NEO - Infecções Congênitas(HIV) Flashcards

1
Q

Qual a porcentagem relacionada a infecções de HIV em crianças menores de 13 anos?

A

Infecção perinatal ocupando a maioria –> 87,2% dos casos.

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2
Q

Quais fatores determinam a transmissão vertical de HIV?

A

 Subtipo viral e tropismo;
 Estágio clínico da doença materna e os indicadores laboratoriais de progressão da doença como alta carga viral, baixa contagem de linfócitos T CD4.
 Tipo e condições do parto - parto cirúrgico de urgência, ruptura prolongada de membranas amnióticas.
 Procedimentos invasivos durante a gestação ou ao parto.
 Prematuridade / Baixo Peso.
 Gemelaridade.

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3
Q

Quais sãos os momentos de transmissão perinatal do HIV?

A

Intraútero - 20 a 25% dos casos.
=> passagem transplacentária, passagem de células mononucleares infectadas para o RN ou infecção célula-célula.
Peri parto - maioria dos casos - 60 a 75%
=> quebras na barreira muco-cutânea do RN, contato direto de secreções no canal de parto, microtransfusões no trabalho de parto e infecções ascendentes dá vágina/cérvix para as membranas fétais/LA.
Pós parto - 14-29%(via aleitamento materno).

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4
Q

Quais chances de transmissão vertical do HIV se nada for feito?
E se algumas medidas forem tomadas? quais são elas?

A

se nada for feito - 15~25%.
Se algumas medidas forem tomadas - cai para 1 a 2%
=> Uso materno de TARV(ELT - terapia de escolha), uso materno de Zidovudina profilática durante o parto, avaliar melhor via de parto após avaliação da CV na 34ª semana, evitar procedimentos invasivos durante parto, aleitamento artificial do RN, uso de Zidovudina pós natal pelo RN, aspiração de LA cuidadosa/medidas de antisepsia no BC, lavar e secar o RN após o nascimento, bem como monitorar a toxicidade hepática(hemograma, ALT/AST).

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5
Q

Qual o tempo ideal para introdução de Zidovudina no RN filho de mãe HIV?

A

idealmente nas primeiras 2~8 horas do pós parto.
Não há evidências de funcionamento após 48 hrs.
*uso até 4~6 semanas de vida.

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6
Q

Quando uma criança é considerada infectada? *se menor que 18 meses

A

Infectada –> Carga viral/quantificação do RNA viral/ ou detecção de DNA pró viral –> duas amostras obtidas em momentos diferentes realizadas a partir do primeiro mês de vida.
Se primeito teste positivo - repete-se => dois positivos confirmam a infecção.

Não infectada –> duas amostras com carga indetectável/não visualização do DNA pró viral após 1 mês, lembrando que a segunda deve ser feita após o quarto mês + teste anti-HIV não reagente após 12 meses.

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7
Q

Quando uma criança é considerada infectada/não infectada se for maior que 18 meses?

A

Infectada - > 18 meses –> teste anti-hiv 1 e 2 de triagem + um teste confirmatório(WB).
*se resultado positivo - nova amostra deverá ser coletada para confirmação.
Não infectada - uma amostra não reagente para anti-HIV ou dois testes rápidos negativos.

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8
Q

Como deve ser o acompanhamento do RN nascido de mãe HIV+?

A

Mensal no primeiro semestre e trimestral no segundo semestre de vida.
Avaliação de dados antropométricos é fundamental, bem como vigilância para infecções oportunistas(maior risco de exposição a uma série de agentes).

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9
Q

Como é feito o diagnóstico de HIV na gestação?

A

primeiro teste rápido –> se negativo afasta.
Se positivo - posso usar outro teste rápido(outra marca) –> se positivo também => deverá ser feita a carga viral.

Se houver discordância dos testes rápidos - amostra venosa colhida e enviada para avaliação laboratorial de acordo com fluxograma específico.
*Presença de falsos-positivos p/ HIV na gestação devido a presença de aloanticorpos.

*Se CV > 1.000 cópias/mL = teste de genotipagem indicado –> melhora introdução da terapia.

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10
Q

Em quais momentos a carga viral deve ser solicitada na gestante infectada por HIV?

A

na primeira consulta do pré natal - avaliação da magnitude da vieremia.
após 4 a 8 semanas após início da TARV p/ avaliar resposta.
na 34ª semana p/ avaliar melhor via de parto.
*contagem de CD4+ deve ser feita na primeira consulta de pré natal e a cada três meses = necessidade do controle de infecções oportunistas com profiláticos.

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11
Q

Qual doença deve ser investigada na gestante com HIV+?

A

Tuberculose –> atráves do PPD –> se >=5mm(isoniazida profilática) se excluída TBC ativa.
Alertar para os sinais da doença.
*Se PPD não disponível, considerar isoniazida profilática nas seguintes gestantes - vulneráveis confinadas/situação precária de moradia, aquelas que convivam com tossidores crônicos, uso de drogas imunossupressoras.

Gestante + tosse prolongada - escarro p/ teste rápido da TBC + avaliação direta.

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12
Q

Quais as diferenças da imunização da gestantes infectada pelo HIV?
O que é a transativação heteróloga?

A

Imunossupressão - reduz resposta imunológica –> deve-se postegar a adm de vacina se CD4+ < 200 ou sintomáticas até que a reconstituição imune seja obtida após introdução da TARV.
Transativação heteróloga - vacinas aumentando viremia, o que pode aumentar o risco de transmissão vertical. *vacinação deve ser evitada no final da gestação(período de maior chance de transmissão vertical).
Vacinas com vírus vivo atenuado - contra indicada na gestação.
FA pode ser dada se alto risco.

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13
Q

Quando está indicada a TARV para gestantes? Quais benefícios?

A

HIV + independente de critérios clínicos/imunológicos, não deve ser suspensa pós parto.

Benefícios:
• suprimir a replicação viral de forma sustentada, prevenindo a transmissão vertical e sexual do HIV;
• reduzir o risco de progressão da doença, diminuindo a morbidade e a mortalidade associadas ao HIV;
• melhorar a qualidade de vida;
• preservar e, quando possível, restaurar o sistema imunológico;
• evitar uso intermitente de ARV em diferentes gestações;
• promover proteção precoce, em relação a transmissão vertical, em futuras gestações.

*mesmo em uso de TARV deve-se orientar quando a proteção sexual - presença de DST’s podem aumentar a taxa de transmissão vertical.
*TARV precoce - supressão viral o mais rapidamente possível.
ELT - efavirenz, lamivudina e tenofovir = drogas de escolha.
*gestante que já recebia TARV e CV indetectável - mantenho medicamentos.
*TARV é segura na gestação.

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14
Q

Em caso de SIRI após introdução da TARV, o que fazer?

A

Só suspender a TARV em casos gravíssimos, pode-se suprimir a resposta inflamatória com corticoesteróides.
Deve-se tratar as doenças desencadeantes, manutenção da TARV e corticoideterapia nos casos graves.

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15
Q

Qual a via de parto preferencial de acordo com a CV?
Quais cuidados específicos durante o parto vaginal de mãe HIV +, e de parto cesárea?

A

Carga viral realizada em 34 semanas –> se indetectável + gestante em uso de TARV o parto pode ser normal(se indicado).
Se carga viral detectável ou desconhecida = parto cesárea eletiva com 38ª de gestação.

Parto vaginal - contraindicado procedimentos invasivos, fórceps > vácuo/extrator + infusão de AZT desde a chegada da parturiente até ligadura do cordão umbilical(imediatamente após expulsão e não deve ser feita ordenha).
Condução normal é preferível a sua indução(isso se bolsa amniótica íntegra).
Evitar toques repetidos, usar partograma, evitar bolsa rota > 4 hrs.
Episiotomia - se for necessária proteção com compressa e degermante.

Parto cesárea - confirmar IG p/ evitar prematuridade iatrogênica, feita com 38 semanas p/ evitar prematuridade e/ou trabalho de parto e a ruptura prematura de membranas.
*se chegar antes da data marcada - iniciar AZT e se possível iniciar a cirurgia após 3 hrs de indução.
Sempre que possível - parto empelicado = membranas íntegras.
Não ordenhar o cordão, cortá-lo imediatamente após expulsão do RN. ATB profilático(cefazolina 2g após clampeamento) –> tanto na eletiva/urgência.

+ p/ ambas - biosegurança do BC durante o parto.

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16
Q

Quais os cuidados no puerpério?

A

Comparecer as consultas - estimular ou busca ativa.
Retorno entre o quinto/oitavo dia e no 42º dia após parto.
Alta com consulta agendada em serviço especializado p/ seguimento da puépera e RN.
*avaliar encaminhamento p/ planejamento familiar - não amamentação e ovulação precoce.

17
Q

Como deve ser a profilaxia no momento do parto?

A

Gestante deve receber AZT(Zidovudina) injetável desde o trabalho de parto até o clampeamento do cordão.
*exceto se com 34 semanas - CV indetectável.
*AZT VO pode ser usado se indisponível o EV –> 300mg de dose de ataque + 300mg de 3/3hrs até clampeamento.

18
Q

Qual o manejo clínico do RN exposto?

A
  1. Limpar, com compressas macias, todo sangue e secreções visíveis na superfície corporal do RN
    logo após o nascimento, e encaminhá-lo imediatamente para banho em água corrente, ainda na sala de parto, utilizando uma torneira, por exemplo.
  2. Quando for necessária a realização de aspiração de vias aéreas do RN, deve-se proceder delicadamente, evitando traumatismo em mucosas.
  3. Iniciar a primeira dose do AZT solução oral, preferencialmente, ainda na sala de parto, logo após os cuidados imediatos, ou nas primeiras 4 horas após o nascimento.
  4. Em crianças expostas ao HIV cujas mães não fizeram uso de ARV durante o pré-natal ou não tem carga viral menor que 1.000 cópias/ml documentada no último trimestre de gestação,
    acrescentar nevirapina ao esquema da profilaxia, com início mais precoce possível, nas primeiras 48 horas de vida, conforme preconiza o PCDT para o Manejo da Infecção pelo HIV em crianças e Adolescentes, 2014
  5. Dada a possibilidade de ocorrência de anemia no RN em uso de AZT, recomenda-se a realização de hemograma completo, possibilitando avaliação prévia ao início da profilaxia e o monitoramento após seis e 16 semanas.
  6. É recomendado o alojamento conjunto em período integral, com intuito de fortalecer o vínculo mãe-filho.
    7 - não amamentação(fórmula ou leite materno).
    8 - Notificar.
    9 - data da consulta no serviço especializado não deve passar de 30 dias - para dar seguimento.
19
Q

Como é feita a quimioprofilaxia com ARV no RN?

A

Todas as crianças de mães HIV + –> recebem AZT de preferência logo após o nascimento(até em 48 hrs).
por 4 semanas de vida, lembrar da associçaão AZT + Nevirapina se CV > 1.000 ou CV desconhecida da mãe.

*se AZT VO indisponível/criança não pode tomar medicações VO –>
• RN com 35 semanas de idade gestacional ou mais: 3mg/kg IV 12/12h.
• RN entre 30 e 35 semanas de idade gestacional: 1,5mg/kg IV 12/12h nos primeiros 14 dias de vida e 2,3 mg/kg/dose de 12/12h a partir do 15º dia.
• RN com menos de 30 semanas de idade gestacional: 1,5mg/kg IV 12/12h.
*não se associa a Nevirapina(não há apresentação EV).

20
Q

Como é feita a profilaxia de infecções oportunistas?

A

Inicialmente p/ pneumocistose –> SMX (24~40mg/kg/dia) / TMP5-10 mg/kg/dia) BID em dias alternados ou três vezes na semana.
*após 12 meses - indicação de profilaxia de acordo com contagem de CD4+, antes disso não importa.

Se após os 4 meses –> duas CV indetectáveis => suspender a profilaxia com SMX/TMP.
*se não souber a CV ou detectável - mantê-la.

21
Q

O que difere na imunização do RN exposto ao HIV?

A

Criança assintomática - todas as vacinas do calendário vacinal.
BCG pode ser dada em todas as crianças logo após nascimento se peso > 2 kgs.
*dose adicional de Hep B é indicada naqueles com menos de 2 kgs.

1 - Imunoglobulina p/ HBV - dada nas primeiras 12 hrs de vida se mãe com HBsAg positiva + vacina contra hep B.
*se resultado da mãe for desconhecido - adm da vacina contra hep B + solicitação do antígeno materno(pode ser dada a imunoglobulina até o sétimo dia de vida se resultado positivo).

2 - Imunoglobulina anti-varicela zoster
Para os RN cujas mães tenham apresentado quadro clínico de varicela de 5 dias antes a 2 dias depois do parto;
Para pré-termos, nascidos entre 28 semanas e 36 semanas de gestação, expostos à varicela, quando a mãe tiver história negativa para esse agravo;
Para pré-termos, nascidos com menos de 28 semanas de gestação, expostos à varicela, independentemente da história materna desse agravo.

3 - Imunoglobulina antitetânica - 250UI IM se situação de risco p/ tetáno + mãe não sabe do calendário vacinal/incoberta(dT com três doses há menos de um ano ou reforço a menos de 5 anos).

*se RN permanecer internado - vacinas podem ser dadas de acordo com o calendário, usa-se a VIP.

22
Q

Como pode ser inibida a amamentação?

A

Explicando dos riscos, uso de Cabergolina(1mg/VO/dose única) e enfaixamento das mamas se necessário(evitar estímulo).
O aleitamento cruzado (amamentação da criança por outra nutriz), a alimentação mista (leite humano e
fórmula infantil) e o uso de leite humano com pasteurizado domiciliar são contraindicados.