápido controla da VA mas possuem reflexo do vômito intacto.

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21
Q

Qual a sequência a ser seguida na IOT assistida por drogas?

A

Oxigenação pré-intubação a 100%, pressão sobre a cartilagem cricoidea, sedativo de ação rápida (etomidato 0,3 mg/kg) e bloqueador neuromuscular (succinilcolina 1-2 mg/kg, com dose habitual de 100 mg).

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22
Q

Em quais pacientes a succinilcolina deve ser usada com cautela ou até mesmo evitada?

A

Em pacientes com maior risco de hipercalemia, pois a succinilcolina pode piorar a hiperK (as lesões apenas APÓS 72h do trauma): lesões desnervantes (AVC, TRM), doenças desnervantes (EM, ELA), miopatia hereditária, queimaduras, esmagamento.

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23
Q

Escore preditor de VA difícil

A

3 ou + tentativas ou LEMON:
Look externaly: trauma de face, retrognatismo, abertura restrita, pescoço curto.
Evaluate: 3-3-2: incisivos < 3 polpas, mento-hioide < 3 polpas, cart tireoide-assoalho < 2 polpas.
Mallampati (sentado): 1 td, 2 uvula parcial, 3 palato mole, 4 nenhum.
Obstruction.
Neck mobility.

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24
Q

Como é a técnica de utilização do bougie?

A

Usado quando não é possível visualizar as cordas vocais na laringoscopia. Deve ser inserido com a ponta curvada anteriormente passando a epiglote. Em 90% dos casos, irei sentir os “cliques” dos aneis cartilaginosos da traqueia na ponta do equipamento. Se estiver no esôfago, não sentirei essa resistência.

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25
Q

Por que a intubação nasotraqueal não é tão realizada?

A

Pois é um procedimento que exige um paciente alerta e colaborativo e com respiração espontânea, o que nem sempre é possível.

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26
Q

Quando utilizar a máscara laríngea?

A

Deve ser utilizada quando eu preciso assegurar a VA pérvia e a oxigenação por máscara foi insatisfatória e a IOT não foi possível.

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27
Q

IOT sequência atrasada.

A

Dose de indução de quetamina > oxig > BNM > oxig apneica > IOT.

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28
Q

Até quando vou deixar a VA temporária nesse paciente?

A

Até o momento de eu conseguir fazer uma VA definitiva.

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29
Q

Quais as indicações para VA cirúrgica?

A

Fratura de face (presença de fragmentos ósseos ou sangue na cavidade oral), presença de sangue na VA ou edema e presença de distorção anatômica no pescoço.

A laceração de face não é CI nem a fx de laringe.

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30
Q

Qual condição contraindica a cricotireoidostomia cirúrgica e qual minha conduta frente a essa situação?

A

Crianças menores de 12 anos. A minha conduta será a realização de uma cricotireoidostomia por punção.

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31
Q

Quando está indicada a traqueostomia?

A

A traqueostomia hoje é um procedimento realizado principalmente de forma eletiva. Porém, em pacientes com fratura ou laceração de laringe em que não houve sucesso em passar a IOT, a traqueostomia está indicada e deve ser feita. Porém, a crico cirúrgica ainda é uma opção viável nesses casos.

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32
Q

Por que a crico por punção é uma VA transitória? Explique sobre esse método.

A

Pois não promove proteção da VA contra aspiração e o tempo de expiração é muito curto (relação I:E = 1:4), fazendo com que esse paciente retenha muito CO2 e, após 30-45 minutos, o risco de carbonarcose seja muito alto.

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33
Q

Qual a técnica da crico por punção?

A

Inserção de um cateter plástico de grande calibre (12-14 para adultos e 16-18 para crianças) através da membrana cricotireoidea em direção à traqueia. O cateter é conectado a uma fonte de oxigênio 15L/min por um tubo em Y (ou cortado na lateral). A inspiração ocorre por 1 segundo tampando a extremidade aberta e a expiração por 4 segundos liberando essa extremidade.

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34
Q

Qual a técnica da crico cirúrgica?

A

Incisão transversal na membrana cricotireoidea, dilato a abertura com uma kelly e insiru um TOT ou tubo de TQT pela abertura (de pequeno calibre = 5-7 mm).

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35
Q

Por que a crico cirúrgica não é recomendada para crianças < 12 anos?

A

Pois a cartilagem cricoidea é a única estrutura de suporte circunferencial da parte superior da traqueia, fazendo com que sua lesão possa comprometer a VA dessas crianças.

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36
Q

Como realizar a remoção do capacete?

A

Procedimento para 2 pessoas: uma pessoa restringe o movimento por baixo enquanto a segunda expande os lados do capacete e o remove por cima. Em seguida, é reestabelecida a restrição cervical e imobilizada com CC.

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37
Q

Quando suspeitar de fx de laringe?

A

Rouquidão, enfisema subcutaneo e fx palpável.

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38
Q

Como deve ser feita minha avaliação na criança em IOT que está dessaturando?

A

Devo usar o mnemônico do ATLS para avaliar o que pode ter acontecido: DOPE = D - deslocamento do tubo ou até mesmo extubação; O - obstrução do tubo por sangue; P - pneumotórax hipertensivo agravado; E - equipamento (dobras no tubo, tubo muito pequeno, …).

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39
Q

O que é realizado no “B”?

A

Garantir uma boa ventilação, devendo ser ofertado oxigênio para todos os pacientes vítimas de trauma (seja por máscara com reservatório ou por IOT) a um fluxo > 10L/min. Além disso, é realizado o exame físico.

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40
Q

Quais as lesões que podem comprometer a ventilação de forma imediata?

A

Pneumotórax hipertensivo, pneumotórax aberto, lesões de traqueia e brônquios e hemotórax maciço.

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41
Q

Quando devo suspeitar de pneumotórax hipertensivo?

A

Devo suspeitar em todo paciente vítima de trauma que se apresenta com dispneia importante acompanhada de 1 ou +: turgência jugular, murmúrio vesicular abolido/diminuído, timpanismo à percussão, enfisema subcutâneo, desvio contralateral da traqueia e hipotensão ou choque.

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42
Q

Qual a principal etiologia do pneumotórax hipertensivo segundo o ATLS?

A

A VM com pressão positiva em paciente com lesão pleuropulmonar assintomática ou não identificada previamente.

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43
Q

Qual a conduta no pneumotórax hipertensivo?

A

Imediata: toracocentese de alívio (punção na parede torácica). Definitiva: toracostomia com dreno em selo d’água.

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44
Q

Qual o local de realização da toracocentese e da toracostomia no pneumotórax hipertensivo?

A

Toracocentese: adultos - 4°/5° EIC entre a LAA e a LAM; crianças - 2° EIC linha hemiclavicular. Toracostomia: 4°/5° EIC entre a LAA e a LAM.

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45
Q

Qual outro nome para o pneumotórax aberto?

A

Ferida torácica aspirativa.

46
Q

Qual a fisiopatogenia do pneumotórax aberto?

A

Ocorre em traumas penetrantes em que houve a formação de um orifício largo o bastante para competir com a VA para a entrada. O orifício, para competir com a VA, deve ter pelo menos 2/3 do diâmetro da traqueia. Não provoca instabilidade hemodinâmica, porém evolui rapidamente para insuficiência respiratória.

47
Q

Qual a conduta no pneumotórax aberto?

A

Imediata: curativo em 3 pontas, fazendo com que o ar não consiga entrar pelo orifício mas consiga sair. Definitivo: toracostomia com dreno em selo d’água e fechamento do orifício cirurgicamente.

48
Q

Todo pneumotórax deve ser drenado?

A

Não, pneumotóraces simples (não hipertensivos), ASSINTOMÁTICOS e pequenos (20-30% do volume do hemitórax) não precisam ser drenados a princípio.

49
Q

Quando devo drenar um pneumotórax simples e pequeno?

A

Devo drená-lo em situações que podem aumentar ou transformar esse pneumotórax em hipertensivo, como ventilação mecânica e transporte aéreo.

50
Q

Qual a conduta em caso de drenagem do pneumotórax porém sem melhora do paciente?

A

Devo me perguntar se a técnica foi realizada corretamente e se o dreno for aberto. Caso isso tenha sido cumprido, pode ser que o paciente tenha um ferimento muito grave da VA (como bronquio fonte), fazendo com que a quantidade de ar que entra é maior do que a capacidade do dreno de tirar, sendo necessário um segundo dreno. Caso essa lesão da VA impessa o ar de passar, é necessária uma IOT eletiva com auxílio de fibroscopia/broncoscopia para colocar o TOT abaixo da lesão e toracotomia para reparar a lesão.

51
Q

Qual a definição de hemotórax maciço?

A

É a presença de mais de 1500 mL de sangue no hemitórax (1/3 da volemia do paciente).

52
Q

Qual a fisiopatologia do hemotórax maciço?

A

Ocorre principalmente por trauma penetrante, mas pode também por trauma contuso, por uma lesão em vasos hilares ou sistêmicos. Vale ressaltar que esse sangramento é autolimitado, na maioria das vezes.

53
Q

Qual a conduta no hemotórax maciço?

A

Toracostomia com dreno em selo d’água e, caso necessário, toracotomia.

54
Q

Quando está indicada a tocatotomia no hemotórax maciço?

A

Quando houverem sinais de que esse sangramento não cessou: saída imediata à colocação do dreno de 1500 mL, drenagem de 200 mL por hora pelas próximas 2-4h e necessidade persistente de transfusão.

55
Q

O que é realizado no “C”?

A

Avaliação do estado hemodinâmico do paciente através de alguns parâmetros: PA, frequência cardíaca, frequência respiratória, ECG, débito urinário, etc.

56
Q

Qual a conduta imediata em uma hemorragia externa significativa? Qual uma alternativa?

A

A pressão manual direta sobre a lesão. O torniquete pode ser usado caso refratário à pressão manual direta.

57
Q

O que deve ser feito no paciente que se encontra em instabilidade hemodinâmica?

A

Devo fazer a reposição volêmica imediata através da passagem de 2 acessos calibrosos (mínimo 18). Além disso, deve-se garantir oxigenação e ventilação adequadas.

58
Q

Quando eu considero taquicardia de acordo com a idade do paciente?

A

> 160 em lactentes, > 140 em pré-escolares, > 120 até a puberdade e > 100 a partir da puberdade.

59
Q

Quantos acessos devem ser feitos no paciente do trauma e qual a preferência?

A

Devem ser feitos DOIS acessos, sendo a preferência para o acesso IV periférico. Caso não seja possível conseguí-lo, pode-se fazer qualquer um entre os seguintes: intra-ósseo (provisório - tibia, umero, esterno), central, safena. Para crianças menores que 6 anos, o intra-ósseo é o preferível após o periférico (tibia).

60
Q

Quais os principais focos de sangramento no trauma?

A

Intra-abdominal (p) (fígado, baço e rins), pelve (hematomas retroperitoneais), tórax e ossos longos com fratura grave.

61
Q

O que deve ser lembrado no atendimento pré-hospitalar em relação ao ABCDE do trauma?

A

No PHTLS, devo tratar algum sangramento com risco de exsanguinação antes do “A”.

62
Q

Classes choque hemorrágico.

A

I: FC e PA N. até 15% (750)
II: FC > 100, PA N. 15-30% (<1500). RL e talves HD.
III: FC > 120, PA N ou baixa. 30-40% (1500-2000). HD.
IV: FC > 140 e PN baixa. > 40% (2000). PTM.

63
Q

Tabela classificação da hemorragia.

A
64
Q

Como deve ser a reposição volêmica inicial do paciente com hemorragia?

A

Deve-se administrar 1 litro (20 ml/kg para cca até 40 kg) de cristaloide aquecido (39°C)

65
Q

Qual a diurese que indica boa resposta à reposição volêmica?

A

0,5 ml/kg/h em adultos, 1 ml/kg/h em < 12 a e 2 ml/kg/h em < 1 ano.

66
Q

O que é a transfusão maciça?

A

É a transfusão > 10 UI de concentrado de hemácias nas 24h iniciais à admissão ou > 4 UI em 1h.

67
Q

Qual medicação pode ser realizada no paciente com hemorragia importante?

A

O ácido tranexâmico, sendo um anti fibrinolítico que deve ser administrado em até 3h, sendo 1g realizada inicialmente e 1g realizada em 8h.

68
Q

Mecanismo de ação do transamin.

A

Se liga ao plasminogênio, impedindo a ação da plasmina na lise da fibrina (antifibrinolítico). Atua após a cascata de coagulação.

69
Q

Shock index.

A

> 1,2 esta relacionado a maior probabilidade de internação e mortalidade.

70
Q

O que deve ser feito antes de passar o catéter vesical?

A

Devo avaliar a presença de contraindicações.

71
Q

Quais as CI para passar o cateter vesical? Por que são CIs?

A

Sangue no meato uretral, hematoma escrotal ou perineal, retenção urinária e fratura de pelve.

72
Q

O que fazer frente às CIs do cateter vesical?

A

Devo realizar uma uretrografia retrógrada para avaliar a presença de lesão uretral.

73
Q

Caso a uretrografia retrógrada evidencie lesão de uretra, qual a conduta?

A

Realização de uma cistostomia.

74
Q

Quais os locais que mais sangram sem que a gente veja?

A

Tamponamento cardíaco e fratura de pelve.

75
Q

Qual o volume de sangue necessário para promover tamponamento cardíaco?

A

100-200 mL.

76
Q

Como o tamponamento cardíaco se manifesta?

A

Se manifesta através de redução no débito cardíaco, pulso paradoxal, sinal de kussmaul, turgência jugular, hipofonese de bulhas e hipotensão. A tríade hipotensão, hipofonese de bulhas e turgência jugular patológica é chamada de tríade de Beck.

77
Q

Como é feito o Dx de tamponamento cardíaco?

A

Clínico + eco (FAST).

78
Q

Qual a conduta frente ao tamponamento cardíaco?

A

Imediata: alívio por pericardiocentese (a retirada de 10-20 mL de sangue já é suficienete para melhora clínica do paciente). Definitiva: toracotomia.

79
Q

O que é realizado no “D”?

A

ECG, pupilas e extremidades (motricidade e sensibilidade - procura de sinais de lateralização).

80
Q

Quais situações podem levar ao rebaixamento do nível de consciência? Quando corrigidas e ainda há persistência do rebaixamento, qual a conclusão?

A

Hipoxemia, hipotensão, álcool e drogas. Traumatismo do SNC.

81
Q

O que é realizado no “E”?

A

A vítima é despida completamente e examinada rapidamente dos pés à cabeça. Além disso, o ambiente deve ser controlado para evitar hipotermia.

82
Q

Comente sobre o ABC score.

A

PAS < 90, FC > 120, FAST positivo e ferimento penetrante. Se tiver 2 ou + positivos = PTM.

83
Q

Quais outros escores para avaliar PTM?

A

RABT: FAST, penetrante, SI > 1 e fx de pelve. >= 2 PTM.

84
Q

Fatores avaliados no Trauma Score, Revised Trauma Score, ISS e TRISS.

A

TS: ECG, FR, PAS, esforço respiratório e TEC.
RTS: ECG, FR e PAS.
ISS: avalia exame físico, cirurgia, radiologia e autópsia. Baseia-se no AIS (quanto maior, pior), somando os quadrados dos 3 maiores valores.
TRISS: RTS, ISS, idade (>=54) e mecanismo (penetrante).

85
Q

Como interpretar Revised Trauma Score, ISS e TRISS.

A

RTS: quanto maior, melhor será o prognóstico. Mortalidade precoce.
ISS: Qualquer AIS de 6 = ISS 75. Um ISS >= 16 define trauma grave. Mortalidade tardia.
TRISS: análise retrospectiva na sobrevida. Usado para comparar a qualidade dos atendimentos.

86
Q

Vantagem do tromboelastograma (ROTEM).

A

Visão total da coagulação de acordo com as condições do paciente.

87
Q

Parâmetros analisados no ROTEM. O que cada um avalia.

A

CT (clotting time): tempo para início da formação do coágulo. Avalia os fatores da coagulação e efeito da heparina (se existe deficiência dos fatores ou o sg está heparinizado).
CTF (clotting formation time): subsequente ao CT. Cinética de formação da trombina, polimerização e estabilidade do coágulo. Qualidade e consistência.
MCF (maximum clot firmness): dureza do coágulo, sendo o ponto de maior amplitude do gráfico. Qualidade (estado de coagulabilidade).
Ângulo alfa: estado de coagulabilidade (mais agudo mais hipocoag).
ML (maximum lysis): percentual de lise do coágulo. > 15% está hiperfibrinolítico (aqui está o uso do transamin).

88
Q

Como são feitos os testes do ROTEM?

A

Para todos: INTEM e EXTEM. Caso haja alguma alteração neles, eu faço os outros.

89
Q

Como interpretrar o INTEM e EXTEM normais?

A

Está sangrando por outros motivos: von Willenbrand, hipotermia, mecanicas, pH, antiagregantes.

90
Q

O que é analisado no EXTEM e seus valores?

A

CT: > 79s deficiência na via extrínseca (I, II, V, VII, X) - dependentes da vit K.
CFT > 159 (demora) e/ou MCF < 50 mm (frágil): def de plaquetas ou fibrinogênio -> FIBTEM (inibe plaqueta). MCF < 9mm = disf fibrinogenio // MCF > 9 disf plaq.
ML: > 15% = suspeita de hiperfibrinólise -> APTEM para confirmar (anula a fibrinólise). Se APTEM normal, hiperfibrinólise verdadeira.

91
Q

O que é analisado no INTEM e seus valores?

A

CT: > 240s = def intrinseca ou heparina -> HEPTEM (anula heparina). Se CT normal, sg heparinizado // Se CT mantém alto, def intrínseca.
CFT: se alterado -> FIBTEM.
MCF: se alterado -> FIBTEM.

92
Q

Quais os reagentes usados no ROTEM?

A

INTEM: ac elágico
EXTEM: tromboplastina/fator tissular (cereb coelho).
FIBTEM: citocalasina D.
HEPTEM: heparinase.
APTEM: aprotinina.

93
Q

Hipotensão permissiva.

A

PAS 70 mmHg (PAM 50-60). Não ser adotada no TCE, gestante e TRM.

94
Q

ECG e classificação de TCE.

A

Glasgow-P: reatividade pupilar (2 reativas=0 // 1 reativa = -1 // 0 reativa = -2)
Leve: 13-15.
Mod: 9-12.
Grave: <=8.

95
Q

Classificação e CD da hipotermia.

A

Leve 34-36: retirar roupas molhadas, cobrir com cobertor, controlar a temperatura do ambiente, manta termica e fonte de calor radiante
Moderada 32-34: acima + fluido EV 40-42 e O2 umidificado aquecido
Grave < 32: acima + Estáveis: cateter de temperatura endovascular
Instáveis: ECMO ou CEC
Outros: irrigação peritoneal ou pleural, HDialise.

96
Q

Causas embolia gordurosa.

A

Fx ossos longos, pelve, costela, proc ortopédico, acesso IO, queimaduras, lipoaspiração, TMO, pancreatite, osteomielite.

97
Q

QC e TTO embolia gordurosa.

A

Tríade: IRpA, alteração NC e petéquias (último) após 24-72h do evento.
TTO suporte (não é rotina: GC e heparina).
Dx clínico.
Redução do risco: fixação precoce da fx (não trata a embolia).

98
Q

Definição extremidade mutilada.

A

Comprometimento de 3 ou mais dos 4 componentes da extremidade: vasos, nervos, ossos e tecidos moles.

99
Q

Controle inicial do sg de extremidade.

A

Compressão > torniquete > ligadura.

100
Q

Em caso de reparo vascular, usar veia autóloga ou prótese?

A

Maioria veia autóloga (safena magna do membro não lesionado) para <=7mm. Maior = prótese.

101
Q

Como avaliar a extremidade lesada?

A

Em caso de choque, fx ou luxação, avaliar antes e após a reanimação/fixação/redução.

102
Q

Quando e como fazer o controle de danos no trauma vascular?

A

Quando: tríade letal com necessidade de reconstrução vascular, lesões concomitantes que precisam de tto imediato.
Como: ligar vasos não essenciais, shunt temporário, tampão temporário com balão ou compressa.

103
Q

Qual o exame padrão ouro para investigação de lesão vascular?

A

AngioTC. Outros: angiografia e doppler.

104
Q

Quais os sinais fortes de lesão arterial? Qual a CD?

A

Hemorragia ativa, hematoma em expansão ou pulsátil, frêmito, ausência de pulso ou isquemia.
CD: cx imediata.

105
Q

Explique o índice de extremidade lesada (IEL).

A

PAS na extremidade lesada distal/PAS na extremidade lesada proximal.
IEL > 0,9 é normal e < 0,9 sugere lesão vascular.
Hipotenso ou hipotérmico, repetir após 15 min.

106
Q

Explique o MESS.

A

Escore usado para avaliar a necessidade de amputação primária ou não de um membro acometido. Variáveis: grau da lesão, grau de instabilidade hemodinâmica, grau de isquemia e idade. >= 7 pode indicar amputação.

107
Q

Manejo extremidade lesada.

A

Sinais fortes: cx.
Fx exposta + lesõa vascular: shunt temporário > redução > reparo definitivo.
Sem sinal forte + IEL > 0,9: obs.
Sem sinal forte + IEL < 0,9: angioTC.
Penetrante sem sinal forte e IEL > 0,9: alta.

108
Q

Sd compartimental na perna.

A

São 4 compartimentos: A, L, Psuperf, P prof. Incisão lateral e medial longitudinal resolvem.

109
Q

Quando indicar fasciotomia?

A

Isquemia >4-6h, QC de compartimental, pressão > 30 mmHg, achados cirúrgicos (ligadura de grandes veias, recons art após > 6h isquemia, lesão arterial + fx).

110
Q

Quando amputação primária?

A

MESS >= 7, tardio sem sensib ou motricidade, impossib de recuperação funcional.

111
Q

Cesariana perimortem.

A

Indicada quando PCR persistente após 4 minutos de reanimação em IG > 20s
Obj: otimizar o sucesso da reanimação materna (melhora a pre carga - utero gravidico comprime a VCI e a aorta abdominal, reduzindo a precarga e o debito cardiaco).