Ortopedia Flashcards

1
Q

Onde ocorre a doença de Legg-Calvé-Perthers (DLCP)?

A

É o grande representante das doenças epifisárias infantis.

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2
Q

Como é a irrigação do osso?

A

A diáfise e metáfise são muito bem irrigadas, porém a placa epifisária (entre metáfise e epífise) impede que a circulação metafisária alcance a epífise, fazendo com que a vascularização desta ocorra por pequenas artérias que penetram na cápsula articular.

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3
Q

Quando ocorre a isquemia e necrose da cabeça do fêmur?

A

Quando há interrupção ou comprometimento das artérias retinaculares do colo do fêmur.

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4
Q

Quais condições promovem a necrose da cabeça do fêmur?

A

Nas fraturas do colo do fêmur e de forma idiopática, como na DLCP.

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5
Q

O que é a DLCP?

A

É a necrose avascular idiopática da epífise femoral em crescimento, sendo, caracteristicamente, AUTOLIMITADA.

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6
Q

Qual a etiopagotenia da DLCP?

A

Acredita-se que ocorra por trombose dos vasos que drenam a cabeça do fêmur propiciada por um trauma leve em uma criança geneticamente predisposta.

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7
Q

Quais as fases evolutivas da DLCP?

A

Fase precoce (necrose), fase de fragmentação, fase de reossificação e fase de deformação residual.

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8
Q

Quais as características da fase precoce da DLCP?

A

A isquemia promove morte dos osteócitos, porém com a MESMA densidade radiográfica, porém sem crescimento da região. Como o outor lado continua crescendo, o lado acometido apresenta a cabeça menor e o espaço femoral maior. É ASSINTOMÁTICA!!!

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9
Q

Quais as características da fase de fragmentação da DLCP?

A

SURGEM OS SINTOMAS. Há ossificação da parte morta, aparecendo HIPERDENSA no rx e o neosso é mais predisposto à alterações morfológicas (na cabeça do fêmur). Por esse osso ser mais frágil, pode surgir uma fratura do osso subcondral no local de maior estresse do corpo, causando DOR e DERRAME SINOVIAL. A criança passa a sentir dor, ter claudicação e deformidade do tipo achatamento caso não for corrigido.

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10
Q

Qual o achado de rx da fase de fragmentação da DLCP?

A

Imagem hiperdensa (ossificação da região encrosada), imagem em crescente acompanhando a circunferência da cartilagem articular. Aspecto de fragmentação por áreas de reabsorção com deposição.

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11
Q

Quais as características da fase de reossificação da DLCP?

A

Ocorre após 12-18 meses da fase de fragmentação e dura cerca de 1-3 anos, em que toda a epífise é substituída por um novo osso, porém com a epífise ainda suscetível à deformação.

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12
Q

Quais as características da fase de deformação residual da DLCP?

A

Caso ausência de tratamento, ocorre a deformidade com incongruência articular, sendo que a subluxação da cabeça femoral é um sinal de mau prognóstico. No adulto, isso levará à uma degeneração da cartilagem articular (osteoartrose do quadril).

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13
Q

Qual a epidemiologia da DLCP?

A

Meninas 2-12 anos (4:1).

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14
Q

Qual o QC da DLCP?

A

Instalação subaguda e unilateral (maioria) de claudicação com ou sem dor em região inguinal ou na face anterior da coxa. Pode haver o sinal do obturador (dor referida no joelho em patologias do quadril). Há limitação da abdução e rotação interna do quadril.

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15
Q

Como dx a DLCP?

A

QC + imagem (RNM e cintilografia são os mais sensíveis).

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16
Q

Quais os achados de imagem da DLCP?

A

AP e Lauenstein (posição de rã): diminuição epifisária com aumento do espaço articular, hiperdensidade, fratura subcondral (crescente). Pode haver fragmentação e cistos metafisários.

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17
Q

Quais os principais ddx da DLCP?

A

Anemia falciforme (crises ósseas), hemofilia (hemartrose), sinovite transitória e displasia epifisária múltipla.

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18
Q

Qual o px da DLCP?

A

É uma doença autolimitada, mas a depender do grau de deformidade articular pode predispor à osteoartrose do quadril.

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19
Q

Qual o principal determinante px da DLCP?

A

A idade de aparecimento dos sintomas: < 6a apresentam melhor px.

20
Q

Quando indicar e qual o tto da DLCP?

A

Indicado em: > 6 anos (> 5 para meninas), reabsorção do pilar lateral e perda da contenção da epífise sobre o acetábulo (extrusão ou subluxação da cabeça do fêmur).
Tto: conservador com imobilização inguinomaleolar bilateral em abdução (1a escolha) ou cirurgia (2a escolha - osteotomia).

21
Q

O que é a epifisiólise do quadril?

A

É uma doença da epífise proximal do fêmur em que há um deslizamento da epífise (cabeça) em relação ao colo pelo enfraquecimento da placa epifisária

22
Q

Qual deformidade ocorre na epifisiólise do quadril?

A

A cabeça se desloca para baixo e o colo para cima.

23
Q

Qual a epidemiologia da epifisiólise do quadril?

A

Meninos pré/adolescentes (raro em < 10 anos).

24
Q

Qual o QC da epifisiólise do quadril?

A

Agudo: instalação < 3 semanas, geralmente associado a trauma (queda), com forte dor no quadril, impedindo a deambulação.
Crônico: > 3 semanas, sem trauma associado, com claudicação e dor no quadril (pode haver dor no joelho - sinal do obturador pode ser a única dor).
O paciente mantém o membro afetado em rotação externa.

25
Q

Como dx a epifisiólise do quadril?

A

QC + rx (AP e Lauestein).

26
Q

Qual o achado de raio x da epifisiólise do quadril?

A

Aumento da espessura da placa epifisária, sinal de Trethowan (traço uma linha na margem superior do colo do fêmur. O normal é essa linha atravessar a cabeça do fêmur. Na epifisiólise não atravessa)

27
Q

Quais possíveis complicações da epifisiólise do quadril?

A

Necrose avascular da cabeça do fêmur, condrólise (necrose da cartilagem articular) e incongruência articular (OA precoce).

28
Q

Qual o tto da epifisiólise do quadril?

A

Cirurgia, devendo ser imediato.

29
Q

Comente sobre a sinovite transitória do quadril.

A

Causa comum de dor e claudicação, epidemio entre 3-8 anos, idiopática mas com 70% havendo relato de infecção viral respiratória dias antes. Não há alteração óssea ou tendinosa, apenas sinovite. Autolimitado em algumas semanas. Tto com repouso, AINEs e limitação de atividades nos próximos dias.

30
Q

O que é a doença de Osgood-Schlatter?

A

É uma osteocondrose (epifisite) da tuberosidade da tíbia (semelhante à DLCP), ocorrendo por necrose avascular idiopática.

31
Q

Qual o QC e rx da doença de Osgood-Schlatter?

A

QC: dor no joelho, tumoração na tuberosidade da tíbia, evoluindo de forma semelhante à DLCP.
Rx: fratura subcondral, fragmentação e edema.

32
Q

Qual o tto da doenças de Osgood-Schlatter?

A

Sempre conservador (repouso relativo, AINEs, crioterapia, etc).

33
Q

O que significa o termo displasia na ortopedia?

A

Desenvolvimento anormal de um osso, tornando-se deformado.

34
Q

O que é a displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ)?

A

É a luxação ou subluxação do quadril (da cabeça do fêmur em relação ao acetábulo).

35
Q

Como é a apresentação da DDQ?

A

A maioria das crianças predispostas não nascem luxadas, porém ocorrendo em algum momento nos primeiros 1-2 meses de vida.

36
Q

Qual a consequência da DDQ?

A

Promove uma anteversão exagerada do fêmur proximal, hipertrofia da cápsula articular, contratura dos adutores e ileopsoas e alteração acetabular.

37
Q

Como dx a DDQ dos 0-3 meses?

A

Manobra de Ortolani (ver se já está luxado = abdução do quadril tracionando a coxa para cima). O clique torna a manobra positiva. Outra forma de ver se já está luxado é a assimetria das pregas cutâneas dos MMII (sinal de Peter Bade), excesso na rotação externa e dificuldade de abduzir o membro afetado.
Se Ortolani negativo, devemos fazer o Barlow (ver se o quadril é luxável): aduzo a coxa e empurro para baixo.

38
Q

Qual a importância do dx precoce (0-3 meses) da DDQ?

A

O êxito no tratamento apresenta alta porcentagem de sucesso

39
Q

Como dx a DDQ dos 3-18 meses?

A

Limitação da abdução e circundação, encurtamento do quadril, manobra de telescopagem positiva.

40
Q

Como dx a DDQ após os 12 meses?

A

Alteração da marcha (claudicante, do tipo gingado de pato), sinal de Trendelenburg (ao ficar de pé no membro inferior afetado o quadril cai para o lado oposto e o tronco se desvia para o lado afetado).

41
Q

Quais as alterações de rx para diagnosticar a DDQ?

A

Traço uma reta horizontal entre as cartilagens do acetábulo (comparar as alturas das epífises femorais) e 2 retas perpendiculares à primeira tangenciando o rebordo ósseo lateral do acetábulo. No normal, a metáfise femoral deve estar no quadrante inferior interno. Outra alteração é o ângulo entre a linha horizontal e o teto acetabular (> 30° sugere).

42
Q

Qual o tto da DDQ?

A

O objetivo é sempre manter a cabeça do fêmur no acetábulo displásico, estimulando a reconstituição das estruturas.

43
Q

Comente sobre o pé torto congênito.

A

Pé varo, com adução e supinação - alteração no processo de formação do pé. Pode ser postural (leve, boa flexibilidade, corrigível com poucas trocas de geesso), verdadeiro (baixa mobilidade, mas ainda com bom px com tto conservador) e teratológico (grande rigidez). O tto é conservador (p) com gesso ou cirúrgico (refratários).

44
Q

O que é a fratura exposta (FE)?

A

Solução de continuidade da pele e tecidos moles subjacentes, permitindo a comunicação óssea direta com o meio ambiente.
*Quando uma fx ocorre no mesmo segmento de um membro com ferida, será considerada FE até que se prove o contrário.

45
Q

Como deve ser a avaliação de uma possível FE?

A

Após ABCDE, estabilizamos e cobrimos com curativo estéril e avaliamos pulsos periféricos e perfusão e exame neurológico. Após isso é feito o rx. Inicia-se ATB e profilaxia para tétano.

46
Q

Qual ATB usar de forma profilática na FE?

A

Cef 1a, podendo associar aminoglicosídeo e alguma penicilina. Manter por 24-72h e iniciar o quanto antes possível.

47
Q

Qual o tto da FE?

A

Cirurgia precoce (nas primeiras 6h). A ferida só pode ser explorada em CC após antissepsia e com material estéril. Desbridar o tecido, lavar. Pode deixar aberta a ferida.