NPT Flashcards

1
Q

Qual a definição de desnutrição?

A

É um estado de deficiência energética, proteínas e micronutrientes que altera a estrutura tecidual e, além disso, a função de órgãos e sistemas.

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2
Q

Qual a importância da nutrição adequada no contexto operatório?

A

Melhora a evolução do paciente, reduzindo mortalidade, tempo de internação e complicações após uma operação.

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3
Q

Quais os tipos de nutrição?

A

Via oral, enteral e parenteral.

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4
Q

Quais condições podem levar o paciente ao estado de desnutrição?

A

Anorexia, mediadores inflamatórios, obstrução do TGI, redução da superfície absortiva.

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5
Q

Qual a influência da desnutrição do desfecho pós-op de um paciente?

A

Aumenta o risco de cicatrização anormal, deiscência de FO, de anastomose e maior risco de infecções. Além disso, o desgaste da MEE pode promover dificuldade em desmame da VM.

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6
Q

Quais as alterações metabólicas no jejum e como impedir a cetogênese?

A

Jejum -> queda da insulina e aumento dos contrainsulínicos (glucagon, cortisol, GH, catecolaminas) -> glicogenólise (acaba em 48h os estoques) + lipólise (AG para beta-oxidação e glicerol para gliconeogênese) + proteólise (gliconeogênese) -> produção de corpos cetônicos em excesso (1s de jejum) -> cetogênese.
A cetogênese pode ser impedida com a administração diária de 2L de SG 5% (400 kcal). Porém, é insuficiente para extinguir as demais alterações acima descritas.

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7
Q

O que é a sd do intestino curto e quando ocorre?

A

É uma diminuição muito grande a superfície de absorção do ID por redução de seu comprimento, sendo que a causa mais comum é a isquemia mesentérica. Ocorre quando > 70% do ID foi ressecado ou quando 2/3 do íleo distal com envolvimento de válvula ileocecal foi ressecado.

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8
Q

Como está o metabolismo na sepse?

A

A sepse promover um estado de intenso hipercatabolismo, aumentando a TMB em até 50%. Há uma proteólise e lipólise incessantes. A grande elevação dos contrainsulínicos faz com que a gliconeogênese não sofra alterações com a nutrição (inicialmente), fazendo com que o risco de hiperglicemia seja enorme.

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9
Q

Como ocorre a desnutrição no câncer?

A

Redução na ingesta (ca de TGI, cabeça ou pescoço que dificultem mecanicamente), vômitos (QT) ou anorexia por mediadores humorais. Alguns cânceres produzem um faotr indutor de proteólise e outras citocinas inflamatórias contribuem para o aumento do catabolismo.

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10
Q

Quais as variedades clínicas da desnutrição?

A

Marasmo e kwashiorkor.

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11
Q

O que é e quando ocorre o marasmo?

A

É um estado de privação calórica com consumo de toda a gordura corporal do paciente, ocorrendo por inanição prolongada.

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12
Q

O que é a caquexia?

A

É um estado de peda da massa corporal magra por estados inflamatórios crônicos e indolentes.

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13
Q

Quais os achados clínicos no marasmo?

A

Um indivíduo de aspecto consumido (assim como na caquexia), prega cutânea diminuída (perda de gordura) e redução da circunferência do braço (perda de proteína). Um dado interessante é que a perda muscular interóssea e em região temporal tem relação direta com destruição de proteínas no coração, fígado e rins. Curiosamente a função imune e capacidade de cicatrização não estão prejudicadas.

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14
Q

O que é o kwashiorkor e quando ocorre?

A

É uma desnutrição proteicocalórica encontrada em indivíduos com doença aguda (politrauma ou sepse) ou com doença crônica e resposta inflamatória exuberante.

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15
Q

Por que ocorre o kwashiorkor?

A

Por um consumo proteico significativo e rápido.

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16
Q

Quais os achados clínicos e laboratoriais do kwashiorkor?

A

Há edema (hipalbu), queda de cabelos, pele quebradiça, prejuízo à cicatrização, maior risco de deiscência de FO, prejuízo à imunidade celular (linfocitopenia).

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17
Q

Qual a necessidade proteica no indivíduo saudável e no submetido ao estresse na NPT?

A

Indivíduo saudável: 0,8 g/kg/dia ptn.
Estresse: a ptn deve corresponder a 20% do valor calórico total oferecido (1 g ptn = 4 kcal), geralmente correspondendo a 1,5-2 g/kg/d.

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18
Q

Como deve ser o suporte lipídico ao indivíduo submetido a algum estresse na NPT?

A

Deve corresponder a 30-40% do suporte calórico total não proteico (1 g = 9 kcal).
*Devo dosar TGC pois a NPT é FR para hiperTGC (manter < 400 por risco de pancreatite aguda).

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19
Q

Como deve ser o suporte glicídico ao indivíduo submetido a algum estresse na NPT?

A

Deve corresponder a 40-70% da oferta calórica diária não proteica (1 g glicose hidratada = 3,4 kcal), geralmente 30-35 kcal/kg/d (~2000 kcal).

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20
Q

Quais dados da história clínica fazem com que o paciente possua alto risco de desnutrição e indiquem o suporte nutricional?*

A

IMC < 18,5, perda de peso > 10% em 6m (> 5% em 1-3m), estados hipermetabólicos (sepse, queimaduras, pancreatite, trauma), albumina < 3 ou transferrina < 200 (o mais sensível é, em ordem, ptn ligada ao retinol 12h > pré-albumina 2d > transferrina 8d > albumina 20d).

21
Q

Como calcular a TMB?

A

Também chamado de gasto energético basal, pode ser calculado pela fórmula de Harris-Benedict:
-Homem: 66,5 + (13,75 x peso) + (5,003 x altura em cm) - (6,775 x idade em anos).
-Mulher: 65,5 + (9,563 x peso) + (1,85 x altura em cm) - (4,676 x idade em anos).
O resultado dessa fórmula é multiplicado por uma constante que varia de 1,1 (sem estresse) até 1,9 (grande queimado).

22
Q

Como o cataboilsmo proteico pode ser quantificado?

A

A proteólise produz nitrogênio, sendo escretado na urina na forma de ureia. Pode-se estimar a proteólise através do cálculo do nitrogênio ureico urinário, obtido multiplicando a ureia na urina x 0,47. Quanto maior a proteólise, maior o NUU e menos eficaz está sendo minha terapia nutricional. Valores > 15 indicam catabolismo intenso.

23
Q

Qual forma de nutrição artificial é mais eficaz?

A

A enteral do que a parenteral, pois a utilização do TGI é benéfica por manter o trofismo da mucosa (reduz translocação bacteriana) e permitir o funcionamento adequado do fígado.

24
Q

Por que a enteral é melhor que a parenteral?

A

Pois o TGI contém 50% do tecido linfoide do organismo e produz 80% das Ig circulantes, fazendo com que a atrofia de mucosa produzida pela NPT reduza a produção de Ig, favorecendo a infecção nosocomial. Por isso que, mesmo em parenteral, o ideal é que 20% seja por enteral.

25
Q

Qual a peculiaridade da composição da fórmula enteral quando esta é usada diretamente no ID?

A

Deve ser iso ou hipo-osmótica, pois o intestino não tolera o conteúdo hiperosmolar (faz diarreia).

26
Q

Quais as complicações da nutrição enteral?

A

Mecânicas (), diarreia, desidratação, DHE, hiperglicemia (todas por aumento da osmolaridade da solução).

27
Q

Qual a peculiaridade da nutrição enteral em pacientes instáveis hemodinamicamente?

A

Esses pacientes apresentam perfusão esplâncnica inadequada e reduzida, fazendo com que a absorção intestinal seja reduzida.

28
Q

Como é a distribuição do valor calórico total nas fórmulas enterais?

A

10-15% ptn, 50-60% carbo e 25-35% gordura.

29
Q

Quais as possíveis rotas de adm da nutrição enteral?

A

SNG, SNE, GTT, sonda de Dobbhoff e jejunostomia.

30
Q

Quais os benefícios da SNG e quais os cuidados em relação à ela?

A

É a com melhor custo-benefício e também ajuda a prevenir complicações como a gastroparesia do pós-op. Os cuidados devem ser contra a broncoaspiração: cabeceira elevada em 45° e não ultrapassar 50 ml/h.

31
Q

Quais as possíveis complicações das SNG/SNE?

A

Pneumotórax, sinusite, erosões gástricas e esofágicas, estenose de esôfago, bradiarritmias, broncoaspiração e erro no posicionamento da extremidade distal.

32
Q

Qual sonda de nutrição enteral apresenta maior risco de broncoaspiração?

A

Pelo Sabinston, não existe diferença entre a SNG e SNE (argumento: o EEI constantemente aberto é o principal mecanismo da broncoaspiração). Já o Schwarts afirma que é maior na SNG.

33
Q

Quando deve ser confeccionada uma GTT? Como confeccionar?

A

Em pacientes que irão se manter em nutrição enteral prolongada (> 4s). Pode ser feita tanto por vídeo (esdoscopia percutânea - escolha, por menor custo e morbidade) quando por via cirúrgica.

34
Q

Quais as CI absolutas à GTT endoscópica percutânea?

A

Impossibilidade de acesso endoscópico, obstrução gástrica distal, coagulopatia grave, sobrevida < 4s e impossibilidade de aproximar o estômago da parede abdominal.

35
Q

Quando optar pela jejunostomia em detrimento da GTT?

A

Em pacientes com retardo no esvaziamento gástrico, refluxo frequente e episódios de aspiração.

36
Q

Quando a nutrição parenteral (NP) é recomendada?

A

Em pacientes com TGI não funcionante ou em situações em que este necessitem de repouso (com jejum para 7 dias ou mais).

37
Q

Qual a via de adm da NPT?

A

Por uma veia central, sendo a subclávia a de escolha (menor índice de infecção), sendo que o cateter deve ser exclusivo para a NPT.

38
Q

Quais as indicações da NPT?*

A

Vômitos/diarreias intratáveis, íleo paralítico prolongado, fístulas digestivas de alto débito, obstrução/suboclusão do TGI, fases iniciais da sd intestino curto (< 100 cm), hemorragia digestiva grave e peritonite difusa.

  • São CI à nutrição enteral.
  • *Quando a demanda > oferta e a enteral não está dando conta, a NP complementa a enteral, como em grandes queimados.
39
Q

Por que a NP é interessante nas fístulas GI?

A

Pois a nutrição enteral aumenta as secreções no TGI, mantendo o débito alto na fístula e diminuindo sua chance de fechamento espontâneo. A NP diminui o débito e aumenta a chance de fechamento espontâneo.

40
Q

Quais as principais complicações da NP?

A

Complicações do cateter (infecção e sepse, trombose da veia, pneumotórax), complicações metabólicas (hiperglicemia e hiperosmolaridade), outras (aumento de FA e GGT, esteatose hepática, distenção da VB em NPT, favorecento colelitíase e CAA).

41
Q

Quais os principais microrganismos envolvidos na infecção do cateter de NP?

A

Fungos (4-5x mais frequentes que os outros) e, em seguida, bactérias.

42
Q

O que é a sd da realimentação?

A

São alterações agudas em líquidos e eletrólitos corporais como consequência da adm de nutrientes de forma rápida e excessiva em pacientes com desnutrição grave e prolongada. Ocorre em cerca de 2-4 dias após o início de qualquer terapia de suporte nutricional.

43
Q

Como prevenir a sd da realimentação?

A

É necessário evoluir gradualmente em 3 dias da kcal diária do paciente. 1/3 no 1° dia, 2/3 no 2° dia e total no 3° dia.

44
Q

Quais as alterações principais da sd da realimentação e por que ocorrem?

A

A hipofosfatemia (a desnutrição possui baixa insulina com redução do K+ celular mas K+ sérico normal - a instituição da NPT aumenta muito a insulina e joga o K+ para dentro da célula), hipofostatemia (mesmo motivo) e hipomagnesemia.

45
Q

Quais as consequências clínicas da sd da realimentação?

A

Hemólise com disfunção orgânica (hipoP), IC, arritmias, disfunção diafragmática com insuficiência respiratória, rebaixamento NC, precipira sd de Wernicke (maior uso da tiamina pelas células, reduzindo seus níveis). O problema é que, uma vez instalada, pode se tornar (muitas vezes) irreversível, mesmo com a reposição adequada dos eletrólitos.

46
Q

Como é o suporte de água?

A

30 ml/kg/d.

47
Q

Como fazer o balanço hídrico do paciente?*

A

Entra: hidratação + dieta.
Sai: dreno, urina, fezes, febre, insensíveis.

48
Q

Quais nutrientes responsáveis pela imunonutrição?*

A

Arginina, glutamina, ácidos graxos, ômega 3 e nucleotídeos. No entanto, para apresentarem benefícios no paciente grave, deve ser usado 7 dias antes e 7 dias depois da cirurgia (no mínimo).

49
Q

Quais as indicaçõs da imunonutrição?*

A

Qualquer inflamação crônica (grandes cirurgias, sepse, câncer, trauma e SDRA).