NEO - Infecções congênitas Sífilis Flashcards
Qual definição?
Epidemiologia da transmissão/sintomas - falar sobre
Quais órgão acometidos inicialmente e posteriomente?
disseminação hematogênica do T. pallidum em qualquer período gestacional.
Via transplacentária ou contaminação pelo canal de parto durante passagem.
*maior chance de transmissão na fase primária e secundária(bacteremia elevada); maior chancce de transmissão conforme se aproxima o termo - aumento do fluxo placentário.
*50% das crianças infectadas não apresentará qualquer sintoma.
40% das infecções neonatais intraútero - terminam em aborto/natirmorto ou morte neonatal precoce se doença não tratada.
Inicialmente - fígado, depois SNC, óssos, pulmões, pele e mucosas.
Qual QC da sífilis congênita - precoce/tardia
Precoce - aquela em que os sintomas aparecem do momento do nascimento até 2 anos de vida.
Tardia - após 2 anos de vida.
1 - Sífilis congênita precoce => hepatoesplenomegalia presente na maioria dos casos, pode ainda ter anemia, púrpura e icterícia com aumento das transaminases.
*quanto mais precoce os sinais clínicos - mais grave é a doença/pior prognóstico.
a) Lesões cutaneo mucosas => pênfigo palmoplantar, sifílides(lesões variadas que podem formar crostas), condilomas planos(pouco freq), placas mucosas, paroníquia, rinite(coriza sifilítica - após manifestações cutâneas = secreção mucosanguinolenta ou purulenta que traz desconforto para mamada/resp), choro rouco/laringite.
b) Lesões ósseas - osteocondrite metafisária(75-100% dos sintomáticos) - lembrar da pseudoparalisia de Parrot(dor a movimentação - imobilidade que simula lesão de plexo braquial). *achados simétricos/bilaterais = sinal de Wimberg.
Periostite - espessamento extenso e bilateral da cortical - sinal do duplo contorno - décima sexta semana geralmente surge; clinicamente = dor a movimentação dos membros.
c) Lesões viscerais - hepatite e colestase(BBd não excretada - pode acompanhar esplenomegalia/dist hemorrágicos); aumento do baço; renal(sd nefrítica/nefrótica = acúmulo de imunocomplexos nos glomérulos).
d) Sistema hematopoiético - anemia hemolítica com coombs direto negativo, pode acompanhar leucocitose e trombocitopenia; pode haver CIVD e linfadenopatia generalizada.
e) Lesões SNC - meningite, LCR com celuridade(as custas de linfócitos)/proteínas aumentadas e pode ter VDRL positivo.
Com evolução - pode haver hidrocefalia obstrutiva, paralisia de pares cranianos, hemiplegia e convulsões.
f) Lesões oculares - corioretinite na fase aguda, porém temos outras => glaucoma, catarata, ceratite intersticial, uveíte, cancro nas pálpebras, atrofia ótica.
*outras lesões = baixo ganho ponderal, miocardite, sd. de má absorção.
2 - Sífilis congênita tardia => sequelas da periostite(tíbia em sabre, bossa frontal, espessamento da junção esternoclavicular.
Dentes de Hutchinson, molares em amora; fascies típica(nariz em sela, rágades), articulações de Clutton(derrame articular estéril nos joelhos), danos ópticos(possível evolução para cegueira), hidrocefalia, retardo mental.
Tríade de Hutchinson => ceratite, alterações dentárias e surdez(lesão do oitavo par craniano).
Como se dá o diagnóstico da sífilis congênita?
Qual avaliação complementar?
Qual o TTO preconizado?
Qual critério de cura?
Pequisa direta - campo escuro => visualizo o t. pallidum.
*material colhido de lesões úmidas.
Reações sorológicas - testes não treponêmicos(VDRL/RPR) e treponêmicos(FTA-ABS/TPHA)
1 - Não treponêmicos - pouco específicos, porém sensíveis.
positivo = não indica infecção no RN(pode ser a passagem de IgG). *suspeitar disso - se título for inferior/igual ao da mãe.
*testes podem ser negativos se mãe contraiu no final da gestação = mãe e concepto doentes com sorologia negativa.
2 - Treponêmicos - utéis na exclusão de VDRL falso positivo.
também avalia a presença de anticorpos IgG e IgM.
*permanecem positivos durante toda vida.
*somente realizados após 18 meses de vida = período em que os anticorpos maternos não são mais detectáveis, portante não é recomendada sua realização em RN’s.
Recomendação MS - VDRL primeiro e terceiro tri na gestação, bem como na sala de parto. Teste treponêmico para confirmar - na ausência deste, risco de sífilis em caso de VDRL reagente materno em qualquer titulação para as gestantes não tratadas/inadequadamente tratadas.
Reações no líquor - punção do LCR em todos os casos suspeitos de sífilis congênita => VDRL positivo(neurosifilis confirmada), VDRL neg - não afasta; alterações de celularidade(aumento a custas de linfócitos), aumento de proteínas, ou LCR inconclusivo - considerar neurosífilis.
*nenhum neonato deve receber alta antes do VDRL da mãe.
Avaliação complementar - rx de ossos longos, VDRL de sangue periférico, LCR(células, prot, glicose), hemograma e dependendo das manifestações(dosagem de BB, enzimas hepáticas, rx de tórax, função renal e etc).
*Fundo de olho também.
TTO - penicilina(diversas existesntes e específicas), isolar o RN no momento do diagnóstico, após 24 hrs de tto = deixa de ser infectante. *alergia a penicilina - eritromicina/cefalosporinas(menor eficácia).
Critério de cura - melhora clínica, laboratorial e radiológica.
Exames sorológicos negativam em média aos 6 meses, se aos 18 meses houver reatividade ou durante o seguimento houver ascenção do título = iniciar novo tto.
*profilaxia materna - tto adequado com penicilina benzatina de gestantes infectadas.
O que o MS considera como tto inadequado para sífilis materna?
Como se dá o seguimento após tto?
Aplicação de qualquer terapia que não seja com penicilina ou tto não feito no tempo adequado/recomendação adequada.
Tratamento dentro dos 30 dias antes do parto.
Ausência de documentação do tto.
Ausência de queda da titulação do tto.
Parceiro não tratado adequadamente com sífilis sintomática,testes positivos.
Seguimento após tto - gestante infectada após tto, realização de VDRL mensal. Cura = queda de dois ou mais títulos ou negativação após 6 meses.
Novo tto indicado - se houver elevação do título em duas diluições(p.e 1:16 –> 1:64).
Qual o manejo do RN no período neonatal?
RN de mãe com sífilis não tratada ou inadequadamente tratadas –> realização de propedêutica completa(hemograma, raio x de ossos longos, LCR(se indisponível - tratar como neurosífilis), VDRL sangue periférico e outros exames quando indicados.
*tto com Penicilina G cristalina ou procaína => se alterações nos exames; porém se alteração no líquor - obrigatório tto com cristalina(atravessa melhor a barreira hematoencefálica).
*se não houver VDRL positivo e sem alteração nos exames –> dose única de peinicilina G benzatina + acompanhamento com testes não treponêmicos => se acompanhamento impossível, internar e tratar com Penicilina Cristalina/Procaína.
RN de mãe com sífilis adequadamente tratadas => realizar VDRL em sangue periférico do RN, se vier maior que a titulação materna => realizar propedêutica completa(hemograma, rx de ossos longos e análise do LCR).
TTO - mesmo que o anterior.
Se o VDRL for negativo/RN assintomático => seguimento clinicolaboratorial, se impossibilidade administrar uma dose única de Penicilina G benzatina.
Se VDRL reagente, porém = ou menor que a titulação materna, acompanhar clinicamente; no caso da indisponibilidade => tratar como os anteriores(internar e tto estendido).
*droga que pode ser usada no lugar da Penicilina se indisponível - ceftriaxona por 10-14 dias => seguimento mais próximo p/ avaliar falha e retratamento.
*posologia muda se sífilis detectada após período neonatal(>28 dias).
Como se dá o seguimento do RN com sífilis congênita?
avaliação mensal até o sexto mês e de dois em dois meses até décimo segundo mês.
VDRL em 1,3,6,12 e 18 mês => se negativo em duas avaliações consecutivas interrompe.
Não negativação com 18 mêses ou elevação do título - retratar.
AC com oftalmo, neuro e audiológico por dois anos.
Se LCR estava alterado –> reavaliação do LCR a cada seis meses até sua normalização.
O que é a Reação de Jarisch-Herscheimer?
Reação sistêmica febril aguda, com exacerbação
das lesões, convulsões e colapso circulatório que
ocorre nos pacientes com síflis congênita tratados com penicilina.
*não devo interromper o TTO, precaução de contato em 24 hr após início de tratamento.