Infecções Hospitalares Flashcards
Definição infecção relacionada à assistência à saúde.
Qualquer infecção adquirida após internação do paciente e que se manifeste durante ou após a internação.
Definição infecção comunitária.
Infecção constatada ou em período de incubação no momento da admissão do paciente e que não seja relacionada a internação hospitalar anterior.
Definição infecção endógena.
Infecção por microrganismos da flora do indivíduo.
Colonização.
Convivência pacífica entre o indivíduo e o microrganismo.
Qual a epidemiologia das infecções hospitalares?
Varia de acordo com tipo e porte do hospital -> maior incidência em hosp. de grande porte e universitários, áreas críticas (UTIs, queimados, transplantes).
Qual a relevância da infecção hospitalar?
Aumento dos custos, do tempo de internação, da morbimortalidade e da prevalência de germe MR.
Qual a transmissão?
Contato direto (mãos), via aérea, instrumentos e ambiente hospitalar, sangue e derivados, medicamentos e dietas.
Quais os FR dos pacientes?
Doença de base (oncológica, DPOC), extremos de idades, hospitalização prolongada, imunossupressão, cateteres, sondas, drenos, próteses, desnutrição e obesidade, cirurgias, uso de ATB e estado hemodinâmico.
Quais os principais sítios da infecção hospitalar?
Pneumonia, corrente sanguínea, acesso vascular, trato urinário, sítio cirúrgico.
Qual a epidemiologia da pneumonia hospitalar?
Acomete principalmente os pacientes em VM, é a causa principal de infecção hospitalar e a taxa de mortalidade varia de 5-50%. Aumentam o custo e o tempo de internação (12d e 40mil dólares). 13,6 % de incidência em UTI.
Qual a fisiopatologia da pneumonia hospitalar?
Aspiração do conteúdo de orofaringe e estômago, inalação direta do microrganismo ou disseminação hematogênica/linfática.
Quais os FR para pneumonia hospitalar?
Internação em UTI, ATB e DPOC -> aumento da colonização de orofaringe e estômago.
Intubação, SNG, posição supina, coma, cirurgia de cabeça e pescoço, trauma -> aumento da aspiração ou refluxo gastrintestinal.
Uso prolongado de VM, extremos de idade, doença de base, desnutrição, obesidade, imunossupressão.
Qual a etiologia da pneumonia hospitalar?
Varia de acordo com a UTI e o tempo de VM:
< 4d (precoce) - microrganismos comunitários (pneumococo, S aureus, Hi, enterobactérias.
> 4d (tardia) - microsganismos hospitalares - Pseudomonas, Acinetobacter, MRSA, enterobactérias MR.
*No HURM, Acineto e Pseudomonas são as principais.
Como faz o diagnóstico de pneumonia hospitalar?
Critérios clínicos (leucocitose, aumento/mudança no aspecto da secreção traqueal, piora ventilatória, febre, hipotermia, alteração de ausculta) e critérios radiológicos (novo infiltrado pulmonar).
Como é feito o diagnóstico etiológico da pneumonia hospitalar?
Hemocultura (baixa S alta E), cultura QUANTITATIVA de secreção respiratória, lavado broncoalveolar, …
Como é a prevenção da pneumonia hospitalar?
Lavar as mãos, treinar a equipe de UTI, cabeceira à 30-45°, diminuir sedação sempre que possível, aspirar secreção acima do balonete, higiene oral com antissépticos (clorexidina).
Quais as fontes de infecção da corrente sanguínea?
Primária (acesso vascular) ou secundária (outro sítio de infecção).
Como identifica-se uma infecção da corrente sanguínea primária?
Bacteremia ou fungemia com AV + 1 ou mais hemocultura positiva, manif clínica de infecção (febre, hipotensão) e sem fonte aparente de infecção (exceto o cateter).
Qual a epidemiologia da infecção da corrente sanguínea?
A maioria poderia ser evitada, letalidade de até 1/4, aumento médio de 8,5d de internação. 5% de incidência de UTI. É a causa mais importante de infecção em neonatos.
Quais os FR para infecção da corrente sanguínea?
Tipo de dispositivo intravascular e intenção de seu uso, frequência com que o cateter é acessado, duração do uso do cateter.
Quais as principais etiologias da infecção da corrente sanguínea?
S. aureus, S. epidermidis (principal no HURM - 11%), Cândida, BGN entérico.
Qual a patogenia da infecção da corrente sanguínea?
Extraluminal (fora da pele), Intraluminal (manipulação do cateter), infusão de líquidos contaminados e disseminação hematogênica.
Quais as manif. clínicas da infecção da corrente sanguínea?
Locais: dor, calor, rubor e secreção (esta em 50% dos pacientes).
Quais os critérios diagnósticos para infecção da corrente sanguínea?
Pelo menos 1 de Febre (> 38°), calafrios e hipotensão E 2 ou mais hemoculturas para agentes contaminantes da pele.
Como é feito o diagnóstico de infecção da corrente sanguínea relacionada a cateter?
Cultura de secreção do local de inserção e hemocultura com o mesmo patógeno. Cultura quantitativa do cateter, e hemocultura com o mesmo patógeno.
Qual a conduta na suspeita clínica de infecção da corrente sanguínea?
Examinar o local de inserção do cateter, colher hemocultura E cultura do cateter, remover o cateter e enviar para cultura (se possível).
Como pode ser feita a prevenção da infecção da corrente sanguínea?
Hig. das mãos, Precaução máxima de barreira na passagem do cateter (medidas assépticas, precauções cirúrgicas), escolher sítio adequado para cateter (femoral > jugular > subclávia em nível de contaminação), reavaliação diária da necessidade do cateter.
Qual a epidemiologia das ITUs por assistência à saúde?
40% das IRAS, há risco de bacteremia associada e aumenta o custo e o impacto na resistência antimicrobiana (são os germes mais resistentes).
Qual o risco de ITUs por assistência à saúde em uso de SVD?
3-7% por dia, com maior FR o tempo de uso.
Após 30d em SVD, 100% dos pacientes terão ITU.
Qual a patogenia das ITUs por assistência à saúde?
Inserção do cateter, contaminação de mãos, inibição de mecanismos de defesa e formação de biofilme.
Quais os cuidados com a cultura em caso de ITUs por assistência à saúde?
NÃO FAZER CULTURA DE PONTA DO CATETER VESICAL (sempre há biofilme, portanto sempre será positivo).
Quando deve ser tratada a ITUs por assistência à saúde?
Apenas quando for sintomática.
Qual a epidemiologia de infecção do sítio cirúrgico?
3° sítio mais frequente de IRAS, ocorrendo em média 15% dos pacientes.
Qual a definição de infecção do sítio cirúrgico?
Infecção que ocorre na incisão ou em tecidos manipulados na cirurgia em até 30d ou até 1 ano quando há colocação de prótese.
Qual a classificação da infecção do sítio cirúrgico?
Superficial (acima da fáscia), profunda (abaixo da fáscia) e órgão específica.
Qual a etiologia da infecção do sítio cirúrgico?
S. aureus, enterobactérias e enterococos.
Quais as fontes de infecção para infecção do sítio cirúrgico?
Microbiota do paciente (pele, órgão manipulado), microbiota da equipe de saúde, ambiente (instrumental cirúrgico).
Quais os FR para infecção do sítio cirúrgico?
Doenças descompensadas, desnutrição e obesidade, tempo de hospitalização pré-operatório, infecção em outro sítio, potencial de contaminação da cirurgia (tecidos manipulados), tempo cirúrgico, quebra técnica (cirurgias de emergência).
Quais os momentos para higienização das mãos?
Antes do contato com o paciente, Antes de técnica asséptica, Após risco de exposição à fluidos corporais, Após contato com o paciente e Após contato com os entornos do paciente.