Cloranfenicol Flashcards
Principais considerações com relação ao cloranfenicol:
- Antibiótico de amplo espectro, sendo eficazcontra bactérias Gram-negativas, Grampositivas e Riquétsias.
- O reconhecimento de efeitos tóxicos com riscode vida, como a “síndrome do bebê cinzento” eanemia aplástica e o desenvolvimento de novasdrogas mais efetivas e menos tóxicas, restringiumuito o seu uso. Portanto, deve ser utilizadoapenas em pacientes graves, em situaçõesespecíficas
Mecanismo de Resistência cloranfenicol:
o Alteração da permeabilidade à drogao Produção de uma enzima
− acetiltransferaseou nitrorredutase
− que inativa o composto.
Mecanismo de Ação cloranfenicol:
o Ação BACTERIOSTÁTICA!
o Se liga à subunidade 50S do ribossomo,inibindo a síntese protéica da bactéria pois,inibe a peptidiltransferase ribossômicaresponsável pela síntese proteica damembrana interna mitocondrial.
o Pode ser bactericida contra algumasespécies como Streptococcus pneumoniae,Haemophilus influenzae e Neissiriameningitidis.
Espectro de Ação cloranfenicol:
Ativo contra gram-positivos, gram negativos e anaeróbios.
Via de Administração cloranfenicol:
VO (forma ativa e opró-fármaco inativo − palmitato decloranfenicol − ou VIA PARENTERAL(succinato de cloranfenicol). É hidrolisado notrato digestivo antes de ser absorvido,atingindo pico sérico em 1 a 2h.
Distribuição cloranfenicol:
− Líquidos corporais, LCR, bile, leite materno, placenta.
− Atinge no LCR a metade da concentraçãoplasmática na presença ou não deinflamação das meninges e, por serlipofílico, alcança no parênquimacerebral uma concentração até 9x maiorque a do plasma.
− Ligação a proteínas plasmáticas 50%, porisso, deve-se evitar a utilização dessadroga em RN e cirróticos, pois possuemuma menor concentração dessasproteínas.
Metabolismo cloranfenicol:
Hepático (principal via deeliminação), devendo-se ajustar a dose emcaso de insuficiência hepática.
Eliminação cloranfenicol:
Renal (filtração e secreçãoglomerular, tanto do cloranfenicol quanto deseu metabólito), sendo 75-90% da doseexcretada em 24h, não precisa ajustar na IR
Usos clínicos cloranfenicol:
o Salmoneloses, principalmente na febretifoide (Salmonella typhi).o Indicado no tratamento de Rickettsia spp.o Infecção por Enterococos resistentes àVancomicina.o É alternativa no tratamento de meningitebacteriana e epiglotite, artrite séptica eosteomielite por Haemophilus influenzae empacientes alérgicos aos β-lactâmicos.ATENÇÃO! O uso de cloranfenicol limita-se às infecçõespara as quais o benefício ultrapassa os riscos detoxicidade potencial. Quando se dispõe de outrosantimicrobianos igualmente eficazes e potencialmentemenos tóxicos do que o cloranfenicol, deve-se utilizá-los.
Cefalosporinasde 3ª Geraçãoe/ouQuinolonas são 1 escolha:
• Febre Tifóide e outraspatologias por Salmonella• Meningite bacteriana• Infecções por organismosanaeróbio
Tetraciclinas são 1 escolha:
• Infecções por Rickettsia spp.
• Brucelose
Interações medicamentosas cloranfenicol:
− Inibe as enzimas hepáticas do citocromoP450 e, por isso, pode prolongar a T½ daWarfarina, Fenitoína, Clorpropamida(sulfoniluréia, em desuso) e Antiretrovirais.− A administração crônica de Fenobarbitalou administração aguda de Rifampicinadiminuem a T½ do Cloranfenicol, devidoà indução enzimática.
Efeitos colaterais cloranfenicol:
o Reações de hipersensibilidade: Erupçõescutâneas maculares ou vesiculares, reaçãode Jarisch-Herxheimer.o Efeitos tóxicos e irritativos: Náuseas,vômitos, paladar desagradável, diarreia eirritação peritoneal.o Raramente ocasiona visão turva eparestesias digitais.o Toxicidade hematológica irreversível: Afetao sistema hematopoiético de 2 maneiras:1) Efeito tóxico relacionado com a dose,que se manifesta em forma de anemia,leucopenia ou trombocitopenia;2) Resposta idiossincrática manifestada poranemia aplásica que, em muitos casos, podelevar a uma pancitopenia fatal.o Toxicidade hematológica reversível:Relacionado com a dose, consiste em umasuspensão eritróide comum e previsível(porém reversível) da medula óssea. Éprovavelmente causada pela ação inibitóriado fármaco sobre a síntese mitocondrial deproteínas, comprometendo a incorporaçãodo ferro no heme
Síndrome do Bebê Cinzento• É uma forma grave de toxicidade, cujos sinais se iniciam após3 a 4 dias de tratamento, caracterizando-se por vômitos,distensão abdominal, fezes esverdeadas, letargia, cianose,hipotensão, respiração irregular, hipotermia e morte.• Ocorre devido à impossibilidade de conjugação com ácidoglicurônico, em virtude da atividade inadequada daglicuroniltransferase no fígado, que é característica dasprimeiras 3-4 semanas de vida e da excreção renal inadequadado fármaco não conjugado no recém-nascido.
Posologia cloranfenicol:
o Doença meningocócica: 50 a 100 mg/Kg/diaIV 6/6h.o Febre maculosa brasileira: 50 mg/kg/dia VO6/6h.
o Febre tifóide:− Adultos: 50 mg/kg/dia VO 6/6h, até dosemáxima de 4 g/dia.
− Crianças: 50 mg/kg/dia VO 6/6h, atédose máxima de 3 g/dia.
o Meningite por Haemophilus Influenzae: 75 a100 mg/kg/dia IV 6/6h, até dose máxima de6 g/dia.
cloranfenicol e gestantes/lactantes
Como atravessa a placenta e é encontrada no leitematerno, seu uso deve ser evitado em gestantes elactantes.