Sífilis Flashcards
Qual a etiologia da sífilis?
Causada pelo Treponema pallidum (espiroqueta G-).
Qual a epidemiologia da sífilis?
É uma doença de notificação compulsória, sendo predominante entre os 20-29 anos, mas houve um aumento dos casos em outras faixas etárias também.
Como ocorre a transmissão?
Relação sexual (alta contagiosidade na forma precoce), parenteral (transfusão sanguínea), vertical (transplacentária - principal - ou canal de parto) e por contato direto (raro). *Vale ressaltar que a sífilis aumenta a chance de o indivíduo contrair HIV e outras DSTs.
Qual a história natural da sífilis?
Apresenta incubação de 10-90d (média 3s), aparecendo a forma primária (cancro duro). Essa forma involui após algumas semanas dando origem à forma secundária (pode aparecer junto com o cancro também). Esta também é autolimitada e dura algumas semanas. O paciente entra, então, em um período de latência precoce (< 1 ano), em que a sorologia já é positiva -> latência tardia (> 1 ano). Nesta, pode permanecer o resto da vida, mas 1/3 dos pacientes evolui para a forma 3ária.
Qual o QC da sífilis primária?
Lesão do cancro duro no sítio de inoculação (não necessariamente é genital): úlcera única, bordos elevados, de fundo limpo e endurecido e indolor, rico em treponema. Pode deixar cicatriz e pode haver linfonodos indolores e aumentados de volume. A lesão pode estar ausente ou atípica em 15-30% dos casos e o paciente pode não reconhecer como sífilis.
*Desaparece após 2-6 semanas.
Qual o QC da sífilis secundária?
Lesões cutâneas e mucosas pleomórficas (roséola - m/p em tronco e mm, podendo simular algo alérgico ou viral -, placas, descamativas, em palma e planta, condiloma, alopécia em clareira e madarose, lesões ungueais), febre, cefaleia, astenia, podendo haver hepatite, SNC, uveíte, osteíte, … Apresenta involução espontânea.
Qual o QC da sífilis latente?
É um paciente assintomático porém com sorologia positiva para a sífilis. Ele pode se manter para sempre nessa fase ou evoluir para a sífilis terciária (1/3).
Qual o QC da sífilis terciária?
As 3 principais apresentações clínicas são: alterações cutâneas (lesões nodulares e gomosas indolores), alterações CV (aortite, aneurisma aórtico, estenose coronariana, insufic aórtica e miocardite) e neurológicas (assintomática*, meningite, tabes dorsalis, paralisia geral, alterações cognitivas, mudanças de comportamento, demência, depressão, mania, confusão mental, epilepsia, …).
O que é o tabes dorsalis?
É um conjunto de manifestações como alterações pupilares, motoras (ataxia), retenção vesical e fecal, etc, em decorrência da neurossífilis.
Há alterações neuroradiológicas na neurossífilis?
Não necessariamente, pois a RNM e a TC podem se apresentar normais. O melhor exame é a avaliação do LCR.
Quais os exames disponíveis para diagnóstico de sífilis?
Provas diretas: pesquisa em campo escuro ou IFI em biópsia.
Testes treponêmicos: Hemaglutinação (TPHA), FTA-ABs, ELISA, imunocromatografia. -> são testes específicos.
Testes não treponêmicos: VDRL, RPR e TRUST. -> não são muito específicos.
Comente sobre cada tipo de teste diagnóstico.
A prova direta é o melhor método, porém não está disponível no SUS. É usado para 1ária e 2ária, pois na 3ária há pouco treponema para ser detectado.
Os testes treponêmicos são altamente específicos para detectar o treponema, sendo que o FTA-ABs se torna positivo após 3s da infecção.
Os testes não treponêmicos apresentam baixa especificidade, podendo gerar falsos positivos por reação cruzada com hanseníase virchowiana, malária, TB, gravidez. Indicam a atividade da doença. Deve-se sempre associar um teste treponêmico com um não treponêmico.
Como é feito o diagnóstico da sífilis primária?
QC + epidemio, prova direta, teste não treponêmico (1-3s após cancro) + treponêmico (7-10d após o cancro).
Diagnóstico em sífilis 2ária?
QC + epidemio, prova direta, treponêmico + não treponêmico (títulos altos -> alta atividade do treponema).
Diagnóstico em sífilis latente?
Associação de treponêmico + não treponêmico.
Qual o tto da sífilis?
Dependa da fase em que o paciente se encontra: 1ária, 2ária e latente recente: penicilina benzatina (benzetacil) 2,4 mi Ul IM dose única (1,2 mi em cada glúteo). Latente tardia e 3ária: benzetacil 2,4 mi IM semanal por 3s (dose total 7,2 mi). Neurossífilis: penicilina cristalina 18-24 mi/dia EV em dose 4 mi a cada 4h ou infusão contínua por 14d.
Qual o seguimento do paciente com sífilis?
Depende da fase em que ele se encontra 1ária, 2ária e latente precoce: teste não treponêmico trimestral. Latente tardia e 3ária: idem Neurossífilis: Líquor 6/6 até normalizar.
Quando há transmissão congênita?
Quando a grávida não é tratada adequadamente, podendo chegar até 80% de chance de transmissão. *Vale ressaltar que, quanto maior o estágio da gravidez, menor é a chance de transmissão transplacentária.
Quais as complicações da sífilis durante a gravidez?
Contaminação do feto, parto prematuro, óbito fetal ou neonatal.
Qual o QC da sífilis congênita?
50% assint ao nascer. Manifestações clínicas podem ser precoces (< 2 anos) ou tardias.
Quais as manifestações da sífilis congênita precoce?
Prematuridade, BPN, hepatomegalia com ou sem espleno, lesões cutâneas, ósseas, respiratórias (desconforto, rinorreia serossanguinolenta), neurológica (meningite, convulsão, irritabilidade), hematológica (anemia, púrpura, plaquetopenia).
Qual o QC da sífilis congênita tardia?
Ceratite intersticial, articulação de Clutton, tíbia em sabre, fronte olímpica, mandíbula curta, nariz em sela, dentes de Hutchinson, surdez, dificuldade de aprendizado.
Como é feito o diagnóstico na sífilis congênita?
História epidemiológica da mãe, teste treponêmico e não treponêmico.
O que é a reação de Jarisch-Herxheimer?
Ocorre após a 1a dose de penicilina pela lise treponêmica, havendo exacerbação das lesões, febre, artralgia e mal-estar. É autolimitado (até 24h) e pode induzir trabalho de parto prematuro.
Como é feita a profilaxia da sífilis?
Investigação de DSTs, estimular a realização de testes e sexo seguro, banco de sangue, tratar contactantes, atendimento à violência sexual.
HN sífilis

Lesão sífilis primária

Lesão sífilis 2ária

Sífilis congênita
