Hepatites Virais e Hepatite A Flashcards

1
Q

Como é a notificação das hepatites virais no Brasil?

A

Todas são de notificação compulsória, devendo ser notificadas em até 7 dias.

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2
Q

Qual o curso clínico das hepatites virais? Qual a duração?

A

É característico e se desenrola, na grande maioria das vezes, de forma estereotipada, contendo as fases prodrômica, icterícia (dias ou semanas após a prodrômica) e convalescência.
Esse quadro não pode durar mais de seis meses, pois indica hepatite crônica.

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3
Q

Qual o QC das hepatites virais agudas na fase prodrômica?

A

Inespecíficos: mal-estar, astenia, anorexia, diarreia, vômitos, náuseas, artralgias, mialgias, tosse, fotofobia, cefaleia, … (semelhante a um quadro gripal). Quando há febre, ela é leve (38-38,5). Pode haver artrite e glomerulonefrite por deposição de imunocomplexos.

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4
Q

Qual o significado de febre alta em um quadro prodrômico de hepatite viral aguda?

A

Pode indicar outro diagnóstico (dengue, leptospirose, virose respiratória) ou indicar um curso de hepatite viral fulminante.

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5
Q

Qual o QC na fase de icterícia?

A

Icterícia associada ou não à colúria, hipocolia fecal e prurido (síndrome colestática). Os achados prodrômicos desaparecem ou se abrandam, exceto os gastrintestinais.

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6
Q

A fase de icterícia ocorre sempre no curso da hepatite?

A

Não, na maioria das vezes os pacientes evoluem diretamente para a fase de convalescência, nunca se dando conta da hepatite viral ou se dando conta pela cronificação, que anos depois será refletida em insuficiência hepática ou hipertensão portal (isso é válido para HBV e HCV).

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7
Q

Qual o QC e a duração da fase de convalescência?

A

Melhora dos sintomas prodrômicos e de icterícia. Dura algumas semanas e seu término marca o fim da hepatite aguda. A partir daí, ou o paciente está curado, ou evoluirá para cronicidade (HBV e HCV).

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8
Q

Como está o hemograma na hepatite viral aguda?

A

Leucopenia por queda de neutrófilos e linfócitos, evoluindo para linfocitose. Pode haver aumento de linfócitos atípicos. Leucocitose neutrofílica é rara e ocorre em hepatite fulminante.

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9
Q

Como está o hepatograma do paciente com hepatite viral aguda?

A

Síndrome hepatocelular: grande aumento das transaminases (por necrose hepática - acima de 10x), hiperbilirrubinemia (pode chegar a >20 mg/dL, com predomínio da direta, pois a lesão, nesse caso, compromete mais a excreção que a conjugação e captação), pode haver aumento de FA e GGT.

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10
Q

Qual o DD para aumento enorme de transaminases?

A

Intoxicação por paracetamol e hepatite isquêmica.

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11
Q

A elevação muito exacerbada de aminotransferases indica qual prognóstico para o paciente?

A

Não há relação entre o nível de aminotransferases e prognóstico.

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12
Q

O que significa aumento da FA e GGT no hepatograma da hepatite viral aguda?

A

Significa um componente colestático associado, muito comum na hepatite A, mas pode ocorrer nas outras também.

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13
Q

Quais outros exames podem ser pedidos para avaliar hepatite viral aguda e em quais situações é importante pedi-los? Qual o objetivo desses exames?

A

Dosagem da albuminemia e TAP, sendo absolutamente necessário quando o paciente apresenta obnubilação e torpor, que ocorre principalmente na Hepatite A e B. O objetivo deles é confirmar precocemente a insuficiência hepática fulminante.

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14
Q

Quais os principais parâmetros de mau prognóstico na hepatite viral aguda?

A

Hipoalbuminemia, encefalopatia hepática e alargamento do Tempo de atividade de protrombina (TAP).

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15
Q

O que é a síndrome pós-hepatite e qual a conduta nesse caso?

A

É a persistência de alguns sintomas da hepatite viral aguda, como fadiga, intolerância a certos alimentos e ao álcool, peso no hipocôndrio direito, transaminases aumentadas e dor à palpação do hipocôndrio direito, após a cura do quadro agudo. A conduta é biópsia do fígado para descartar hepatite crônica.

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16
Q

Qual a etiologia da Hepatite A? (RNA/DNA, família, gênero e sorotipos)

A

Vírus de RNA, com apenas 1 sorotipo (imunidade permanente).

17
Q

Qual a epidemiologia da hepatite A no Brasil?

A

Principal acometimento em <10 anos (50% das pessoas com 20 anos já tiveram contato com o vírus), com maior incidência nas regiões Norte e Nordeste.

18
Q

Como é a transmissão da hepatite A?

A

Fecal-oral interpessoal ou por alimentos/líquidos contaminados. Pode haver transmissão parenteral quando a transfusão for na fase de viremia ou em sexo anal.
O período de transmissão é 2 semanas antes dos sintomas até 2 semanas após o aparecimento dos sintomas.

19
Q

Qual a patogenia da hepatite A?

A

O vírus penetra na mucosa intestinal e atinge a circulação portal, inciando o 1° período de viremia. A seguir, atingem o fígado, iniciando a replicação e promovendo necrose hepatocelular e liberação do vírus na bile. A presença do vírus e a lesão tissular levam à inflamação local com repercussão sistêmica (sintomas prodrômicos).
A medida que aumenta o número de hepatócitos acometidos (traduzido pelas transaminases), há desorganização da arquitetura hepática, com consequente colestase intra-hepática (aumento de bilirrubina direta, FA e GGT). Se o dano hepático é tal que os hepatócitos remanescentes são incapazes de realizar as funções hepáticas, têm-se a insuficiência hepática traduzida por coagulopatia e encefalopatia.

20
Q

O que pode-se concluir da patogenia da hepatite A?

A

O motivo da transmissão ser fecal-oral e a altos títulos virais nas fezes, pela excreção do vírus na bile.

21
Q

Qual o QC da hepatite A? Por que ele ocorre?

A

Assintomático ou Sintomático. Quando for este último, apresentará a sequência clássica das hepatites virais agudas, com fase prodrômica (inespecífica), icterícia e convalescência. É a hepatite viral aguda mais relacionada com a síndrome colestática intra-hepática.
O quadro ocorre pela inflamação difusa do parênquima hepático -> lesão hepatocelular.

22
Q

a) Quando a hepatite A é assintomática com mais frequência?

b) Quando a icterícia é mais frequente?

A

a) É assintomática principalmente em crianças, sendo que pode passar despercebida como uma gastroenterite.
b) É mais frequente em adultos (70-80% desenvolvem icterícia) do que em crianças (5-10%).

23
Q

Qual a história natural da hepatite A?

A

Incubação de 15-45 dias (fase de replicação viral), em que, após ela, o indivíduo pode ou não apresentar sintomas (prodrômicos e icterícia). A maioria dos casos apresenta curso benigno e autolimitado.
Pode haver recidivas em 10% dos pacientes, não costumando ser grave.

24
Q

Qual forma de hepatite A é mais frequente e qual é mais grave?

A

Ictérica e anictérica, sendo a anictérica a mais frequente e a ictérica a mais grave (mais comum em adultos).

25
Q

É solicitado sorologia para hepatite A para um paciente ictérico, havendo IgM anti-HAV negativo e IgG anti-HAV positivo. Qual a conduta do médico?

A

Ele deve procurar outras causas da icterícia, pois o IgG positivo indica infecção prévia pelo vírus. O que indica a infecção aguda é o IgM, e este está negativado, sugerindo que o paciente apresentou hepatite A em algum momento da vida, mas hoje não apresenta mais o vírus.

26
Q

Esquematize a evolução da hepatite A de um paciente, identificando as fases do QC e os marcadores.

A

O período de incubação dura 15-45 dias, sendo nessa fase a maior viremia e excreção nas fezes, próximo do aparecimento dos sintomas. Pouco depois do aparecimento dos sintomas, há a positivação de IgM e IgG anti-HAV, sendo que este persiste por tempo indefinido. Há, ainda, antes do aparecimento dos sintomas, o aumento de AST/ALT, podendo haver aumento de FA e GGT.

27
Q

Qual o tto de hepatite A?

A

Repouso relativo (limitar atividade física conforme tolerância do paciente) e dieta hipogordurosa, podendo ser prescrito sintomáticos (antitérmicos, antieméticos). Não há evidências de outros medicamentos sejam úteis (vitaminas, corticoides, …), no entanto, pode-se administrar vitamina K quando há alargamento do TAP, pois a deficiência é absortiva. Pacientes com hepatite fulminante devem ser encaminhados para transplante.

28
Q

Quais as recomendações para um paciente com hepatite A?

A

Evitar exercícios físicos que ultrapassem sua tolerância, aumento da ingesta calórica, evitar medicamentos hepatotóxicos e álcool por pelo menos 6 meses.

29
Q

Qual o prognóstico da hepatite A?

A

Excelente, havendo recuperação total e sem sequelas na maioria dos casos.

30
Q

Qual a evolução da hepatite A?

A

A hepatite A pode apresentar-se de forma assintomática (geralmente em crianças <6 anos) ou sintomática, com uma fase prodrômica, a qual pode evoluir para resolução ou para icterícia, e esta evolui, na grande maioria dos casos, para convalescência (meses, regressão da icterícia, recorrência de 10% em até 6 meses).
NÃO há cronificação da hepatite A e a chance de evolução para hepatite fulminante é menor de 1%, sendo maior em mais velhos.

31
Q

Como é feito o diagnóstico de hepatite A?

A

Sorologia: IgM = infecção recente.

32
Q

Quais as características da vacina para hepatite A?

A

Dada à partir dos 15 meses, sem limite de idade. É dose única no SUS e 2 doses em particulares, com vírus inativo e podendo ser indicada para imunossuprimidos.

33
Q

O que afeta o prognóstico da hepatite A?

A

Elevação da bilirrubina direta, TAP e encefalopatia.