Tétano Flashcards
Qual a etiologia?
Clostridium tetani, bacilo gram positivo, anaeróbio estrito, esporulado, podendo permanecer no ambiente por vários anos.
Quais os locais da natureza em que o esporo é encontrado?
Terra, areia, espinhos, galhos, pregos enferrujados, latas, fezes animais ou humanas, etc. Qquer local com o esporo.
Qual a epidemiologia?
200 casos em 2018 do tétano acidental. 2018 não houve tétano neonatal.
Predomina em homens e na área urbana.
Qual a letalidade?
33% no caso do tétano acidental e 70-90% no neonatal.
Quais os requisitos para o desenvolvimento do tétano?
Deve-se haver uma solução de continuidade na pele ou mucosas, condição anaeróbia nesse local e o paciente não deve ser previamente imunizado.
Como é a imunização do tétano? Qual a consequência disso?
Não é permanente, mas sim temporária. Isso faz com que adultos, que esquecem com maior facilidade de realizar o reforço, sejam os principais acometidos pelo tétano acidental.
Como ocorre a contaminação pelo tétano?
Através, na maioria dos casos, de ferimentos triviais, com materiais de jardinagem, trabalhos agrícolas ou lazer e esporte. No Brasil, o “bicho-de-pé” (Tunga penetrans) consiste em um importante fator na contaminação pelo esporo.
Como ocorre a aquisição do tétano neonatal?
Contaminação do coto umbilical, ocorrendo principalmente em partos domiciliares, em que existem crenças sobre substâncias que devem ser passadas no coto, como cinzas, pós, óleos etc -> substâncias sépticas.
Quais os principais locais das lesões?
Principalmente nos MMII, seguindo-se dos superiores e então da cabeça e pescoço (estes 2 últimos principalmente por estado dentário precário).
O que é o período de progressão?
É o tempo decorrido entre o aparecimento do primeiro sintoma e o primeiro espasmo da doença.
Qual a patogenia do tétano?
Os esporos, em condições de anaerobiose, transformam-se nas formas vegetativas e secretoras de toxina. Esta, por sua vez, penetra nas terminações nervosas motoras e se direciona ao SNC, principalmente à medula espinal (neurotropismo). Lá, promove inibição da liberação de glicina no neurônio pré-sináptico, diminuindo o estímulo inibidor dos neurônios motores. Isso promove a hiperexcitabilidade com consequente hipercontratilidade dos músculos e hiperatividade simpática.
*Vale ressaltar que a bactéria não se multiplica no local de inoculação, não produzindo uma RI no local.
Qual o tempo decorrido entre a lesão e a produção da toxina?
6 horas.
Quando a toxina pode ser inativada?
Apenas quando ela é produzida, pois, após a penetração nos neurônios motores, ela não pode mais ser inativada.
O que promove a anaerobiose nos tecidos?
Terra, madeira, fragmentos metálicos, qualquer corpo estranho, tecido necrosado, queimaduras.
Qual o QC do tétano?
Espasmos (alguns estímulos exacerbam a excitabilidade -> contração da musculatura agonista e antagonista, podendo comprometer a musculatura respiratória), trismo, pescoço rígido, dificuldade de deambular, há uma porta de entrada, sorriso sardônico, opistótono, abdome em tábua, disfagia.
Qual a evolução do tétano?
Incubação de 5-15 dias, período de progressão de 24-72h no tétano acidental e 12-24h no tétano neonatal.
A rigidez muscular oferece risco aos pacientes?
Não, podendo permanecer durante meses após a erradicação da bactéria. Porém, o que promove risco ao paciente é o comprometimento cardíaco e, principalmente, os espasmos, pois podem comprometer a musculatura respiratória, promovendo cianose e asfixia.
Qual o QC do tétano umbilical?
~7 dias após o nascimento, dificuldade de pegar o seio, sem reflexo de sucção, hiperflexão de MMII e acoplados ao tórax e opistótono.
Por que ocorrem os espasmos?
Pelos mais variados estímulos, como estímulos luminosos, manuseio do paciente, tosse, micção, deglutição.
Quais as complicações do tétano?
CV (hiperatividade simpática: pode complicar cardiopatias prévias), fratura de vértebras (muito frequente), embolia pulmonar (imobilidade), superinfecção bacteriana, HDA, Insuficiência renal, insuficiência respiratória.
Como é feito o diagnóstico do tétano?
Eminentemente clínico, associando a história epidemiológica com a história vacinal e a identificação da porta de entrada. Os exames complementares são usados para prognóstico.
Como é avaliado o prognóstico do paciente?
Os principais fatores que afetam o prognóstico são o tempo de incubação (1 a 4 dias -> pior) e o período de progressão (< 48h -> pior), pois evidencia uma grande população bacteriana produzindo toxinas.
Outros fatores são idade (extremos), frequência dos espasmos, etc.
Quais os DDs?
Intoxicação por estricnina, meningite (febre, sem trismo, alteração de consciência), raiva, histeria (a contratilidade não dura tanto tempo e não há porta de entrada).
Qual o tto do tétano?
Acesso vascular para sedante e miorrelaxante (1a medida), assistência ventilatória (traqueostomia, pois não dá para entubar - trismo), encontrar o foco, debridar o foco, Ig antitetânica, ATB, hidratação e controle nutricional.
*Outras medidas incluem controle de estímulos (ambiente pouco iluminado, calmo, sem ruídos), SVD, sonda nasogástrica, profilaxia para TEP e úlcera de estresse.
Como é feita a profilaxia do tétano?
Vacinação.