Raiva Flashcards
Quais os sinais e sintomas da raiva?
Na fase de pródromo seriam cefaleia, mal estar geral, náuseas, dores vagas.
Na fase neurológica da doença, seriam: hidrofobia, aerofobia, fotofobia, distúrbios de personalidade, irritabilidade, agressividade, exacerbação da personalidade (tímidos ficam depressivos, agressivos ficam mais agressivos).
Qual o começo e curso da raiva (como é o início, tempo de aparecimento, tempo de evolução)?
Início súbito, o período de incubação dura de 20 a 90 dias, o pródromo dura de 2 a 10 dias, a duração dos sintomas é variada (depende da assistência médica), mas ocorre entre 7 a 25 dias até o óbito.
Quais as relações epidemiológicas da raiva? (frequência, fatores de risco, pacientes mais acometidos)
Cerca de 11 casos em 2018 no Brasil, sendo 1 em São Paulo. No Paraná, o último caso por transmissão de cães foi em 1977 e por morcegos foi em 1987. Os fatores de risco seriam proximidade com animais, como veterinários, biólogos, …, trabalhadores de ONGs.
Qual a integração fisiopatológica da raiva? (mecanismos da doença)
Após a contaminação do local com o vírus da raiva, esse irá se replicar nas células musculares locais (período de incubação), até que ligue sua glicoproteína G aos receptores nicotínicos de Acetilcolina e penetre nos nervos periféricos. O vírus, então, se dirige ao SNC por fluxo axoplasmático retrógrado, chegando ao SNC e promovendo uma reação inflamatória no local, promovendo os sintomas da doença. Posteriormente, o vírus se dirige à periferia pelos nervos, chegando ao coração, glândulas salivares, etc.
Qual o prognóstico da raiva?
Péssimo, quase 100% vai a óbito após o início dos sintomas.
Qual o seguimento da raiva? (exames laboratoriais)
A raiva pode ser diagnosticada laboratorialmente por biópsia do couro cabeludo (local em que o vírus está muito presente), realizando PCR ou imunofluorescência direta. Pode-se realizar, também, uma análise histopatológica, verificando a presença de corpúsculos de Negri, que é patognomônico da raiva (mas a ausência não exclui a possibilidade de ser raiva).
Quais as formas de transmissão da raiva?
Mordedura, lambedura ou arranhadura de algum animal contaminado, inalação do vírus em locais fechados e densamente povoados por morcegos contaminados, parenteral (laboratório).
Quais as regiões do SNC preferíveis pelo vírus da raiva?
Hipocampo, tronco encefálico, medula espinal, células de Purkinje no cerebelo.
Quais os 2 tipos de manifestações da raiva e quais seus sintomas?
Raiva furiosa: meningoencefalite, hidrofobia e aerofobia.
Raiva paralítica: paraplegia simétrica e ascendente.
Em quais casos é indicada a profilaxia pré-exposição?
É indicada para profissionais de risco (alto contato com animais), como veterinários, funcionários de canil, laboratório.
Como é feita a profilaxia pré-exposição?
Vacina de cultivo celular, 3 doses quando IM, no deltoide, em 0, 7 e 28 dias. Quando intradérmica, usar apenas 1 dose. É necessário o controle sorológico após 14 dias da vacinação e anualmente.
Qual a conduta em casos de possível exposição para pessoas que já receberam esquema de pré-exposição?
Caso haja comprovação sorológica, dar 2 doses de vacina (dia 0 e dia 3), sem uso de soro. Caso não haja comprovação sorológica dos anticorpos, conduzir como se não tivesse sido previamente imunizado.
Como é analisada a característica do ferimento para avaliar a pós-exposição? (3)
Local: considerar como lesão grave quando for em palma de mão, planta do pé, popas digitais, cabeça e pescoço (alta inervação).
Profundidade: considerar como lesão grave quando for profunda.
Quantidade: lesão grave = extensas ou múltiplas lesões.
Como é analisada a característica do animal agressor?
Quando for de cães/gatos sadios ou de cães/gatos suspeitos de raiva e que podem ser observados, considerar como lesão leve.
Quando for de animais silvestres, cães/gatos com raiva ou que fugiram/morreram, considerar lesão grave.
Quando for de roedores, não ocorre a transmissão da raiva.
Qual a conduta em exposição indireta?
Lavar o local com água e sabão e não aplicar a vacina.