Hepatite B MedCel Flashcards

1
Q

Qual a classificação do vírus da Hepatite B (HBV)

A

Vírus de DNA da família Hepadnaviridae (único vírus da hepatite que é de DNA).

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2
Q

Como é transmitido o HBV?

A

Via parenteral: via sexual, sangue, vertical e horizontal

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3
Q

Qual a epidemiologia do HBV?

A

A faixa etária mais acometida no Brasil é de 20-69 anos (população sexualmente ativa).

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4
Q

Qual a patogenia da Hepatite B (HB)?

A

Após a aquisição do vírus, ele circula pela corrente sanguínea até ganhar os hepatócitos, onde penetram e se replicam, liberando partículas infectantes e não infectantes (importância antigênica). A replicação e a citotoxicidade imunomediada promove necrose hepatocelular. Quanto maior a magnitude dessa resposta imunológica e inflamatória, maiores os sintomas e maior a probabilidade de evoluírem para a cura ao fim da fase aguda. Quando não há resposta imune efetiva, têm-se uma forma oligo/assintomática que mais frequentemente evoluem para cronificação.

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5
Q

Quais os marcadores sorológicos na HB e o que cada um significa? (6)

A

HBsAg: antígeno da superfície viral, indica a presença do vírus no organismo, estando sempre presente na fase aguda e crônica. Primeiro marcador a surgir. Anti-HBc IgM: marcador de infecção aguda ou reagudização de fase crônica. Anti-HBc IgG: permanece durante toda a vida do indivíduo, marcando hepatite crônica ou contato prévio com o vírus que evoluiu para cura. HBeAg: reflete a replicação viral, estando positivo em fase replicativa, indicando alta infectividade. Anti-HBe: marca a interrupção da replicação viral na fase aguda ou crônica. Anti-HBs: são marcadores de cura de hepatite ou de imunização prévia, aparecendo após o desaparecimetno do HBsAg.

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6
Q

Qual a relação entre a resposta imune celular e a cronificação da HB?

A

O que determina a capacidade de exterminar o vírus é a resposta imune celular mediada por CD4 e CD8. Caso uma pessoa apresente essa resposta insuficiente, como ocorre em RN e crianças nos primeiros anos de vida, a doença apresenta maior chance de cronificar, enquanto que em adultos, a chance de cronificação é muito menor. **Quando a mãe é HBeAg positiva, esse antígeno atravessa a placenta em direção ao feto, fazendo com que, quando ele for exposto ao vírus no parto, seu organismo não reconheça nenhum dos antígenos “core” como estranhos, facilitando a replicação viral.

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7
Q

Qual o período de transmissibilidade?

A

2-3s antes do início dos sintomas, perdurando enquanto o HBsAg estiver positivo, ou seja, indivíduos crônicos são transmissores do vírus.

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8
Q

Quando um indivíduo é considerado portador de hepatite B crônica e qual a probabilidade disso acontecer?

A

Quando ele apresenta o HBsAg positivo por mais de 6 meses (mais de 6 meses com os sintomas). A probabilidade de um indivíduo adulto cronificar varia de 5-10%, no entanto, esse número sobe para 90% quando ocorrer a transmissão vertical ou nos primeiros anos de vida.

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9
Q

Qual o QC da HB?

A

A forma aguda se dá com sintomas inespecíficos prodrômicos: febre, anorexia, diarreia, mialgia, artralgia, náuseas, vômitos e mal-estar. Raramente o quadro evolui para a icterícia. A forma crônica é assintomática na maioria dos casos, se tornando sintomática apenas em fases avançadas da doença por cirrose hepática (insuficiência hepática progressiva).

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10
Q

Quais as fases da HB crônica?

A

Imunotolerância: alta replicação viral (HBeAg+), AST/ALT normais, PCR DNA HBV com altas CV, alta transmissibilidade. Imunoreativação/Imunoeliminação: detecção do vírus pelo sistema imune, com diminuição da CV, HBeAg ainda positivo, AST/ALT elevadas, alta fibrose hepática. Portador Inativo: normalização da AST/ALT, Anti-HBe+, PCR DNA HBV negativo ou muito baixo, menos risco de cirrose e HCC, sem indicação para tto. Fase de Reativação: surge quando ocorre imunossupressão ou mutação pré-core. HBeAg - mas há replicação viral.

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11
Q

Imagem marcadores HB.

A
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12
Q

O que é a mutação pré-core e qual sua relevância clínica?

A

É uma mutação sofrida pelo HBV, fazendo com que o portador inativo apresente reativação e apresente capacidade de replicação mesmo com Anti-HBe+. Há aumento da CV e de transaminases e negativação do HBeAg.

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13
Q

Como é feito o diagnóstico de HB?

A

Através da análise sorológica para detecção de antígenos e anticorpos do vírus.

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14
Q

Quais os possíveis perfis de hepatite B em um paciente e qual sua interpretação sorológica? (5)

A

Hepatite B aguda: HBsAg+, anti-HBc IgM+, anti-HBc IgG +/-, HbeAg+, anti-HBe - e anti-HBs -. Cura: HBsAg -, anti-HBc IgM -, anti-HBc IgG +, HBeAg -, anti-HBe +/- e anti-HBs +. Hepatite B crônica: HBsAg +, anti-HBc IgM -, anti-HBc IgG +, HBeAg +, anti-HBe - e anti-HBs -. Portador inativo: HBsAg +, anti-HBc IgM -, anti-HBc IgG +, HBe -, anti-HBe + e anti-HBs -. Vacinação: anti-HBs + (único positivo, o resto é tudo negativo).

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15
Q

Qual o tratamento da HB?

A

Fase aguda: suporte clínico e sintomático, sendo que o uso de antivirais é indicado apenas em hepatite fulminante. Na fase crônica, usa-se o alfainterferon peguilado 180 mcg/semana e antivirais análogos a nucleosídeos ou nucleotídeos (tenofovir 300 mg/dia e entecavir 0,5-1,0 mg/dia).

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16
Q

Quando deve ser feito o tto para HB?

A

HBeAg +, transaminases elevadas; HBeAg - e transaminases elevadas; coinfecção com HIV; uso de QT ou imunossupressores.

17
Q

Quais as CI para o tto da HB?

A

Peguilado: uso de álcool, cardiopatia grave, insuficiência hepática. Tenofovir: doença renal crônica, osteoporose.

18
Q

Qual a resistência do HBV às seguintes drogas: peguilado, tenofovir, entecavir, lamivudina?

A

Peguilado e tenofovir não há resistência. Entecavir e lamivudina há resistência.

19
Q

Qual a conduta em casos de gestantes infectadas?

A

Tenofovir para evitar TMF, o RN receberá imunoglobulina e vacina ao nascer, AM não é CI, tto quando CV > 2000.

20
Q

Qual a conduta em casos de coinfecção HIV-HBV?

A

TARV com tenofovir e lamivudina. Esses pacientes apresentam maior chance de desenvolverem doenças hepáticas mais graves e de apresentarem hepatite B oculta.

21
Q

O que é a HB oculta e por que ocorre?

A

É a infecção pelo HBV porém sem detecção do HBsAg. Existe um período no curso da infecção aguda em que o HBsAg cursa em níveis indetectáveis, caracterizando a janela imunológica. Outra explicação é a presença de um mutante de escape. Corresponde a 1-5% das infecções por HBV

22
Q

Quais os tipos de transmissão vertical? Explique cada um (chance de transmissão, fatores que aumentam essa chance).

A

1°: INTRAUTERINA (antes do parto): apresenta baixa chance de infectividade, sendo cerca de 5-10% dos casos de transmissão vertical. O principal fator é a positividade do HBeAg. 2°: PERINATAL (durante o parto): 90-95% dos casos de transmissão vertical, ocorrendo por contato do sg materno com o fetal.

23
Q

Quais as complicações da HB?

A

Cronificação, havendo probabilidade de 25% de evolução para cirrose hepática e hepatocarcinoma.

24
Q

Qual o objetivo do tto para HB?

A

Reduzir o risco de progressão hepática em cirrose e HCC. O resultado ideal é a soroconversão HBsAg para anti-HBsAg, mas isso é muito rar (< 3%). Outros resultados são, portanto, almejados, como soroconversão HBeAg para anti-HBe, normalização das transaminases e diminuição da CV.

25
Q

Quais as condutas para um paciente com HB crônica?

A

Acompanhamento regular, procurar comorbidades, notificar compulsoriamente, vacinar familiares, orientar preservativos e evitar compartilhamento de objetos cortantes.

26
Q

Quais as formas evolutivas da HB aguda benigna?

A

Assintomática, Anictérica, Ictérica, Recorrente (novo aumento das aminotransferases após estas já terem diminuído, acometendo até os 6 meses para ser aguda ainda) e Colestática (raro, mas pode haver acolia fecal, prurido, bilirrubina direta aumentado, aumento das enzimas canaliculares, colúria. Apresenta bom prognóstico)

27
Q

Quais as formas evolutivas da HB aguda grave?

A

Fulminante (1% dos casos, agravamento do sintomas GI e febre persistente - a gravidade do dano hepático está intimamente ligada à velocidade de desaparecimento do HBV - alta RI elimina o vírus rápido, mas causa muita lesão) e Manif extra-hepáticas (poliartrite nodosa, glomerulonefrite, doença de Gianotti).

28
Q

Qual a definição de hepatite fulminante?

A

Quando houver sinais e sintomas de insuficiência hepática em um período menor de 26 semanas após o aparecimento da hepatite aguda, como encefalopatia hepática, coagulopatia e hipoalbuminemia.

29
Q

Quando deve haver suspeita de mutação pré-core?

A

Quando o paciente apresenta HBsAg + por mais de 6 meses, anti-HBe +, HBeAg - e aminotransferases elevadas.

30
Q

Como é a vacina da HB?

A

Para crianças, a primeira dose é monovalente e deve ser feita logo ao nascimento (primeiras 12h) e, a partir do 2° mês de vida, realizar 3 doses da pentavalente com intervalo de 60 dias entre cada dose. Para adultos, são administradas 3 doses monovalentes nos dias 0, 30 e 180. A soroconversão ocorre em 90% dos adultos.