Doenças Exantemáticas Flashcards
O que é exantema?
Erupção cutânea generalizada aguda, de curta duração, associada a infecção sistêmica primária.
Qual a divisão das doenças em agentes etiológicos e quais doenças são causadas por cada um?
Vírus sem vesículas (sarampo, rubéola, exantema súbito, eritema infeccioso, mononucleose infecciosa), vírus com vesículas (varicela, doença mão-pé-boca), bactérias (escarlatina) e desconhecido (Kawasaki).
Qual o agente etiológico do sarampo?
Paramyxovirus (Morbilivirus) -> apenas 1 sorotipo.
O sarampo é uma doença contagiosa? Como ocorre a transmissão?
É extremamente contagiosa (90% de chance de um familiar não imune contrair caso tenha 1 caso na família), sendo que a transmissão ocorre por gotículas contaminadas entrando em contato com as vias aéreas de pessoas sadias.
Quando é aplicada a vacina do sarampo e por que nessa idade?
Aos 12 meses de vida com reforço entre os 4-5 anos. Ocorre nessa idade pois nos 1os 6 meses de vida o bebê apresenta os anticorpos maternos de mães imunes protegendo-o. Após esse período, os níveis desses anticorpos caem tornando a criança suscetível.
O que faz a vacina ser extremamente eficaz na prevenção do sarampo?
A existência de apenas 1 sorotipo desse vírus.
Qual o período de incubação do sarampo e quando ele é contagioso?
7-11d, sendo contagioso 4 dias antes do aparecimento do exantema e 4 dias depois do desaparecimento.
Qual o quadro clínico do sarampo?
Na fase prodrômica (antes do rash e Koplik): febre baixa, tosse seca, coriza/rinorreia, conjuntivite.
Surgem, então, as manchas de Koplik (lesões branco-amareladas com aréola vermelha em volta, principalmente na região dos molares), desaparecendo após 48h e surgindo o exantema (rash).
Como é a evolução dos sintomas do sarampo?
Tem início com febre baixa, tosse seca, coriza e conjuntivite, sendo seguido do aparecimento das manchas de Koplik, que duram cerca de 48h e desaparecem, tendo início o exantema. A febre piora durante o exantema tendo pico no início dele e desaparecendo após 3 ou 4 dias do surgimento do exantema.
Qual a característica do exantema do sarampo?
Maculopapular, morbiliforme, com progressão crânio-caudal (pescoço -> tronco -> membros). O exantema evolui para descamação até desaparecer.
Qual o quadro do sarampo atípico e em quem ocorre mais comumente?
É comum entre adultos que apresentam história prévia de vacinação com vírus morto e acabam se contaminando pelo sarampo selvagem. Os pródromos apresentam cefaleia, febre alta, mialgia, ausência ou poucos Koplik, sendo que o exantema evolui em sentido contrário ao comum, com duração arrastada (2-3s).
Como é feito o diagnóstico do sarampo?
Clínico associado a confirmação por sorologia.
Quando deve haver suspeita de sarampo?
Todo paciente que apresentar febre e exantema, acompanhado dos seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou conjuntivite, independentemente da idade ou situação vacinal.
O sarampo deve ser notificado?
Sim, é uma doença de notificação compulsória.
Quais os DDs para sarampo?
Rubéola, eritema infeccioso, exantema súbito, mononucleose infecciosa, toxoplasmose.
Qual o tratamento para o sarampo?
Na ausência de complicações, consistem em medidas de apoio sintomático, como antitérmicos, repouso e hidratação. O uso de vitamina A se mostrou benéfico em reduzir a morbimortalidade em pacientes com complicações.
Quais as complicações do sarampo?
Otite média, encefalite, pneumonia (viral ou bacteriana), panencefalite esclerosante subaguda (PEES).
Explique a panencefalite esclerosante subaguda. (por que ocorre, em quem ocorre principalmente, quando ocorre, QC, tto)
Ocorre por uma latência do vírus no SNC, ocorrendo principalmente em crianças infectadas antes dos 18 meses de idade, após 7-12 anos após o quadro de sarampo, não havendo tratamento específico, com quadro clínico de deterioração mental até o coma.
Quando e como é feita a profilaxia pós-exposição para o sarampo?
Em até 72h da exposição, através de vacinação de bloqueio, não sendo recomendado para gestantes e imunodeprimidos (para estes é recomendado o uso de imunoglobulinas).
O que pode ter sido relevante para o aumento do número de casos de sarampo no Brasil a partir de 2010?
A copa na África do Sul, pois lá as pessoas não eram vacinadas, permitindo que brasileiros não vacinados contraíssem o vírus e os trouxessem para o Brasil, além do surgimento e disseminação do movimento anti-vacina.
Quais as 2 formas de rubéola?
Congênita/Perinatal e adquirida.
Quais as complicações para o feto da rubéola congênita?
Tríade clássica: catarata, surdez neurossensorial e cardiopatia congênita.
Qual a relação entre a IG e as complicações da rubéola congênita?
As sequelas dependem da IG em que a mãe adquiriu a infecção, sendo que se foi antes da 12s, têm-se 90% de chance de desenvolver mal-formações. Essa taxa diminui entre 12-28s e volta a aumentar após a 28s, podendo chegar a 100% de transmissão.
Como ocorre a transmissão da rubéola adquirida? Quando ocorre o período de transmissibilidade?
Inalação de gotículas respiratórias em suspensão no ar ou por contato direto com o infectado, sendo que o vírus está presente nas secreções nasofaríngeas, sangue, fezes e urina.
2 dias antes do aparecimento do rash e 7 dias após o aparecimento do rash.
Qual o quadro clínico da rubéola adquirida?
2/3 é subclínico. Febre moderada, conjuntivite sem fotofobia, linfadenopatia retroauricular, cervical posterior e pós-occipital dolorosa (sempre precede o exantema em pelo menos 24h), exantema maculopapular com evolução e duração rápidas, em sentido crânio-caudal, sem descamação (duração de ~3d), mais espaçado que do sarampo (rubeoliforme). Pode haver poliartralgia e poliartrite.
Qual a diferença entre o sarampo e a rubéola? (5)
Não há fotofobia na rubéola, o exantema da rubéola é aparece e desaparece mais rapidamente (3d = rubéola; até 1s = sarampo), não há linfadenopatia no sarampo, não há manchas de Koplik na rubéola e a febre no sarampo é mais intensa.
Qual a semelhança entre o sarampo e a rubéola?
O exantema se apresenta após e durante a febre, sendo ambos maculopapulares e evoluem em sentido crânio-caudal.
Qual o tratamento da rubéola?
Sintomático, não havendo terapia antiviral efetiva (imunoglobulina não ajuda no tratamento).
A rubéola deve ser notificada?
Sim, é uma doença de notificação compulsória.
Como é feito o diagnóstico de rubéola?
Clínico + sorológico por IgM ou IgG
Quais as complicações da rubéola? Elas são frequentes?
São raras as complicações, mas podem ser encefalite, púrpura trombocitopênica, panencefalite progressiva. Se for a congênita, pode haver óbito fetal, CIUR, autismo, tríade clássica, …
Como é feita a prevenção da rubéola?
Vacina aos 12 meses de vida com reforço aos 4-5 anos (igual ao sarampo). Não deve ser realizada a vacina em gestantes, sendo que se foi realizada antes da gestação, esperar pelo menos 3 meses para engravidar.
O que pode ocorrer após a vacina contra a rubéola? Por que isso ocorre?
Exantema, artralgia, febre, linfadenopatia, pois é uma vacina com vírus vivo, ou seja, o vírus irá se replicar.
O bebê com rubéola congênita pode transmitir essa doença?
Sim, por até 1 ano após o nascimento o bebê transmite o vírus por suas secreções.
Qual a etiologia do Exantema Súbito (Roséola Infantil)?
HHV-6 e HHV-7.
Em que idade é mais prevalente o ES?
Entre os 6-15 meses de vida.
Como ocorre a transmissão do ES?
Através de salivas ou secreções, penetrando no indivíduo sadio pelas mucosas oral, nasal ou conjuntival.
Qual o QC do ES? (6)
Incubação: 5-15d.
Sintomas gripais, rinorreia e inflamação faríngea.
Febre elevada e de difícil controle que dura de 3-5d, ao fim dos quais o exantema surge.
Vômitos ausentes em 80% dos casos.
Geralmente BEG.
Como é o exantema do ES?
Rash máculo-papular com início tronco->crânio->extremidades, de curta duração (2-3d), sem descamação, prurido, vesículas ou pústulas.
Como é feito o diagnóstico do ES?
Clínico, sorologia, PCR, …
Quais os DDs para ES?
Sarampo e rubéola.
Qual o tratamento do ES?
Geralmente é de quadro benigno e autolimitado, mas pode-se utilizar ganciclovir em casos atípicos ou quando há morbidade significativa.
Pode haver 2 vezes o quadro de ES em um mesmo paciente? Pq?
Sim, pois como há 2 agente etiológicos, a pessoa pode se infectar pelos 2 vírus em diferentes momentos da vida.
O vírus do ES permanece latente no organismo?
Sim, podendo haver reativação em imunodeprimidos.
Quais as complicações do ES?
É a doença infeciosa mais associada a convulsões febris.