Macrolídeos Flashcards
Principais considerações macrolídeos:
Os macrolídeos são inibidores da síntese protéica bacteriana usados como alternativas aos β-lactâmicos, principalmente em infecções respiratórias. São antibióticos de alto peso molecular, com dificuldade de ultrapassar barreiras biológicas, mas que atingem altíssima concentração intracelular.
Mecanismo de Ação macrolídeos:
– Inibem a síntese de proteínas por meio de sua ligação irreversível à subunidade ribossômica 50s dos microorganismos sensíveis.
– São agentes bacteriostáticos.
– A atividade antimicrobiana aumenta em pH alcalino.
– A eritromicina acumula-se 100x mais em Gram+, atinge classicamente altos níveis intracelulares
– Dificuldade em ultrapassar barreiras biológicas.
Resistência aos macrolídeos:
Resistentes: S. aureus, S. pneumoniae, H. influenzae
ATENÇÃO! Como as lincosamidas (clindamicina e lincomicina), as estreptograminas e o cloranfenicol também atuam na subunidade 50S, pode haver resistência cruzada entre esses antibióticos e os macrolídeos.
Espectro de Ação macrolídeos:
– Os macrolídeos são ativos contra bactérias gram-positivas, cocos gram-negativos, bactérias atípicas e anaeróbicas. Os macrolídeos não são ativos contra a maioria dos bacilos gram-negativos entéricos. Os macrolídeos acumulam-se 100 vezes mais em gram-positivos, o que determina sua maior ação nesse grupo.
Usos Terapêuticos macrolídeos:
– Como alternativa a alérgicos a penicilina para:
Infecções do trato respiratório por estreptococos do grupo A;
Pneumonia por S. pneumoniae;
Azitromicina 500 mg - 1cp ao dia por 5 dias
Prevenção de endocardite após procedimento odontológico;
Infecções superficiais de pele (Streptococcus pyogenes);
Profilaxia de febre reumática (faringite estreptocócica);
Alternativa para o tratamento da sífilis.
– Primeira escolha pra pneumonias com atípicos.
Efeitos Adversos macrolídeos:
– Raramente causam efeitos colaterais consideráveis, e estes são muito mais comuns com a eritromicina;
– Hepatite colestática (+ comum): Ligada ao efeito do estolato de eritromicina, e raramente aos demais ésteres;
– Intolerância digestiva: Provocada pelo efeito pró-cinético da eritromicina;
– Reações de hipersensibilidade;
– Aumento do intervalo QT (semelhante ao encontrado em quinolonas);
– Comprometimento auditivo transitório;
– Superinfecções: por Candida sp. e Clostridium difficile (colite pseudomembranosa).
Absorção eritromicina:
a) Sofre absorção incompleta, porém adequada, na parte superior do intestino delgado.
b) É inativada por ácidos gástricos, sendo necessária sua administração em forma de comprimidos de revestimento entérico.
c) Foram formulados ésteres de eritromicina (estearato, estolato e etilsuccinato), que melhoram sua estabilidade em meio ácido e facilitam sua absorção.
Distribuição eritromicina:
a) Distribuem-se ampla e rapidamente por todos os tecidos, exceto cérebro e LCR.
b) Não atravessa BHE.
c) Liga-se de 70-80% a proteínas, pode chegar a 96%.
d) Atravessa a barreira placentária e também é eliminada pelo leite materno.
Eliminação eritromicina:
a) T1/2 de eliminação é de cerca de 1,6 horas.
b) É excretada na forma ativa pela bile, NÃO sendo necessário o ajuste de dose em nefropatas.
Espectro de ação eritromicina:
Cocos Gram + aeróbios (estafilo e estrepto), clostrídios, corinebactérias e bacilos.
Gram - (N. gonorrhoeae, N. meningitidis e H. influenza)
Espiroquetas: leptospiras e treponemas
Actinomicetos, Chlamydia sp.
Gastroenterite por Campylobacter
M. pneumoniae, Gardnerella vaginalis, Vibrio cholerae, Legionella, Entamoeba histolytica e micobactérias atípicas.
Usos Clínicos eritromicina:
Infecções por Mycoplasma pneumoniae;
Coqueluche: Tratamento e profilaxia dos contactantes;
Difteria;
Infecções por clamídias (preferir azitromicina);
Legionelose (preferir azitromicina);
Sífilis: alternativa à penicilina;
Tétano: alternativa à penicilina;
Infecções estreptocócicas e estafilocócicas: alternativa à penicilina.
OBS: Outros efeitos:
1) Apresenta um efeito adicional pró-cinético (via receptor motilina), que aumenta o esvaziamento gástrico, utilizada em alguns casos de gastroparesia.
2) Efeito anti-inflamatório
Efeitos colaterais eritromicina:
Hepatite colestática pelo estolato – Efeito colateral particular, que surge após 10 a 20 dias de tratamento e caracteriza-se por início súbito de náuseas, vômitos e cólicas abdominais. Com frequência a dor simula colecistite aguda, com falso abdome agudo. Em seguida, pode aparecer icterícia, febre, leucocitose, eosinofilia e aumento de transaminases. A biopsia hepática revela lesão colestática e as manifestações desaparecem dentro de poucos dias após a suspensão do medicamento.
Absorção Claritromicina
a) Rápida absorção pelo trato gastointestinal após sua administração oral
b) Não sofre ação do suco gástrico e nem interferência pela alimentação.
c) Rápido metabolismo de 1ª passagem no fígado. Biodisponibilidade = 50%
Distribuição Claritromicina
a) Tanto a Claritromicina quanto o seu metabólito, que também é ativo, distribuem-se amplamente por todo o organismo
b) Atingem concentrações intracelulares elevadas (superiores às plasmáticas), principalmente nas células fagocíticas
c) Cerca de 40 a 70% ligam-se a proteínas plasmáticas.
Metabolização Claritromicina
a) Feita pelo fígado, gerando vários metabólitos, sendo um deles ativo (14-hidroxi-CL).
OBS: Existe possibilidade de interações!