CIPE Flashcards
Qual a principal causa de HDB em RNs?
A retite inflamatória reacional por intolerância ao leite de vaca ou proteínas consumidas pela mãe.
Qual a principal causa de HDA em RNs?
Gastrite e erosões hemorrágicas (sepse, HIC, CC).
O que é o cisto dermoide? Qual sua localização?
É um remanescente ectodérmico localizado no TCSC principalmente na borda superior da órbita. É incomum localização cervical, porém quando ocorre, é na linha média (ddx com cisto do ducto tireoglosso).
Qual o EF do cisto dermoide? E o TTO?
EF: massa palpável endurecida e móvel à deglutição (se cervical).
TTO: ressecção completa.
O que é o higroma cístico? Qual sua localização?
É uma má-formação linfática (a mais comum em crianças) não ocorrendo comunicação da rede linfática com o sistema venoso (há uma obstrução linfática verdadeira). A principal localização é cervical posterior. Outras localizações: axilar, mediastino, retroperitônio, pelve, inguinocrural e genitália externa.
Qual o QC do higroma cístico?
Massa indolor, multiloculada, de paredes finas, com transiluminação positiva e localizada principalmente em região cervical posterior. Essa massa pode exercer efeito sobre estruturas adjacentes.
Como dx e tratar o higroma cístico?
DX: clínico. Se dúvida: USG (pref), TC ou RNM.
TTO: ressecção cirúrgica + ligadura dos vasos linfáticos. Se a lesão for muito grande e com relação com estruturas adjecentes, pode-se fazer esclerose com BLEOMICINA (evitar mutilação).
O que é e qual a importância do cisto do ducto tireoglosso?
É a massa mediana cervical mais comum na criança, sendo a persistência do ducto tireoglosso com a formação de um cisto (a tireoide se origina na língua e migra para sua região habitual por esse ducto). Pode surgir em qualquer idade.
Qual o QC do cisto tireoglosso?
Massa cervical indolor na linha mediana podendo ser encontrada em qualquer ponto do trajeto, sendo mais bem visualizado com extensão do pescoço e móvel com a deglutição e protrusão da língua. Seu volume pode aumentar com o tempo.
Quais as possíveis complicações do cisto tireoglosso?
Infecção (pode formar fístulas com a pele), pequeno potencial de malignidade.
Como dx e qual o tto do ducto tireoglosso?
DX: clínico. Se dúvida: TC ou USG.
TTO: ressecção do cisto e do ducto tireoglosso, além da porção mediana no hioide (cirurgia de Sistrunk!!!).
O que são os cistos branquiais?
São má formações dos arcos branquiais por um fechamento/desenvolvimento incompleto deles. O principal é o do 2° arco.
Qual o QC do cisto branquial?
2° arco: cisto/orifício de drenagem ao longo da borda do ECM (geralmente medial), correspondendo a 95% dos casos dessa má formação.
Como dx e tratar o cisto branquial?
DX: clínico.
TTO: ressecção de todos os remanescentes do arco branquial. Se infectado (fístula), primeiro eu trato a infecção (punção, ATB, etc).
O que é o torcicolo congênito?
Torcicolo, congênito ou adquirido, é um estado de tônus muscular anormal do pescoço que faz com que a cabeça vire para um lado. O congênito ocorre por uma fibrose e encurtamento do músculo ECM.
Qual o QC do torcicolo congênito?
Desloca a região cervical: a cabeça inclina para o lado afetado e gira para o lado oposto. Pode haver um tumor fibroelástico, que é a área de fibrose.
Há associação do torcicolo congênito com outras má formações?
Não. É incomum.
Como dx e tratar o torcicolo congênito?
DX: clínico.
TTO: fisioterapia (se precoce: 90% sucesso) com auxílio dos pais (alongamento, reorganizar o quarto para estimular a criança a virar a cabeça), que dura, geralmente, 4-6m. Se refratário, botox. Se refratário, cirurgia com divisão muscular.
Quais as principais afecções cirúrgicas da parede abdominal?
A onfalocele e a gastrosquise.
Qual a diferença na definição entre a onfalocele e a gastrosquise?
Durante o desenvolvimento embrionário, a cavidade abdominal do feto ainda é muito pequena para abrigar o crescimento das vísceras, fazendo com que, por volta da 6s, elas saiam da cavidade e se desenvolvam fora dela. Por volta da 10s, essas vísceras retornam e terminam seu desenvolvimento.
Onfalocele: é um defeito nesse retorno das vísceras para a cavidade abdominal (defeito central no fechamento da parede).
Gastrosquise: é uma MÁ FORMAÇÃO da parede abdominal, ocorrendo de forma mais precoce (4s, quando a parede é formada).
Qual a localização do conteúdo abdominal na onfalocele e na gastrosquise e como é o revestimento desse conteúdo?
Onfalocele: central, ocorrendo “dentro” do cordão umbilical (o cordão umbilical é central no saco amniótico). É revestido por uma membrana (que seria o peritônio). Geralmente contém fígado e ID.
Gastrosquise: é um defeito lateral à cicatriz umbilical e o cordão umbilical. Não há revestimento por nenhuma membrana. Geralmente contém apenas ID.
Qual a relação da onfalocele e gastrosquise com anomalias congênitas e outras má formações?
Onfalocele: geralmente há outras má formações e/ou anomalias genéticas, como trissomias (21, 13) e CC.
Gastrosquise: é incomum, porém, quando presente, a mais comum é a atresia intestinal.
Qual exame laboratorial pode se alterar na onfalocele e/ou gastrosquise? Explique.
Onfalocele: AFP pode se elevar.
Gastrosquise: AFP geralmente se eleva.
Qual o tto da onfalocele e da gastrosquise?
Onfalocele: redução do conteúdo.
Gastrosquise: redução do conteúdo, podendo revestir com alguma membrana.
Como dx onfalocele e gastrosquise?
USG pré-natal (12s e 2°-3° tris respectivamente).
Por que ocorre a hérnia umbilical na pediatria?
Por um fechamento incompleto das fáscias dos retos abdominais na cicatriz umbilical.
Qual a evolução natural da hérnia umbilical? Apresenta condições associadas?
80% tende a se resolver espontaneamente até os 4-6 anos de idade. Pode haver associação com Down, mucopolissacaridose e hipotireoidismo congênito.
Quando está indicada a cirurgia de correção de hérnia umbilical?
4 situações:
- Realização de outro procedimento abdominal (como hérnia inguinal indireta).
- Anel herniário > 2cm.
- Se DVP (derivação ventrículo-peritonial).
- Se não fechou após 4-6 anos da idade.
O que é a atresia de esôfago (AE)? E a fístula traqueoesofágica (FTE)?
AE: é um estreitamento significativo do lúmen esofágico a ponto de interromper sua continuidade.
FTE: trajeto fistuloso entre a traqueia e o esôfago, sendo muito associada com a AE (porém pode ocorrer sem a AE).
Quais os tipos de AE? Qual a mais comum?
Pela classificação de Gross (relação entre AE e FTE): A (7%): AE sem FTE. B (2%): AE + FTE proximal. C (86%): AE + FTE distal. D (1%): AE + FTE proximal e distal. E (4%): FTE sem AE (em H).
Quais condições podem estar associadas à AE?
A sequência de má formações VACTERL:
Vértebras, anorretais, traqueoesofágicas, renais e de membros (“limbs”).
Qual o QC da AE?
Depende da forma (Gross):
Se AE: hiperssalivação (sialorreia), volta o alimento durante a mamada, incapacidade de progressão da SNG, polidrâmnio.
Se sem FTE: abdome retraído (escavado).
Se FTE: sintomas respiratórios (tosse, cianose) e abdome distendido.
Se só FTE: sem polidrâmnio.
Como dx a AE?
Pré-natal: USG (polidrâmnio, ausência de bolha gástrica).
Pós-natal: não progressão da sonda, acúmulo de contraste.
Como pode ser diferenciada AE com FTE e sem FTE?
Com FTE irá ter ar no estômago e intestino. Sem FTE não haverá ar.
Qual a conduta na AE?
Drenagem com SNG contínua (para evitar broncoaspiração), ATB amplo espectro, avaliar necessidade de suporte ventilatório, dependendo do grau devo fazer ligadura de emergência, investigar VACTERL e abordar atresia (estabilizar a criança e avaliar pela anatomia - anatomose, sutura de ancoramento, jejuno/gastrostomia).
*Se distensão abdominal importante a ponto de comprometer a ventilação (pela FTE): GTT.
O que é a estenose hipertrófica do piloro (EHP)?
É a hipertrofia do piloro determinando suboclusão ao esvaziamento gástrico (determina uma região de estenose).
Quando ocorre a clínica da EHP (geralmente)?
Geralmente não está presente ao nascimento (pois a hipertrofia vai promovendo a estenose ao longo do tempo), sendo principalmente entre a 2-8s de vida (mas outras idades também).
Qual o QC da EHP?
Surgimento progressivo de vômitos NÃO BILIOSOS, em jato, com leite não digerido ou parcialmente coagulado. Ao EF: irritabilidade, abdome escavado (pouco), com ganho ponderal insuficiente, podendo ser palpada a oliva pilórica e vista a onda de peristalse (onda de Kussmaul).
Quais DHE e AB podem estar presentes na EHP?
Alcalose metabólica hipoclorêmica, podendo haver hipoK (desidratação > SRAA > maior troca de K+ pois H+ está em falta - alcalose) e hipoNa (desidratação > maior liberação do ADH > retenção de água livre).
Qual a relação da EHP com outras má formações congênitas?
São pouco comuns associações com outras anomalias (se tiver: trissomia 18 e sd de Apert).
Como dx a EHP?
Anamnese + palpação da oliva pilórica (eu já estou autorizado a dar o dx aqui!!!). Se palpação inconclusiva: USG (espessamento da parede gástrica, sinal do duplo trilho).
*RX: grande bolha gástrica com pouco ar no resto do intestino.
Qual o tto da EHP?
Pilorotomia extramucosa (à Fredet-Ramstedt).
Quais as possíveis causas de obstrução duodenal na pediatria?
Intrínsecos (atresia, estenose) ou extrínsecos (pâncreas anular, bridas, má rotação com faixas de Ladd).
O que é a atresia?
É a ausência de luz em qualquer segmento do intestino.
Quando ocorre a atresia duodenal?
Durante a falha na recanalização da luz intestinal durante a fase sólida do desenvolvimento intestinal (4-5s IG).
Qual a relação da atresia duodenal com outras má formações?
São frequentes outras má formações, como trissomia do 21 (Down) e CC.
Qual o QC da atresia duodenal?
Como a maioria é distal à ampola de Vater (80%), a clínica é de vômitos biliosos sem distensão abdominal, precocemente (logo no 1° dia de vida).
Como dx a atresia duodenal?
Pré-natal: polidrâmnio e distensão gástrica.
Pós-natal: raio x com sinal da dupla bolha (1 gástrica e 1 duodenal proximal à atresia).
*Se ar na parte distal: exames contrastados para ddx com volvo ou má rotação.
Qual conduta deve ser tomada após dx a atresia duodenal?
A pesquisa de outras má formações (presente em 50% dos casos).
Qual a abordagem terapêutica na atresia duodenal?
Descompressão gástrica (SNG), correção dos DHE e AB e cirurgia após correção das má formações potencialmente fatais. A cirurgia é a duodenoduodenostomia. A região com atresia é mantida na cavidade.
Qual a principal causa de obstrução intestinal congênita? Qual seu QC?
São a causa mais comum de obstrução intestinal congênita, sem associação com outras anomalia (maioria dos casos). O QC depende da altura da obstrução, podendo ser alta (vômitos biliosos, pouca distensão, drenagem de 25 mL ao nascimento an SNG) ou baixa (distensão maior, comprometimento da respiração, vômitos tardios ou fecaloides e menos taxa de polidramnia).
Qual a principal causa de obstrução intestinal congênita? Qual seu QC?
São a causa mais comum de obstrução intestinal congênita, sem associação com outras anomalia (maioria dos casos). O QC depende da altura da obstrução, podendo ser alta (vômitos biliosos, pouca distensão, drenagem de 25 mL ao nascimento an SNG) ou baixa (distensão maior, comprometimento da respiração, vômitos tardios ou fecaloides e menos taxa de polidramnia).