AIDS Flashcards

1
Q

Estrutura do HIV:

A

Estrutura
− Morfologicamente, o vírion do HIV é uma partícula icosaédrica de cuja superfície despontam espículas formadas por glicoproteínas de superfície e transmembrana (gp120 e gp41, respectivamente).
− Quando o vírus brota da célula infectada ele carreia consigo um envoltório lipoproteico roubado de sua membrana e, nesse “envelope externo”, além das glicoproteínas virais encontram-se moléculas oriundas do hospedeiro, como o complexo principal de histocompatibilidade (MHC).
− O HIV contém ainda um capsídeo (envelope interno) composto pelo antígeno p24. Dentro do capsídeo estão encerrados o genoma viral (RNA fita dupla) e enzimas como a transcriptase reversa, integrasse e protease.

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2
Q

Como é o ciclo do HIV?

A

A partir de contato sexual/acidente pérfuro-cortante etc, o HIV:

  • ultrapassa a barreira mucosa
  • se dissemina para o tecido linfático
  • atinge linfócitos locais e as células dentríticas
  • essas células começa a expressar correceptores CXCR4 e CCR5
  • disseminação hematogênica em 5 dias
  • a partir de 3 semanas há um pico de viremia
  • em semanas ou meses, início de resposta imune específica que contém parcialmente a infecção, a partir daí o ELISA Anti-HIV é positivo
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3
Q

Tipos de cotnaminação pelo HIV:

A
• Sexual
− Penetração anal receptiva
− Penetração anal insertiva
− Penetração vaginal receptiva
− Penetração vaginal insertiva
− Sexo oral receptivo

• Mãe-Filho
− Intraútero
− Intraparto
− Aleitamento

  • Transfusão de sangue e hemoderivados
  • Uso de drogas injetáveis (compartilhamento)
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4
Q

O que é gp120?

A

Glicoproteína do envelope viral, localizada externamente e que se liga ao seu receptor de membrana específico, o CD4.

Onde há receptores tipo CD4?
→ Linfócitos T CD4 e seus precursores no timo e medula óssea
→ Monócitos, macrófagos e eosinófilos
→ Células de Langerhans cutâneas, células dendríticas (epitélio cervicovaginal, amígdalas e adenoide) e células da glia do SNC

A ligação com a molécula de gp120 depende não apenas de receptores CD4, como também de correceptores, principalmente CCR5 e CXCR4.

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5
Q

O que é gp41?

A

Glicoproteína transmembrana que promove a fusão com a membrana da célula infectada.

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6
Q

O que é antígeno p24

A

Localizado no capsídeo viral, sendo importante na identificação do vírus em testes diagnósticos.

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7
Q

Principais enzimas do HIV:

A

Transcriptase reversa:

Integrase:

Protease:

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8
Q

Ciclo de replicação HIV:

A
  1. Ligação da gp120 com o receptor CD4.
  2. Uma vez ligado ao seu receptor CD4, a gp120 sofre uma mudança conformacional que expõem o sítio de ligação para os correceptores correspondentes: CCR5 ou CXCR4.
  3. A ligação a um desses correceptores, por sua vez, promove uma outra mudança conformacional na célula, levando à exposição da gp41 (que estava “escondida” embaixo da gp120): A gp41, então, promove a FUSÃO entre o envelope externo do vírus e a membrana da célula, permitindo sua entrada na mesma.
  4. No citoplasma da célula infectada, há a inoculação do capsídeo (envelope interno contendo genoma e enzimas virais).
  5. Início do processo de transcrição reversa, em que a enzima transcriptase reversa realiza a transcrição do RNA genômico em DNA dupla-fita. Há, então, a abertura do capsídeo e liberação do DNA pró-viral.
  6. Com a ativação da célula infectada, o DNA pró-viral tem acesso ao poro nuclear e é exportado para o núcleo.
  7. Por ação da enzima viral integrase o DNA pró-viral é incorporado ao genoma da célula hospedeira.
  8. Uma vez integrado ao genoma do hospedeiro, o DNA pró-viral começa a ser “lido” e, tanto RNA mensageiro quanto RNA genômico começam a ser sintetizados. O RNAm é traduzido em proteínas que, por sua vez, se organizam próximo à membrana plasmática, onde são clivadas pela enzima viral protease tornando-se funcionalmente ativas.
  9. O capsídeo é então montado (com incorporação do RNA genômico e enzimas), e brota da superfície celular “roubando” parte de sua membrana (que constitui o envelope externo do vírus) − A progênie viral recém-liberada está pronta para infectar novas células!
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9
Q

Como o HIV gera mutações?

A

Devido à baixa fidelidade da enzima transcriptase reversa, a cada ciclo replicativo surgem mutações genéticas vantajosas que vão transformando o vírus inicial em uma nova quase-espécie. Assim, o HIV consegue estar sempre “um passo à frente” do sistema imune, o que garante uma replicação viral persistente.

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10
Q

Como é resumidamente a patogênese do HIV?

A

A doença causada pelo HIV é essencialmente caracterizada por uma queda progressiva na contagem de linfócitos T CD4 (linfócitos T helper). A perda dessas células ― que têm o papel de “maestros” do sistema imune – resulta no aparecimento de infecções e neoplasias oportunistas, culminando num estado de profunda imunodeficiência.

Dividida em três momentos:

1) Infecção Primária e Disseminação Local do Vírus
2) Estabelecimento de Uma Infecção Crônica Com Replicação Viral Persistente
3) Doença Avançada

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11
Q

Como é a Infecção Primária e Disseminação Local do Vírus?

A

▪ A maioria das infecções pelo HIV é adquirida pela via sexual, logo, o primeiro contato entre o vírus e o hospedeiro costuma se dar na mucosa genital.
▪ O HIV pode atravessar o epitélio de uma mucosa íntegra “pegando carona” em células dendríticas (que transitam entre esta camada e a lâmina própria) ou pode ser diretamente inoculado na lâmina própria através de uma solução de continuidade na mucosa (ex: DST ulcerativa). Uma vez na submucosa, ele procura as células CD4, em geral linfócitos T helper dispersos pelo interstício.
▪ Esses linfócitos podem estar em repouso, parcialmente ativados ou ativados, sendo que a cada momento existem proporções variáveis de células em cada estado (em caso de DST, haverá mais células ativadas). São as células “ativadas” as responsáveis pelos primeiros ciclos de replicação viral no organismo (primeiras horas da infecção)!
▪ Os vírions produzidos nesta etapa são drenados para os linfonodos regionais, onde encontram uma grande concentração de alvos suscetíveis, isto é, mais linfócitos T CD4 ativados. A partir daí, a multiplicação viral se torna exponencial e o HIV invade a corrente circulatória atingindo bilhões de cópias/ml nas próximas semanas (pico inicial de viremia), disseminando-se por todos os órgãos e tecidos do corpo.
▪ Essa amplificação inicial do HIV será “freiada” pelo surgimento de uma resposta imune adaptativa especificamente voltada contra ele (que utiliza os braços celular − CD8 − e humoral − Linfócitos B − da imunidade). No entanto, tal resposta consegue apenas um controle parcial da viremia. Por este motivo, a magnitude do pico inicial de viremia NÃO é fator prognóstico, porém, a viremia basal, após cerca de 6 meses a 1 ano (que reflete a capacidade do sistema imune em atingir um “estado de equilíbrio” com o vírus, determinando o set point da carga viral), permite uma previsão muito mais acurada da taxa de progressão da doença. Desse modo, quanto mais alto for o set point da carga viral, mais rápida será a evolução para a fase de imunodeficiência, pois menor é a capacidade do indivíduo em conter a r eplicação do HIV!
▪ Observa-se, então, um amplo espectro da doença, visto que alguns pacientes evoluem em pouquíssimo tempo para a fase sintomática (AIDS), enquanto outros levam anos para chegar lá ou mesmo não atingem tal estágio (“controladores de elite”).

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12
Q

Como é o Estabelecimento de Uma Infecção Crônica Com Replicação Viral Persistente?

A

▪ A replicação viral persiste mesmo após o estabelecimento de uma resposta imune adaptativa. Desse modo, ainda que o indivíduo continue assintomático, enquanto seus níveis de CD4 forem suficientes para manter a competência imunológica (latência clínica), a todo momento o vírus pode ser encontrado no sangue, pois NÃO EXISTE uma latência virológica!
▪ Os alvos do HIV são justamente as células controladoras do sistema imune, logo, quanto mais o sistema imune tentar destruir o vírus (produzindo linfócitos T CD4 específicos contra ele), mais substrato será oferecido ao mesmo para sua replicação.

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13
Q

Por que o sistema imune é ineficaz de combater o HIV?

A

O passo essencial na montagem de uma resposta imune adaptativa é a seleção e proliferação de linfócitos T CD4 específicos contra determinado agente, o que se inicia pelo processo de apresentação de antígenos pelas “células apresentadoras”, como as células dendríticas e os macrófagos. Deste passo (seleção de linfócitos T CD4+ específicos contra o agente) dependem todos os passos subsequentes, como a seleção e proliferação de linfócitos T CD8 (braço “celular” da imunidade) e linfócitos B produtores de anticorpos (braço “humoral” da imunidade). O problema é que a montagem da resposta imune adaptativa leva de DIAS A SEMANAS! Neste período, entretanto, o HIV já se tornou diferente, adquirindo mutações genéticas que modificaram as características dos antígenos que inicialmente se queria combater. Assim, quando os linfócitos T CD4 específicos contra o vírus inicial estiverem “prontos para a briga”, os novos vírus que surgiram (que não são reconhecidos por tais linfócitos) irão “deitar e rolar” nessas células “fresquinhas, ativadas e indefesas”… Como tal sequência de eventos se repete sucessivamente, pode-se dizer que o HIV está sempre “um passo à frente do sistema imune” e, por conseguinte, a infecção jamais consegue ser erradicada!

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14
Q

Como é a fase de doença avançada da AIDS?

A

▪ Na maioria dos indivíduos que não recebe Terapia Antirretroviral (TARV), ou nos quais o tratamento falha, instala-se um estado de imunodepressão profunda, caracterizado pela queda na contagem de linfócitos T CD4 para < 350 céls/μl. Neste momento, diversas infecções e neoplasias oportunistas podem surgir, mesmo nos pacientes que até então se mantiveram assintomáticos. Sem o devido controle da replicação viral o CD4 continua caindo, e não raro pode chegar a “zero”.
▪ Por Que o CD4 Cai? Na infecção pelo HIV, a todo momento os linfócitos T CD4 são destruídos, sendo que aqueles que apresentam especificidade contra o vírus tendem a ser destruídos primeiro. Com o tempo, a capacidade do organismo em sustentar a produção de novos linfócitos T CD4 é exaurida (possivelmente pela destruição de precursores no timo), e sua contagem entra em declínio progressivo!

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15
Q

Quais os mecanismos de destruição de linfócitos TCD4+ vistos na AIDS?

A

→ Destruição direta pela replicação viral (efeito citopático).
→ Destruição indireta mediada pelo próprio sistema imune do hospedeiro, que reconhece e agride as células infectadas (citotoxicidade de linfócitos TCD8, células natural killer e anticorpos anti-HIV).
→ Exaustão celular ou anergia (disfunção qualitativa) e apoptose, ambos desencadeados pela ativação imune exagerada.

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16
Q

O que é a Ativação Aberrante do Sistema Imunoinflamatório:?

A

No curso da infecção pelo HIV os linfócitos T CD4 e outras células de defesa são ativados de forma contínua e exagerada. Tal processo ― além de facilitar a replicação viral ― acarreta duas outras consequências: 1) Essas células acabam entrando em “fadiga” (exaustão celular), o que prejudica suas funções imunológicas; 2) Podem ocorrer lesões orgânicas associadas ao estado inflamatório crônico, como a aterosclerose acelerada secundária à disfunção endotelial (Síndrome do Envelhecimento Acelerado).

• Osteopenia/Osteoporose.
• Diversas formas de câncer.
• Doenças cardiovasculares (ex.: IAM, AVC).
• Diabetes Mellitus (indução de resistência à
insulina).
• Doença renal crônica.
• Doença hepática crônica.
• Disfunção neurocognitiva (encefalopatia do
HIV)

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17
Q

4 consequências da relação entre o corpo humano e o HIV infectante:

A

1) Fornecimento de substrato para a replicação do HIV (linfócitos T CD4 ativados) - imunodepressão
2) Fadiga e apoptose das células de defesa
3) Síndrome do envelhecimento acelerado
4) Fenômenos autoimunes

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18
Q

Como é a Infecção Primária/Aguda Pelo HIV?

A
  • Ocorre nas primeiras semanas da infecção pelo HIV, quando o vírus está sendo replicado intensivamente nos tecidos linfoides. Durante essa fase, tem-se CV elevada e níveis decrescentes de linfócitos, em especial os T-CD4, uma vez que estes são recrutados para a reprodução viral. O indivíduo, nesse período, torna-se altamente infectante.
  • Como em outras infecções virais agudas, a infecção pelo HIV é acompanhada por um conjunto de manifestações clínicas, denominado Síndrome Retroviral Aguda (SRA), onde os principais achados clínicos incluem: febre, cefaleia, astenia, adenopatia, faringite, exantema e mialgia, podendo ocorrer ainda esplenomegalia, letargia, astenia, anorexia, depressão e síndrome de mononucleose infecciosa.
  • A SRA é autolimitada e a maior parte dos sinais e sintomas desaparece em 3 a 4 semanas, no entanto, linfadenopatia, letargia e astenia podem persistir por vários meses. A presença de manifestações clínicas mais intensas e prolongadas (por período superior a 14 dias) pode estar associada à progressão mais rápida da doença.
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19
Q

O que é Latência Clínica e Fase Assintomática?

A

• Nessa fase, o exame físico costuma ser normal, exceto pela linfadenopatia, que pode persistir após a infecção aguda.
- Linfonodomegalia generalizada persistente: presença de linfonodos aumentados envolvendo dois ou mais sítios não-contíguos, além de linfonodos inguinais, por mais de 3 ou 6 meses, sem que haja uma causa alternativa.
• Podem ocorrer alterações nos exames laboratoriais, sendo a plaquetopenia um achado comum. Além disso, anemia (normocrômica e normocítica) e leucopenia leves podem estar presentes.
• Enquanto a contagem de linfócitos T CD4 permanece > 350 céls/mm³, os episódios infecciosos mais frequentes são geralmente bacterianos, como as infecções respiratórias ou mesmo TB.
• Com a progressão da infecção, começam a ser observadas apresentações atípicas das infecções, resposta tardia à antibioticoterapia e/ou reativação de infecções antigas.
• À medida que a infecção progride, sintomas constitucionais (febre baixa, perda ponderal, sudorese noturna, fadiga), diarreia crônica, cefaleia, alterações neurológicas, infecções bacterianas (pneumonia, sinusite, bronquite) e lesões orais, como a leucoplasia oral pilosa, tornam-se mais frequentes, além do herpes-zoster. Nesse período, já é possível encontrar diminuição na contagem de linfócitos T CD4, situada entre 200 e 300 céls/mm³.

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20
Q

Cite alguns marcadores de imunodepressão:

A

candidíase oral é um marcador clínico precoce de imunodepressão grave, associada ao subsequente desenvolvimento de pneumonia por Pneumocystis jiroveci. Além disso, diarreia crônica e febre de origem indeterminada, bem como a leucoplasia oral pilosa, também são preditores de evolução para AIDS.

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21
Q

Síndrome de imunodeficiência adquirida, definição:

A
  • Definida pelo aparecimento de infecções oportunistas e neoplasias.
  • Entre as infecções oportunistas, destacam-se: Pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose pulmonar atípica ou disseminada, meningite criptocócica e retinite por citomegalovírus.
  • Entre as neoplasias, destacam-se: Sarcoma de Kaposi (SK), linfoma não Hodgkin e câncer de colo uterino, em mulheres jovens. Nessas situações, a contagem de linfócitos T CD4 situa-se < 200 céls/mm³, na maioria das vezes.
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22
Q

A partir de que momento os testes diagnósticos sorológicos tem valor?

A

Até a soroconversão acontece, geralmente, em torno de 2 a 3 semanas e pode vir ou não acompanhada de sintomas. Até a soroconversão se completar, o indivíduo situa-se na janela imunológica da doença.

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23
Q

Quais os marcadores de infecção pelo HIV?

A

Marcadores na corrente sanguínea de acordo com o período que surgem após a infecção, seu desaparecimento ou manutenção ao longo do tempo.

  • RNA viral (5 dias)
  • P24
  • IgM (2-3 semanas ou mais)
  • IgG Ttotal
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24
Q

Como proceder quando há suspeita clínica e a sorologia vem negativa?

A

Pedir carga viral.

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25
Q

Indicações de Sorologia HIV:

A

Manifestação clínica ou laboratorial sugestiva de infecção do HIV, IST, comportamento de risco, gestante, crianças expostas ao HIV, tuberculose, acidente com material biológico, doadores de sangue, sêmen e órgãos, pessoa que pede para fazer o exame.

26
Q

O que é janela imunológica?

A

Período inicial em que a infecção já está estabelecida, porém os anticorpos anti-HIV ainda não apareceram.

27
Q

Como é feito o diagnóstico de HIV?

A

• O diagnóstico laboratorial de infecção pelo HIV REQUER duas etapas: 1) Teste de triagem; 2) Teste confirmatório. O teste de triagem é sempre extremamente sensível, o que implica uma maior probabilidade de resultado falso-positivo. Por isso é necessário um teste confirmatório: este, por ser muito mais específico, descarta os resultados falso-positivos encontrados na primeira etapa, confirmando os verdadeiro-positivos.

28
Q

Como são os testes de triagem do HIV?

A

− 2 testes rápidos usando sangue
− Teste rápido usando fluído oral e outro usando sangue
− Ensaio imunoenzimático (3ª ou 4ª geração) em 2 amostras de sangue

29
Q

Tipos de ELISA:

A

− 1ª e 2ª Gerações: Lisado viral e peptídeos
− 3ª Geração: Elisa sanduíche – Detecção simultânea de IgM e IgG
− 4ª Geração: Elisa sanduíche – IgM, IgG e antígeno p24.

OBS: O aparecimento de dois antígenos já considera o teste positivo.

30
Q

Como são os testes de confirmatórios do HIV?

A

− Carga viral: Se < 5.000 cópias/ml, confirmar com Western Blot
− Western Blot: Detecta anticorpos contra proteínas ou glicoproteínas do HIV (“bandas”). Positivo se p24, gp41, gp120/60 (mínimo2). Se for indeterminado confirmar com carga viral

31
Q

Acerca dos testes de acompanhamento, fale sobre a contagem de linfócitos TCD4+:

A

▪ Valores normais: 800 – 1.000 céls/mm3 (> 29%)
▪ Indicação
− Avaliar o grau de imunodeficiência
− Definir início e fim de profilaxias
− Acompanhar resposta à TARV
▪ Paciente com TARV
− Carga viral indetectável
− Assintomático
− CD4 > 350 em 2 exames consecutivos, com pelo menos 6 meses de intervalo
− Não solicitar!
ATENÇÃO! A nível laboratorial, a AIDS é definida como contagem de linfócitos T CD4 < 200.

32
Q

Acerca dos testes de acompanhamento, fale sobre a Quantificação do HIV-RNA – Carga Viral:

A

▪ NASBA, b-DNA, RT-PCR
− bDNA detecta de 50 a 500.000 cópias/ml
− RT-PCR detecta de 40 a 10.000.000 cópias/ml
▪ Indicação
− Exame confirmatório
− Avaliar o prognóstico da infecção
− Avaliar resposta à TARV
− Avaliar o risco da transmissão vertical e definir tipo de parto (até 1000 cópias pode fazer parto vaginal)
− Avaliação da criança exposta ao HIV
− Diagnóstico da infecção aguda
ATENÇÃO! Em crianças, deve-se esperar 18 meses para realizar a contagem de linfócitos T CD4, pois os anticorpos maternos passam pela placenta. Faz-se então, o acompanhamento apenas com a carga viral.

33
Q

Acerca dos testes de acompanhamento, fale sobre os testes de resistência

A

▪ Fenotipagem: Identifica a sensibilidade aos antirretrovirais.
▪ Genotipagem: Identifica a presença de mutações, como a M184V (substituição da metionina pela valina no códon 184) – VPP alto e VPN baixo.
− Pré-tratamento: Gestante, crianças até 17 anos (transmissão vertical), coinfecção por tuberculose, parceiro em uso atual ou prévio de TARV.
− Após início de tratamento: Falha virológica (CV > 1.000 cópias/ml após 6 meses de início ou troca da TARV)

34
Q

Acerca dos testes de

acompanhamento, fale sobre os testes de tropismo:

A

▪ Objetivo: Detectar cepa viral com tropismo para o receptor CCR5
▪ Indicação: Avaliar o uso de inibidor de CCR5 (Maraviroque)

35
Q

Acerca dos testes de

acompanhamento, fale da Tipificação do Alelo HLA-b57:

A

▪ Abacavir (ABC)
o Hipersensibilidade (5 a 8%)
o Aparece nas 6 primeiras semanas
o Febre, erupção cutânea, sintomas GI ou respiratórios
o Manifestações mais graves / fatais após a reexposição
o Prevalência de HLA-B5701 nas PVHA = 5,6%
o Forte associação entre HLA-B5701 positivo e hipersensibilidade

36
Q

Manifestações clínicas definidoras de AIDS:

A
  • Candidíase esofageana
  • Câncer cervical invasivo
  • Criptococose extrapulmonar
  • Neurotoxoplasmose,
  • Criptosporidiose com diarreia > 1 mês
  • Reativação de doença de chagas
  • Cardiomiopatia ou nefropatia associada ao HIV
  • Herpes simples mucocutânea > 1 mês
  • Pneumocistose
  • Sarcoma de Kaposi
  • Linfoma não Hodgkin de células B ou primário do SCN
  • Tuberculose extrapulmonar
  • Sepse recorrente por salmonella não tifoide
  • Leucoencefalopatia multifocal progressiva
  • Pneumonia bacteriana recorrente
  • Isosporidose com diarreia > 1 mês
  • Herpes simples mucocutâneo > 1mês, esofagite, bronquite, pneumonite
  • Histoplasmose extra-pulmonar
  • Encefalopatia pelo HIV
  • Síndrome Consuntiva
  • Leishmaniose atípica disseminada
  • Citomegalovirose
  • Infecção disseminada por micobactérias atípicas.
37
Q

Manifestações clínicas ao longo do quadro de AIDS:

A

Agudamente, primoinfecção: S. Mononucleose like -> febre, sudorese, mialgia, anorexia, náuseas, faringite não exsudativa, diarreia, linfadenopatia generalizada, hepatomegalia, úlceras orais

Diminui CD4, aumenta carga viral, doença crônica: candidíase oral, dermatite seborréica, queilite angular, emagrecimento, leucoplasia pilosa oral, prurigo estrófulo difuso…

38
Q

Indicadores de imunodepressão:

A

▪ CD4> 350 = indivíduo assintomático
▪ CD4<200 cél/mm³ = doenças definidoras de aids
▪ CD4<50 cél/mm³ = Infecção avançada pelo HIV

39
Q

O que é prevenção positiva?

A
  • Refere-se ao aconselhamento do paciente HIV+ quanto à adoção precoce e sistemática de medidas que visam: (1) reduzir a aquisição de outros agravos (como DST, hepatite viral e reinfecção por outras cepas do HIV); (2) quebrar a cadeia de transmissão do HIV; (3) estimular um estilo de vida saudável, com dieta equilibrada e atividades físicas regulares, a fim de reduzir o risco cardiovascular global.
40
Q

V ou F: Qualquer quadro de tuberculose deve ser pedida sorologia anti-HIV.

A

V.

41
Q

Opções diagnósticas na AIDS:

A
  • Teste rápido sangue, confirmado por um teste rápido de sangue de metodologia diferente se positivo
  • Teste rápido de fluido oral, confirmado por teste rápido de amostra de sangue
  • Imunoensaio (3ª ou 4ª geração), seguido de tesde molecular de carga viral, se este vier negativo, fazer Western Blot
  • Imunoensaio (3ª ou 4ª geração) + Western Blot/Imunoblot/Imunoblot rápido
42
Q

Quando iniciar o TARV?

A

TODAS AS PESSOAS HIV+, independentemente
da contagem de CD4 e sintomas.
Alguns pacientes devem começar imediatamente:
• Presença de sintomas (doença definidora de
Aids, sinais de imunodepressão moderada,
nefropatia/cardiomiopatia/alterações neurocognitivas
associadas ao HIV).
• CD4 < 350.
• Gestante.
• TB ativa (qualquer forma).
• Coinfecção HBV.
• Coinfecção HCV.
• Risco cardiovascular elevado (> 20% pelo escore
de Framingham).

Obs.: Na impossibilidade de obter contagem de CD4,
não atrasar o início do tratamento.
OBS:A tuberculose ativa, em qualquer forma clínica (incluindo a pulmonar), significa comprometimento da imunidade e indica a TARV.
OBS.: pacientes assintomáticos, com CV > 500 sem nenhuma das comorbidades supracitadas podem não receber o TARV, mas não é o ideal

43
Q

Como são as combinações de TARV?

A

São 3 ARV

2 inibidores de transcriptase reversa nucleosídico + 1 de outra classe (ex. inibidor de protease ou de integrase)

Adulto em início de tratamento: Tenofovir, Lamivudina, Dolutegravir

Adulto sem gravidade (ex. tuberculose): Tenofovir, Lamivudina, Efavirenz

Adulto com coinfecção e gravidade: Tenofovir, Lamivudina, Raltegravir

44
Q

Dolutegravir intolerante::

A

Substituir por Efavirenz

45
Q

Tenofovir intolerante:

A

Teste do HLA-b5701: negativo, substituir pelo Abacavir

Teste positivo ou intolerancia ao Abacavir: Usar AZT (Zidovudina)

46
Q

Paciente com TB e intolerante a Efavirenz:

A

Substituir por Raltegravir

47
Q

Interações medicamentosas dos TARV:

A

− IP: Rifampicina; Cisaprida; Anti-arrítimicos; Estatinas; “Medicamentos naturais”.
− DTG: Fenitoína; Fenobabiral; Oxicarbamazepina; Metformina; Fe+2, Ca++, Antiácidos.
o Pode haver necessidade de redução da dose de Metformina
o Antiácidos e suplementos com Fe+2 ou Ca++ devem ser ingeridos 6h antes ou 2h após o DTG.
o Pode haver aumento transitório da creatinina.

48
Q

Exames Laboratoriais Para Acompanhar a Eficácia do Tratamento TARV:

A

→ Carga viral – melhor avaliação para avaliar se o paciente está aderindo ao tratamento.
→ CD4

49
Q

O que é Síndrome Inflamatória da Reconstituição Imune em HIV (SIRI)?

A

o A terapia anti-retroviral (TARV) combinada reduz drasticamente a carga viral do HIV e aumenta a contagem de linfócitos T-CD4, que garantem diminuição da incidência de infecções oportunistas (IO) e da mortalidade, além de melhoria da qualidade de vida.
o A recuperação da imunidade pode associar-se com uma piora (“paradoxal”) da IO subjacente ou com o aparecimento de outras manifestações de natureza inflamatória, anteriormente inexistentes ou não evidenciadas. Algumas dessas doenças são:
- Tuberculose
- Complexo Mycobacterium avium (MAC)
- Cryptocococus sp
- Citomegalovírus (CMV)
- Hepatite B ou C
- Leucoencefalopatia multifocal progressiva
- Sarcoma de Kaposi
- Doenças autoimunes
- Vírus Herpes Simples e Varicela Zoster
- Complicações Dermatológicas Inespecíficas

50
Q

Quais as principais estratégias de prevenção do HIV?

A

− Triagem sorológica de bancos de sangue
− Uso de preservativos masculino e feminino
− Teste, aconselhamento e mudança de comportamento
− Profilaxia pré-exposição (PrEP)
− Profilaxia pós-exposição (PEP)
− Circuncisão masculina (menos chance de infecção visto que o prepúcio possibilita a permanência do vírus na genitália)
− Eliminação da transmissão materno-infantil
− TARV (“tratamento como prevenção”)
− Redução de danos em usuários de drogas
− Microbicidas com ARV
− Vacinas

51
Q

Quais os passos para a avaliação da PEP?

A

1) qual o tipo de material biológico de risco de transmissão do HIV?
2) tipo de exposição
3) o tempo decorrido entre a exposição e o atendimento é menor que 24 horas?
4) a pessoa exposta é não reagente para o HIV?

Se todas as respostas forem SIM, a PEP para HIV está indicada

52
Q

Qual a primeira ação após acidente com material biológico?

A

Lavar-se com água.

53
Q

Quais os materiais biológicos com risco de transmissão pelo HIV?

A
Sangue
Sêmen
Fluidos vaginais
Líquidos serosos (peritoniais, pleural, pericárdico)
Líquido amniótico
Líquor
Líquido articular
Leite materno

OBS.: repare que suor, lágrima, fezes, urina, vômitos, saliva, secreções nasais NÃO são contaminantes

54
Q

Quais as exposições com risco de transmissão do HIV?

A

Percutânea
Mmebrana mucosas
Cutâneas de pele não íntegra
Mordedura com presença de sangue

OBS.: se a pele estiver íntegra ou a mordedura sem presença de sangue NÃO são infectantes

55
Q

Em quanto tempo a PEP (profilaxia pós exposição) deve ser feita?

A

O primeiro atendimento após a exposição ao HIV é uma URGÊNCIA, de modo que a PEP deve ser iniciada o mais precocemente possível, tendo como limite as 72h subsequentes à exposição, sendo ideal até 2h após a exposição.

56
Q

Qual o esquema terapêutico da PEP (profilaxia pós exposição)?

A

tenofovir/lamivudina (TDF/3TC) + dolutegravir (DTG), durante 28 dias

Se for gestante:
Para mulheres gestantes, o esquema preferencial deve ser composto com RAL a
partir da 14ª semana de gestação.
tenofovir/lamivudina (TDF/3TC) + raltegravir (RAL)

Crianças e Adolescentes:
AZT + 3TC + NVP (Neviparina)

57
Q

Principais considerações com relação a profilaxia pós-exposição sexual:

A

o É uma medida de prevenção que consiste no uso de medicamentos até 72 horas após a relação sexual, para reduzir o risco de transmissão do HIV.
o É indicada somente para situações excepcionais em que ocorrer falha, rompimento ou não uso da camisinha durante a relação sexual (oral, vaginal ou anal), e em casos de violência sexual contra mulheres e homens.
o A PEP Sexual NÃO é indicada para todos e nem deve ser usada a qualquer momento. NÃO SUBSTITUI O USO DA CAMISINHA e não deve ser utilizada em exposições sucessivas, pois seus efeitos adversos pelo uso repetitivo são desconhecidos em pessoas HIV negativas. Além disso, as pessoas que se expõe ao risco com frequência podem ter sido infectadas pelo HIV
em alguma dessas exposições e necessitam de uma avaliação médica cuidadosa (clínica e laboratorial)!

58
Q

Profilaxia pré-exposição:

A

− Mecânica: Preservativo
− TARV

• Critérios para Indicação
▪ Relação sexual: vaginal ou anal (insertiva ou receptiva), sem preservativo nos últimos 6 meses
▪ Episódios recorrentes de IST
▪ Uso repetido de PEP
▪ Parceria com pessoa HIV + sem uso de preservativo

Tenofovir + Entricitabina
TDF/FTC (Truvada) – 1 cp/dia

Manter por 30 dias após fim da exposição de risco
• Combinar com uso de preservativo para aumentar a eficácia
• Avaliação antes e durante o uso da medicação

59
Q

Profilaxia de transmissão vertical:

A

• Objetivo
▪ Carga viral indetectável ou < 1.000 cópias/ml no momento do parto
▪ Risco da TV < 1%

Tenofovir + Lamivudina + Raltegravir

60
Q

TARV parto/puerpério:

A

− Manter TARV oral durante o trabalho de parto (com pouca água, se estiver em jejum)
− AZT venoso durante o parto, exceto se CV indetectável na 34ª semana

61
Q

Qual o melhor tipo de parto para diminuir a transmissão vertical do HIV?

A

▪ Carga Viral na 34ª semana
✓ > 1.000 cópias/ml ou desconhecida: Cesariana eletiva na 38ª semana + AZT venoso
✓ Indetectável ou < 1.000 cópias/ml: Definir segundo condições obstétricas

62
Q

Cuidados para diminuir a transmissão vertical do HIV:

A

▪ Cuidados Durante o Parto
− Medidas de precaução padrão
− Evitar trabalho de parto prolongado, bolsa rota por mais de 4h, manobras invasivas e episiotomia
− Clampeamento imediato do cordão umbilical, sem ordenha
▪ Cuidados Com o RN
− Lavar, aspirar vias aéreas superiores, proibir aleitamento materno, aconchegar.
− Criança exposta ao HIV [CID (10): Z21]
− Alimentação
− Vacinação
− Zidovudina (4 semanas)
− Monitoramento laboratorial
− Profilaxia da pneumocistose (SMX/TM)
− Definição do caso
▪ AZT Para o RN
− Iniciar na sala de parto ou nas primeiras 4h de vida.
− Duração: 4 semanas
− Não há benefício se iniciado após 48h de vida.
- Mãe não fez uso de TARV no pré natal
- Mâe carga viral > 1.000 cópias/mL desconhecida no último trimestre
- Acrescentar nevirapina ao AZT, o mais precocemente possível
- Alta da maternidade com consulta agendada antes do 30º dia de vida.
1ª dose nas primeiras 48 horas de vida
2ª dose 48 horas após 1ª dose
3ª dose 96 horas após a 2ª dose

▪ Cuidados com a Puérpera
- TARV -manter
- Inibir a lactação
- Seguimento obstétrico habitual (5º/8º dia e 42º dia pós parto)
- Contracepção e planejamento familiar
- Testar o parceiro
• Diagnóstico Precoce da Criança Infectada
o < 18 meses de idade: CV – 6 semanas de idade
a) Indetectável – repetir após 4 mês de vida. Se continua indetectável = não infectada
Sorologia após 12 meses – 95% terão sororrevertido
b) Detectável – repetir assim que possível. Se continua detectável = Criança infectada
CV < 5.000 cópias/mL: analisar cuidadosamente, pode ser falso-positivo
o > 18 meses de idade: sorologia