Síndromes febris Flashcards
Definição de arboviroses.
Viroses transmitidas por artrópodes.
Período de incubação de dengue, Chikungunya e Zika.
3 a 15 dias.
Vírus da dengue.
Nossa Brasil, DENV 1, 2, 3, e 4 (5 na Ásia).
As infecções geram imunidade específica para cada sorotipo.
Novas infecções têm maior risco de formas graves, pela tempestade citonínica que ocorre, como uma “sepse viral”.
Caso suspeito de dengue.
Febre até 7 dias + ≥ 2:
- mialgia intensa (febre quebra-ossos);
- dor retro-orbital
- artralgia
- exantema (2° a 4° dia)
- petéquias
- vômitos
- leucopenia
Dengue com sinais de alarme.
Suspeita de dengue + ≥ 1:
- aumento do hematócrito
- hipotensão postural
- ascite, derrame pleural e pericárdico
- dor abdominal contínua / à palpação
- vômitos persistentes
- hepatomegalia > 2 cm RCD
- letargia (irritabilidade)
- sangramento de mucosas
As 48 horas após a melhora da febre são o período de maior vulnerabilidade.
Dengue grave.
Suspeita de dengue + ≥ 1 sinal de gravidade:
- hipotensão / pressão convergente (diferença entre PAs e PAd < 20 mmHg)
- pulso fino e rápido
- periferia: TEC > 2 segundos; extremidades frias
- encefalite
- miocardite
- hepatite
- hemorragia digestiva / SNC
Diagnóstico de dengue.
- Viremia (até 5° dia): Antígeno NS1, melhor até o 3° dia
- Sorologia (após 6° dia): ELISA IgM
Quando solicitar?
- Em epidemias, nos grupos C e D
- Sem epidemia, todo caso suspeito deve ser testado
Prova do laço.
Avalia risco de agravamento.
O manguito fica insuflado na média da PA (PAs + PAd) / 2 - e não com a PA média - por 3 minutos em crianças e 5 minutos em adultos ou menos, se a prova positivar antes. Depois, desenha-se um quadradinho de 2,5 cm de lado no local onde houver mais petéquias.
A prova é positiva se houver ≥ 10 petéquias já criança e ≥ 20 no adulto.
Conduta geral na dengue.
Sintomáticos (AINE e AAS contraindicados) e suporte com hidratação vigorosa.
Manejo do grupo A na dengue.
- Grupo são as pessoas que não são grupo B, C ou D.
- O tratamento é feito ambulatorialmente.
- Hidratação com 60 mL/kg/dia VO, com 1/3 de solução salina e 2/3 outros líquidos.
- Orientar retorno se sinais de alarme.
Manejo do grupo B na dengue.
- Grupo B são as pessoas com comorbidades e gestantes, pessoas em risco social e pessoas com sangramento de pele (prova do laço positiva)
- A pessoa deve ficar em observação recebendo a hidratação do grupo A até a realização de um hemograma.
- Se o hematócrito estiver normal, é feito o tratamento igual ao do grupo A.
- Se o hematócrito estiver aumentado, é feito o tratamento igual ao do grupo C.
Manejo do grupo C na dengue.
- Grupo C são as pessoas com sinal de alarme.
- O tratamento é feito em enfermaria.
- Hidratação com 20 mL/kg de SF em 2h, podendo ser repetido até 3 vezes.
- Se houver melhora, hidratar com 25 mL/kg em 6 horas.
- Se não houver melhora, é feito o tratamento igual ao do grupo D.
Manejo do grupo D na dengue.
- Grupo D são as pessoas com sinal de gravidade.
- O tratamento é feito em terapia intensiva.
- Hidratação com 20 mL/kg em 20 minutos, podendo repetir até 3 vezes.
- Se houver melhora, é feito o tratamento do grupo C.
- Se não houver melhor, iniciar noradrenalina / albumina.
Agente etiológico da Chikungunya.
CHIKV, um alphavirus.
Fase aguda da Chikungunya.
- Dura de 3 a 10 dias.
- Quadro de febre alta + poliartrite simétrica distal (mão, pé, punho). Parece muito com o quadro de dengue, porém os sintomas articulares são mais importantes.
- Diagnóstico é feito com sorologia + PCR na primeira semana.
- Tratamento com repouso e analgesia (AINE e ASS estão contraindicados). Se dor refratária, utilizar opioides (tramadol, codeína).
Fase subaguda da Chikungunya.
- Pode durar até 3 meses.
- Marcada pelo retorno dos sintomas articulares.
- Nesse momento, pode se utilizar AINE e corticoide no tratamento da dor.
Fase crônica da Chikungunya.
- Duração maior que 3 meses.
- Marcada pelas deformidades articulares. Quadro semelhante à artrite reumatoide (mais frequentebem mulheres, > 45 anos, com artropatia prévia).
- Tratamento com hidroxicloroquina / metotrexato e fisioterapia! Nessa fase, é preciso movimentar as articulações para evitar agravamento das deformidades.
Zika.
- A febre costuma ser ausente ou baixa (até 38°)
- O rash é mais frequente que na dengue e chikungunya e costuma aparecer no 1° e 2° dias.
- Na prova: rash + conjuntivite não purulenta.
- Pode engatilhar síndrome de Guillain Barré.
- Pode ocorrer transmissão sexual e vertical.
Vetor da febre amarela.
- Ciclo silvestre: Heamagogus
* Ciclo urbano: Aedes aegypti (não ocorre no Brasil desde 1942).
Período de incubação da febre amarela.
De 3 a 6 dias.
Clínica da febre amarela.
• Leve (90% dos casos): febre com sinal de Faget; história de ecoturismo.
• Grave (10% dos casos): lesão em fígado e rim, gerando a tríade icterícia, hematêmese e oligúria.
- aumento de bilirrubina direta e transaminases, com AST > ALT.
Diagnóstico da febre amarela.
- Até 5° dia: isolamento viral
* ≥ 6° dia: ELISA IgM
Tratamento da febre amarela.
O tratamento é de suporte.
Agente etiológico da leptospirose.
Leptospira interrogans (espiroqueta).
Reservatório da leptospirose.
Ratos, camundongos, etc (rim de roedores).
Transmissão da leptospirose.
Contato prolongado com água de enchente, esgoto.
Atenção na prova para risco ocupacional!
Clínica da leptospirose.
“Vasculite infecciosa”.
• Quadro leve (forma anictérica): febre + sufusão conjuntival + dor nas panturrilhas
• Quadro grave (forma íctero-hemorrágica): doença de Weil, que é uma síndrome pulmão-rim.
Tríade: hemorragia alveolar + lesão renal aguda com K normal ou baixo + icterícia rubínica.
- aumento de bilirrubina direta, FA e GGT (não aumenta muito transaminases).
Diagnóstico da leptospirose.
- Microaglutinação é o padrão-ouro, mas geralmente indisponível.
- Geralmente são feitos exames inespecíficos, como CPK e contagem de plaquetas.
Tratamento da leptospirose.
- Formas leves: doxiciclina.
* Formas graves: penicilina cristalina (escolha) ou ceftriaxona.
Agente etiológico da malária.
Plasmodium vivax (mais comum no Brasil); falciparum (quadro mais grave) e malariae (mais raro e causa febre quartã).
Vetor da malária.
Anopheles darlingi.
Agente capaz de ter forma hipnozoíta.
Plasmodium vivax.
Clínica da malária.
Febre em crises + anemia hemolítica (icterícia com aumento de bilirrubina indireta).
Diagnóstico de malária.
- Gota espessa é o exame de escolha.
* Teste rápido é aceito para regiões não endêmicas.
Tratamento da malária.
- P. vivax: cloroquina (formas circulantes) + primaquina (formas hipnozoítas)
- P. falciparum: artemeter + lumefantrina
- Formas graves de qualquer espécie: artesunato + clindamicina.
Diferenciando febre amarela, leptospirose e malária.
- Febre Amarela: sinal de Faget, história de ecoturismo, hemograma com leucopenia, aumento de bilirrubina direta e transaminases.
- Leptospirose: difusão conjuntival, história de contato com água de enchente, hemograma com leucocitose, aumento de bilirrubina direta e FA/GGT.
- Malária: febre em crises, proveniente da região amazônica, hemograma com anemia, aumento de bilirrubina indireta e LDH
Agente etiológico do calazar (“febre negra”).
Leishmania chagasi.
Vetor do calazar.
Lutzomyia longipalpis.
Reservatório do calazar.
Cães.
Clínica do calazar.
- Baixa patogenicidade (a maioria não adoece).
- Diminuição da resposta celular: febre arrastada, hepatoESPLENOMEGALIA, pancitopenia.
- Aumento da resposta humoral: aumento de globulina policlonal (hipergamaglobulinemia com inversão da padrão albumina/globulina).
Diagnóstico do calazar.
- Parasitológico (formas amastigotas)
• Aspirado de MO (S = 70%) –> preferencial
• Punção esplênica (S = 95%) –> risco de sangramento - Sorológico
• Imunofluorescência indireta –> escolha
• Teste rápido
• rK39 –> avalia atividade de doença. - Intradermorreação de Montenegro (avalia imunidade celular): negativa na doença, tendência de positivar com o tratamento.
Tratamento do calazar.
• Escolha: Glucantime (antimonial pentavalente)
• Anfotericina B lipossomal em casos selecionados:
- gestante e graves
- insuficiências e Imunodepressão (HIV, desnutrição)
- idade < 10 e > 50 e intolerantes
(2G e 4I).