Cefalosporinas Flashcards
Principais considerações com relação as cefalosporinas:
• É uma classe de antibióticos β-lactâmicos semi-sintéticos, derivados de substâncias naturais produzidas pelo Cephalosporium acremonium.
• É a classe se antibióticos mais prescrita no mundo.
• Apresentam um anel diidrotiazina (A), um anel β-lactâmico (B) e duas cadeias laterais ou radicais (R1,2).
• A variação das cadeias laterais possibilitou:
− Espectro mais amplo
− Resistência às β-lactamases
− Absorção por via oral e parenteral
− Menor toxicidade para o homem
Mecanismo de ação cefalosporinas:
• Ação BACTERICIDA!
• Promovem a inibição da síntese de proteoglicanos da parede celular bacteriana, deixando a célula osmoticamente instável e provocando consequente lise osmótica da mesma.
OBS: A inibição de PBPs também libera autolisinas que destroem a parede já existente.
Mecanismo de resistência cefalosporinas:
1) Produção de β-lactamases (principal)
2) Incapacidade de a droga atingir o seu local de ação
3) Alteração nas proteínas de ligação às penicilinas (menor afinidade)
Farmacocinética cefalosporinas:
• Administração: Via oral ou parenteral.
• Excreção
− Renal por mecanismos de secreção tubular.
− Deve-se ajustar a dose em pacientes com IR.
− A probenecida lentifica a secreção tubular da maioria das cefalosporinas.
• Atinge concentrações terapêuticas no LCR (exceto as cefalosporinas de 1ª geração) e na placenta.
• SEGURAS NA GESTAÇÃO!
(OBS.: lembrando que tetraciclinas e quinolonas são contraindicadas na gestação)
Efeitos adversos cefalosporinas:
- Reações de hipersensibilidade: Rash cutâneo, eosinofilia, prurido e febre.
- Sensibilidade cruzada entre diferentes classes, como com as penicilinas (10% dos casos).
- Em caso de anafilaxia com penicilinas, não utilizar cefalosporinas.
- Lesão renal, principalmente se associada aos aminoglicosídeos e furosemida.
- Reações locais: Administração IV – Flebite; Administração IM – Dor local (associa-se à lidocaína)
- Discrasias sanguíneas: São raras –Hipotrombinemia, trombocitopenia e/ou disfunção plaquetária – Chance de sangramento, devendo-se administrar vitamina K.
Cefalosporinas e álcool:
• Algumas cefalosporinas de 3ª geração (cefamandol, cefotetano, cefoperazona), que apresentam o grupo MTT, inibem a aldeído desidrogenase hepática, induzindo o “efeito dissulfiram-like” em caso de ingestão de álcool 48-72h após o uso da droga, sendo, portanto, desaconselhável o seu consumo.
Efeito Dissulfiram-like: Inibição da enzima aldeído desidrogenase, levando ao aumento de aceltaldeído que pode causar rubor facial, cefaleia pulsátil, náuseas, vômitos, sudorese, hipotensão e confusão.
• O consumo de álcool ainda pode gerar uma possível toxicidade sobre fígado, rins e TGI e a sua interação com antibióticos pode induzir o efeito antabuse, que é incomum.
Classificação das cefalosporinas:
1ª Geração
▪ Cefalotina
▪ Cefazolina
▪ Cefalexina
2ª Geração
▪ Cefuroxima
▪ Cefoxitina
▪ Cefaclor
3ª Geração
▪ Cefotaxima
▪ Ceftriaxona
▪ Ceftazidima
4ª Geração
▪ Cefepima
▪ Cefpiroma
5ª Geração
▪ Ceftarolina
▪ Ceftabiprole
Espectro de ação cefalosporinas I:
o GRAM + (↑↑↑): Streptococcus e Staphylococcus (exceto MRSA e S. epidermitis), Pneumococcus sp. (exceto resistentes à penicilina).
o GRAM – (↑): Salmonella, Shigella, Proteus, Escherichia coli, Klebsiella.
o Anaeróbios: Apenas da cavidade oral (exceto Bacterioides fragilis).
Usos clínicos cefalosporinas I:
Patologias na qual o mais provável seja GRAM +
o Pneumonia comunitária o Infecções de pele e tecidos moles o ITU não-complicada o Profilaxia cirúrgica OBS: Todos os fármacos da 1ª geração não penetram bem no SNC.
Principais considerações com relação ao Cefalotina (Keflin®/Cefalin®):
▪ É a mais resistente ao ataque da β-lactamase estafilocócica!
▪ Via de Administração: IM ou IV. Não é bem absorvida por via oral.
▪ Distribuição: Atravessa a placenta, mas não atravessa a barreira hematoencefálica.
▪ Doses Usuais: 1-2g 6/6h ou 8/8h IM ou IV (dose máxima 12g/dia).
Principais considerações com relação a Cefazolina (Kefazol®):
▪ Maior comodidade posológica!
▪ Melhor tolerada.
▪ Via de Administração: IM ou IV. Não é bem absorvida por via oral.
▪ Distribuição: Atravessa a placenta, mas não atravessa a barreira hematoencefálica. Apresenta maior tempo de meia-vida e atinge concentrações maiores no plasma, devido a sua maior ligação a proteínas plasmáticas e depuração renal mais lenta.
▪ Doses Usuais: 250-1000mg 6/6h ou 8/8h IM ou IV. Em caso de infecções graves: 2g/dia.
Principais considerações com relação a Cefalexina (Keflex®)
▪ Pode ser administrado por VIA ORAL!
▪ Via de Administração: VO. Alimentos retardam a absorção.
▪ Distribuição: Não atravessa a barreira hematoencefálica e atravessa pouco a placenta.
▪ Doses Usuais: 250-1000mg 6/6h por VO.
OBS: Em pacientes com IR a administração será orientada pelo clearence de creatinina.
Espectro de ação cefalosporinas II:
o GRAM + (↑↑): Streptococcus, Staphylococcus, bacilo diftérico, clostrídios, gonococo e meningococo.
o GRAM – (↑↑): Moraxella catarrhalis, Haemophilus influenzae, Enterobacter, Escherichia coli, Klebsiella, Salmonella, Proteus mirabilis, Neisseria.
OBS: Conhecidas como as cefalosporinas dos otorrinos, em função dos seus usos clínicos.
Principais considerações com relação a Cefuroxima (Zinnat®/Zinacef®):
▪ Importante em infecções de vias aéreas superiores e ITU!
▪ Excelente opção contra os microorganismos cobertos pelas cefalosporinas de 1ª geração com cobertura ampliada para gram negativos.
▪ Via de Administração: VO ou IV. Alimento aumenta sua biodisponibilidade.
▪ Espectro: 1ª geração + Espectro ampliado para GRAM – (Haemophilus, Enterobacter, Moraxella catarrahalis, Neisseria).
▪ Distribuição: Atravessa parcialmente a placenta e, em condições normais, não ultrapassa a barreira hematoencefálica (mas atravessa em casos de meningoencefalites).
▪ Usos Clínicos:
− Amigdalite − Otite média
− Faringite − ITU
− Sinusite − Gonorréia
− Meningoencefalite por H. influenzae, N. meningitides e S. pneumoniae.
▪ Doses Usuais
− 0,5-1,5g 8/8h por IV
− 125-500mg 12/12h por VO
Principais considerações com relação a Cefoxitina (Mefoxin®):
▪ CEFAMICINA DE AÇÃO CONTRA ANAERÓBIOS!
▪ Induz facilmente a resistência bacteriana, não devendo ser utilizada isoladamente em infecções graves.
▪ Via de Administração: IM.
▪ Espectro: 2ª geração + Gram – (Serratia) + Anaeróbios (Bacterioides fragilis)
▪ Distribuição: Atravessa a placenta.
▪ Usos Clínicos:
− Doença inflamatória pélvica (DIP)
− Abscesso pulmonar
− Peritonites
− Infecções abdominais agudas cirúrgicas
− Abortos infectados
− Profilaxia para cirurgia abdominal
▪ Doses Usuais: 1-2g 6/6h ou 8/8h por IM (dose máxima 8g/dia)
OBS: Deve ser usada em associação nas infecções graves, pois pode induzir resistência.