Mononucleose e CMV Flashcards
Qual a etiologia da Mononucleose Infecciosa (MI)?
EBV da família dos herpes vírus.
Qual a patogenia da MI?
O vírus, após contaminação, infecta as células epiteliais da orofaringe, atingindo, então, os linfócitos B e ativando-os. Os LyB ativados pelo vírus irão produzir e secretar Ig policlonais (Ac heterófilos). Não é toda a população de LyB que é infectada, fazendo com que seja possível o desenvolvimento de uma resposta imune efetiva contra o vírus. Após a infecção dos LyB da faringe, esse vírus se dissemina por todo sistema linfoide do indivíduo.
Qual a epidemiologia da MI?
Estima-se que 80-95% da população adulta já foi contaminada pelo EBV. A primoinfecção ocorre principalmente na infância, mas pode ocorrer também na idade adolescente ou jovem.
Como é a transmissão do EBV?
Contato com a saliva do indivíduo infectado sintomático ou assintomático. Em crianças, a principal maneira de infecção é através de brinquedos contaminados e em jovens através do beijo.
Pode ser realizada, também, através da relação sexual, já que o vírus pode ser encontrado em secreções genitais.
Em qual período da infecção ocorre a transmissão do EBV?
A pessoa elimina o EBV por 6 meses a 1 ano após a infecção primária. Passada essa fase, a excreção viral passa a ocorrer em menor quantidade e de forma intermitente.
Qual o QC da MI?
Pródromo com cefaleia, mialgia, fadiga e mal-estar, sendo procedido de febre alta com linfadenopatia (cervical posterior bilateral, principalmente), faringite (aumento das tonsilas, podendo haver exsudato), dor intensa, esplenomegalia (80¨%), hepatomegalia, icterícia, edema palpebral (sinal de Hoagland). Pode haver exantema, estando relacionado em 90% dos casos com o uso de ampicilina ou Abc betalactâmicos. Os principais sintomas são: linfadenopatia, faringite, febre, cansaço.
O que pode influenciar no QC da MI?
A idade em que o indivíduo adquiriu a primoinfecção: crianças geralmente é assintomático enquanto adolescentes e adultos apresentam as manifestações clássicas da mono.
Quais as características da linfadenopatia da MI?
Acometimento de linfonodos cervicais posteriores, anteriores, axilares e submandibulares. Os gânglios aumentam, são móveis e de consistência fibroeslástica.
Qual o começo e curso da MI?
Incubação de 4-6s.
Pródromo de 3-5d.
Hepatoesplenomegalia se mantém até 3 meses após a infecção.
Fase aguda da infecção se resolve após 3-4s.
O indivíduo só piora durante a primeira semana, vindo a melhorar na metade da 2s.
Quais as complicações possíveis da MI? (4)
Hematológicas (anemia hemolítica, trombocitopenia, granulocitopenia), Neurológicas (encefalite, mielite transversa, meningite, Guillain-Barré), ruptura esplênica (aumento do órgão e infiltração linfocítica da cápsula, relacionada a traumas abdominais leves), obstrução das vias aéreas (aumento das tonsilas).
Quais os DDs para MI? (8)
Existem as doenças com “síndrome da mononucleose infecciosa”, pois apresentam quadro semelhante à mono, são elas CMV, toxoplasmose, SRA (síndrome retroviral aguda), rubéola, hepatite A, linfomas, faringite estreptocócica, hipersensibilidade a drogas.
O EBV apresenta potencial oncogênico? Se sim, para quais?
Sim, para linfoma de Burkitt, carcinoma de nasofaringe, linfoma de Hodgkin e linfoma de células B.
Como é realizado o diagnóstico laboratorial do EBV?
Hemograma, reação de Paul-Bunnel-Davidson, Ac específicos, PCR.
O que é visualizado no hemograma do paciente com MI?
Linfocitose relativa e absoluta (presente em 70% dos pacientes), presença de linfócitos atípicos, aumento de enzimas hepáticas (AST/TGO e ALT/TGP - 60-90% dos casos), aumento de bilirrubina (5% dos casos).
Como pode ser diferenciado um hemograma por infecção bacteriana (angina estreptocócica) de um por infecção por EBV?
Na infecção bacteriana, há leucocitose por aumento de neutrófilos, enquanto que na viral há leucocitose por linfocitose e presença de LyB atípicos.
Quais os DDs para MI? (8)
CMV, rubéola, toxoplasmose, síndrome retroviral aguda (SRA), angina estreptococica, linfoma, hepatite viral, hiperssensibilidade a drogas.
Como podem ser diferenciados os DDs da MI?
CMV: não sei.
Rubéola: rash crânio-caudal, gânglios são posteriores e sem amígdalas.
Toxoplasmose: sem acometimento da amígdala, mas dá hepatoesplenomegalia, febre e gânglios.
Essas 3 anteriores há atipia linfocitária no hemograma, as próximas não há.
SRA: s/ amígdala.
Angina estreptocócica: hemograma.
Linfoma: s/ amígdala.
Hepatite viral: s/ amígdala e s/ gânglios.
Hiperssensibilidade a drogas: s/ placas.
Qual o tratamento para MI?
Sintomático: antipiréticos, hidratação, analgésicos.
Uso de corticoides para reduzir a inflamação (casos não complicados).
Qual a etiologia da citomegalovirose?
Causada pelo CMV da família herpes vírus
Qual a epidemiologia do CMV?
Cosmopolita (2/3 da população mundial), maior prevalência em adultos
Como ocorre a transmissão do CMV?
4 divisões:
Pré-Natal: transmissão transplacentária. (congênita)
Perinatal: sangue, canal de parto, amamentação.
Essas 2 por primoinfecção materna ou recrudescência do CMV.
Pós-Natal: contato com saliva, urina, sangue, secreções genitais.
Iatrogênica: transplantes, transfusões.
Qual a importância clínica na forma como o CMV é adquirido?
Pois a manifestação clínica depende da forma como foi adquirida.
Qual o QC da infecção pós-natal ou iatrogênica?
Na maioria das vezes é assintomático.
Quando há sintomas, é uma doença mono-like (com quadro semelhando ao da mononucleose infecciosa): com ou sem acometimento da amígdala, linfadenopatia, febre, hepatomegalia.
Como pode ser feita a diferenciação entre a infecção por CMV e a MI?
CMV apresenta menor acometimento da amígdala, sem produção de anticorpos heterófilos, geralmente cursa com leucopenia (MI cursa com leucocitose), mas há linfocitose e linfócitos atípicos. Uso da sorologia e PCR.
Quais as complicações para o feto na CMV congênita?
BPN, prematuridade, aborto, microcefalia, coriorretinite, calcificações intracranianas, surdez, hepatomegalia, alterações visuais, …
Essa criança com CMV congênita é transmissora desse vírus?
Altamente transmissora, pois ela elimina o vírus em muitas secreções, principalmente na urina.
Qual é o QC da infecção no periparto?
Poder ser assintomática ou cursar com hipoacusia e ter um rebaixamento no nível do intelecto.
Como é o QC da infecção no imunodeprimido?
Ocorre, geralmente, pela recrudescência da infecção, sendo que o achado dessas manifestações no paciente deve indicar uma avaliação para imunossupressão, como HIV.
Quase sempre há algum acometimento severo e de várias naturezas, como: Coriorretinite, Esofagite, Encefalite, Meningite, Pneumonia Intersticial, Hepatite e Rejeição de enxerto de órgão sólido.
Como é realizado o diagnóstico do CMV?
Deve ser feito por laboratório, pois a clínica e o hemograma é muito semelhante à MI.
Isolamento viral, PCR, antigenemia, sorologia, pesquisa de corpúsculos de inclusão.
Quais os DDs para a infecção adquirida?
Mononucleose, toxoplasmose, hepatite viral, SRA, rubéola, …
Quais os DDs para a infecção congênita?
TORSCH: toxo, rubéola, sífilis, CMV, herpes simples.
Quando e como é feito o tratamento para CMV?
Feito apenas em imunodeprimidos. Uso de Ganciclovir, cidofovir, valganciclovir, ….
Não realizar o tratamento na grávida, pois ele é mielotóxico.